PERSONA
Texto do cap.6 – A
PSICOLOGIA ANALÍTICA DE CARL GUSTAV JUNG , escrito por Iris Sinoti, no livro REFLETINDO A ALMA.
Página
160-162.
A máscara social, denominada
por Jung de persona, nos permite, em sua função arquetípica, construir uma
imagem externa de nós e, ao mesmo tempo, ocultar dos outros e de nós mesmos a
nossa verdadeira natureza. Joanna de Ângelis em O homem integral, p. 57, analisa com profundidade o perigo que
ronda o ser ao deixar-se dominar pela persona:
“No
caleidoscópio do comportamento humano há, quase sempre, uma grande preocupação
por mais parecer do que ser, dando origem aos homens-espelhos, aqueles que, não
tendo identidade própria, refletem os modismos, as imposições, as opiniões
alheias. Eles se tornam o que agrada às pessoas com quem convivem, o ambiente
que no seu comportamento neurótico se instala.”
Sem uma identidade própria,
esse “homem-espelho” perde-se de si mesmo, buscando o apoio fora. A sua sombra,
assim, torna-se cada vez mais densa, aumentando a predominância do ego que
passa a identificar-se com a imagem projetada. Jung alertava para o conflito
gerado pela tensão da natureza real e a persona, pois que:
“Ninguém
pode, impunemente, desembaraçar-se de si mesmo em troca de uma personalidade
artificial; até a tentativa de fazê-lo acarreta, nos casos comuns, reações
inconscientes, sob forma de mau humor, afetos, fobias, ideias obsessivas, vícios
reincidentes etc.” (O eu e o inconsciente, §307, vol. VII/2)
Joanna de Ângelis no livro Vida: Desafios e Soluções, p.89, confirma
essa ideia quando diz:
“Enquanto
o indivíduo não descobre a realidade do seu inconsciente, pode permanecer na
condição de vítima de transtornos neuróticos, que decorrem da fragmentação, do
vazio existencial, da falta de sentido psicológico, por identificar apenas uma
pequena parte daquilo que denomina como realidade.”
Final
do texto, porém o cap.6 continuará na próxim postagem.
Postado
dia 06/10/2013.
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