segunda-feira, 25 de maio de 2015


A conquista da plenitude pela gratidão

 

A Psicologia da Gratidão não pode nem deve isentar-se do estudo da transcendência do ser humano.

A partir do final do século XIX a grande quantidade de caracteres e identidades das pessoas fizeram surgir diferentes correntes de psicoterapia, todas respeitáveis, enquanto não generalizem  seus postulados, estabelecendo conceitos e métodos rígidos para atender seus pacientes. Sabemos que o sucesso de qualquer recurso curativo depende do esforço pessoal do enfermo, seu interesse pela recuperação da saúde e o bem estar, dando a sua contribuição, sem ela, os melhores processos de ajuda, se não são invalidos, são de pequena duração...

Toda generalização erra por produzir,  fanatismo ou preconceito.

A psicologia clássica e as diferentes escolas de experimentação clínica devem considerar o ser humano também como espírito imortal e não apenas na sua dualidade corpo-mente. Mesmo que não aceite a sobrevivência à morte orgânica, é compromisso científico estudar todas as variantes sem preconceito quanto à legitimidade. Porque os pacientes vêm de várias camadas culturais e sociais, religiosas e positivistas, crentes e não ligadas a nenhum credo espiritualista... O resultado desse procedimento será sempre positivo para o paciente ansioso e transtornado.

As pesquisas do magnetismo, e do hipnotismo, no começo muito criticado, trouxeram, nos final do sec.XIX, em diferentes academias seguidoras dos padrões materialistas da época, grande contribuição para a descoberta e o entendimento do subconsciente e, do inconsciente mais tarde... Restritos aos preconceitos da época foram rotulados todos os fenômenos dessa ordem e, mais tarde, também os mediúnicos e anímicos como psicopatologias: histeria, dissociação, epilepsia, alucinações, personalidades múltiplas e outras denominações que não correspondem à realidade.

Com essa conclusão, médiuns e sensitivos de diversas qualidades, por mais demonstrassem a interferência dos chamados mortos nas suas comunicações sob rigoroso controle de conceituados cientistas, foram considerados em estado de consciência alterada, portanto psicopatas...

O Dr. Pierre Janet, com sua tese do automatismo psicológico, reduziu todos os fenômenos a personificações parasitárias, tendo sido recebida com aplauso por muitos dos seus pares.

O Dr. Flournoy, estudando Hélène Smith e registrando a sua mediunidade, também utilizou explicações incapazes de enquadrar com segurança os fenômenos observados.

Frédéric Myers, constatando a realidade da fenomenologia mediúnica, especialmente por meio da Sra. Newham, afirmou que as comunicações não afetavam “o estado normal” das pessoas.

William James, o grande psicólogo pragmatista americano, observando séria e longamente as comunicações mediúnicas da Sra. Piper, convenceu-se da sua realidade e asseverou que, para se demonstrar que “nem todos os corvos são negros, basta somente apresentar um corvo branco”, desanimando os exigentes incrédulos...

Com o advento da psicologia transpessoal, com Maslow, Grof, Kubler-Ross, Pierrakos e toda uma elite de psicólogos, psiquiatras, neurologistas e outros especialistas nos  seminários em Big Sur, na Califórnia (EU A), foram apresentadas  mais amplas possibilidades de sucesso na aplicação de psicoterapêuticas em pacientes portadores de obsessões espirituais, de traumas e culpas de existências passadas, abrindo espaço para procedimentos conforme a psicogênese de cada transtorno...

Cada ser humano é um universo específico, tendo sua origem nos penetrais do infinito.

Transcendente, reflete as experiências vividas e acumuladas no inconsciente pessoal profundo, assim como registradas no inconsciente coletivo, produzindo os lamentáveis processos de alienação.

A sombra coletiva resultante do preconceito acadêmico reinante domina a sociedade e um sentimento ressentido gera culpa e animosidade, violência e frustração, medo e solidão, tornando ingrato o cidadão que deveria se transformar em um archote de luz alterando a paisagem social e moral da humanidade.

A possibilidade de transcendência dá ao ser humano um significado também grandioso, porque o seu ciclo evolutivo não para quando lhe ocorre a morte.

As metas são transferidas do círculo    corporal para a dimensão cósmica, assim continuando indefinidamente.

O ego passageiro com essa nova compreensão modifica o comportamento com o entendimento da imortalidade e libera o self (o ser real, o si, o ser espiritual, o ser eterno) da sua constrição afligente.

Essa visão imortalista também produz o amadurecimento psicológico, enriquecendo o indivíduo de segurança moral, de identificação com a vida, superando as crises existenciais que não o perturbam mais.

A ignorância a respeito do ser integral responde por muitos conflitos, como o medo, a ansiedade, a incerteza e a falta de objetivo existencial desde que, de um para outro momento, a morte destruindo a vida, tudo levaria ao nada...

A transcendência faculta o sentido de gratidão em todas as circunstâncias, proporcionando comportamento saudável, relacionamentos edificantes e imensa alegria de viver com os olhos no futuro feliz.

O homem e a mulher sabendo-se imortais tem perspectivas de alcançar a plenitude, pela possibilidade inevitável de ressarcir erros, de reabilitar-se dos erros ou enganos praticados, de recomeçar e conseguir êxito nos empreendimentos marcados pelos fracassos.

Agradecer emocionalmente ser-se transcendente é auto psicoterapia de otimismo que liberta o Narciso interno da sua imagem irreal, diluindo a síndrome enganosa de Peter Pan, e responsabilizando para a conquista da individuação, como consequência do amadurecimento psicológico que resultará no estado numinoso.

Não mais doenças nem estados doentes no indivíduo que se encontrou a si mesmo, que se descobriu imortal e avança em direção da sua plenitude.

Trabalhado pelo livro Psicologia da Gratidão, de Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Franco. 25/05/2015.
Caros amigos leitores, espero que leiam, reflitam e curtam bem o texto sabiamente trabalhado pela inteligência da querida mentora de Divaldo Franco, Joanna de Ângelis. Na sua rica e longa caminhada cheia de experiências reencarnatórias, sabiamente projetadas e realizadas grandemente com sucesso, aproveitando todas as oportunidades de aprendizado e experiências, traz hoje tão belas e ricas lições para nós, facilitando a compreensão e seleção de nossas opções de vida. Façamos bom proveito do rico trabalho da mentora que chega a nossas mãos. Sejamos pois, gratos.  bjs. Adáuria

quinta-feira, 21 de maio de 2015

CONVIVER E SER
O Evangelho de Lucas é de uma beleza especial, tornando-o um dos mais belos livros já escrito.
Quando Jesus ia para Jerusalém, na subida narrou 19 parábolas, sendo um dos mais belos e atuais estudos do comportamento humano diante da consciência enobrecida e dos deveres com o próximo, chamado de O Evangelho da misericórdia e da compaixão.
Misericórdia e compaixão são termos desafiadores da existencial humana. Misericórdia, que seja mais do que piedade, seja também alegria no júbilo do outro, satisfação pela vitória do lutador e tudo que se puder fazer, que seja feito com paixão, com uma abnegação superior cheia de bondade e brandura...
As três parábolas dos perdidos, numa análise das necessidades emocionais do ser diante dos acontecimentos do cotidiano, dos aparentes insucessos e perdas, que devem ser motivo de coragem e de busca, nunca de recuo ou de desistência.
...E Ele contou-as, porque, perseguido pela hipocrisia farisaica dos seus inimigos, que O acusavam de conviver com os miseráveis: meretrizes, ébrios, poviléu, doentes e excluídos, não teve outra alternativa, a não ser tentar despertar as suas consciências desprezíveis adormecidas para o bem e para a solidariedade.
Caluniado de beberrão e comilão, porque se alimentava com os infelizes, nunca se justificou, porque não tinha sombra, era numinoso. Mas, era preciso legar-lhes o tesouro terapêutico da misericórdia, para que entendessem que também eram famintos de luz e de amor, debatendo-se nos conflitos terríveis em que se refugiavam.
Preferiam não entender que Ele é a luz do mundo e, assim como o Sol que oscula a corola da flor sem perfumar-se, e o pântano apodrecido sem macular-se, pairava acima das misérias humanas, erguendo os caídos e evitando que descessem a abismos mais profundos, os que se lhes encontravam à borda...
 Os seus acusadores, preocupavam-se em manter os hábitos e a tradição, exteriores, com o mundo íntimo em trevas, satisfazendo-se em vigiar os outros, descarregar as culpas e mesquinhezes naqueles que invejavam porque não eram capazes de se assemelhar ou ao menos aproximar-se-lhes moralmente...
Captando os pensamentos hostis e despeitados, ouvindo as acusações, o Homem Integral, compadecendo-se da sua incúria, expôs a Sua tese, através de interrogações sábias e respostas adequadas: Qual de vós é o homem que, possuindo cem ovelhas e tendo perdido uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto, e não vai em busca da que se havia perdido até achá-la? Quando a tiver achado, põe-na cheio de júbilo sobre os seus ombros e, chegando a casa, reúne os seus amigos e vizinhos e diz-lhes: Regozijai-vos comigo, porque achei a minha ovelha que se havia perdido. Digo-vos que assim haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende, do que por noventa e nove justos, que não necessitam de arrependimento. E prosseguiu intimorato e intemerato: Qual a mulher que, tendo dez dracmas e perdendo uma, não acende a candeia, não varre a casa e não a procura diligentemente até acha-la? Quando a tiver achado, reúne as suas amigas e vizinhas, dizendo: Regozijai-vos comigo, porque achei a dracma que eu tinha perdido. Assim, digo-vos, há júbilo na presença dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende. (versículos 4 a 10)
As profundas parábolas dos perdidos e achados são o prólogo da narrativa do Pai que tinha dois filhos...
Nas três narrativas, o inconsciente coletivo libera arquétipos ocultos que se fazem presentes, de forma clara, como no texto, quando o homem e a mulher são apresentados, respeitando o anima-us, para servir de base ao estudo psicológico do ser humano que, apesar da diferença de sexo, as emoções se equivalem, as aspirações são idênticas, as ansiedades e alegrias são características do seu comportamento.
A saúde, a paz de espírito, o equilíbrio emocional e psicológico, a harmonia doméstica, a confiança, a alegria de viver podem ser considerados ovelhas e dracmas que todos estimam e lutam por preservar. As circunstancias do transito carnal, muitas vezes, criam situações difíceis e perdem-se alguns desses valores ou, um deles, essencial à vitória e ao bem-estar. È sábio que, não considerando os outros tesouros, esforça-se por buscar o que perdeu, com tenacidade até encontrar e, quando o tem novamente, quanto júbilo que o invade! Surgem-lhe a satisfação imensa, quer dizer a todos: amigos, vizinhos e conhecidos a alegria que o toma pela recuperação do que tinha perdido e voltou a fazer parte da sua vida.
Todos trazem no  inconsciente individual a sua criança ferida, magoada, que lhe dificulta a marcha de segurança na busca da paz interior, da saúde e da vitória sobre as dificuldades.
Essa criança ferida é o ser humano perdido no deserto, ou na casa, que precisa ser varrida, para tirar as camadas de ressentimentos que impedem a luz da razão, do discernimento.
Através da reflexão e da psicoterapia equilibrada, a criança ferida, libera o adulto encarcerado que não se pode desenvolver e ocorre uma integração entre a sombra e o ego, proporcionando alegrias inenarráveis ao Self, que aspira à perfeita união das duas fissuras da psique.
Jesus conhecia essa ocorrência, identificava os opositores internos, por isso trabalhava com os melhores instrumentos da bondade e da compaixão, que Lhe eram recursos psicoterapêuticos para oferecer à massa dos sofredores e, ao mesmo tempo, aos adversários ferrenhos que não conseguiam perturbá-lo.
As três parábolas da esperança, que são os tesouros arquetípicos que se encontram no inconsciente de todos os indivíduos, precisam ser vencidas, seja num mergulho de reflexão a respeito da existência de cada um, ou pela observação dos acontecimentos naturais do dia a dia, trabalhando os conflitos que vem das perdas  para que sirvam de alicerces para as resistências na busca do encontro.
A sociedade é formada em todos os tempos por pessoas como as que Jesus deu prioridade, comendo e bebendo com eles, sentando-se à mesa da fraternidade, alimentando-se sem alarde e sem preocupações exteriores das observâncias israelitas, demonstrando sua preocupação maior com o interior, com a psique, do que com o exterior, o ego, a aparência.
O numero de transtornados psicologicamente é grande, pela preservação da criança ferida em cada um, dos complexos narcisistas e de inferioridade, do egoísmo e da presunção que dificulta o indivíduo de auto-realizar-se. Sempre vendo o que não tem, o que não conseguiu, permitindo-se sofrer ou aborrecer pela imaginação atormentada, fora da realidade objetiva, perdendo-se...
O encontro só vai ser possível quando se resolver auto penetrar-se, buscar descobrir a raiz do conflitivo e encorajar-se a lutar pela libertação, regozijando-se com cada encontro, cada realização dignificante.
Quem tem medo de avançar e só vê a estrada, não conquista espaços nem alcança o cume da montanha dos  desafios. Aos poucos, etapa a etapa, vão ficando para trás os marcos das vitórias, umas pequenas, outras, importantes, tornando possível a integração da própria na Consciência Cósmica sem perder a própria individualidade.
Texto estudado a partir do livro Em Busca da Verdade, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco.

Publicado em 21/05/2015.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Gratidão pela vida

A vida é um milagre do universo.
Presente em todas as expressões imagináveis é lei de amor funcionando no mais profundo significado.
Não importa o nome que se dê à fonte geradora, é o maior desafio à inteligência, especialmente quanto à sua finalidade quando atinge o esplendor no ser humano.
Tendo conquistado o discernimento e razão, a vida se lhe corporifica nos cem trilhões de células do organismo, em incomparável mecanismo de harmonia e de interdependência, controlado pela psique, em ultima análise, do self original do qual procedem todas as manifestações físicas.
Conseguindo, nessa fase, a capacidade de logicar, permite-lhe penetrar nos antes insondáveis mistérios do cosmo, no macro ou no micro, culminando na ideação, na percepção do abstrato, sobretudo nos sentimentos de amor, de ternura, de compaixão, de esperança e de alegria. As manifestações primárias aos poucos são substituídas pela transcendência, e o si-mesmo participa da elaboração do próprio destino e das ocorrências que lhe trarão a conquista do infinito, nunca lhe permitindo retroceder ou permanecer em postura parasitária, inadequada ao processo da evolução.
A busca da plenitude revela-se como a máxima aspiração que deve tornar-se realidade. Mas, para consegui-la, é indispensáveis os instrumentos da vontade consciente e das necessidades prementes superando as injunções da sombra que segue ao lado da claridade mental.
A plenitude é a glória de ser-se o a que se está predestinado pela injunção da força criativa, independendo das coisas, mas resultante da essência de que cada um é único e deverá unir-se à inteligência cósmica, tornando-se consciente da realidade universal.
A plenitude dilui e absorve a sombra, fazendo desaparecer todas as marcas ancestrais que dificultavam o processo da autoiluminação.
Ao lado disso, proporciona a cura real das mazelas antigas arquivadas no insondável do ser, no seu corpo perispiritual, responsável por modelar as formas físicas e os equipamentos da sua fisiologia e da sua psicologia.
Recompondo o corpo emocional com a superação dos traumas, dos medos, da culpa, da ansiedade possível, traça novos mapas delineadores dos processos de desenvolvimento, expressando-se em harmonia e bem-estar conforme sejam alcançados os patamares elevados onde se encontra a sua destinação.
Assim, são vencidos os estresses, as desarmonias vibratórias, e facilitada a comunicação equilibrada de todas as células com as suas memórias ativadas, facultando a harmônica homeostase.
Embora desempenhando funções  diferentes, essas células no seu circuito perfeito no organismo trabalham em conjunto pelo todo, sem exaltação ou timidez, em razão do controle da mente sobre o corpo.
O ser humano faz tentativas para uma boa vida, compreendida como, acúmulo de bens e de conforto, que são exigências do ego, em prejuízo da vida boa e serena conforme aspira o self.
A busca, da transformação para melhor a cada instante é o hino de louvor e de gratidão à vida que se experimenta em consonância com a harmonia cósmica.
Nisso não ocorrem imediatas alterações importantes do ser, mas na maneira como vive, cada qual se mantendo na sua estrutura superior em contínua ascensão espiritual.
Diz-se que o mundo é o resultado de contrastes, que é verdade, pelo menos aparentemente. Mas, são esses contrastes que promovem o raciocínio, impulsionam as ações saudáveis, ajudam a desenvolver as faculdades sublimes do self, pois se fosse ao contrário, tudo igual, não teria motivação nem razão para lutar pelo numinoso, alcançando-se um final degenerativo, sem significado, sem objetivo, por desconhecer-se o outro lado da ocorrência evolutiva.
A responsável pelos desafios em seus muitos aspectos é sempre a natureza, que arranca o indivíduo do estado de entorpecimento para o levar ao de lucidez. Em tudo estarão presentes as duas faces: o claro e o escuro, o alto e o baixo, o yang e o yin, a tristeza e a alegria, o bem e o mal...
A oposição das forças no universo responde pela existência dele mesmo, assim ocorrendo de maneira equivalente no cosmo humano.
A sombra muitas vezes disfarça-se e dá a ilusão de que se pode ser essencialmente bom, nobremente generoso, completamente afetuoso, sem máculas nem problema emocional. Essa façanha escraviza muitas pessoas desatentas, atraindo-as para o fanatismo religioso, racial, desportivo ou de qualquer outra natureza, gerando graves distúrbios de conduta e recalques de sentimentos. É normal e saudável deixar-se vivenciar por uma raiva momentânea, por uma tristeza justificada, por uma reação ante a agressividade, não se permitindo, no entanto, transformar esses fenômenos emocionais em estado generalizado de comportamento. Esses transtornos procedem da obscuridade existente no ser que se vai libertando das imposições penosas para fruir o bem-estar, não importando a situação em que se encontre.
A sombra, não se constitui um adversário perverso, e sim um auxiliar no processo da autorrealização anelada, pois a vitória sobre a circunstancias, chamadas de aziagas às vezes, faz-se torna-se responsável pelo equilíbrio emocional.
Muito se teme cair em erro, quando é uma pessoa que aprendeu a discernir a verdade da impostura, a realidade da fantasia, a conquista da perda... Não houvesse essa dicotomia, essa possibilidade, o sentido existencial perderia o seu significado, porque tudo estaria pronto, terminado, levando ao tédio, ao desinteresse pela vida.
É preciso que o lado favorável de todas as ocorrências esteja à frente, após a sombra, em convite fascinante que será atendido no momento oportuno.
Quem não tropeça não avança, porque todo caminho traz dificuldades e isso só acontece a quem está de pé, indo adiante.
Nesse sentido, é necessário buscar a harmonia entre o que se é e o que se quer ser, evitando que a raiz das ocorrências esteja muito profunda, distante da sua capacidade de arrancá-la quando necessário.
O organismo sabe que precisa estar vivo e, para isso, os órgãos funcionam dentro dos vários seguimentos que se interligam, demonstrando o que se deve fazer em relação ao existir e ao universo, ao ter e ao ser...
A consciência vive um contínuo despertar, um natural estado de lucidez que capacita o indivíduo ao contínuo trabalho, ao enfrentamento das dificuldades, porque sabe da fatalidade evolutiva a que está ligada. Essa é a tarefa do self, mas conquistada por ele, formando um conjunto de apoio à individuação.
Embora se saiba da necessidade de compaixão com relação à sombra, uma  indiferença assalta muitos lutadores que temem o empreendimento por considerar impossível conseguir a vitória. Por outro lado, sentem certa melancolia, em razão do hábito de viver o paradoxo do bem e do mal-estar, ao qual se está vinculado.
A dor de certa forma, leva o ser humano a essa atitude, com o objetivo de libertá-lo da sua difícil aflição, influenciando-o a lutar com destemor, sem pressa nem receio de perda. Nunca se perde a batalha pela plenitude, porque toda conquista representa um tesouro que acumula tudo quanto já se possui emocionalmente.
Quando alguém percebe que necessita conscientizar a sombra em gratidão à vida, logo se esboroam os planos perversos de manutenção da ignorância de si-mesmo. Nesse cometimento, muitas vezes equivoca-se o pretendente à vitória, experimentando momentaneamente a predominância do oposto, ao tempo em que, conseguida a primeira etapa, as seguintes se tornam mais fáceis e edificantes, pelo prazer que experimenta em cada conquista.
Todo indivíduo normal tem alguns conflitos básicos, como segurança e insegurança, amor e ódio, medo e coragem, aceitação e rejeição, alegria e tristeza. Quando  vence um deles, surgem as perspectivas para a conquista do outro em contínuo esforço de autoaprimoramento.
Vivendo-se numa cultura de violência, de sexo desajustado, de drogadição, de transtornos psicológicos graves, as incertezas a respeito de tudo tornam-se naturais, constituindo a trilha que deverá ser vencida para a integração no conjunto dos que conquistaram a plenitude.
A gratidão pela vida em qualquer forma que se apresenta em cada indivíduo é o sublime desiderato a alcançar, pleno e feliz por viver.
Texto trabalhado do livro Psicologia da Gratidão, escrito pelo espírito Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco. Publicado dia 05/05/2015




domingo, 3 de maio de 2015


Rejubilar-se
O júbilo, a jovialidade vem da conquista da saúde psicológica, consequente da harmonia entre o físico, o emocional e o psíquico.
O Pai generoso alegra-se (rejubila-se) com o filho que volta, não considerando a sua deserção, tida por leviandade da juventude, do período de imaturidade e incerteza, quando ainda existem as inseguranças da infância e as perspectivas da idade adulta, sem definição da personalidade.
É natural que, nessa busca do herói, da identificação do eixo ego-self, ocorram essas impressões de insucesso, que levam à maturidade, à inquietação e ao aprendizado, necessários ao processo de crescimento interior, desde que o conquistador esteja disposto a refazer caminhos, a reconquistar-se, superando a sombra e não se permitindo fixar na culpa.
Toda viagem interior, assim como  quando se viaja para fora, é uma aventura importante, sendo que, as sucessivas camadas de experiências negativas que fortalecem o eu-inferior, demoníaco, criam dificuldades emocionais, dando espaço a conflitos infantis, como  fugas para a lamentação, as queixas, a necessidade do colo materno.
O júbilo (alegria) deve estar no coração de todos os indivíduos, mesmo que enfrente situações embaraçosas ou difíceis, por trazer claridade mental, enquanto a sisudez, a mágoa, o autodesprezo podem ser considerados como revides do eu infeliz punindo o malsucedido.
Rejubilar-se (alegrar-se) na comunhão com as propostas da vida, na convivência com as pessoas e a Natureza, consigo mesmo, é dever psicológico derivado da harmonia que se consegue pelo esforço e autoidentificação de valores.
A atitude do Pai misericordioso em relação ao filho arrependido deve ser lição de comportamento que os indivíduos devem ter em relação aos que estão em dificuldades de qualquer tipo, ajudando, sem exigências descabidas, sem arrogância de triunfador diante da queda do outro, mas de forma edificante e estimuladora.
Quando se censura o outro pelo comportamento infeliz, em consequência das suas ações incorretas, deve-se considerar que o tombado espera ajuda e não somente repreensão, corrigindo-se o erro, quando possível, sem criar-lhe conflito de inferioridade que o podem empurrar para situações mais sofridas e difíceis.
Entre muitos seres humanos existe uma tendência natural para a tristeza, que se transforma em melancolia e contribui para o desinteresse pela vida, para a falta de visão da beleza que há em toda parte.
Esses pacientes trazem de reencarnações passadas alguma culpa que se transformou em autopunição, trabalhando para que não tenham alegria, inconscientemente por crerem que não a merecem. Predomina-lhes, no comportamento, a sombra com a sua carga de negativismo, de punição...
A vida humana é como um hino cantando a grandeza do Uno em toda parte, convidando a desenvolver os valores adormecidos, do deus interno esperando o despertar.
Todos os seres humanos estão comprometidos com o Universo, tendo um importante trabalho a desempenhar em qualquer situação que esteja.
A harmonia é resultado de muitos fatores, alguns diversos que se unem, formando um conjunto de equilíbrio.
Equilíbrio interior não quer dizer paralisia, falta de colisões, ao contrário, as colisões favorecem o encontro da situação ideal, depois dos choques inevitáveis dos processos em ação.
Nesse aprendizado para alcançar-se a integridade, é preciso ocorrer o perfeito entendimento do Self pela consciência, a identificação das polaridades antes em conflito e oposição, apesar das novas aparições que se transformam em materiais novos a integrar.
Sempre se está crescendo durante toda a vida, em cada fase conseguindo-se novas contribuições para o enriquecimento da vida psicológica.
Só assim é possível rejubilar-se (alegrar-se) consigo mesmo, quando cada qual descobre a riqueza interior que vai acumulando, a maneira como supera as crises que surgem e as situações desafiadoras.
Cada etapa da vida tem as suas imagens arquetípicas, os seus comportamentos e as suas conquistas, trabalhando para a vitória sobre o respectivo período que se vivenciam.
O Pai misericordioso rejubila-se (alegra-se) com o retorno do filho, mas não esquece de atrair também o outro filho, o ciumento e vingativo, que se nega a entrar em casa, evitando participar da festa de alegria (jubilo), significando o eu-demoníaco.
Mas, o amor, do Pai, desmascara-o, enfrenta-lhe a persona doente, e demonstra que está contente por tê-lo e que se alegra (rejubila) por conviver e beneficiar-se da sua presença.
Por isso, um cabrito que lhe desse para usufruir com os amigos não tinha sentido, para aquele que lhe dava tudo, por isso falou: E tudo quanto é meu é teu...
A vida é um poema de alegrias (Júbilos).
Alegrar--se (rejubilar-se) com tudo e com todos é passo feliz para a individuação.
Texto estudado a partir do livro Em Busca da Verdade, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco.

Publicado em 03/05/2015.

sexta-feira, 1 de maio de 2015


GRATIDÃO NA CONVIVÊNCIA SOCIAL

O processo antropológico da evolução  retirou aos poucos o ser humano do individualismo egóico, para a parceria sexual por impulso do instinto, para que, depois, a afetividade biológica, desse origem ao sentimento do grupo familiar envolvendo a prole.

Surgiram então os mecanismos gregários para a construção do grupo social, formando a tribo em convivência harmônica, para que, através dos milênios, o instinto pudesse deixar-se iluminar pela razão, ampliando as afinidades no conjunto que seria a sociedade.

Mesmo nesse período tribal, a animosidade contra os demais grupos marcava o primitivismo agressivo-defensivo. Muito lentamente os interesses comuns uniram os que mantinham  afinidades, dando lugar às primeiras experiências sociais.

A beligerância, que lhe era inata originava as guerras cruéis, como ocorre ainda hoje, demonstrando o predomínio da natureza animal sobre a natureza espiritual.

Com a elaboração da sociedade veio a necessidade de preservar cada grupo, dos recursos e valores em tentativas de auxílios recíprocos, de sustentação dos seus membros, de crescimento econômico e cultural.

O self em desenvolvimento (eu profundo, ser espiritual,) foi superando a sombra coletiva, enquanto a individual começou a cristalizar-se, gerando a dualidade de comportamento: o eu opositor ao outro eu.

Animal gregário por excelência, a sua sobrevivência no planeta que o abriga depende da contribuição social, que o leva ao desenvolvimento intelecto-moral, etapa a etapa através das reencarnações.

Alcançando o atual nível de cultura, de civilização e de tecnologia, o sentimento de gratidão pelas gerações passadas deve viger, possibilitando a compreensão das conquistas do vir a ser.

A busca da sua plenitude propele-o à contínua luta pela superação das marcas do comportamento primitivo que ainda se encontram no intimo, dificultando-lhe a autorrealização.

Os sentimentos, substituindo ou modificando os instintos agressivos, ampliam-lhe os horizontes a respeito do sentido e do significado da vida, para que cresça em direção da plenitude.

Conquistando a consciência individual, a razão o leva á contribuição digna em pró da coletiva, ao mesmo tempo que trabalha pela constante renovação e abandono das paisagens mentais em clichês viciosos que se lhe insculpirão, criando hábitos que levam à harmonia de conduta e à alegria de viver.

Teimosamente, a sombra mantém-nos no egoísmo, encarcera-nos nas paixões grosseiras, enquanto o self se lhe opõe, dando origem a uma batalha perturbadora que se transforma em conflito.

O despertar para a vitória dessas amarras não deve ser meta afligente, para se conseguir a pureza espiritual, a conduta irreprochável, a vivencia sem problemas. É inevitável, conforme Kierkegaard, Paul Tillich, Rollo May e outros da psicologia existencial e do socialismo religioso, que estejam presentes na psique e no comportamento do indivíduo a ansiedade, o medo, a culpa, a solidão... Heranças da jornada evolutiva, esses transtornos continuarão por muito tempo ainda até a libertação paulatina e a conquista da individuação.

Merece atenção o corpo emocional do indivíduo, que se encontra enfermo  consequente  da sombra  que o leva a negar tudo que pode modificar os hábitos para melhor, influenciando-o a continuar  na angústia ou na ansiedade, em culpa consciente ou não, numa atitude autopunitiva arbitrária.

Assim como se reservam espaços para os cuidados com o corpo, é essencial que se preserve a serenidade do self (eu profundo, ser espiritual, o si mesmo) com silêncios interiores que propiciem a reflexão e meditação, com diálogos saudaveis com a consciência, numa atitude de preces sem palavras, mantendo vinculo com as fontes da vida.

Somente com esse hábito pessoal é possível superar as conjunturas negativas trazidas pela sombra, sem entrar em luta renhida, assimilando as suas lições e diluindo as perturbadoras para dar espaço ao bem-estar e a resistência para as atividades de autoiluminação e de convívio social nem sempre equilibrada.

Os interesses dos grupos humanos são  vários, gerando atritos e desgastes na emotividade, que pede autocontrole, disciplina da vontade e espírito de paz, para não entorpecer os valores éticos, os significados morais e objetivos da vida, deixando-se arrastar pelos conflitos...

A saúde emocional propicia a harmonia do self, (o ser real, ser profundo, ser espiritual) motivando o entendimento de que o processo de inserção na sociedade cria dificuldades e propõe desafios que melhor fazem o indivíduo crescer para a direção da aspiração numinosa.

Com esse comportamento alteram-se as condições ambientais do planeta, pois tudo que existe interage uma na outra expressão, formando a unidade.

O leve rociar da brisa num jardim liga-se a uma tormenta no lado oposto da Terra, assim um pensamento de amor contribui para a sinfonia universal da harmonia cósmica.

Enquanto se estudam as melhores técnicas para fazer parar e evitar a devastação dos recursos planetários em extinção, a limitação da emissão de gases que contribuem para o lento aquecimento global, o envenenamento dos rios, das nascentes d’agua, dos mares e dos oceanos, a morte e a ameaça de desaparecimento dos vegetais e animais, que culminará na do ser humano, importa refletir sobre a tenebrosa condição mental das criaturas humanas que se demoram nos prejuízos morais e na crueldade.

As ambições desmedidas que tem levado a sociedade à conquista de contínuas tecnologias, sem pensar nos prejuízos à natureza, trazem os milhares de fragmentos de satélites e de foguetes que se desintegram, e os que escapam do aniquilamento no contato com a atmosfera, atraídos pela gravidade do planeta, são hoje o terrível lixo espacial vindos dos grandes engenhos do pensamento ainda confuso sem as reflexões indispensáveis...

As providências que vem sendo tomadas não tem efeito retroativo em relação ao que já se encontra em volta da Terra e não é consumido na sua queda natural na superfície do planeta. Pensou-se que esses fragmentos cairiam sempre nos mares e oceanos, mesmo assim poluindo-os, o que não se  confirmou, porque tem caído em espaços urbanos, no campo e em toda parte...

No quadro de sombra individual e coletiva que domina a sociedade, a gratidão tem papel importante, porque começa na emoção superior do ambiente doméstico, no próprio indivíduo e por fim no si mesmo, amplia-se em direção dos grupos sociais, considerando sempre tudo que a vida tem proporcionado gratuitamente sem pedir nada de volta, apenas que se mantenha o equilíbrio necessário para a continuação do processo de evolução.

Desfruta-se de mil favores e conquistas na encarnação, sem sacrifício e sem nenhuma gratulação em torno do seu significado e das respostas oferecidas.

A gratidão social é resposta do coração feliz pelas excelentes oportunidades de que se frui durante toda a vida terrena.

Com essa conduta, suavizam-se as competições entre os indivíduos e os grupos, as intrigas, as malquerenças, os ódios e os ressentimentos doentios...

Refletindo em torno do grupo social em que se encontra, a gratidão enriquece o self que absorve a sombra sem  antagonizar, e a plenitude se instala no ser humano.

Texto trabalhado do livro Psicologia da Gratidão, escrito pelo espírito Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco. Publicado dia 01/05/2015