domingo, 6 de outubro de 2013


 

PERSONA

Texto do cap.6 – A PSICOLOGIA ANALÍTICA DE CARL GUSTAV JUNG , escrito por Iris Sinoti, no livro REFLETINDO A ALMA.
Página 160-162.
A máscara social, denominada por Jung de persona, nos permite, em sua função arquetípica, construir uma imagem externa de nós e, ao mesmo tempo, ocultar dos outros e de nós mesmos a nossa verdadeira natureza. Joanna de Ângelis em O homem integral, p. 57, analisa com profundidade o perigo que ronda o ser ao deixar-se dominar pela persona:
“No caleidoscópio do comportamento humano há, quase sempre, uma grande preocupação por mais parecer do que ser, dando origem aos homens-espelhos, aqueles que, não tendo identidade própria, refletem os modismos, as imposições, as opiniões alheias. Eles se tornam o que agrada às pessoas com quem convivem, o ambiente que no seu comportamento neurótico se instala.”
Sem uma identidade própria, esse “homem-espelho” perde-se de si mesmo, buscando o apoio fora. A sua sombra, assim, torna-se cada vez mais densa, aumentando a predominância do ego que passa a identificar-se com a imagem projetada. Jung alertava para o conflito gerado pela tensão da natureza real e a persona, pois que:
“Ninguém pode, impunemente, desembaraçar-se de si mesmo em troca de uma personalidade artificial; até a tentativa de fazê-lo acarreta, nos casos comuns, reações inconscientes, sob forma de mau humor, afetos, fobias, ideias obsessivas, vícios reincidentes etc.” (O eu e o inconsciente, §307, vol. VII/2)
Joanna de Ângelis no livro Vida: Desafios e Soluções, p.89, confirma essa ideia quando diz:
“Enquanto o indivíduo não descobre a realidade do seu inconsciente, pode permanecer na condição de vítima de transtornos neuróticos, que decorrem da fragmentação, do vazio existencial, da falta de sentido psicológico, por identificar apenas uma pequena parte daquilo que denomina como realidade.”
Final do texto, porém o cap.6 continuará na próxim postagem.

Postado dia 06/10/2013.

Nenhum comentário: