sábado, 31 de março de 2018




“GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS”

TROPEÇOS


 No mundo intimo da criatura humana é onde se encontra o seu grande desafio como conflitos, aspirações, sentimentos controvertidos, necessidades reais e imaginárias.

Desenvolvendo-se através das muitas reencarnações, amplia o campo dos ideais, superando, lentamente, a estreiteza do comportamento de onde procede, sob a forma de anseios de amplitude do entendimento da vida e do universo.

Ainda ligada as situações difíceis do primarismo de que se vai libertando, compreende a grandeza e o significado existenciais, buscando a autorrealização alimentada pelos sentimentos do amor que ainda lhe são limitados...

Como a ave sem penas que gostaria de voar, sente a necessidade de conquistar o espaço que ainda a fascina e teme o momento ante a impossibilidade de fazê-lo.

Inconscientemente ele sabe que está destinado à glória solar e anseia por atingi-la, demorando-se, nos limites asfixiantes do ego que a atormenta.

A persona que tem afivelada na face, visando destacar-se no concerto social, preocupa-se apenas de imitar os triunfadores de ocasião, vivendo modelos de projeção passageira, em mudanças que perturbam, afastando-se da realidade imortalista.

Enquanto age dessa forma, no jogo ilusório dos prazeres sem profundidade emocional, o Espírito que é tem dificuldade de esforçar-se para resolver os problemas de alto significado, como: a transformação moral para melhor, a ascensão pela conquista de padrões de existência mais importantes, o desenvolvimento mental e a dedicação ao ministério da  fraternidade legítima.

A caminhada terrestre é um processo de aprendizagem enriquecedora por propiciar bênçãos que se transformam em harmonia íntima e compreensão dos significados propostos pela reencarnação.

Apesar dos impositivos do respeito a preservação da vida e à sua manutenção, através do trabalho digno, às vezes desgastante, a mente deve estar sempre dirigida aos valores transcendentais, harmonizando os deveres imediatos da sobrevivência material com os que se referem à sua fatalidade transcendental.

O aturdimento diário não pode ser única razão para as lutas evolutivas, e sim um meio de se alcançar o objetivo espiritual.

É nesse trabalho intenso, quando o ser resolve a vivencia iluminativa, que surgem os tropeços, tentativas de impedimentos para a conquista visada em forma de plenitude.

Vivendo uma cultura social imediatista e utilitarista, os significados espirituais e morais são considerados de pouca ou nenhuma relevância, e deixados em plano secundário para quando a morte se aproximar ou a dor se apresentar como modeladora de novos sentimentos.

A juventude e, a idade adulta buscam atender as futilidades, sendo-se surpreendido pelos impositivos inevitáveis da realidade, do passar do tempo e das oportunidades perdidas...

Remorso, revolta, desconforto interior vem a tona, e afligem em demasia, como efeitos naturais dos comportamentos insanos.

O ser humano precisa realizar o autoencontro, buscando desmascarar-se, vivendo a sua realidade, sem o sofrimento da imitação dos que parecem felizes, mas nem sempre o são.

Há muito engano no mundo.

Aparência e realidade são manifestações diferentes da vida.
A necessidade da fusão do ego e sua manifestação externa no si-mesmo é inadiável.

Somente nesse esforço é possível compreender-se o significado da vida carnal e os recursos de que se pode dispor para alcançá-lo.

Alguns exercícios simples podem auxiliar na luta contra os tropeços.

O silencio periódico é de vital importância para a conquista dos tesouros íntimos. Com a quietação interna, o tumulto abre espaço para a lucidez para a analise do que se é, daquilo que é necessário para a vitória, e dos significados existenciais.

O despojamento das aflições é outro recurso inestimável, por valorizar o que realmente tem sentido ante o que se atribui qualidade e significado.

O ser humano envolve-se demasiadamente com as coisas, as situações e o que chama de valores imprescindíveis à sua realização.

Perdido no abismo da loucura e do consumismo, acumulando lixo de luxo, escraviza-se aos interesses que os preservam, afastando-se dos objetivos reais da vida.

Sem perceber, o tempo passa no seu carro de horas, e, quando mergulha no imo, se percebe vazio, sem sustentação moral e emocional para os enfrentamentos com a consciência, com o porvir...

Nesses momentos, surgem os transtornos depressivos, em que medos e inseguranças apodera-se lhe com força e o perturbam.

Os primeiros períodos da vida física são os modeladores da fase de desgaste orgânico, quando a maturidade e a velhice são alcançadas, levando à reflexões inevitáveis.

Como nas fases iniciais da vida de aprendizado e de educação dos hábitos espirituais superiores, os esforços para superar os tropeços produzem indescritível bem-estar e imensa alegria de viver.

Conciliando-se o ser exterior com a sua realidade, o movimento da vida torna-se compensador pelas satisfações vindas das conquistas alcançadas.

Os sentimentos e ansiedades acalmam-se, proporcionando a tranquilidade que são estímulo para contínuas ascensões na direção da imortalidade.

Desaparecem os conflitos que urdem desequilíbrios e atormentam o ser, diminuindo-lhe as possibilidades de uma vida iluminada.

Por que, na vida de todos os trabalhadores do bem, os tropeços surgem desafiadores?

Porque ainda vive-se na Terra o período das provas e das expiações, em que predominam as ilusões e os encantamentos da irresponsabilidade.

Conforme sejam vencidos, desde as pequenas dificuldades num crescendo inevitável, as resistências do lutador tornam-se mais fortes e a sabedoria que nele se instala dão-lhe as técnicas para ultrapassar todo obstáculo no processo da vitória sobre si mesmo.
Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco no livro, Ilumina-te. Trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 31/03/2018.

sábado, 24 de março de 2018




“GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS”

REFLEXÕES DE ATUALIDADE

Diante da loucura que toma conta da sociedade, te perturbas, considerando a dificuldade da renovação social proposta pelo evangelho de Jesus e de que o espiritismo é o grande vanguardeiro.

Os índices da violência e da criminalidade em geral assustam, como ameaçadora é a onda de perversão moral e de perda de sentido psicológico nos vários seguimentos da  sociedade contemporânea.

Os vícios conquistam cidadania e os interesses submissos dominam os  vários grupos humanos, que se fazem adoradores do poder e do prazer, cada vez mais distantes, das responsabilidades éticas e dos compromissos morais.

A descrença na imortalidade e o descaso pelos valores espirituais surpreendem, mesmo naqueles que se ligam a algumas doutrinas religiosas. Acima de todas as questões tem primazia o jogo hedonista, na busca do prazer e do destaque do ego, centro da consciência; parte da identidade do indivíduo, responsável pela relação com o mundo exterior e pela busca das necessidades do ser,  com todas as suas mazelas, acorrentando os indivíduos a insensatez, às disputas sanguinárias.

A cada dia que passa o ser humano vale menos, apresentando-se descartável, e sem significado os deveres que elevam os grupos sociais e os dignificam.

Poucos sentem-se atraídos pela revelação dos Espíritos e aderem momentaneamente às instituições de estudos e de convivência fraternal.

Habituados, aos comportamentos ancestrais, conservam os hábitos infelizes e, em vez de superarem os limites da mesquinhez, inadequados da conduta infantil, cultivam os mexericos, a presunção, o melindre, espalhando aflições no grupo e pondo, à perder muitas vezes, respeitáveis construções do bem, que se entregam a sua perversidade emocional.

Se familiarizam rápido com o ambiente a as pessoas, passando a ver erros em todos, lamentando decepcionar-se com os demais, aos quais transferem os relevantes compromissos da boa conduta, eximindo-se de conduzir-se conforme lhes exigem.

Discutem os temas elevados do pensamento do Cristo e mantem-se nos costumes doentios que trouxeram, sem a renovação indispensável à própria paz, que retardam, mais preocupados com o próximo, que fiscalizam e condenam, do que com o seu próprio processo de evolução.

São agressivos, estão sempre indispostos e rudes, utilizando-se, dos pobres para promover o ego, como  salvadores, sem o mínimo sentimento de fraternidade ou de compaixão.

Os espetáculos da vulgaridade substituem os cenários da alegria pura e da naturalidade, que cedem o lugar aos acepipes da luxuria e dos atentados ao pudor, com anedotas chulas e de sentido duplo.

...e o alucinante desejo de ter mais, de enriquecer, de destacar-se na comunidade toma o lugar das virtudes esquecidas da humanidade, da pureza de coração. 

Dessa forma, para onde caminha a humanidade atual?


Nunca esqueças, que o condutor do planeta cuida e tem planos especiais para todas as situações e emergências.

Por mais resista a criatura humana, escolhendo o primarismo, a lei de progresso não muda e a todos alcança.

Felizes os que escolhem as mudanças morais para melhor sem instrumentos do sofrimento, pois, exercitando o bem e o amor, além de humanizar-se cada vez mais, quebram as amarras com o primarismo do qual procedem.

Conforme mudam de patamar evolutivo, mais buscam anelando os cumes gloriosos da vida.

O progresso neles segue o calculo geométrico, e, à medida que anulam os impulsos perturbadores que afligem, favorecem a ampliação dos sentimentos que transcendem as necessidades voluptuosas da matéria.

Não desanimes, mantendo-te fiel ao teu compromisso e fazendo da melhor forma possível.

A tua parte é muito importante no conjunto geral.

Se te permites a duvida e  insatisfação por veres como quão distante a humanidade se encontra da meta sublime que é o reino dos céus, estarás vitalizando os miasmas pestíferos da desarmonia que vige vigorosa em quase toda parte.

Acende a luz da esperança onde estejas e te mantém compassivo onde seja necessário.

Que o exemplo dos maus não seja modelo para o teu comportamento, pois, se não fizeres assim, estarás acumpliciado com a loucura que se propaga abertamente.

Por menor que te sintas, tens o tesouro da fé que te sustenta a vida e te faz avançar sem medo, sem aflição.

Muitas vezes te sentes deslocado do contexto social ou até excluído dele, porque não falas a mesma linguagem, não tens os mesmos hábitos e modismos, apresentando-te como ultrapassado no ambiente.

Sim, é assim mesmo. O cristão verdadeiro tem que ser diferente do indivíduo convencional, no qual a persona é mais importante do que a individualidade, o ego lhe predomina em prejuízo do ser profundo que o deve caracterizar em todos os momentos.

Não usando a máscara que torna todos iguais, chama a atenção, provocando as reações dos utilitaristas e gozadores, que os enche de gracejos e de restrições, por se sentirem ofendidos pela diferença que observam.

É compreensível que seja assim, porque até mesmo para Ele não houve lugar no mundo.

Será instalado, o mundo novo entre as criaturas terrestres, sim, e as providencias para que isso aconteça no menor prazo possível vem sendo tomadas pelos responsáveis pelo programa de renovação em andamento.

Reencarnação é o mecanismo inevitável que vem procedendo a seleção que ocorre agora, permitindo a permanência dos que acompanham a marcha do progresso, e os demais, como no mito de Lúcifer, são transferidos para outras dimensões penosas onde refundirão os sentimentos e, depois de renovados, voltarão à nave mãe.


Quem visse o apogeu do império romano, nos seus dias gloriosos, e a pequena grei de discípulos de Jesus, perseguidos e assassinados, nunca imaginaria a queda do poder de César diante da simplicidade da nova era.

Tudo ruiu e, da sua incomparável grandeza, restaram os fastos nas páginas da história.

Entretanto, os iludidos discípulos de Jesus rapidamente aderiram ao poder deixado por César e a fé também naufragou.

Agora, ante as luzes do Consolador, tudo será diferente: o poder dominante será o do amor sob as bênçãos da caridade.

Assim sendo, confia e segue com Jesus...
Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco no livro, Ilumina-te. Trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 24/03/2018.

sábado, 3 de março de 2018


“GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS”

RELACIONAMENTOS AFETIVOS

O instinto gregário que predomina nos animais e especialmente no ser humano, que nasceu para viver em grupo, formando greis e a humanidade, leva-o aos relacionamentos da sua existência.

A ascensão em isolamento é uma agressão ao processo evolutivo marcado por  sofrimentos desnecessários.

Em alguns casos a solidão traz reflexões profundas, servindo de pano de fundo para os registros superiores da vida.

Mas o afastamento da sociedade, para servir a Deus, é uma fuga, talvez inconsciente, dos relacionamentos responsáveis pelas experiências do convívio, da solidariedade, tentando evitar conflitos e desgastes normais na vivencia com o outro.

A proposta de sabedoria de Jesus refere ao amor ao próximo como fundamental para o salto emocional para o amor a Deus.


Desenvolver a afetividade é imposição do processo de elevação do Espírito.

No início são os impulsos da libido,  decorrentes do instinto,  responsável pela multiplicação da espécie. Conforme o ser humano se eleva, sua complexidade cresce, culminando na abnegação, na renuncia, no sacrifício até da própria existência.

As criaturas precisam de relacionamentos afetivos, mesmo nos primeiros reinos da evolução...

Desde a simples escolha  dos parceiros, nos tempos primários em que os caprichos masculinos predominavam, a união sexual foi uma das razões fundamentais para o bem-estar dos grupos sociais.

Aos poucos, com o  discernimento emocional e o surgimento dos princípios éticos e morais, querendo-se equilibrar as funções do sexo distante da promiscuidade e dos múltiplos relacionamentos, surgiu a monogamia como um estágio em que o sentimento de amor passou a predominar, sobre a libido desordenada.

A disciplina sexual tornou-se importante no  equilíbrio comportamental e espiritual da criatura humana.

Com isso, a família passou a ser  fator indispensável de socialização da criatura terrestre.

Mesmo quando o egoísmo ainda predominava nos relacionamentos, a família abria o leque da afetividade com todos os seus membros.

A união, dos parceiros tornou-se uma necessidade  do progresso social, mas, como a cultura ainda fosse asselvajada, a mulher tornou-se vitima das paixões sórdidas, colocada em plano inferior, impondo-lhe penalidades perversas, quando cometia um engano que desagradasse o parceiro caprichoso.

A culpa  imposta pelo mito da Criação, tornando-a responsável pela deserção do homem no paraíso, fê-la inferior e, portanto, subalterna, amada, mas em plano de secundário de significado.

Com a evolução do pensamento filosófico, psicológico e sociológico, aos poucos a mulher conquistou o seu lugar de importância no relacionamento afetivo, na construção e condução da família, trazendo-lhe os mesmos direitos dados ao homem.

A liberdade buscada pela mulher, depois das humilhações milenárias e da submissão absurda através dos tempos, acabou sendo conquistada, mas hoje correndo o risco, de queda na libertinagem que infelizmente a espreita...


Os relacionamentos afetivos são muito importantes para o  crescimento do ser humano, que busca a fraternidade universal como necessário ao progresso a que se submete.

Enquanto perdurar o vício mental do relacionamento egóico e pessoal, a relação afetiva estará condenada ao fracasso.

Há uniões programadas no mundo espiritual, antes do mergulho carnal, em que os futuros parceiros se comprometem a estar juntos, contribuindo para o bem-estar da humanidade.

Mas á maioria das parcerias, resultam de interesses imediatistas, de sensações de prazer, de necessidades biológicas e emocionais, sem  responsabilidade.

Nesses casos, são rápidas e frustrantes, porque cada um se encontra mais interessado em si do que no outro,   causando lamentáveis transtornos emocionais e sociais.

Quando são pessoas psicologicamente maduras e responsáveis, o amor predomina na busca do parceiro, eleito pelos valores internos, pela sintonia espiritual, formando relacionamentos felizes.

Nesses casos, os valores éticos predominam e ajudam a superar as dificuldades de entendimento entre os que se unem, sem perderem  suas características, sem impor ao outro apenas o que lhes convém.

Quando ocorre assim, a família estrutura-se em bases seguras de respeito e  amizade entre os seus membros, tornando-se modelo de sustentação do grupo social.

Firmados ou não compromissos legais ou religiosos da união, sempre prevalece o amor.

Quando não há o amor nos sentimentos e nas mentes, a jornada é difícil e cheia de ocorrências perturbadoras, os relacionamentos são rápidos e tumultuados, porque o prazer do sexo passa rápido, e novos interesses se instalam nos indivíduos  sem compromisso com os valores emocionais do outro.

Todo relacionamento afetivo que mantém dois indivíduos em união merece o maior respeito, por propiciar a harmonia dos parceiros que se sentem compensados pelas sensações do prazer e principalmente pelas elevadas emoções da afetividade.

O afeto une as criaturas, umas às outras, permitindo também a troca de hormônios psíquicos,  realmente responsáveis pela harmonia e saúde integral de todos os seres humanos.

Nessas uniões felizes sempre há a preocupação de repartir júbilos com o outro, e compartir as alegrias vindas deles.


Quando buscares parcerias afetivas, não esqueças de contribuir com aquele que escolhes como companhia, considerando que não tens o direito de ferir os sentimentos do teu próximo, de quem se te afeiçoa e confia, entregando-se em totalidade.

O uso que fizeres da tua atividade construirá o teu futuro de bênçãos ou de solidão, mesmo que acompanhado, num tormentoso vazio existencial, que tipifica a sociedade de hoje.

A união dos sexos sob as luminosas bênçãos do amor é o sublime instituto em que se constrói a família, síntese essencial da grande humanidade.

Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco no livro, Ilumina-te. Trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 02/03/2018.