“GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS”
TROPEÇOS
No mundo intimo da criatura humana é onde se encontra
o seu grande desafio como conflitos, aspirações, sentimentos controvertidos,
necessidades reais e imaginárias.
Desenvolvendo-se
através das muitas reencarnações, amplia o campo dos ideais, superando, lentamente,
a estreiteza do comportamento de onde procede, sob a forma de anseios de
amplitude do entendimento da vida e do universo.
Ainda ligada
as situações difíceis do primarismo de que se vai libertando, compreende a
grandeza e o significado existenciais, buscando a autorrealização alimentada
pelos sentimentos do amor que ainda lhe são limitados...
Como a
ave sem penas que gostaria de voar, sente a necessidade de conquistar o espaço
que ainda a fascina e teme o momento ante a impossibilidade de fazê-lo.
Inconscientemente
ele sabe que está destinado à glória solar e anseia por atingi-la,
demorando-se, nos limites asfixiantes do ego que a atormenta.
A persona que tem afivelada na face, visando
destacar-se no concerto social, preocupa-se apenas de imitar os triunfadores de
ocasião, vivendo modelos de projeção passageira, em mudanças que perturbam, afastando-se
da realidade imortalista.
Enquanto
age dessa forma, no jogo ilusório dos prazeres sem profundidade emocional, o
Espírito que é tem dificuldade de esforçar-se para resolver os problemas de alto
significado, como: a transformação moral para melhor, a ascensão pela conquista
de padrões de existência mais importantes, o desenvolvimento mental e a
dedicação ao ministério da fraternidade
legítima.
A caminhada
terrestre é um processo de aprendizagem enriquecedora por propiciar bênçãos que
se transformam em harmonia íntima e compreensão dos significados propostos pela
reencarnação.
Apesar
dos impositivos do respeito a preservação da vida e à sua manutenção, através do
trabalho digno, às vezes desgastante, a mente deve estar sempre dirigida aos
valores transcendentais, harmonizando os deveres imediatos da sobrevivência material
com os que se referem à sua fatalidade transcendental.
O
aturdimento diário não pode ser única razão para as lutas evolutivas, e sim um
meio de se alcançar o objetivo espiritual.
É nesse
trabalho intenso, quando o ser resolve a vivencia iluminativa, que surgem os
tropeços, tentativas de impedimentos para a conquista visada em forma de
plenitude.
Vivendo
uma cultura social imediatista e utilitarista, os significados espirituais e
morais são considerados de pouca ou nenhuma relevância, e deixados em plano
secundário para quando a morte se aproximar ou a dor se apresentar como
modeladora de novos sentimentos.
A juventude
e, a idade adulta buscam atender as futilidades, sendo-se surpreendido pelos
impositivos inevitáveis da realidade, do passar do tempo e das oportunidades
perdidas...
Remorso,
revolta, desconforto interior vem a tona, e afligem em demasia, como efeitos
naturais dos comportamentos insanos.
O ser
humano precisa realizar o autoencontro, buscando desmascarar-se, vivendo a sua realidade, sem o sofrimento da
imitação dos que parecem felizes, mas nem sempre o são.
Há muito
engano no mundo.
Aparência
e realidade são manifestações diferentes da vida.
A necessidade
da fusão do ego e sua manifestação externa no si-mesmo é inadiável.
Somente
nesse esforço é possível compreender-se o significado da vida carnal e os
recursos de que se pode dispor para alcançá-lo.
Alguns
exercícios simples podem auxiliar na luta contra os tropeços.
O silencio periódico é de vital importância para a conquista dos
tesouros íntimos. Com a quietação interna, o tumulto abre espaço para a lucidez
para a analise do que se é, daquilo que é necessário para a vitória, e dos
significados existenciais.
O despojamento das aflições é outro recurso inestimável, por valorizar
o que realmente tem sentido ante o que se atribui qualidade e significado.
O ser
humano envolve-se demasiadamente com as coisas, as situações e o que chama de
valores imprescindíveis à sua realização.
Perdido
no abismo da loucura e do consumismo, acumulando lixo de luxo, escraviza-se aos
interesses que os preservam, afastando-se dos objetivos reais da vida.
Sem perceber,
o tempo passa no seu carro de horas, e, quando mergulha no imo, se percebe
vazio, sem sustentação moral e emocional para os enfrentamentos com a consciência,
com o porvir...
Nesses
momentos, surgem os transtornos depressivos, em que medos e inseguranças apodera-se
lhe com força e o perturbam.
Os primeiros
períodos da vida física são os modeladores da fase de desgaste orgânico, quando
a maturidade e a velhice são alcançadas, levando à reflexões inevitáveis.
Como nas
fases iniciais da vida de aprendizado e de educação dos hábitos espirituais superiores,
os esforços para superar os tropeços produzem indescritível bem-estar e imensa
alegria de viver.
Conciliando-se
o ser exterior com a sua realidade, o movimento da vida torna-se compensador
pelas satisfações vindas das conquistas alcançadas.
Os sentimentos
e ansiedades acalmam-se, proporcionando a tranquilidade que são estímulo para
contínuas ascensões na direção da imortalidade.
Desaparecem
os conflitos que urdem desequilíbrios e atormentam o ser, diminuindo-lhe as
possibilidades de uma vida iluminada.
Por que,
na vida de todos os trabalhadores do bem, os tropeços surgem desafiadores?
Porque
ainda vive-se na Terra o período das provas e das expiações, em que predominam
as ilusões e os encantamentos da irresponsabilidade.
Conforme
sejam vencidos, desde as pequenas dificuldades num crescendo inevitável, as resistências
do lutador tornam-se mais fortes e a sabedoria que nele se instala dão-lhe as
técnicas para ultrapassar todo obstáculo no processo da vitória sobre si mesmo.
Texto
de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco no livro, Ilumina-te. Trabalhado
e editado por Adáuria Azevedo Farias. 31/03/2018.