sábado, 25 de maio de 2019


GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS
A GRATIDÃO COMO RECURSO PARA A AQUISIÇÃO DA PAZ

Uma vida sem significado psicológico é vazia sem motivo de ser vivida, nenhum ser humano a suporta, e quando se movimenta nela, normalmente cai na busca de soluções sem conteúdos libertadores.

O Espírito foi criado para alcançar o infinito e conseguir a sabedoria superior que o transforma em arcanjo...

A caminhada, dolorosa muitas vezes, na escola terrena lembra o diamante bruto submetido à remoção da ganga, para poder brilhar como uma estrela na sua transformação.

Nas vidas vazias, aquelas que não tem objetivos psicológicos, existe muito espaço para a inquietação e a desconfiança, o autodesprezo e o ressentimento, o acolhimento dos transtornos da emoção e dos desequilíbrios mentais, pela falta de significado existencial.

Que é facilmente identificada pelos indivíduos solitários ou não, caracterizados por grande necessidade de conquistar coisas externas e de projetar a imagem, porque o ser real está incompleto, inseguro, sem estímulo para continuar a jornada.

Constrangidos pelas circunstancias amargas a continuarem no corpo físico, buscam os  prazeres exaustivos ou as experiências perigosas a que submetem o self, em desafios que quase sempre resultam em fracassos, quando não em mortes sem dignidade. Entre eles tem-se alguns dos desportistas radicais, que buscam chamar a atenção para a coragem, que  pode significar desamor à vida e zombaria ao bom senso e à precaução, ou sob a ação exasperada da adrenalina esquecem-se de si, transferindo-se para o aplauso em que se irão destacar, demonstrando aos outros a sua superioridade.

Se entregam a competições buscando sempre ultrapassar os limites anteriores, como novos deuses, dominados pelos mitos das personagens de quadrinhos que se transformam em heróis do absurdo, revivendo outros heróis adormecidos no inconsciente coletivo...

O ser humano saudável é cuidadoso, vive nos padrões éticos que trazem bem-estar e  alegria de viver. A sua coragem não é medida pelo destemor e pela busca do perigo, mas pela resistência que oferece às circunstancias perturbadoras, sempre digno e lutando tranquilo.

Sente-se afortunado pela harmonia que vive no eixo emoção-psique e no apoio aos equipamentos físicos de que se utiliza para o crescimento interior e para a vitória sobre as heranças prejudiciais que lhe permanecem no comportamento.

Pela harmonia presente na sua vida, é cheio de alegria e de objetivos edificantes, proporcionando-se satisfação pela oportunidade que desfruta, contribuindo na comunidade em que se encontra, para faze-la sempre melhor.

A gratidão é-lhe condição natural, pois sabe valorizar tudo que lhe chega, sendo abençoado pelas facilidades ou pelos sofrimentos que, eventualmente, o alcançam.  Porque o bem-estar não são apenas às questões agradáveis e que trazem alegria, mas também àquelas de preocupação e da análise das variadas situações do processo humano em desenvolvimento.

O apóstolo Paulo, por exemplo, dizia que se comportava da mesma forma, seja estando coroado de alegrias, ou que experimentando o cárcere e a provação... Porque o sentido psicológico da sua vida era servir a Jesus, e onde estivesse, conforme estivesse, nada lhe era impedimento de continuar na vivencia do seu significado emocional. Na alegria, demonstrava gratidão pelas bênçãos, e na dor, ainda agradecia por poder confirmar a grandeza da sua fé e da sua entrega.

Quem só espera frutos saudáveis da árvore da vida não aprendeu ainda a viver, desconhece  que os acontecimentos, fazem parte do esquema existencial.

Há pessoas que nem sequer agradecem as dádivas que lhes são oferecidas, estando sempre queixosas, insatisfeitas, insaciáveis, porque é baixa a sua capacidade de autoestima, e assim fuge para a situação egotista. Outras sempre agradecem todas as alegrias que fruem,  e esquecem de agradecer os embaraços que não ocorreram, os insucessos que não aconteceram... E outras que sabem agradecer a alegria que vivenciam, as dificuldades que não se tornaram dificuldades para as realizações edificantes e as dores que as alcançaram, esclarecendo que tal acontecimento se encontra na lei de causa e efeito, pois só lhes acontece o que é de melhor para o seu processo de evolução. Agem assim porque sabem da justiça presente em todos os mecanismos do desenvolvimento espiritual e moral de cada um.

Quando se aprender a agradecer e a louvar, certamente a saúde integral se constituirá o resultado feliz do fenômeno agradável do júbilo presente em todas as situações existenciais trabalhando a elevação do ser.

Com essa compreensão, aos poucos o eixo ego-self propicia a unidade sem choque, a harmonia que deve haver no processo da recuperação da anterior fissão da psique...

Essa é uma batalha silenciosa,  significativa, cheia de aprendizagem e descobertas, porque se vai ao mais profundo dos sentimentos, para avaliar o sentido e o significado psicológico da vida física.

Dessa forma, encontra-se a maturidade emocional, aquela que auxilia no discernimento  de tudo quanto se pode e se deve realizar, e não daquilo que se pode mas não se deve fazer, ou se deve mas não é lícito executar.

A maioria das criaturas vive de forma tão automática que nem apercebe os mecanismos existenciais, as possibilidades de desenvolvimento da inteligência e dos sentimentos, tornando a jornada um encantamento em que as experiências de autoiluminação multiplicam-se, toda vez que os acontecimentos são bem administrados. Não há pessoas privilegiadas, nem às que parecem totalmente felizes, porque o transito carnal é recurso de que a Divindade se utiliza, para permitir o desenvolvimento dos valores adormecidos no íntimo do ser.

Como consequência, devemos viver observando atentamente tudo que acontece na jornada humana, colhendo e distribuindo simpatia e solidariedade, afeição e renuncia aos impositivos do ego, na incessante busca da plenitude.

Só quem luta e se aprimora é que consegue  superar os vícios, os arquétipos inquietadores que veem do passado.

Viver, na Terra é uma excelente ocasião de avançar para a imortalidade feliz.

Divaldo Pereira Franco no livro, Psicologia da gratidão. Trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 25/05/2019