sábado, 26 de outubro de 2013


Aquisição da Dignidade Humana

A essência do ser humano é o self que procede do Divino Psiquismo.
Em toda sua trajetória evolutiva, a busca da dignidade humana constitui-lhe o grande desafio, culminando no sentido existencial até alcançar a própria transcendência.
À semelhança de um diamante bruto no início, sofre os vários processos de lapidação para alcançar a transparência que o transforma numa estrela reluzente. Etapa a etapa, no processo de desenvolvimento, faculta-se o surgimento do ego, da sombra, das expressões da anima e do animus, que se encontram adormecidos, para os sintetizar em grandiosa harmonia, como no princípio, quando unidade... Ocorre, porém, que a unidade inicial era grotesca, sem discernimento, sendo um conjunto que se deveria expressar, qual semente que necessita dos fatores mesológicos para desabrochar a vida em latência. À medida que houve a sua fissão, que facultou o surgimento do ego, logo se apresentaram os demais arquétipos com a predominância da sombra responsável pela situação de ignorância que permaneceria ao largo do fenômeno do seu desenvolvimento.
Adquirida a consciência, mesmo quando no período da fase embrionária no reino animal, em forma de uma inteligência primária, o discernimento entre o certo (o que produz prazer e gera bem-estar emocional) e o errado (o que proporciona sofrimento e desgaste), o bem e o mal, dando lugar às necessidades de elevação, de mudança de patamares que deveriam ser vivenciados, até ser alcançada a harmonia entre os opostos: o yang e o yin.
Essa identificação entre as duas partes diferentes em unificação de identidade representa a bênção da sombra no self, que após colher os resultados positivos desse conhecimento dilui-a, absorvendo-a em tranquilo processo de assimilação dos seus conteúdos, transformando aqueles que lhe constituíam obstáculo em valiosos impulsos para mais amplas conquistas.
Havendo sido descoberta a ética moral, nesse ampliar de percepções éticas, a necessidade de conduta digna logo se apresentou ao self, que passou a vivenciá-la superando a pouco e pouco as síndromes perturbadoras dos mecanismos inferiores que foram ficando na historia do passado.
Tal dignidade, no entanto, supera algumas convenções sociais vigentes, nas quais há predomínio da sombra, em razão dos interesses mesquinhos que invariavelmente representam o comportamento das pessoas. Nessa conduta, o egoísmo prevalece, em razão dos conflitos que os assinalam, especialmente os medos disfarçados, as desconfianças inquietantes, as inseguranças e as culpas não absorvidas, as invejas perniciosas, constituindo um pano de fundo para os esconder, vivendo-se as manifestações da persona em detrimento do si-mesmo...
Ditas convenções também respondem por alguns transtornos nas constituições emocionais débeis, que lamentam a falta de possibilidade de participação nos aglomerados exitosos, cheios de ruídos e de embriaguez dos sentidos, que os marginalizam e os isolam nos guetos onde se homiziam infelizes...
A dignidade humana é o degrau moralizado e emocional tranquilo que o self alcança, após a superação da sombra, haurindo os seus elementos na psicologia de Jesus, que reverteu os padrões éticos dominantes no seu tempo, elaborando novas propostas de integração no pensamento cósmico.
Até ele enunciar os postulados da autoedificação moral, o vencedor sempre era aquele ser agressivo que anatematizava o outro que se lhe submetia pela força, pelas manobras cavilosas que permanecia derrotado e submetido à humilhação, ao desdouro social.
Com ele, o verdadeiro vencedor é aquele que se autovence, superando as paixões primárias e conflitivas do ser fisiológico, dos primórdios do ser psicológico, todo dúvidas e angústias, para se apresentar em equilíbrio, mesmo quando as circunstancias não se apresentam como sendo as melhores.
Com ele, a vitória máxima lograda por um ser humano é  conquista da faculdade de amar e da entrega aos ideais de enobrecimento que o promovem a uma situação psicológica mais feliz e resulta na constituição de um grupo social sem sombra e sem desarmonia.
Ele demonstrou que a finalidade existencial que deve atrair o ser humano está exarada no sentido da autoiluminação, da superação dos próprios limites, num continum incessante que conduz à paz.
A dignidade, portanto, é esse valor conseguido pelo esforço pessoal que destaca o individuo do seu grupo pelos valores intrínsecos de que si investe, tornando-se líder possuidor da honra e da posição especial que foram conseguidas através dos tempos. isso, porém não o torna jactancioso, que seria estar escravizado à sombra nem tampouco o faz diferente na maneira como convive com as demais pessoas. É simples, porque íntegro, manso, mas não conivente com os comportamentos heterodoxo, pacífico, no entanto não leniente com o ultraje ou o crime, humilde, sem a preocupação do uso de andrajos e descuidos de higiene para com o corpo, que reconhece ser o sublime instrumento para a sua evolução.
Quem se poderia apresentar com a dignidade de Jesus, ultrajado, mas não ultrajante, vencido, mas não submetido, crucificado e com os braços abertos simbolizando um infinito afago dirigido a todas as criaturas?!...
...E quando tudo indicava que se encontrava destruído, ei-lo ressurgida da sepultura em momentosa manhã de imortalidade.
O self que se exorna de dignidade exterioriza todo o sentimento profundo da lei da gratidão e da sua psicologia que exalta a vida, que a fomenta e a mantém em todas as fases e circunstancias em que se apresenta.
Nos conceitos sociais vigentes, a dignidade tem sido confundida com o poder político, econômico, religioso, comunitário, legislativo, governamental... Razão pela qual se confunde destaque exterior com enriquecimento íntimo de valores transcendentais. E também motivo pelo qual esses que logram os lugares de relevo na sociedade tornam-se verdadeiros equívocos para as massas que deles esperam outros comportamentos além dos que são apresentados nos conciliábulos de corrupção, de desmandos, de acobertamentos dos crimes praticados pelos seus comparsas.
Pode-se sem dúvida encontrar dignidade em alguns indivíduos que alcançaram esse destaque, não sendo porém a posição que a define ou a apresenta, especialmente naqueles que permanecem no desconhecimento das massas, os anônimos e nobres construtores da humanidade melhor.
Mantendo a herança do passado como advertência inscrita no inconsciente profundo, o self sempre cresce, graças à faculdade de compreensão do que constitui valor real em, relação àqueles que são apenas aparentes.
Qualquer situação que se vincule a erros do passado dispara o gatilho da lembrança inconsciente e logo se recompõe, tomando comportamentos diversos mediante os quais não mais se permite a instalação da sombra já superada.
Explicite-se, pois, a necessidade da construção da dignidade humana em todos os passos da existência física e a gratidão envolvendo cada sentimento que se exterioriza do ser, tornando-se doce e suave encantamento enriquecedor.
Final do texto, porém o cap.9, PSICOLOGIA DA DIGNIDADE, escrito por Divaldo Franco, espirito Joanna de Ângelis, no livro PSICOLOGIA DA GRATIDÃO, terá sua continuidade na próxima postagem
Postado dia 26/1013.

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