sábado, 29 de agosto de 2015

O SER HUMANO EM CRISE EXISTENCIAL – As conquistas externas

Caros amigos leitores e seguidores.
Desejo um excelente final de semana. Desejo, também, sinceramente que não apenas leiam mas sobretudo que curtam, estudem, pois são verdadeiros e relevantes instrumentos de vida e vida mais equilibrada e saudável para nossa realidade de viandante da vida, produzindo vida individual e vida coletiva. Que essa nossa produção seja sempre a de uma sociedade mais feliz porque formada por indivíduos mais saudável e responsável, com a contribuição da querida Mentora Joanna de Ângelis na sua Psicologia Espírita.

A evolução antropológica vem sendo um grande desafio da vida, trazendo mudanças nas formas e funções orgânicas, possibilitando o desenvolvimento das faculdades mentais até alcançar a área da inteligência e dos sentimentos. Por isso, o instinto, na sua inteireza, já é uma forma de inteligência embrionária, por criar condicionamentos que, no futuro, a razão ampliará até propiciar a compreensão dos conceitos sutis e das abstrações ...

A necessidade da sobrevivência desenvolveu os instintos agressivos que predominaram no ser humano por milênios e, ao conquistar as etapas da razão e o seu estabelecimento no  Espírito, aquelas heranças continuaram fazendo parte do comportamento. A libertação lenta do primarismo e a aspiração do belo e do nobre, o deotropismo vêm se impondo, hoje a consciência já pode administrar os impulsos violentos, orientando-os para as ações de edificações, sem traumas nem conflitos.

Embora o individualismo, filho do materialismo, que se mostrou contra as imposições  do religiosismo exterior, sem significados internos, expressa-se hoje, sob forma de incompleta autorrealização, levando o individuo a ter, a destacar-se, a conseguir o que quer de qualquer maneira, tornando-se consumista, insaciável e inquieto.

Nesse instalado pós-modernismo, atribui-se à ciência valores e significados quase divinos, parecendo incorruptível e insuperável, ao mesmo tempo em que as referencias pessoais nos relacionamentos que não se aprofundam, mantendo-se sempre na superficialidade, tornam as afeições descartáveis, como tudo que se compra no intuito de ter.

Os afetos são rápidos e medrosos, oportunistas e descomprometidos, cada qual, com medo, de ser dominado pelo outro, evitando submeter-se, denunciando pequenez, falta de personalidade, risco de perda, quando se cria a dependência...

A confusão entre afetividade e interesse sexual, entre amor e compensações sentimentais, é responsável pelo desinteresse do convívio fraterno saudável, sem interesses subalternos, deixando-se a sombra dominar todos os espaços do ego, ao mesmo tempo em que não se abrem às possibilidades psicológicas do Self ( o Ser Real, o Ser verdadeiro, o Ser imortal) para a realidade.

As artes, que vem expressando o estagio evolutivo, politico, comportamental da sociedade, hoje, são agressivas e sem propostas elevadas de beleza, em muitas áreas, expressando apenas os conflitos, as aspirações doentias, a revolta e os desânimos dos seus portadores. A música, descendo do pedestal das musas, emaranhou-se pela contracultura, pela ironia, pela perversão moral, do deboche, da agressividade, do duplo sentido destacando o pejorativo, como se o ser humano devesse sempre reagir, mesmo quando pode agir, deixar-se cair no desespero, quando poderia aspirar pela alegria real de viver, modificando o status quo e contribuindo para um mundo melhor, onde é possível a vida expressar-se em harmonia e grandeza.

Sem poder conduzir os povos, por se terem perdido na burocracia e nos interesses partidários, os governantes da Terra aturdidos, demonstram não saber o que fazer nem como fazer. Permitem a desorientação das massas, a sua revolta contínua,  esquecidos das responsabilidades não cumpridas   apresentadas nos seus programas eleitoreiros enganando o povo desorientado.

Surgem, revoltas, revoluções, amolentamento do caráter e perda da moral, com reações em cadeia, cada vez mais violentas e ameaçadoras, porque os limites da ordem e do respeito foram superados pela não fronteira da rebeldia.

Os esportes, que foram oportunidades de catarses coletivas, competições saudáveis, alegrias e entusiasmo, hoje são fontes mafiosas de domínio e conquistas financeiras, construindo deuses frágeis que caem do pedestal, tornando-se campo de batalha pelas torcidas ferozes que digladiam com frequência em espetáculos deprimentes que culminam com a morte de alguns dos seus fanáticos...

O desrespeito pelos valores internos do ser humano impõe a importância das conquistas externas, tornando-o tacanha e soberbo.

A falta de concentração das pessoas nas questões importantes do ser interior contribuem para a futilidade e a ignorância da sua realidade, acreditando que a vida é um passeio fantástico no país da pressa dourada, onde tudo é passageiro, dificultando a reflexão e o encontro com a consciência, com o Si-mesmo (o Ser-real, o espírito). Essa sombra teimosa separa as criaturas do eu divino que há no íntimo e que lhe constitui, sendo preciso transmudar esse material inferior num processo alquímico emocional, para se encontrar o real significado da vida.

Trazer na mente a presença da sombra, para vencê-la, é necessidade psicológica inadiável, como ocorre nos  contos de fadas, nos mitos ancestrais, permitindo a liberação do ser oculto, misteriosamente transformado pela magia da ignorância (A bela e a fera, O príncipe sapo, Branca de neve, A bela adormecida etc.)

Com esse entendimento, fica claro que não adiantam as lutas externas, os combates contra os outros, a busca de superar os competidores, o querer ultrapassar os demais, por insegurança pessoal, permitindo-se assim encontrar-se e viver-se o sentido da vida. Ninguém pode viver saudável sem o culto interno da integração da fé religiosa com a razão numa harmonia estimuladora a continuação das lutas inevitáveis do dia-a-dia, conquistando confiança nos momentos difíceis e renovando a coragem na ameaça do desanimo. Esse sentido da vida não pode ser desenhado pelos hábitos externos, mas construído de forma subjetiva, idealista, interior, através do enriquecimento das aspirações que engrandecem a existência. Impossível é, viver sem o sentimento dos conceitos eternos, aqueles que dão dignidade à criatura humana, trazendo-lhe ética e moralidade para ser fiel aos objetivos existenciais.

Com essa percepção, descobre-se que os conflitos, as aflições em torno das posses e o medo de perde-las são fenômenos pessoais interiores da própria insegurança, levando a transtornos de comportamento e a distúrbios orgânicos repetitivos.


A legítima psicoterapia visa conduzir o indivíduo ao redescobrimento da sua realidade, da sua origem espiritual, da finalidade existencial, do seu futuro imortal que se lhe transformam em alicerces de segurança para as lutas contínuas, evitando a projeção dos seus conflitos nos outros, assumindo a culpa e libertando-a do inconsciente que se encontra produzindo sombra  e desar.

Quando Jesus disse que é necessário tomar a sua cruz e seguí-lO, Ele propôs a conquista da autoconsciência, a definição para assumir as próprias responsabilidades, ao invés de permanecer-se divagando em torno de como encontrar o melhor processo para o equilíbrio, que não se expressa em formas exteriores ou em transferência de responsabilidades, ou para os prazeres que se extinguem, por mais se prolonguem...

A psique necessita de apoio transcendente para oferecer elementos dignificadores, através da realidade em que todos se encontram mergulhados, escolhendo os mais compatíveis com as aspirações e as possibilidades de execução.
Todos dependem de Deus, mesmo porque,  estamos mergulhados em Deus, necessitando reconhecê-lO em nós, para que O manifestemos por através do comportamento emocional e das ações sociais, familiares, espirituais...

Quando perguntaram a Jung se ele creditava em Deus, respondeu com sabedoria e humildade, dizendo: - Eu sei, não preciso acreditar...

Se insiste em definir Deus e dar a Ele apenas  caráter religioso, limitando a sua grandeza, o que permite aos que pensam e se libertaram das crenças apressadas, negá-lO, porque a sua visão é mais ampla e abrangente do que a proposta pelo fanatismo religioso. Se for considerado como a vida, passa a existir naquele que O imagina, porque a Sua realidade só é aceita na consciência após se começar a concebê-lO.

Sem um valor maior, que mereça investimento, ninguém se arvora à luta, ao sacrifício, porque o é superficial perde logo o sentido. É semelhante a algumas metas humanas, que são imediatas, como conseguir coisas, posses, fortuna, conviver com pessoas, que quando se alcança, terminando o objetivo, vem as frustrações e os desencantos.

Há pais que se entregam à educação dos filhos, depositando neles suas aspirações e insatisfações, esperando compensação, para quando ficarem adultos. Quando isso ocorre, e os mesmos são convidados a seguir a própria vida, sofrem, sentem-se abandonados, tem depressões, perdem o sentido existencial...

O Significado da vida não é esse compromisso breve da existência.

O mesmo acontece em relação ao trabalho, à carreira profissional, às aspirações políticas e culturais, artísticas e religiosas... Alcançando o patamar programado, a ausência de nível mais elevado leva ao tédio, ao desinteresse, à perda de sentido da vida...

Isto ocorre porque a educação infantil é feita de ilusões que escravizam e se transformam em metas primordiais, tornando-se uma proposta neurótica e sem significado. Descobrir o destino e trabalhá-lo, programar essa fatalidade honorável e saudável é o objetivo da vida, aquele que traz saúde integral, porque não é conquistado de um para outro momento, não se limita a encantos passageiros, não é monótono, mas sempre novo e a um passo à frente.

À medida que a religião enfraqueceu nas famílias, o desinteresse pelo ser espiritual também enfraqueceu, permitindo-se que cada um escolha, no momento oportuno, o seu conceito de vida e de espiritualidade, como se fosse admissível deixar-se que alguém primeiro se contamine de alguma doença para depois expor-se os perigos que aquela doença oferece.

A criança deve sentir o valor da família, compreender o significado desse grupo social reduzido, para poder conviver com a outra, a social e ampla, com ideias religiosas liberais e enriquecedoras, para amadurecer psicologicamente com segurança e respeito pela vida.

Uma visão infantil bem trabalhada pelos pais e educadores irá conduzindo-lhe a vida para toda a existência. Os diferentes símbolos de cada fase etária serão decodificados e transformados com naturalidade sem choques nem perdas, substituídos por outros mais oportunos e significativos, que abrirão espaço para o encontro com a realidade existencial sem fantasmas nem bichos papões.

Os mitos pessoais, as fantasias, os complexos e os sonhos não realizados quando se expressam naturalmente, são superados pelas conquistas do discernimento e da razão, da contribuição da psique, unindo as duas fissões numa só significação.

Texto trabalhado do livro, Em Busca da Verdade, psicografia de Divaldo Pereira Franco pelo Espírito Joanna de Ângelis. 29/08/15.








domingo, 23 de agosto de 2015

RENDENDO-SE À GRATIDÃO

Enquanto o exercício da gratidão não for natural, espalhando-se generoso, a maturidade psicológica do indivíduo ainda não atingiu o objetivo a que deve alcançar.
Considerando que é preciso consegui-lo pelo esforço moral bem dirigido, o indivíduo aflige-se nos conflitos existenciais, valorizando as reações e comportamentos negativos do convívio social.
Faltar a gratidão na agenda emocional mostra o primarismo evolutivo, a ingratidão é inferioridade moral pedindo terapêutica especifica e cuidadosa, por se comportar como doenças que consomem o ser humano.
O ingrato é ansioso, com baixo nível de autoestima, medo dos enfrentamentos, conduzindo complexo de inferioridade.
Se é homenageado ou apontado por afeições sinceras, ou mimoseado com algo, sofre e, interiormente soberbo, cala o sentimento gratulatório, demonstrando o transtorno sistêmico que o aflige. Outras vezes sente mágoa ou desconforto emocional acreditando-se credor de mais consideração, enquanto inconscientemente ele inveja o outro, o ser generoso e amigo que o busca dignificar.
Suspeita da lealdade de qualquer amizade, buscando motivos falsos para justificar-se, pela falta de mérito que reconhece conscientemente, em paradoxo da conduta emocional.
Esconde-se numa aparência que disfarça os sentimentos, bloqueando as vias do relacionamento, mantendo atitudes agressivas e medrosas com que afasta as pessoas do seu circulo de amizade, já bem pequeno. Satisfazendo-se na solidão até que, supervalorizando-se, faz-se falante, importante, chamando a atenção para os seus títulos de destaque, após cuja catarse glamourosa volta ao mutismo, à conduta desagradável.
Em outras situações é gentil com os estranhos querendo conquistá-los com uma imagem bem projetada, e rude, quando o objetivo é alcançado.
Esses pacientes são encantadores fora do lar e  verdugos domésticos de difícil convivência.
A sombra neles predomina e asfixia as manifestações do self mantendo-se como vítimas da sociedade, dos indivíduos, incompreendidos.
A gratidão é sentimento nobre que vem das profundas nascentes da psique.
As decisões que dignificam o ser humano e a vida, vem do psiquismo – o selfe são captadas pelo córtex posteromedial que transmite a mensagem por redes neuronais, incumbidas de atender o impulso original, transformando aquelas decisões em emoções de prazer, de felicidade.
Em poucos segundos atingem o ápice em relação às outras emoções que se expressam mais rapidamente na organização fisiológica.
Por isso, as emoções vindas da gratidão são de bem-estar, de alegria, compensando as despesas energéticas decorrentes das neurotransmissões com ondas menos harmoniosas e benéficas.
O hábito de ser grato, pela repetição, equilibra as descargas de adrenalina e de noradrenalina, ao tempo em que o cortisol mantém o controle dessas substancias químicas neutralizando os excessos que poderiam ocorrer, produzindo em consequência alterações glicêmicas, do ritmo cardíaco... como ocorre com as emoções inferiores como a ira, o medo, a ansiedade, a mágoa...
Fazendo reflexões sinceras o indivíduo pode render-se à gratidão, evitando condutas agressivas e atitudes mentais pessimistas.
Nessa análise, descobre-se o quanto se tem de reconhecimento e o pouco de que se necessita para uma vida plena.
O essencial está sempre ao alcance do ser em evolução, enquanto o secundário é o resultado de ambição egoica sem medida.
Com esse enfoque percebe-se certas faltas e carências valorizadas, produzindo sofrimento, pela falta de entendimento da sua finalidade. Com suas enfermidades, acontecimentos malsucedidos, fenômenos chamados de aziagos que são parte do processo de crescimento moral e espiritual, consequentes das ações do passado que os originaram.
Às vezes, uma decepção com alguém querido, ao invés de ser um mal transforma-se em bem, porque o outro mostra-se, com melhor possibilidade de o entender além da sombra em que se oculta.
Insucessos de um momento, bem administrados, transformam-se em lições de profunda sabedoria, libertando o ego da sua situação afligente.
Tudo, que ocorre, mesmo que produza sensações desagradáveis ou emoções desconcertantes, são parte das experiências que promovem o ser humano, desde que compreenda a sua finalidade, expressando gratidão por sua ocorrência. Não somente o que traz prazer e sucesso merece gratulação, até porque a sua passagem é rápida,  como a insatisfação e o momentâneo mal-estar...
A compreensão de que tudo tem um sentido moral e um significado psicológico importante proporciona harmonia íntima, trabalhando pela superação de como se encontra, para se alcançar a plenitude.
Muitas existências aquinhoadas por tesouros, como equilíbrio orgânico e saúde, beleza, prestígio social e recursos econômicos, sofrem pelo excesso, caindo no tédio, nas fugas psicológicas levando à quedas morais esses privilegiados.
Deparam-se, em consequência, duas posturas: a que se caracteriza pela carência, pelo sofrimento, pela falta de vitórias materiais, que proporcionam alegria quando bem administrados, e a outra cheia de valores preciosos mas sem significado...
É Indispensável, a entrega irrestrita à gratidão, à vivencia da alegria de aprender, à conquista da saúde integral a caminho da individuação, a perfeita integração do eixo ego-self.
A psicologia da gratidão abre-se, num elenco de excelentes recursos que proporciona a felicidade do ser humano.
Texto trabalhado do livro Psicologia da Gratidão, autor espirito Joanna de Ângelis, psicografia Joanna de Ângelis. 23/08/2015


sexta-feira, 7 de agosto de 2015

O SER HUMANO EM CRISE EXISTENCIAL

As conquistas do conhecimento e do pensamento atual trouxeram muitos benefícios para a vida nas diversas expressões na Terra.

Temos avanços na sociologia, ampliando os espaços da fraternidade, dos direitos humanos, ainda não respeitados conforme propostos, demonstrando a excelência da comunhão espiritual entre as criaturas.

As duas grandes guerras perversas que marcaram o sec.XX, cujos efeitos negativos que a sociedade ainda vive, demonstraram o primitivismo e o atraso moral das criaturas humanas, que parecem ter regredido em algumas partes ao período primário da evolução, tamanha a crueldade que as caracterizou.

Um dos períodos mais difíceis foi o da explosão atômica em Hiroshima, no Japão, em 6 de agosto de 1945, tornando-se limite do passado com relação ao presente-futuro, com o surgimento do período chamado pós-industrial ou pós-modernidade, conforme conceitos de muitos estudiosos inclusive Émile Durkheim, sociólogo e filósofo francês da educação.

Essa fase, cada vez mais perturbadora nas mentes e nos comportamentos, responde pela perda emocional de valores de alto porte, que vem reduzindo o ser humano à condição robótica.

De um lado, a evolução da ciência e da tecnologia, e d’outro, o isolamento em relação ao grupo social, as mudanças drásticas a respeito da vida e do seu significado, diante dos mentirosos padrões escolhidos como ideais para o bem-estar e a felicidade.

A contribuição virtual facilitou a comunicação, o conhecimento de acontecimentos on line, ao mesmo momento em toda a Terra, cresce os disparates e estímulos à violência, ao ódio, ao racismo, ao crime, ao suicídio, às mudanças de conduta, perturba e domina internautas desavisados ou menos resistentes moralmente.

Relações amorosas suspeitas estabelecem-se, dando asas à fantasia e à ilusão, resultando em lares e vidas que se fragilizam com personalidades psicopatas, sem sentimento de elevação, que utiliza do recurso para esconder-se,  expandindo às paixões perigosas...

O culto ao corpo e ao prazer, o desvio das funções sexuais, a mentirosa vitória nas telinhas com os seus quinze minutos de fama,  enlouquecem a juventude ansiosa e sem direção, que busca o fácil com a venda da inocência, antecipando as experiências humanas dolorosas no período juvenil, quando ainda não tem a madureza para os enfrentamentos, enfraquecendo as esperanças sensivelmente...

O curto tempo, pela necessidade de participar de tudo, de saber todos os acontecimentos, prisioneiro da liberdade de pensamento e de movimentação, acaba em dolorosa ansiedade e frustração, levando para a depressão ou a revolta as suas vítimas.

A falta de comunicação verbal e escrita, de contato humano sem suspeita nem deslumbramento, permitindo relacionamentos saudáveis, leva as pessoas aos interesses egóicos sem convivência com os demais, consequente dessa pós-modernidade doentia e sem significado psicológico.

Corpos belos pelo excesso de musculação, sarados e vazios de aspirações e de significado, abrem espaços para condutas insensatas, que elevam à glória equivocada e derrubam os que foram arrastados pelas fantasias dos seus apadrinhados.

Com algumas exceções, vivemos uma sociedade enlouquecida, na busca de coisa nenhuma, pela transitoriedade das conquistas e do sequente vazio  existencial, que envelhecem e envilecem rapidamente os seus seguidores e envolvidos com os sentidos físicos...

As mudanças rápidas de humor e as fugas dos compromissos éticos, que dão sentido a vida, caracterizam esta fase de incertezas.

O homem vive uma crise existencial.

A falta de identidade entre ego e Self resulta na falta de percepção do existir e do como agir, favorecendo o domínio da sombra ignorada nos comportamentos.

Aumenta o número de infelizes e de infelicitadores com patologia mal disfarçada.

Essa experiência individual e coletiva, é  necessária para o amadurecimento e evolução do  homem que se afastou de si, buscando fora a alegria que está nele. Ninguém pode trazer felicidade e bem-estar reais, porque essas emoções são independentes de situações externas, mesmo se pensem ao contrário. São sensações que se expressam como emoções e abrem espaço aos transtornos, às frustrações e amarguras quando a pessoa que traz o prazer muda de conduta ou se desinteressa por continuar no que agora lhe é tedioso.

A mídia cria ídolos e devora-os a cada instante, exaltando crimes e criminosos como manchete contínua, esgotando os clientes, especialmente pela televisão, nas repetições das cenas de horror, nos julgamentos arbitrários daqueles aos quais atribui a responsabilidade pela desgraça, no estímulo à justiça pelas próprias mãos, encorajando psicopatas adormecidos a se tornarem famosos pelos espetáculos terríveis que exibe...

O despudor agressivo que arrebata as multidões, especialmente acompanhando as cenas de deboche nos aplaudidos programas de degradação humana, para a conquista da fama pela imoralidade e do dinheiro pela perda da dignidade, faz surgir as múmias morais, os seres sem emoção nem sensibilidade que se submetem a tudo para atingir as metas estimuladas pelo mercado do sexo e da droga...

Temos muitos trabalhos de elevação moral e dignificação humana, mas ainda insuficientes, para levar a massa ao caminho do discernimento e da saúde real.

São exemplos de fidelidade ao dever e de continuidade da ação edificante que contribuem para equilibrar a balança moral do planeta humano, com os braços estendidos para o socorro aos caídos, para diminuição do desespero dos fracassados, para a solidariedade aos abandonados pelo triunfo mentiroso.

Eles comprovam que o homem é destinado à ascensão e que o estágio inferior em que se compraz é passageiro por mais que demore, possibilitando-lhe a experiência da vivencia para a construção da sua individuação.

Conquistar essa individuação é como um parto. Todos os partos doem mesmo os denominados sem dor... Então, as dores íntimas e as faltas  importantes, mas sem valor real, é a gestação para o parto da plenitude.

Inevitavelmente, o ser humano traz o mito do significado e mesmo que incapaz de identificar chega o instante que a anestesia do prazer desaparece ante o sol da realidade, eis que leva  para o avanço interno, a compreensão da mensagem do viver e do crescer psicologicamente.


Texto estudado do livro Em Busca da Verdade de Joanna de Ângelis e Divaldo Franco. 07/08/2015