Aquisição da Dignidade
Humana
A essência do ser humano é o
self que procede do Divino Psiquismo.
Em toda sua trajetória
evolutiva, a busca da dignidade humana constitui-lhe o grande desafio,
culminando no sentido existencial até alcançar a própria transcendência.
À semelhança de um diamante bruto
no início, sofre os vários processos
de lapidação para alcançar a transparência que o transforma numa estrela
reluzente. Etapa a etapa, no processo de desenvolvimento, faculta-se o surgimento
do ego, da sombra, das expressões da anima
e do animus, que se encontram
adormecidos, para os sintetizar em grandiosa harmonia, como no princípio,
quando unidade... Ocorre, porém, que a unidade inicial era grotesca, sem discernimento, sendo um conjunto que se deveria
expressar, qual semente que necessita dos fatores mesológicos para desabrochar
a vida em latência. À medida que houve a sua fissão, que facultou o surgimento
do ego, logo se apresentaram os demais arquétipos com a predominância da sombra
responsável pela situação de ignorância que permaneceria ao largo do fenômeno do
seu desenvolvimento.
Adquirida a consciência,
mesmo quando no período da fase embrionária no reino animal, em forma de uma inteligência primária, o discernimento
entre o certo (o que produz prazer e gera bem-estar emocional) e o
errado (o que proporciona sofrimento e desgaste), o bem e o mal, dando lugar às
necessidades de elevação, de mudança de patamares que deveriam ser vivenciados,
até ser alcançada a harmonia entre os opostos: o yang e o yin.
Essa identificação entre as
duas partes diferentes em unificação de identidade representa a bênção da
sombra no self, que após colher os
resultados positivos desse conhecimento dilui-a, absorvendo-a em tranquilo
processo de assimilação dos seus conteúdos, transformando aqueles que lhe constituíam
obstáculo em valiosos impulsos para mais amplas conquistas.
Havendo sido descoberta a ética
moral, nesse ampliar de percepções éticas, a necessidade de conduta digna logo
se apresentou ao self, que passou a
vivenciá-la superando a pouco e pouco as síndromes perturbadoras dos mecanismos
inferiores que foram ficando na historia do passado.
Tal dignidade, no entanto,
supera algumas convenções sociais vigentes, nas quais há predomínio da sombra,
em razão dos interesses mesquinhos que invariavelmente representam o
comportamento das pessoas. Nessa conduta, o egoísmo prevalece, em razão dos
conflitos que os assinalam, especialmente os medos disfarçados, as
desconfianças inquietantes, as inseguranças e as culpas não absorvidas, as
invejas perniciosas, constituindo um pano de fundo para os esconder, vivendo-se
as manifestações da persona em
detrimento do si-mesmo...
Ditas convenções também respondem
por alguns transtornos nas constituições emocionais débeis, que lamentam a
falta de possibilidade de participação nos aglomerados exitosos, cheios de
ruídos e de embriaguez dos sentidos, que os marginalizam e os isolam nos guetos
onde se homiziam infelizes...
A dignidade humana é o
degrau moralizado e emocional tranquilo que o self alcança, após a superação da sombra, haurindo os seus
elementos na psicologia de Jesus, que reverteu os padrões éticos dominantes no
seu tempo, elaborando novas propostas de integração no pensamento cósmico.
Até ele enunciar os
postulados da autoedificação moral, o vencedor sempre era aquele ser agressivo
que anatematizava o outro que se lhe submetia pela força, pelas manobras
cavilosas que permanecia derrotado e submetido à humilhação, ao desdouro
social.
Com ele, o verdadeiro
vencedor é aquele que se autovence, superando as paixões primárias e
conflitivas do ser fisiológico, dos primórdios do ser psicológico, todo dúvidas
e angústias, para se apresentar em equilíbrio, mesmo quando as circunstancias não
se apresentam como sendo as melhores.
Com ele, a vitória máxima
lograda por um ser humano é conquista da
faculdade de amar e da entrega aos ideais de enobrecimento que o promovem a uma
situação psicológica mais feliz e resulta na constituição de um grupo social
sem sombra e sem desarmonia.
Ele demonstrou que a
finalidade existencial que deve atrair o ser humano está exarada no sentido da autoiluminação,
da superação dos próprios limites, num continum
incessante que conduz à paz.
A dignidade, portanto, é
esse valor conseguido pelo esforço pessoal que destaca o individuo do seu grupo
pelos valores intrínsecos de que si investe, tornando-se líder possuidor da
honra e da posição especial que foram conseguidas através dos tempos. isso,
porém não o torna jactancioso, que seria estar escravizado à sombra nem tampouco
o faz diferente na maneira como convive com as demais pessoas. É simples,
porque íntegro, manso, mas não conivente com os comportamentos heterodoxo,
pacífico, no entanto não leniente com o ultraje ou o crime, humilde, sem a
preocupação do uso de andrajos e descuidos de higiene para com o corpo, que
reconhece ser o sublime instrumento para a sua evolução.
Quem se poderia apresentar
com a dignidade de Jesus, ultrajado, mas não ultrajante, vencido, mas não
submetido, crucificado e com os braços abertos simbolizando um infinito afago
dirigido a todas as criaturas?!...
...E quando tudo indicava
que se encontrava destruído, ei-lo ressurgida da sepultura em momentosa manhã
de imortalidade.
O self que se exorna de dignidade exterioriza todo o sentimento
profundo da lei da gratidão e da sua psicologia que exalta a vida, que a
fomenta e a mantém em todas as fases e circunstancias em que se apresenta.
Nos conceitos sociais
vigentes, a dignidade tem sido confundida com o poder político, econômico,
religioso, comunitário, legislativo, governamental... Razão pela qual se
confunde destaque exterior com enriquecimento íntimo de valores
transcendentais. E também motivo pelo qual esses que logram os lugares de
relevo na sociedade tornam-se verdadeiros equívocos para as massas que deles
esperam outros comportamentos além dos que são apresentados nos conciliábulos de
corrupção, de desmandos, de acobertamentos dos crimes praticados pelos seus
comparsas.
Pode-se sem dúvida encontrar
dignidade em alguns indivíduos que alcançaram esse destaque, não sendo porém
a posição que a define ou a apresenta, especialmente naqueles que permanecem no desconhecimento
das massas, os anônimos e nobres construtores da humanidade melhor.
Mantendo a herança do
passado como advertência inscrita no inconsciente profundo, o self sempre cresce, graças à faculdade
de compreensão do que constitui valor real em, relação àqueles que são apenas
aparentes.
Qualquer situação que se
vincule a erros do passado dispara o gatilho da lembrança inconsciente e logo
se recompõe, tomando comportamentos diversos mediante os quais não mais se
permite a instalação da sombra já superada.
Explicite-se, pois, a
necessidade da construção da dignidade humana em todos os passos da existência física
e a gratidão envolvendo cada sentimento que se exterioriza do ser, tornando-se
doce e suave encantamento enriquecedor.
Final
do texto, porém o cap.9, PSICOLOGIA DA DIGNIDADE, escrito por
Divaldo Franco, espirito Joanna de Ângelis,
no livro PSICOLOGIA DA GRATIDÃO, terá
sua continuidade na próxima postagem
Postado
dia 26/1013.
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