SONHOS
DE FELICIDADE E SIGNIFICADO EXISTENCIAL
Texto
do cap.7, a gratidão : meta essencial da existência humana, do
livro Psicologia da Gratidão de Divaldo Franco/Joanna de Ângelis..
Conquistas
e projetos de felicidade tem início no campo mental. Razão por que a mente
desempenha papel de alta relevância na construção dos valores humanos e do
significado existencial.
É
necessário sonhar. A fim de que as
inspirações defluentes do amor possam transformar-se em realidade, enriquecendo
a vida de atos dignificantes e saudáveis.
A
conquista da felicidade depende de como se espera ser feliz, de quais os
fatores que a proporcionam, da mais eficiente maneira de alcançá-la.
Desde
que não se trate de uma aspiração do que é efêmero e logo se transforma,
alterando completamente o seu sentido, é válido que o ser humano anele pela
harmonia interior, pela aquisição do que lhe é necessário a uma existência honrada,
desde o alimento que o nutre, às questões referentes à educação, à saúde, ao
trabalho, ao repouso, mas também ao cultivo dos ideais de beleza que enriquecem
o Espírito de estímulos para o prosseguimento das lutas edificantes.
Nessa
busca de realização pessoal, base de sustentação para uma existência feliz,
surge o desafio do significado existencial, no momento em que a sociedade
experimenta a pandemia psicopatologica das vidas
vazias.
Normalmente
se acredita que a felicidade impõe como condição primordial o poder que
facilita a aquisição de poder e de compra, bem como de todas as coisas que a
complementam. Nada obstante, o numero de vidas perdidas no vazio existencial, porque assinaladas pelo tédio, pelo
desinteresse, é mais expressivo entre os poderosos que buscam realização através
de fugas psicológicas lamentáveis. Em razão de lhes ser muito fácil conseguir
tudo quanto lhes apraz, a pouco e pouco descobrem a perda do sentido
existencial, porque o fixaram como sendo efeito da posse.
Essa
fuga psicológica, resultado do temor do autoenfrentamento, transforma-se em
transtorno de conduta como irritabilidade, insatisfação, melancolia, solidão,
por supor que todos quantos se lhes acercam estão mais interessados naquilo que
tem do que neles mesmos, nos seus problemas, preocupações e afetividade, o que,
de certo modo, infelizmente é quase sempre real...
Faz-se
imprescindível, nesse momento, uma introspecção, uma analise íntima de como se
encontra o indivíduo, procurando descobrir a maneira pela qual possa fruir de
realização e de paz, tendo a coragem de realizar uma revisão de conceitos e entregar-se
à nova busca.
A felicidade
deve constituir o significado existencial, essa busca incessante do amor no
sentido mais expressivo da palavra, a entrega afetiva em todas as maneiras de
manifestar-se, facultando o preenchimento interior de alegrias e de esperanças,
de belezas, de realizações relevantes, de emoções plenificadoras.
A intencional
crença de que o amor sempre se vincula à satisfação sexual deve ceder lugar ao
sentimento correto da afetividade ampla e sem tormentos da libido,
expressando-se como intercambio de ternura, de equilíbrio emocional, de
gratidão.
A gratidão
é fundamental no comportamento do amor dirigido a Deus, à natureza e a todas as
suas criaturas, animadas e inanimadas, sem e com a benção do pensamento.
De imediato
surge o trabalho que dignifica, essa terapia que acalma, que produz a autorrealização
e que promove a sociedade, facultando o progresso sob todas as formas
possíveis.
Quando
o ser humano se dá conta do significado do trabalho na sua existência,
amadurece psicologicamente e ama o labor, seja ele qual for, entregando-se sem
paixão, mas também sem revolta ao mister de edificar.
Aquele
que trabalha e retira do seu esforço a remuneração usufrui a satisfação compensatória
da sua dedicação, enquanto experimenta o bem-estar que resulta do estado
consciente de que é útil, de que produz benefícios para a humanidade.
O trabalho
apresenta-se-lhe nesse caso como recurso psicoterapêutico para manter a
harmonia interior, o prazer de contribuir positivamente para o bem geral.
Oportunamente,
dois homens dialogavam em uma via pavimentada de uma grande urbe. Um deles era
modesto operário semianalfabeto, enquanto o outro era um pensador de renome
internacional.
Porque
muito estimasse a companhia honrosa que lhe estava ao lado, o diligente
trabalhador que não dispunha de títulos acadêmicos que impressionasse, mas que
era amado pelos seus valores morais, num momento de entusiasmo durante o
diálogo apontou para as lájeas do piso por onde seguiam e disse com incomum
contentamento:
-
Veja este piso. Fui eu quem o pôs nesta rua, há alguns anos, quando trabalhava
numa empresa que servia à Prefeitura local.
Nele
havia um júbilo incomum, uma gratidão sem palavras pela oportunidade de haver
trabalhado em algo que lhe proporcionava felicidade.
E,
de fato, as lajes estavam muito bem colocadas, demonstrando a habilidade do
obreiro que as arrumara no solo...
Realizado
psicologicamente, o homem simples não tinha conflito existencial, porque a sua
era uma jornada de trabalho de amor ao que fazia, como corolário do amor que
nutria pela família e por todos.
A sombra
nele diluía-se suavemente no self consciente
da sua realidade e dos seus limites.
Por
outro lado é comum pensar-se que um enfermo, alguém que experimentou um desastre
emocional, outrem que se encontra sob o
açodar de dores quase insuportáveis, mais alguém que padece a angustia da saudade
de algum ser querido que foi arrebatado pela morte prematuramente, algumas
vítimas de tragédias e mesmo alguns que permanecem imobilizados já não dispõem
de um sentido existencial para continuarem vivendo. Trata-se de um grande
equívoco, porquanto o significado existencial paira acima de circunstancias
ditosas ou menos agradáveis, constituindo um desafio aos valores morais do
indivíduo que, diante do denominado infortúnio, encontra uma razão pelo menos
para suportar os sofrimentos e ultrapassá-los, considerando-os de grande
utilidade para a sua realização interior e sublimação dos sentimentos.
Sentindo-se
honrados pela situação de se tornarem modelos para outras pessoas menos
resistentes ao sofrimento, transformam-se em expoentes da coragem, da permanência
na situação em que se demoram, anelando o prosseguimento da vida física ou
confiando nos resultados superiores decorrentes do comportamento depois do fenômeno
morte, quando isso vier a dar-se.
Imortal,
o ser psíquico transfere-se de uma para outra dimensão da vida, utilizando-se
do corpo físico ou deixando-o, conduzindo as experiências valorosas ou
degradantes da sua existência orgânica.
O significado,
portanto, de uma existência madura psicologicamente amplia-se além da área psicológica
para prosseguir no rumo da imortalidade, na qual todos se encontram situados
por condição da vida que deu origem.
Terminasse
no corpo o significado existencial e todos os sacrifícios que engrandecem o ser
humano perderiam completamente seu sentido.
O sentimento
predominante nessa como em outras circunstancias logo se percebe é o da
gratidão, filha do amor, do trabalho e da resistência às situações penosas...
Aqui encerra o presente texto, SONHOS
DE FELICIDADE E SIGNIFICADO EXISTENCIAL porém continuará na próxima postagem o
cap.7, A GRATIDÃO:: META ESSENCIAL DA EXISTÊNCIA HUMANA, do livro
Psicologia da Gratidão de Divaldo Franco/Joanna de Ângelis.
Postado em 15/10/2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário