segunda-feira, 28 de março de 2016


GRATIDÃO E ALEGRIA DE VIVER

A resolução de situações conflituosas, a imaginação ativa e os sonhos são instrumentos essenciais, para  encontrar a sua psicogênese. Na aplicação da imaginação ativa é preciso encontrar um nível que penetre o limite da consciência com o inconsciente e permita ou possibilite vivenciar os acontecimentos que não foram vividos. Mas sim transferidos automaticamente uns e outros como fuga da realidade, e que continuam adormecidos  ressurgindo, como expressões perturbadoras.
Cada indivíduo é o resumo complexo de energias, possibilidades e arquétipos que não foram utilizados,  porque grande número deles é prejudicial, conforme  conceito do ego, que tenta escolher o que é positivo do que pode ser prejudicial, reprimindo-as.
O devir, fica vinculado a essas ocorrências que o dificultam de realizar-se.
Alguém com possibilidades artísticas, mas atraído para uma profissão liberal e através dela conquista as possibilidades financeiras para manter-se. É natural que essa tendência e todos os seus recursos sejam reprimidos no inconsciente por falta de tempo, de ocasião para se expressar. O mesmo ocorre com uma mulher que se dedica ao lar, e tenha aptidão para atividades universitárias ou outras fora do ninho doméstico. Todas essas tendências permanecer-lhe-ão no subsolo da consciência vibrando palidamente ou criando desconforto no trato com a família, a sua escolhida realidade.
Um e outra podem viver essas tendências através da imaginação ativa, de maneira simbólica ou até real, nos momentos adequados, sem prejuízo com os deveres assumidos.
É possível viver essas potencialidades de forma consciente no mundo dos relacionamentos sociais, tanto quanto intimamente no prazer de as realizar de forma simbólica, aplicando os seus recursos na atividade elegida.
Os sonhos proporcionarão essa realização, como se a pessoa tivesse encontrado o roteiro da harmonia que queria, mas frustrando por não vivenciar.
Quando não se consegue vivenciar a experiência, podem surgir tons de amargura no comportamento feliz, de incompletude, de traumas psicológicos...
É comum, numa experiência pela imaginação ativa, sentir-se que o ideal seria que a vida tivesse tomado outro rumo...
Muitos ocorrem na escolha dos vestibulares acadêmicos, quando o jovem vacila entre o que gostaria de fazer e o que é mais lucrativo. Escolhendo a segunda opção, já durante o curso, porque se sente incompleto e incapaz, abandona-o, e volta a iniciar a opção que se encontra no inconsciente pela tendência que predomina no mundo interior.
Há pessoas vivendo acomodadas, tendo recursos financeiros, família bem estruturada, cumpridoras dos seus deveres, e apesar disso são levadas a devaneios da imaginação, vivendo outras condutas que lhe dão alegrias. Nesses momentos estando a sós dão espaço à imaginação sorriem, gesticulam, expressam felicidade, logo depois voltam à realidade trazendo frustrações...
O ego, quando identificar que tais comportamentos não são convenientes e, ou podem produzir dores, reprime essas possibilidades, empurrando-as para os porões do inconsciente onde ali ficam esperando.
É lícito e ético viver, as aspirações não realizadas mesmo que seja por meio da imaginação ativa. Não são prejudiciais – havendo exceção -, por ser estímulo para continuar a vida no labor escolhido como mais produtivo.
Depois de vivenciar pela imaginação o real significado existencial, pode-se manter o compromisso assumido e viver  alguns momentos reais daqueles desejos reprimidos sem estar cometendo nenhum crime. O executivo ou o profissional liberal bem situados na sociedade podem utilizar a arte nos seus compromissos, como hobby,  ou divertimento terapêutico.
A mãe e esposa dedicada deve reservar-se o direito de administrar a família de forma racional, aplicando os seus conhecimentos na empresa doméstica ou  simultaneamente, depois de usar o tempo que dispõe de maneira equilibrada, dedicar-se a qualquer atividade que a enriqueça interiormente, completando as suas aspirações de forma saudável.
Às vezes a gratidão surge no comportamento dos indivíduos que, por faltar o hábito, por timidez e constrangimento, não se encorajam a expressá-la, reprimindo-a.
Como a gratidão precisa do combustível do amor para ser completa, deve-se exercitar a imaginação ativa vivenciando-a em todas as situações da sua vida, expressando-a intimamente, oferecendo-a com sorrisos silenciosos, sendo útil à comunidade que começa na família, pelos esforços em manter a gentileza e o carinho em qualquer situação.
Também poderá fazer pela oração dirigida ao seu próximo, em vibrações de bondade e de desejos fervorosos em benefício dos outros.
A fé é inesperada e capaz de animar o individuo a ações audaciosas e a atitudes gritantes, não revidando mal por mal, porque descobre no aparente mal que lhe querem atingir um grande bem, pela possibilidade  de superar a inferioridade moral que sempre reage, agindo com equilíbrio e compaixão pelo opositor.
A fé deve ser racional, mas chega o momento que ela ultrapassa o limite da lógica e entrega-se em totalidade. Assim agiram os mártires de todos os tempos e de todos os ideais... Doaram-se sem pensar.
Conta-se que um alpinista galgava um paredão desafiador à noite, quando caiu no abismo e, durante a queda que seria fatal, foi salvo por um solavanco da corda de proteção cravada por grampos seguros na montanha.
Recuperando a calma e com receio de morrer congelado durante a madrugada, orou, com fervor, suplicando o socorro de Deus.
Ouviu uma voz que lhe dizia para cortar a corda que o prendia à altura.
Parecendo estranho o auxílio, temeu que, ao fazê-lo, caísse no abismo e morresse.
Não teve coragem de fazê-lo.
No outro dia, quando chegou o socorro e o encontrou congelado, os membros lamentaram que ele não tivesse cortado a corda, porque estava a menos de um metro do solo protetor, e assim teria salvado a vida...
Quem é grato, é feliz, tem saúde, espalhando as ondas da alegria que o envolvem, contaminando a todos os que se aproximam.

Do livro Psicologia da Gratidão, ditado pelo Espirito Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco. Trabalhado por Adáuria Azevedo Farias. Publicado em 28/03/16.

sexta-feira, 25 de março de 2016


A FATALIDADE DA MORTE
A morte biológica é parte equivalente a do nascimento composta da aglutinação de moléculas a se desarticular com a anoxia cerebral.
No corpo físico ou no espiritual sempre se estará vivo, para Buda o oposto de morte não é vida e sim renascimento.
Sendo o Sellf - (o Eu verdadeiro, o Eu individual)- mortal e imortal na visão de Jung, ele transfere-se de vibração, pelo fenômeno da morte ou mergulha no corpo através da reencarnação.
A morte é, dessa forma, o fim do fenômeno biológico, o término de uma fase orgânica, em que todos os elementos que formavam o físico se diluem e que se transformam sob a ação química  da natureza...
O significado psicológico mais importante da vida corporal é a conquista da imortalidade, em que já se encontra mergulhado, mas que só se torna lúcida e plena depois da desencarnação.
Nesse período, após a rápida ou longa fase de obscurecimento temporário da consciência, agora sem o envoltório do cérebro, aos poucos, o ser, de acordo com as suas construções morais e mentais, volta ao estágio de energia ou princípio inteligente, sem os limites da prisão no corpo material.
A jornada humana no corpo deve ser a meta para o reencontro com a vida total. Todos os esforços mentais, morais e psicológicos precisam voltar-se para essa realidade, visando a impermanência no corpo físico.
Considerando a imortalidade a grande meta, a meta definitiva, cada encarnação deve ser considerada oportunidade de grande valor ao crescimento iluminativo, investimento psicológico na conquista da saúde integral, que vem do interior para o exterior.
Esse nascer e morrer no físico torna possível ao Espírito conquistar a plenitude, etapa a etapa, como responderam os Benfeitores espirituais a  Allan Kardec, demonstrando que tudo evolui no Universo:... É assim que tudo serve, que tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, que também começou como átomo...
Desde o inicio do Self, quando surgiu em formas primárias, o seu despertamento ocorre na matéria, em repetidos renascimentos, permitindo que cresçam aos poucos as potencias nele adormecidas,  inerentes à Divindade de que é originado...
Não fosse assim, a vida corporal, por sua rapidez, não teria sentido de lógica nem de finalidade, quando se considera o tempo indimensional e o infinito, dissolvendo-se o pensamento no nada, no aniquilamento. 
A sobrevivência do ser espiritual é fundamental para que a vida física tenha justificativa e sentido psicológico que digam os que nasceram em sofrimentos quase inconcebíveis, sem  direito à comunicação, ao pensamento, à razão...
Alguns reencarnam com necessidades socioeconômicas sérias, na miséria e vivem em meios perversos sem amor, nem um pouco de solidariedade, unindo o crime a adversidade...
Muitos deliram na loucura sob maus tratos, enquanto outros tornando-se tolos se perdem vitimas do esquecimento humano...
Perversões cruéis ocorrem com indivíduos  inteligentes e belos bem formados fisicamente, vindos de etnias e raças consideradas inferiores, tendo que sofrer a dor do preconceito e da perseguição.
Todo tipo de sucessos e insucessos afetam as criaturas humanas, como se fossem marionetes a disposição, que se manifesta inesperadamente, a uns o êxtase, a felicidade e a outros, a miséria, o  abandono.
Gênios do pensamento e da arte, da ciência e da cultura, de repente são vítimas de acontecimentos infelizes e vitimados por acidentes vasculares cerebrais, perdem o contato com o mundo de beleza a que se habituaram ou construíram e não mais usufruem.
A cada momento também ocorrem, a muitas pessoas, acidentes automotores, choques e quedas, incêndios e desabamentos em que os sentidos físicos são prejudicados, quando não deixam marcas profundas na psique, que se desconecta da realidade e foge para o esquecimento de si mesmo ou para os delírios sem sentido nas alucinações, ocorrem a cada momento a muitas pessoas.
Se o sofrimento em todos os segmentos da sociedade é normal, qual o sentido da vida, então?
O ser espiritual, vencedor de inúmeras lutas, em cada experiência dolorosa vivencia, aprimora-se, conquista mecanismos de defesa, fortalece a confiança nos valores ético-morais, vive as  possibilidades  latentes no seu intimo.
Herdeiro de suas próprias realizações é o artífice da sua saúde e da sua doença, da sua sabedoria e da sua ignorância, é também responsável pela sombra, pelo anima-us, pelo ego que devem fundir-se num eixo equilibrado com o Self,(o ser eterno, imortal; o ser espiritual) que os antecede e os sobrevive.
A inteligência e o pensamento que vai muito além da encarnação, representa o mais extraordinário sentido existencial, por abarcar todas as expressões da emotividade e dos outros sentimentos.
Com esse significado, é mais fácil viver, em qualquer situação ou circunstância, por saber que a vida carnal é temporária e breve, trazendo finalidade educativa, psicoterapêutica, sendo responsável pelo engrandecimento do si-mesmo.
Com a certeza da imortalidade os fenômenos humanos tem lógica e é possível serem compreendidos como edificantes, portadores de futuro bem-estar e de harmonia.
Por herança, o medo da morte e do aniquilamento é como um arquétipo terrível e ameaçador, vindo desde o período da caverna, quando ocorria o fenômeno e não era interpretado pelo homem primitivo, que via o outro ser decompor-se, exalando podridão e não voltar mais ao convívio...
Sem  capacidade de compreender, o culto do sepultamento registrou-se no Self, possibilitando às superstições conforme o nível evolutivo e criando no inconsciente profundo o horror do acontecido não compreendido ainda.
Foi também na intimidade da caverna que as almas aflitas ou não dos que morriam, voltavam, apavorando ou aparentando poder, que trariam ao pensamento mítico a concepção dos deuses, iniciando lentamente dessa forma a compreensão do fenômeno post-mortem e dos gênios bons e maus, dos deuses nobres e viciosos...
A longa jornada alcança hoje, a compreensão da Divindade fora dos padrões convencionais como objetivações materiais, hoje aprensentando-se como a Causa Incausada, a inteligência suprema e a causa primária de todas as coisas...
A morte, ao invés de temerária, é o veículo que leva o ser imortal ao seu destino, proporcionando-lhe, ao fim dos renascimentos carnais, a total conquista do Self, do numinoso, da individuação, da felicidade plena e sem prisão.
Jung estudando e observando idosos no momento terminal disse: ...a psique inconsciente faz pouquíssimo caso da morte.
E ainda acrescentou: É preciso, que a morte seja alguma coisa relativamente não essencial... A essência da psique estende-se na obscuridade muito além das nossas categorias intelectuais.
O encontro com a verdade livra o ser da ignorância integrando-o à vida.
A busca da verdade não deve cessar, pois a cada instante ela se apresenta grandiosa e deslumbrante.
Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? (Paulo aos Coríntios 1:15 – 55) .

Texto do livro Em Busca da Verdade. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis, Psicografado por Divaldo Pereira Franco. Trabalhado por Adáuria AzevedoFarias.25/03/16.

sábado, 19 de março de 2016

GRATIDÃO COMO NORMA DE CONDUTA
Do ponto de vista teológico considera-se a gratidão uma virtude como a fé, a esperança e a caridade.
Com uma observação cuidadosa percebe-se que, para  ser grato, é preciso ter fé, ter certeza do significado da vida, dos seus valores e possibilidades; é necessário crer no ser humano, considerando que, no momento da transição para conquistas mais importantes, merece apoio e consideração para que o ajudem a autossuperar-se, alcançando degrau mais elevado da evolução. Também, no ato gratulatório está a esperança que embeleza a vida, apresentando o futuro como algo a ser alcançado com a vivencia dos sentimentos nobres, a certeza de que vale a pena todo e qualquer investimento que dignifica. Por fim, torna-se presente a essência da caridade, que é o significado do ato de agradecer, expressando o amor que é vital para quaisquer investimentos de natureza moral e espiritual. Sem essa presença, a gratidão torna-se pobre de vigor e de enriquecimento emocional.
Cada experiência vivida no processo da evolução, como ocorre com a gratidão, representa uma forma adequada de amadurecimento psicológico, capaz de produzir harmonia interior e estimular o esforço para o autocrescimento.
Ainda não livre dos atavismos, o self investe esforços para sublimar a sua sombra, ao mesmo tempo que influencia o ego a respeito da necessidade de autotransformação das metas próximas para às transcendentes. Desmaterializar as ambições egoicas para transcendê-las em forma de aspirações psicológicas profundas que dão significado à vida deve ser o esforço constante  no  relacionamento com a persona. Fixada em interesses imediatos de respostas agradáveis, ainda que mentirosas, a persona satisfaz-se em manter-se vibrante, mesmo quando percebe não poder esconder as necessidades emocionais daqueles que se submetem cativos ao seu encanto. Vestir-se de realidade, desnudando-se das fantasias e dos mitos enganosos, deve ser a proposta do si profundo, por conhecer que é legítimo e proporciona harmonia em relação ao que é prazeroso, mas de gosto amargo e enfermiço para a emoção.
Ninguém pode viver escondendo a sua realidade,  por isso o tempo, sempre tira os véus que disfarçam os contornos da vida e obscurecem a percepção da sua autenticidade.
É essa teimosa fuga de si mesmo que dá lugar a muitos conflitos e transtornos no comportamento, pelo consumo de energia emocional para parecer, em vez de aplicá-la no esforço natural criativo e renovador para ser.
Arquétipos novos podem, ser gerados, favorecendo a edificação dos significados da evolução, enquanto outros perturbadores vão cedendo lugar às novas formulações que trazem alegria pelo seu cultivo.
Quando se é capaz de autoenfrentar-se sem receio e como fenômeno do autoamor, muitos tesouros da emoção podem ser descobertos e a alegria de viver deixa de ser por meio do consumismo e da troca de quinquilharias para adquirir conteúdos valiosos de amor, de intercambio, de paz e de gratidão.
A gratidão envolve-se em força estimuladora para todos os empreendimentos da vida, tornando-se uma forma, uma norma de conduta.
Quem é grato, naturalmente é abençoado pela felicidade, pela saúde, espalhando ondas de júbilo que o envolve, contaminando todos que se lhe aproximam. Habitualmente, as referencias falam do contágio do mal, das doenças, dos dissabores, da infelicidade, embora também ocorra o que se refere à alegria, à esperança, à comunicação alegre e feliz, ao serviço edificante e à conquista da saúde.
O convívio com pessoas saudáveis permite impregnar-se de estímulos que já não funcionavam. Diante de alguém que sorrir abençoado pela conquista da harmonia pessoal, todos sentem  desejo de alegrar-se também, de participar do festival da alegria como ocorre com o botão de rosa que desata as pétalas, exteriorizando o perfume que lhe é inerente, abrindo-se delicadamente à luz do Sol.
Na etapa final da imaginação ativa é preciso que cada um faça a sua experiência para que as verdades profundas se transformem em realidade. É o caso da gratidão, que precisa ser vivenciada, já que ninguém pode defini-la por palavras, de modo que outro a possa sentir ou entender.
Kierkegaard dizia que ninguém pode dar a fé ao outro. Porque é uma conquista pessoal, intransferível. É possível, crer-se no inacreditável, e aí estão embutidos os tabus e superstições que vem do inconsciente coletivo e assumem realidade na imaginação dos que acreditam. Essas heranças arquetípicas de tal modo estão vivas no inconsciente que, ao ressumarem, modificam-se para realidades que impregnam os que as vive.
O mesmo ocorre com a gratidão. É uma experiência pessoal, embora possa se expressar coletivamente também, não sendo resultante de herança arquetípica, é conquista do self, expressando libertação do comportamento egoísta. Há conquistas que só se originam na experiência, embora possam ser formuladas teoricamente, só se tornando válidas quando é vivenciada.
Jung dizia que: “que cada avanço, mesmo que seja o menor, através deste caminho de realização consciente, acrescenta muito para o mundo.”
Para que o indivíduo se liberte dos conflitos, especialmente dos que geram a ingratidão, é necessário que tenha vida interior, que se organize internamente para expressar ao mundo o que deseja e assim alcançará. Não há por que ignorar-se o conflito, deve-se enfrentá-lo, envolvendo-o nos ideais e aspirações, reunindo a dualidade (gratidão e ingratidão) num todo harmônico, transformando-os em unidade (sentimento de gratidão) que passará a vigorar no dia a dia existencial.
Às vezes a gratidão parece um paradoxo. Por que  agradecer, quando se pode continuar no prazer? O prazer cansa, perde o sentido, produz tédio, exige renovação. Nenhum prazer pode ter lugar no consciente sem uma liberação perfeita do inconsciente, identificação dos fatores que o produzem, dentre os quais as pessoas e as circunstancias envolvidas. Ignorar essas condições é manter-se em delírio distante da realidade, que se impõe pela própria razão de ser. A gratidão, pode parecer paradoxal, por manifestar-se também quando acaba o prazer, quando surgem a dor e a desdita, como sentido natural do processo da vida. Não fosse assim se viveria numa fantasia ativa que sempre alcançará a realidade existencial.
Não há paradoxo, na gratidão em todas e quaisquer circunstancias, como sentimento de júbilo pela presença da vida triunfante.
Aplique-se o enunciado de Nietzsche, quando diz:“Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás passar para atravessar o rio. Ninguém, exceto tu!”.
Do livro Psicologia da Gratidão, ditado pelo Espirito Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco. Trabalhado por Adáuria Azevedo Farias. Publicado em 19/03/16.







quarta-feira, 16 de março de 2016


EQUIPAMENTOS PSICOLÓGICOS PARA O SER
Na ação da vida humana, a conquista de sentido e de significado é de imensa importância, do contrário, não se vive, só se vegeta, conforme o pensamento popular.
A constituição do Self como energia pensante, enquanto princípio inteligente do universo, como definem o Espírito pelos Benfeitores da Humanidade, guarda como princípio e legitimidade  um conjunto de equipamentos psicológicos para  desempenhar a tarefa que deve exercer – que é a autoiluminação.
Originado do Psiquismo Divino, traz, em germe,  potencialidades da sua causalidade, necessitando despertar as mesmas e desenvolvê-las em experiências sequentes.
Ser psicológico que é, impõe-se como de importância fundamental no processo evolutivo, necessitando de recursos psíquicos que tornem possivel alcançar os seus objetivos.
Guardando as aspirações no superconsciente e conservando as realizações no inconsciente coletivo, o seu envoltório perispiritual é o reservatório onde estão todos os valores somados, os dignificantes e os inquietadores, que se expressão frequentemente, conforme as emoções, as ocorrências como parte do processo da evolução, contribuindo na ascensão ou levando-o a sofrer.
As suas necessidades são de ordem ética, estética, transpessoal, para manter o equilíbrio e os impulsos para avançar na libertação dos hábitos ou heranças negativas que influenciam no comportamento  escolhendo o bem-estar.
A Alegria de viver, é um dos mais importantes equipamentos psicológicos para a vitória do empreendimento humano, porque, através desse sentimento, todas as experiências tem significação, escolhendo as que promovem com a superação tranquila em relação às condutoras de angústia e  aflição.
Para haver a alegria de viver, há condições emocionais específicas, que são: os procedimentos mentais saudáveis, em que o pensamento e a imaginação ativa exercitam-se trabalhando as aspirações da ordem e do dever, da ação nobre e da solidariedade, do progresso e da abnegação, mantendo o clima superior que propicia entusiasmo, sem as faltas resultantes dos conflitos; a reflexão antes de qualquer atitude, para evitar a culpa que perturba, escolhendo as condutas que trazem alegria interior; as atividades da caridade, da compaixão; a autoanalise frequente, para identificar os erros e recuperar-se deles, os acertos e seus progressos...
Para Jung: ...dentro da alma, desde suas origens primordiais, tem havido um desejo de luz e uma ânsia incontida para debelar as sombras primordiais. ...a noite psíquica primordial...é hoje a mesma de incontáveis milhões de anos passados. O anseio pela luz é o anseio pela consciência.
A busca dessa consciência profunda torna-se a meta que leva à plenitude psicológica, quando o sofrimento não encontra espaço para instalar-se, ou quando mesmo presente, é superado. Embora o sofrimento encontre-se no mundo e nas criaturas como fatalidade do processo da evolução, através dos equipamentos sociológicos da busca da luz, torna-se possível diluí-lo na luz do amor indescritível.
O alquimista sonhava com a transmudação dos metais comuns em ouro de alto valor, não conseguindo. Porém psicologicamente essa alquimia é possível no ser, quando transforma a sombra em luz e os conflitos e sua perturbação no ouro da harmonia.
Os recursos utilizados são internos e são parte da construção da consciência, só por eles, é possível conquistar a sabedoria, ao escolher o que é necessário e ou inútil na vida, se tem valor real ou se é apenas aparente...
Enquanto isso, a luta interior em relação ao sofrimento continua. Ainda de acordo com jung, o oriental busca vencer o sofrimento expulsando-o como se fosse uma coisa, o ocidental procura libertar-se dele através dos medicamentos. Mas nenhum medicamento, pode eliminar os sofrimentos que vem da consciência de culpa, dos fenômenos psicológicos da afetividade não correspondida, das ansiedades não concretizadas, do desejo do belo e da paz não conseguidos...
O dinheiro, pode trazer uma farta alimentação, mas não traz o apetite; pode trazer conforto, não a paz de quem habita o lugar agradável; a presença de pessoas, sem que lhe ofereçam o amor... a morte de um ser querido interrompe os sorrisos e o poder do mundo mas não o faz voltar, embora possa mover praticamente tudo e todos...
Essas ocorrências produzem sofrimentos, que não podem ser expulsos pela insistência mental nem socorridos com medicamento. Têm que ser enfrentados com paciência pela psique, pela autoconsciência do Self.
É natural que o sofrimento e a felicidade manifestem-se juntos, em aparente oposição, que os equipamentos psicológicos da compreensão podem fundir-se num estado de harmonia, quando se compreender que através do primeiro se alcance o segundo, bastando, compreender a sua origem e a sua permanência. Diluindo-se as marcas do inconsciente individual e do coletivo, anula-se a desventura e desperta a criança maltratada, que se encontra latente, conseguindo-se entender que é possível conciliar um com o outro, desde que transforme o primeiro em caminho que leva à plenitude.
Não tendo censura, nem mágoa pelas ocorrências desagradáveis que geram o sofrimento, não tem vigor os resíduos psicológicos doentios,   surgindo perspectivas favoráveis de superação do mesmo, porque outros fatores ocupam o lugar, como: a paz de consciência, o desejo para alcançar as metas programadas, os ideais abraçados.
Quando a mente volta-se para a elevação moral, social, espiritual, artística  de qualquer tipo, as expressões do sofrimento perdem o predomínio na emoção e, deixam de influenciar o comportamento.
A forma de superar o sofrimento é conquistar a felicidade trabalhando-o, ultrapassando-lhe os limites e as imposições.  Com esse comportamento, o sofrimento se transforma em dínamo gerador de energia que se desenvolve e produz recursos para a conquista da individuação.
Como equipamento psicológico, é bom insistir no relacionamento criatura-Criador, pensamento-oração, mente-esperança, que possibilita a sintonia com as forças cósmicas de onde vem todas as coisas materiais, e em forma de energia vitaliza e acalma todos os que assim se  comportam.
Vivendo no mundo em que tudo é energia em  aspectos vários de aglutinação de moléculas, o pensamento também pode e deve engendrar mecanismo que propicia o surgimento de forças psíquicas que trabalham o bem-estar e superam as construções do sofrimento.
Tudo, está em querer corretamente, para  conseguir retamente.
Pensando-se com equilíbrio e justiça, agindo-se com bondade e compaixão, vivendo-se com esperança e alegria, a iluminação ocorre naturalmente, ampliando a capacidade no Self (do eu profundo, do ser espiritual, do ser espiritual) de gerar o estado numinoso permanente.

Texto do livro Em Busca da Verdade. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis, Psicografado por Divaldo Pereira Franco. Trabalhado por Adáuria AzevedoFarias.16/03/16.

segunda-feira, 14 de março de 2016

GRATIDÃO A CURTO E A LONGO PRAZO
As emoções são reflexos do self (o Eu, Ser profundo, o Espírito, o Ser real) exteriorizando as construções e imaginações mentais.
Quanto mais diluída a sombra registrada no processo da evolução, são possíveis emoções mais fortes.
Revelando as fixações perturbadoras do inconsciente pessoal e do coletivo, é mais importante administrá-las substituindo-a com formulações opostas, que vão sendo superadas através do tempo, pela repetição ou pelo exercício. Exercitar qualquer função é  o melhor meio para que ocorra a sua fixação, como um novo hábito que se constrói no comportamento.
Consistindo na educação mental que leva a renovação moral.
A saúde emocional, resulta do esforço do self (do eu profundo, do Espírito, do Ser verdadeiro, imortal), quando opta pela mudança de atitude na vida não aceitando mais os seus condicionamentos perniciosos, os vícios morais, a agressividade e a perturbação.
Os conflitos, heranças doentias do ego e da sombra quando delinquiram, são psicoterapeuticamente transformados em segurança pessoal, em harmonia do comportamento – mente e emoção -, graças ao esforço do self quando abre espaço para o bem-estar que se expressa como saúde interior.
Por isso o dito: pensa no bem e o bem te acontecerá, assim como pensa no mal e o pior te tornarás transformam-se em fenômenos da conduta do self na manutenção dos equipamentos delicados da emoção.
O pensamento é dínamo gerador de ondas que movimentam a maquina orgânica, exteriorizando-se dos neurônios cerebrais na direção do sistema nervoso central, que as envia às glândulas endócrinas, e, por fim, vibra no sistema imunológico, por extensão, repercute no emocional dando lugar a efeitos equivalentes.
Pensamento é força dinâmica e vital.
Compreendendo que conforme se fixa no pensamento, a vida responde como ideoplastia ou concretiza-se inconscientemente, já que o automatismo da repetição na mente é responsável pela conduta a que o indivíduo se entrega.
Em relação aos fenômenos psicológicos de pequena ou grande monta, são sentimentos de variada expressão, indo desde os que consomem as energias, resultando em depressões, distúrbios de pânico, pavores, síndromes de Parkinson e de Alzheimer até os de esperança, alegria, equilíbrio, gratidão...
A gratidão moral é bem importante para o crescimento do self (do ser eterno, o ser verdadeiro, imortal, o Ser Real, o Espírito). Isto é: para a compreensão da conduta irregular do outro, unida a tolerância e a humildade pessoal que fazem reconhecer que cada um se comporta conforme o seu nível de consciência e o seu estágio intelecto-moral.
Compreende-se que o perdão real ainda seja um gênero de gratidão desconhecido.
Pois para que se expresse esse sentimento nobre – o do perdão! -, é essencial a maturidade emocional, a compreensão da realidade da vida, o respeito ético pelo próximo, a cultura de compaixão, sem esses itens conquistados dificilmente o perdão poderá ser exercitado ou vivido.
Quando o amor se expande, o perdão torna-se  natural, porque ao espraiar-se, a afetividade supera qualquer limite das convenções e se torna um oceano de generosidade.
Quando alguém traz ressentimento do outro que não lhe correspondeu à expectativa, crendo-se superior, merecedor de maiores  considerações, realmente se encontra no mesmo nível, porque a mágoa é ferida moral de inferioridade e de presunção...
 A diferença, entre o que perdoa e o que é perdoado é que o primeiro encontra-se em patamar de evolução superior, podendo estar aberto ao retorno do ofensor, sem censura ou reprimenda, o que corresponde ao legítimo esquecimento do mal para só lembrar do bem edificante.
O perdão dignifica quem o favorece, como necessidade de permitir ao outro o direito de caminhar conforme lhe é possível.
A luz dilui sem barulho a sombra da ignorância, da maldade, da perversidade...
A gratidão a curto prazo é um automatismo, no receber e no retribuir, no oferecer antes de conseguir, em estar-se livre para a vida.
Já quando, espera-se a retribuição, vive-se a síndrome de Peter Pan, mantendo-se interessado em coisas e negando-se a amadurecer, à refletir, à autodoação que dignificam.
A largo prazo, a gratidão colore-se de sabedoria para enriquecer a sociedade com o conhecimento e o amor, resultante de um grande esforço para alcançar a meta de servir com abnegação e devotamento.
O profissional de qualquer área que dedica longo tempo da sua vida preparando-se para conquistar conhecimentos e habilidades específicas para  aplica-las mais tarde, alcança o patamar da gratidão que ajuda a satisfação pessoal, o progresso dos indivíduos e, da humanidade.
Alguns dizem de forma pessimista que a Terra é um grande hospital, sem perceber que tal visão resulta  de um olhar moral distorcido da realidade, que é sempre favorável e cheia de oportunidades felizes.
Terra é sim uma escola de bênçãos, aonde ocorre o aperfeiçoamento moral e espiritual do ser na direção do estado numinoso que a espera.
Sendo esse o nível superior de integração do eixo ego-self alcançando assim a sua plenitude.
Todo esforço, para conquistar o equilíbrio emocional por meio dos sentimentos edificantes deve ser seriamente considerado por favorecer o encontro com o si profundo, transformando as experiências perturbadoras em conquistas relevantes, capazes de alterar toda estrutura do comportamento.
O self tem condições inatas para essa realização, originadas nas conquistas contínuas do processo de desenvolvimento das suas possibilidades de realização plena.

Do livro Psicologia da Gratidão, ditado pelo Espirito Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco. Trabalhado por Adáuria Azevedo Farias. Publicado em 14/03/16.

sábado, 12 de março de 2016

A VIDA HARMONICA
Alguns biólogos dizem que a vida é um fenômeno que anima a matéria. Indo, da fecundação à desencarnação, período em que o Espirito toma a matéria e a abandona, caracterizado pela presença da energia pensante.
A vida vibra por toda parte, na estrutura molecular ou em outra dimensão, de natureza espiritual.
A vida humana, é corporal e passageira, na qual se processam os mecanismos da evolução física, psíquica, emocional e espiritual, rumando para a  perfeição fatalidade a que todos estão destinados.
A morte é a parada dos fenômenos orgânicos, com a degeneração do tronco encefálico, abrindo espaço para a desencarnação, com a liberação do Espirito da sua estrutura material.
Mas morrer, nem sempre  é desencarnar, pois grande numero de pessoas, se mantêm apegados aos despojos matérias, após a morte, esperando trazê-los à vitalidade.
Tendo uma vida sensualista, priorizando o egoísmo e suas expressões, a morte orgânica não libera o princípio inteligente da vestidura que lhe permitiu o gozo e as sensações exorbitantes. Fixados nos equipamentos  que utilizou, a morte não identifica imediatamente a mudança de plano vibratório em que se encontra, pela continuação das percepções orgânicas, conservando como fortes impressões dando a ideia de que nada mudou.

Mas conforme ocorre a transformação e a desintegração dos despojos, o ser real sente pavor e perturba-se pela ignorância em que se conservou com relação à sua realidade além do sensorial. Esse estado de perturbação continua por longo tempo, variando de um a outro indivíduo, conforme o seu nível de consciência. O Self (eu real) (o ser espiritual) se reestruturando após o desenlace dos  equipamentos celulares, das combinações químicas eletro eletrônicas do cérebro, continua dominado pelo imperativo do ego que o manteve preso à sombra das paixões servis, com a falsa ideia de que tudo continua da mesma forma, apesar do acontecido...


Porém, quando se viveu dentro dos padrões éticos estabelecidos, mantendo-se respeito pela vida, utilizando a roupagem carnal de maneira sóbria, edificante e construtiva, experiencia-se, desde cedo, um desapego natural pela mesma, consequente da visão espiritualista que se tem da vida. Considerando-se tudo passageiro no mundo físico, e  o corpo um instrumento para a evolução, ama-se a organização material, consciente da sua relatividade, da sua destrutibilidade pela morte.
Fenômenos biológicos são recursos para que o Espírito conquiste a consciência de Si-mesmo ampliando a capacidade de entender de maneira intelecto-moral as coisas e a realidade em que vive. Tendo por objetivos imediatos a saúde e o bem-estar, age em todas as situações visando evitar  desequilíbrios, percebendo que a sua felicidade se vincula aos fatores ambientais e humanos, que também devem participar do mesmo empreendimento feliz.
Para alcançar o objetivo, o Self ( o Eu profundo, verdadeiro, imortal) visa os alvos estabelecidos, esforçando-se para harmonizar os arquétipos perturbadores e desenvolver as faculdades que se lhe encontram em germen, adormecidas. É o esforço pelo autodescobrimento, pela autoiluminação, por superar as heranças ancestrais que geram inquietação e sofrimento.
Como o sofrimento se apresenta em todas as fases do desenvolvimento do ser, por ser fenômeno natural, por desgaste biológico, ou por ocasionar o sofrimento do sofrimento, outras vezes pela impermanência, necessário se faz a atitude estoica de aceitá-lo jovialmente como processo de percurso inevitável, tendo como resultado inúmeras conquistas, como o amadurecimento psicológico, a visão da solidariedade em relação aos seres senciente – vegetais, animais e humanos – em cujo grupo se encontra.
A consciência da transitoriedade da matéria traz ao Self a escolha dos empreeendimentos edificantes, os que não trazem culpa nem arrependimento, proporcionando a vida harmônica identificando-se com tudo e com todos.
É um esforço grande a ser aplicado. Mas, a pérola que reflete a luz das estrelas é tirada das profundezas em que se desenvolve no molusco que a retém como mecanismo de autodefesa, ou como a estátua de rara beleza que estava oculta na pedra grosseira ou no metal sujo e disforme...
A vida humana é um grande desafio no processo  da evolução. Por mais que queira, ninguém evita os impositivos em que se expressa. Por isso, o pensamento ético estabeleceu diretrizes de segurança para se alcançar os objetivos da saúde, da tranquilidade, do bem-estar e da alegria de viver.
Aprofundando a sonda na complexidade do ser humano, a psicologia analítica traz grandes recursos para a autoidentificação, para descoberta dos limites, das possibilidades inimaginadas, na construção da plenitude, libertando o paciente da retenção na ignorância, na enfermidade, nos transtornos de comportamento...
Quando o individuo conseguir olhar-se com serenidade, sem culpa do passado, sem saudades dele ou ansiedades pelo futuro, esperando o vir-a-ser, apesar dos conflitos que vivencia, terá avançado decisivamente para a autorrealização, portanto, para uma vida harmônica.
Tal conquista não dificulta a luta contínua, porque a evolução não tem limite, e quanto mais se conquiste conhecimentos mais crescem os horizontes do saber e as questões do existir, do Cosmo, da vida em si.
Para o êxito desse projeto, a autoterapia do amor e do sentimento de dever contribui para o continuação no esforço do crescimento interior, de realização enobrecida, de harmonia, desaguando no estado numinoso (estado de bem-estar).
O ser numinoso exala equilíbrio, segurança, autoconquista. Passa a ser um polo de atração que beneficia todos que se lhe acercam, porque a sua exteriorização é benéfica e enriquecedora.
Assim também, o indivíduo voluptuoso, vulgar, insensato, mesmo que bem-vestido e de persona bem trabalhada, cuidadosamente maquilada para a vida social, exterioriza o bafio pestilencial do seu estado interior. Basta uma aproximação, um contato, para que se sinta o perigo do contágio da sua condição moral e espiritual. Ocorre uma falta de empatia entre o ser saudável e o ser enfermo, produzindo como uma antipatia e distanciamento.
Cada um é o que cultiva interiormente, suas aspirações e pensamentos, seus cuidados ou desastres emocionais, não podendo escondê-los de  forma que psiquicamente não se manifestem.
As vidas passadas deixaram o seu selo representativo da conduta que cada qual se permitiu.
Dizem que os discípulos de alguns mestres iogues acalmam-se junto deles, mesmo sem verbalização... da mesma forma ocorre com os pacientes quando chegam aos seus médicos, enfermeiros ou assistentes, sendo geral com pessoas portadoras de sentimentos elevados que produzem alegria e  harmonia a sua volta.
Os de temperamentos rebeldes, instáveis, comportamentos doentios, sentimentos avaros e mesquinhos, turbulentos e perversos, também identificam-se facilmente, mesmo que  não queiram, sem qualquer manifestação exterior.
O ser psíquico-moral é o verdadeiro indivíduo.
A psicoterapia busca trabalhar o Self, centro de todas as atenções e cuidados, descobrindo nele os registros das aflições das experiências sofridas, dos comprometimentos desastrosos, do que poderia ter feito de meritório e e não realizou ficando na expectativa...
Onde estiver o enfermo psicológico ou físico, ou mental, aí está também a totalidade dos seus atos em reencarnações anteriores agora refletidos na conduta angustiosa ou aflitiva que o perturba.
Imprescindível trabalhar o inconsciente coletivo, buscando os arquétipos de desintegração e sofrimento que nele reaparecem com frequência.
Os primeiros passos para conquistar a vida harmoniosa, são aqueles que liberam o despertar da consciência de si, o da responsabilidade assumida com as mudanças na ementa existencial.
Desmascarar a ignorância e diluir a sombra onde quer que se escondam, é o segundo passo da lucidez para alcançar-se o objetivo desejado.
Assumindo desculpas, em transferência de responsabilidade, o ego engenhoso e insubordinado procura manter o comando, disfarçando a aparência e mantendo os conteúdos doentios.
Terapias, alternativas, são úteis para  conquistar a vida harmônica sempre buscada.
Desde a cromoterapia, a massoterapia, a meditação e ioga para atingir o mocsa, a fluidoterapia especialmente através dos passes e outros  recursos à disposição dos interessados, o importante é alcançar a individuação, a sukha...
Alguns, preferem ser vitimas da síndrome do mundo cruel, conforme a denominam os sociólogos, pela alta carga de informações negativas, de desastres e infortúnios de que são vítimas, dizendo ser impossível superar ou digeri-la mentalmente.
Sendo um disfarce para não assumir a responsabilidade pelo que ocorre no mundo, porque, junto das misérias e vicissitudes, também estão os exemplos de dignificação e sacrifício de verdadeiras multidões que vivem no anonimato ou se tornam conhecidas, sem valorizarem o lado infeccioso da sociedade, que se apresenta em forma de doença pandêmica e constante.
O predomínio dos bons e dos portadores de sentimentos elevados dar à vida uma paisagem de esperança e de significado, como um amanhecer de bonança após a violência da tormenta.
Conquistar vida harmônica depende da escolha que cada um, portanto, uma vida harmônica, depende unicamente da escolha que cada um faz, dos objetivos existenciais, sendo preciso querer e trabalhar por conquistá-la.
... E o filho pródigo voltou para os braços paternos...

Texto do livro Em Busca da Verdade. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis, Psicografado por Divaldo Pereira Franco. Trabalhado por Adáuria AzevedoFarias.12/03/16.