sábado, 27 de janeiro de 2018


“GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS”
CIDADANIA UNIVERSAL

Normalmente confunde-se, o comportamento sério e digno com petulância e presunção.

A imaturidade psicológica da alguns neófitos  no conhecimento austero do espiritismo conclui, equivocamente, que a simplicidade de coração e a modéstia ensinadas pela doutrina devem revestir-se de aparência descuidada, de linguajar simplório, de exageros verbais e loquacidade intempestiva, caindo em transtornos de conduta social e malformação educacional no reduto doméstico.

Todo tema e doutrina graves devem ser tratados de maneira elevada, utilizando-se linguagem apropriada, compostura correspondente ao significado nobre do empreendimento, aplicação adequada à conduta.

Não é utilizar qualquer tipo de máscara de severidade,  carrancudo ou palavrório complicado.

As questões superiores são tratadas com respeito e gravidade, de modo que se incorpore ao ser que as penetra.

Seriedade não é introspecção constrangedora afastando um indivíduo do outro, como jovialidade não quer dizer vulgaridade no trato e convivência com os demais.

O conhecimento espírita, cuidando essencialmente dos princípios de alta relevância em torno do ser, da sua existência na Terra, dos processos de superação dos atavismos infelizes, do crescimento interior intelecto-moral, estabelece propósitos de elevação espiritual, substituindo o vazio do transito carnal pelos altos significados de imortalidade.

Visa, o entendimento das ocorrências do dia a dia, mediante as suas implicações filosóficas, para tornar a experiência evolutiva mais saudável, muito melhor a vivencia dos conteúdos de que se reveste, de forma que o  aprendiz amadureça psicologicamente com mais rapidez do que aqueles que buscam outras formas para conquistar da felicidade.

Elucidando e esclarecendo os motivos do sofrimento e dos conflitos que ferem a sociedade, ampliando os horizontes terrestres e demonstrando que a casa do Pai tem muitas moradas,  que são esses majestosos ninhos de astros que gravitam nos infinitos espaços, propõe esperanças e consolações, comportamentos otimistas e grandiosos, abrindo a cortina que dificulta a melhor visão do destino e da própria imortalidade.

É natural que a responsabilidade tome conta do caráter de quem se dedica ao estudo e a vivencia de tão magnifica proposta, despertando-lhe o interesse incontido de experienciar desde agora a exuberância de tudo que lhe está destinado.

À estreiteza da visão do mundo físico, passageiro e conflitivo, a grandeza do universo com os seus arquipélagos de astros fulgurantes, aguardando pelos viajores audaciosos, após a sua vitória pelos caminhos tortuosos por onde deambulam na atualidade.

Na sua face, ao invés da expressão rude e agressiva, surge a alegria espontânea, uma peculiar luminosidade vinda da intimidade do Espírito e espalha-se como expectativa pelo que logo mais conseguirá.

Tornam-se, cidadãos do universo, com imensa gratidão pelo planeta que lhes é mãe generosa, preparando-os para conquistar as estrelas.


Esforça-te por liberar-te das correntes que te prendem no cárcere dos conflitos, das paixões servis, das heranças que ditam os falsos comportamentos, dos complexos da culpa, de inferioridade...

Somos filhos de Deus em crescimento espiritual.
A divina paternidade criou-nos para  sermos herdeiro do universo.

Amplia pois a capacidade de entendimento em torno da vida e não te pares.

Avança da treva da ignorância para a luz libertadora.
Satisfaze-te com o conseguido, sem  detere no já conquistado, avançando sempre e sem cessar, mas lembrando,  dos irmãos da retaguarda, daqueles que precisam da tua ajuda, para crescerem também contigo.

Nunca te ensoberbeças pelo que sabes, compreendendo que a visão ampla de hoje estará totalmente superada amanhã, quando alcançares um patamar de mais amplitude.

Torna-te compassivo com \àqueles que  não te conhecem e que te combatem ferozmente, dominados pela inveja, sob os tormentos que os vencem impiedosamente.

Eles, os teus perseguidores, não são maus, estão, por enquanto, enfermos ou dominados por adversários desencarnados que se satisfazem em manter o desconhecimento da verdade na Terra,  de modo que possam manipular as criaturas ignorantes a seu bel e ignóbil prazer.

Retribui a malquerença pela simpatia e pela compaixão, por constatares como estão distantes dos objetivos nobres da existência corporal.

Certamente eles, gostariam de estar onde te veem, mas ainda não têm a coragem de realizar o autoenfrentamento, despojando-se das aparências enganosas para agirem no trabalho de identificação com a vida real.

As tuas conquistas espirituais te trazem saúde integral e, por isso, desfrutas de bem-estar, mesmo quando as ocorrências menos felizes te surpreendem na terra.

Esse conhecimento dinâmico te dá forças para que rompas a couraça da indolência e do conformismo doentios. Te concedendo sede de mais saber, de conquistares o infinito, sem que seja necessário abandonar a caminho que segues.

Nunca te perturbes ante a agressão dos indiferentes, dos torpes, dos viciados e escravos do egotismo. Eles ainda não são capazes de sair dos limites que se impuseram, o que lhes facilitaria estar ao teu lado, e consequêntemente, não admitem que estejas melhor do que eles.

Desejam-te desaires e desditas, sofrendo, porque te veem feliz e combativo no bem.

Por isso, amesquinham-se mais e aumentam o cerco nos teus afazeres, utilizando-se de todas as possibilidades que dispõem, que são trevas...

Mantém a tua luz de amor acesa nas aspirações elevadas e ela diluirá toda a sombra que teme envolver-te.


Quanto mais perseguido, mais amoroso era Jesus.

Enquanto esteve discretamente no Seu ofício em Nazaré, ninguém Lhe dava valor, importância.

Quando, apresentando-se como o excelente Filho de Deus, o Messias, mudando os rumos da humanidade, a perseguição rude, oculta e publica surgiu, tentando interromper-Lhe a jornada.

Foi nesse período que Ele mais se agigantou, vivendo a imortalidade em que todos nos encontramos mergulhados, embalando a humanidade sofrida com as canções sublimes do reino dos céus.


Toma-o como exemplo, e faze-te cidadão universal, sem discriminação de nenhuma natureza, nem infeliz comportamento de superioridade, parecido com todos, mas não a esses igual...

Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Ilumina-te. Trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 27/0l/2018.IIL

sábado, 20 de janeiro de 2018


“GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS”

ENTREGA PESSOAL

Nas lutas terrestres, as que se referem a interesses materiais, os indivíduos sinceros atiram-se, com garra e devotamento, para conquistar valores que os exaltarão no grupo social, dando-lhes poder e prazer, de forma que os destaquem na comunidade.

Mesmo atingindo os objetivos que buscavam, prosseguem na luta sem fim para conquistar mais, cansando-se se exaurindo para conquistar fortuna e distinções que fascinam o ego.

Já as questões espirituais, quase sempre no segundo plano, a morosidade e os melindres presentes continuamente, dificultando a entrega pessoal aos ideais que parecem abraçar.

Com relativa e variada constância, mudam de conceitos, buscam desculpas para afastar-se dos compromissos, cansados e incompreendidos, como se buscassem um clube social para o relaxamento do trabalho convencional, ou para o jogo dos interesses imediatos, e não um educandário para a autoiluminação.

Ocorre que a convicção religiosa que os caracteriza nem sempre se encontra fundamentada nos fatos que convencem o intelecto e alteram o comportamento emocional, propiciando alegria real e renovação interior no compromisso que abraçam.

Isso mesmo acontece no campo do moderno cristianismo sob a égide do Consolador.

Na inicio fascinando-se, com os conteúdos extraordinários da revelação espírita, parecem acordar para a realidade dantes desconhecida e esforçam-se com certo fervor na vivencia e na divulgação da mensagem libertadora.

Para eles, Jesus ressurge das cinzas das doutrinas ortodoxas em toda a Sua grandeza trazendo as possibilidades da harmonia íntima,  trazendo libertação das paixões perturbadoras, dos estados de morbidez, dos tormentos comuns aos demais seres humanos, aqueles que ainda não despertaram para a compreensão dos valores transcendentes da vida.

Com o passar do tempo e deveriam aprofundar os estudos e o comportamento nas sábias diretrizes apresentadas no evangelho, um certo torpor toma-lhes conta e a monotonia toma-lhes, conta passando a estranhas condutas exigentes em relação aos outros, em busca de pretextos para afastar-se da responsabilidade assumida espontaneamente, acusando de irresponsáveis os demais e atribuindo-se direitos que, na realidade não possuem.

O trabalho na seara de Jesus é de abnegação pessoal intransferível, e cada candidato deve procurar compreender que necessita servir, e não considerar-se indispensável ou importante no conjunto.

A única aristocracia que aparece no grupo é a de natureza moral e espiritual, destacando-se o indivíduo pela abnegação e devotamento, sempre disposto a servir e a amar, sem  preocupar-se em receber a retribuição com os aplausos enganosos e o servilismo infeliz.

Quem encontra realmente Jesus vive uma mudança profunda de conceito a respeito da vida e, sendo honesto consigo mesmo, busca deixar-se penetrar pelo Seu indizivel amor, tornando-se, conforme a expressão paulina, uma carta viva do evangelho.


Quando Jesus se refere aos deveres  com César e os com Deus, fica claro que o reino dos céus é prioritário ao mundo terrestre, sendo o ultimo transitório, e o primeiro é permanente. Um é aparente e o outro é real.

Escolher Deus em detrimento de Mamon é grande audácia e de superior entendimento a respeito da vida corporal.

Não sendo necessário abandonar-se o mundo e os compromissos com a sociedade, esses instrumentos valiosos  que estimulam o progresso e desenvolvem os sentimentos nobres, para ser fiel ao trabalho iluminativo.

As vezes, ao se buscar o isolamento com o pretexto de bem servi-Lo, quase sempre existem razões conflitivas no íntimo daquele que, assim se expressa que foge dos enfrentamentos necessários ao seu burilamento interior.

Ninguém serve a Deus, fugindo do mundo e suas tribulações. É nesse atrito de interesses, nem sempre saudáveis, que o cristão pode afinar a sua fidelidade aos objetivos interiormente abraçados.

Mas isso não o impede da fidelidade integral à fé racional que o enche de alegrias e o fortalece nas lutas naturais  que o edificam.

A entrega total a Jesus não significa desprezar as pessoas, mas representa mais interesse pelo próximo, maior dedicação à prática do bem,  realizações favoráveis ao desenvolvimento ético, moral e cultural da sociedade.

Jesus é o grande libertador das consciências, por isso, segue à frente, tendo, quando na Terra, a preocupação de exemplificar tudo quanto ensinava aos discípulos e ao povo faminto de misericórdia e de paz.

As enfermidades que feriam as multidões eram a capa externa do seu estado interior, dos seus tormentos dominadores, que o Senhor diluía, para que compreendessem quão passageiros são os acontecimentos no mundo, tanto as agradáveis quanto, os afligentes...

Quando o discípulo da palavra compreende que tem um compromisso com a verdade e que a sua existência está traçada para que se engrandeça e alcance a luz da serenidade e da alegria de viver, é inevitável a entrega plena Àquele que o atrai e o fascina.

Não é uma atitude de arroubamento, de  entusiasmo rápido, e sim um profundo trabalho de reflexão, considerando os valores que se encontram em jogo, as opções diferentes, e elegendo as que são fundamentais para a conquista da plenitude.


Se te encontras na encruzilhada difícil da decisão entre o mundo e Jesus, não te permitas perturbar.

Ora e, envolvendo-te nas sublimes energias que vem do Mais Alto, deixa-te inspirar pela sabedoria dos ensinos Dele, que te estão ao alcance, e decide-te, assumindo a responsabilidade integral pela conclusão a que chegaste,

Depois de experimentares a Sua presença no teu mundo íntimo, o mais te será menos importante, e cada vez sentirás mais sede de comunhão com Ele e com a vida verdadeira.

Jamais te arrependerás pela aceitação consciente do compromisso.

Enfrentarás, sem dúvida, dificuldades e viverás momentos de dor, compreende-se.

Mas não esqueças que o Seu é um fardo leve, e suave o Seu julgamento, e  deixa que Ele tome conta das tuas dores e ajude-te a superá-las.

Vai em frente e, quando o anjo da desencarnação fechar as tuas pálpebras, verás que a vida exuberante te aguarda, e Ele, de braços abertos, te receberá com alegria.

Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Ilumina-te. Trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 20/0l/2018.

domingo, 14 de janeiro de 2018

“GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS”


A DOLOROSA NOITE ESCURA


Foi São Joao da Cruz, o grande místico espanhol, quem primeiro referiu-se à noite escura da alma, durante o seu ministério de interiorização, na busca do Cristo real enclausurado no seu ser profundo.

A solidão e a ausência de vida, no imenso vazio existencial, fez com que ele experimentasse a amargura e a aflição, embora buscasse com todas as forças encher-se de alegria e da presença divina.

Séculos depois, madre Tereza de Calcutá procura também inundar-se da presença de Deus, no serviço ao seu próximo, os pobres entre os mais pobres, e quanto mais O buscava, mais isolada se sentia, chegando a considerar-se sem amor, sem fé, sem certeza, se o seu era o trabalho que Ele desejava.

Nas angustias que a maltratavam, deu-se conta que tinha pedido sofrer as dores do Calvário, atender a sede de Jesus na cruz, e que, por isso, sofria pela ausência Dele no seu íntimo.

Temia estar fingindo, enganando as pessoas com a sua abnegação e alegria externa, quando, em realidade, sentia-se frustrada, profundamente isolada, rejeitada por Ele...

Ocorre que o Espírito, habituado com as imposições da matéria, perturba-se com o abismo que o separa do Criador, que com certeza não se detém nos limites da individualidade humana.

A sombra atormenta-o, na condição de herança do passado delituoso, em que as realizações foram marcadas pelo predomínio do ego infeliz, gerador de muitos transtornos, agora expressando-se como vazio existencial.

A força moral, do self sobrepondo-se leva o ser ao trabalho que dignifica, aos poucos restituindo a Presença através da meditação, da oração, no princípio, sem os valores qualitativos da paz, da segurança interior, da emoção de vida...

A perseverança no objetivo, acaba, preenchendo de luz a área da a sombra, trazendo a identificação do eixo com o self.

Muitas vezes, no teu processo de união com Deus através de Jesus Cristo, perceberás a solidão, o desprezo da divindade aos teus ansiosos apelos.

Como ainda não és capaz de assimilar as emoções transcendentes, atravessas a noite escura da alma, em angustias e sofrimentos, pela diferença entre o que és espiritualmente e o que buscas.

Saulo de Tarso viveu esse paradoxo durante o seu exilio no oásis de Dan, apesar da presença dos amigos Àquila e Prísca, sofrendo o abandono necessário ao amadurecimento espiritual, para dispor de forças para os testemunhos nas futuras pregações.

A insistente busca de sentido existencial deve preencher as horas do discípulo sincero do evangelho que, no início, não merece fruir da desejada ventura da Presença, já que não possui as condições próprias para a experiência mística transcendente da entrega total...

Muito tempo depois, havendo sofrido todas as imagináveis vicissitudes, o apóstolo Paulo diria que já não era ele quem vivia, mas Cristo que nele vivia.


Toda vez, quando, no serviço do Senhor, sintas a alma envolvida pela tristeza da noite escura, evita entregar-te à sombra, permitindo-te arrastar pelo desânimo ou pelo desencanto.


Não esperes um céu de delícias imediatas na experiência autoiluminativa a que te entregas.

Considera os milênios de treva em que te envolveste e perceberás que a frágil claridade de esperança envolver-te-á aos poucos, nunca de uma só vez.

Preciso se faz que desbastes a densa escuridão com a densa claridade da oração em que os teus sentimentos participem da experiência mística, para que tenhas força para avançar com segurança pelo caminho traçado.

Aprende então a conviver com a prece, fazendo-a elemento nutriente para a alma, amiga constante das reflexões e companheira da solidão.

Sempre, quando oras, elevas-te mentalmente e penetras nas faixas mais sutis da vida, por onde transitam as vibrações de harmonia, de ordem, de equilíbrio.

Quando fizeres, e sentires as energias de que se constituem, te sentirás mais fortalecido para as tentativas futuros, robustecendo a confiança em Deus e aguardando-O, não em forma humana, mas como força íntima e alegria profunda para a dedicação total.

A Oração faz muita falta ao ser humano contemporâneo.

Tendo aprendido que orar é repetir palavras, algumas cabalísticas, não sabe expor ao Pai Todo Amor as suas necessidades, que devem ser precedidas do louvor pela vida, pelos valores de que se enriquece, para expressar melhor tudo o que lhe falta no momento e que torna-se-lhe indispensável à vida saudável.

Depois, não esquecer de agradecer, expressando as emoções deliciosas do instante de conúbio com a área psíquica transcendente onde sintonizou o pensamento.

A oração, é uma experiência vívida de comunhão com Aquele a Quem se dirige o pensamento, buscando a união mental, a identificação com a Sua sabedoria e misericórdia e não um ato mecânico de simplesmente repetir palavras.


Aos poucos, aprende-se o abandono do ego em favor do ser profundo que se é, esquecendo os caprichos e louvaminhas, substituídos pelas nobres aspirações de beleza, da paz, da entrega...

Será nessa conjuntura que torna-se positiva a contribuição gentil com o próximo de toda forma possível: desde a oferta de um copo com água fria, à doação de si mesmo, em benefício das suas aflições perturbadoras e desgastantes.

Nessa busca natural de servir, inundando-se das bênçãos da caridade real, o Espírito enche-se por perceber que a Presença faz-se suavemente no imo, espraiando-se por todo o ser que é, transformando-se em suave claridade na escuridão, apontando a direção de segurança para a Grande Luz.

A realização de qualquer empreendimento é feita com momentos de alegria e ´jubilo e outros de cansaço ou desalinho. O importante é não parar para examinar resultados, continuando fiel ao propósito inicial abraçado.

Cientistas e santos, artistas e mártires, filósofos idealistas e místicos, e as criaturas honestas e sinceras em geral, que abraçam experiências dignificadoras, todos experimentam a noite escura da alma, exatamente porque as suas são aspirações que transcendem o comum, o corriqueiro, o imediato da conjuntura material.

Mesmo Jesus, a fim de ensinar-nos como deve ser a entrega total a Deus, experimentou no Jardim das Oliveiras a Sua noite escura da alma, traído por um amigo, abandonado pelos demais, suando sangue e vivendo solidão, que Lhe precederam o momento sublime e incomparável da ressurreição gloriosa, poucos dias depois...

A noite escura da alma é o amanhecer do dia glorioso da imortalidade em triunfo.

   Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Ilumina-te. Trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 14/0l/2018.

sábado, 6 de janeiro de 2018


“GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS”

A BENÇÃO DO PERDÃO

A harmonia Universal é resultado do equilíbrio entre tudo que existe no infinito das suas diferenças.

No macro ou no microcosmo, existe a ordem, embora, sob o olhar apressado de observador, apresente-se sob forma de caos. Esse caos visto é resultado da pobreza de quem o contempla.

No perfeito ajustamento das leis do universo, as diferenças são responsáveis pelo conjunto equilibrado, como ocorre numa orquestra formada por muitos instrumentos musicais seguindo a mesma partitura  regido por um sábio.

O Pai Amoroso é esse regente universal que criou tudo, tendo como regra básica a simetria.

Os seres humanos também são diferentes sob todos os aspectos: fisiológica, psicológica, e mentalmente, em consequência do processo de evolução em que todos se encontram. É natural, que tenham as mesmas dificuldades, paixões, aspirações e sofrimentos, variando de biotipologia e intensidade emocional.

Consequentemente, em qualquer tipo de relacionamento, sempre há desafios à fraternidade e à afeição, ao respeito e ao comportamento, abrindo espaço para os atritos, as desconfianças, as agressões, as inimizades...

Aqueles em faixas mais primárias do processo de desenvolvimento ético-moral não tendo ainda as energias necessárias  para o equilíbrio, caem em repetidas situações de agressividade e de desconsideração pelos outros.

Ainda sofrem as dificuldades vindas dos instintos, do egoísmo, no qual se protegem ou apoiam, para combater todos que, por um motivo qualquer, ou mesmo sem motivo, apresentam-se como antipáticos ou ocupam o lugar que acreditem lhes pertencer, embora sem condições.

Tornam-se, por isso, sérios adversários que se satisfazem em malsinar, agredir e criar dificuldades.

A verdadeira compreensão do seu estágio antropopsicológico permite que seja desculpado por aquele que se torna vítima indefesa.

Todos vivenciam dificuldades no propósito interior de transformação moral para melhor.

Superar os instintos e adotar a razão como norma de conduta, sem as exigências descabidas nem as negligencias convencionais, é importante razão para se viver em harmonia consigo mesmo, e, por extensão, com o seu próximo.

Somente através do autoconhecimento, dos exercícios de reflexão a respeito dos problemas existenciais, adquire-se o equilíbrio e o sentimento de amor capaz de desenvolver o perdão como norma de conduta em todos os momentos.

Quando se descobre em dificuldades para a superar as tendências negativas e perturbadoras, facilita a compreensão de que os outros também passam pela mesma situação de dificuldade. E daí vem a tolerância das deficiências alheias, desenvolvendo-se o sentimento de compaixão com as misérias humanas, caminho ainda difícil para a ascensão espiritual.


Esforça-te para não carregar o lixo mental do ressentimento, responsável por muitos males que infelicitam as pessoas rancorosas.

Quando se cultiva a mágoa, que dá lugar ao desejo de vingança, envenena-se, no falso pensamento de que esse tóxico irá matar o adversário, sendo por ele, porém, lentamente assassinado.

Somente o perdão incondicional dá a paz íntima, libertando o Espírito de todos os atavismos doentios ainda presentes no seu comportamento.

Figurativamente, todos trazemos no íntimo um cordeiro pacífico e gentil e um lobo feroz e devorador, que se espreitam, lutam e se defendem mutuamente, conforme as conjunturas, as situações, as circunstancias quando se encontram.

A vitória será sempre daquele que for mais bem alimentado pela mente e pelas emoções de quem os conduz.

Quando se pensa em perdão, vem logo à mente aquele de natureza teológica, tradicional, que como conquista de um passaporte para os céus.

A função do perdão é bem mais importante e de resultados mais imediatos, por ser fundamental na conquista e na preservação da saúde real.

Se achas difícil aplicar a benção do perdão em relação ao que te ocorre de desagradável, a quem te maldiz, entende como é mais complexo tornar-se melhor aquele que te cria embaraços e animosidades.

A primeira técnica para o perdão é fazer silêncio diante da acusação, não vitalizando o mal de que se reveste. No algodão do silencio morrem as agressões ou diminui o impacto e a ira do agressor.

O inimigo é alguém infeliz, que se sente desamparado, que conserva inteira a criança maltratada, fugindo sempre para a agressividade, a fim de esconder a sua insegurança.

O esforço pelo perdão não significa que as mágoas sejam submetidas ao impulso do bem, que as dores sejam desconhecidas, que todas as ofensas sejam  jogadas sob o tapete no inconsciente...

Se assim fizeres, estarás somente transferindo-as de campo emocional, gerando conflitos desnecessários.

Elas devem ser diluídas, compreendidas, superadas, como resultado das reflexões saudáveis em torno do próximo e da vida.

Também tu carregas muitas imperfeições morais que vens superando aos poucos, naturalmente contando também com a bondade dos outros que te dão a oportunidade de errar e corrigir-te, de cair e reerguer-te, de aprender desprendimento pessoal e solidariedade.

Não se vive no mundo sem enfrentamentos, que são excelentes oportunidades para se medir os valores morais íntimos, as conquistas mentais, as realizações pessoais.

Não estranhes, as pedradas durante as reencarnações.

Elas fazem parte dos mecanismos de desenvolvimento espiritual, auxiliando-te no avançar para o bem.


A grande lição do Calvário, além do testemunho do Mestre, foi o Seu brado de perdão, suplicando ao Pai misericórdia e compaixão para os que o matavam...

Jesus demonstrou ali, o Seu incomparável amor com todos, especialmente com aquelas criaturas que O perseguiam, encantadas pelos corrompidos interesses do imediatismo carnal.

Segue-Lhe pois o exemplo, e sejas tu aquele que vive a honra da graça do perdão a todos.  

   Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Ilumina-te. Trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 06/0l/2018.