“GRAVITANDO EM TORNO DE
DEUS”
IDENTIDADE
COM DEUS
A
identificação é uma das qualidades psicológicas
responsáveis pela definição do ser humano, junto a outras importantes, como: a
personalidade, o conhecimento e a consciência.
O individuo pode ser qualificado
pela afinidade emocional e o comportamento as ideias e os anseios íntimos
cultivados.
Com as aspirações
internas, formam-se sintonias de grupos, aglutinando-os em sociedades ou
núcleos que formam a humanidade.
Se são nobres, promovem
o progresso moral e social da pessoa e consequentemente, do conjunto, aprimorando
dessa forma a cultura, a ciência e as artes, a tecnologia e o humanitarismo fortalecendo
o ajuste e a harmonia global. Os que resultam de paixões dissolventes, formam
os guetos de criminalidade, as forças da violência, as gangues da insânia e das
alucinações coletivas, as tribos da drogadição, indo para os abismos do horror das
lutas sangrentas e perversas.
As propostas
filosóficas e o conhecimento nas várias áreas do saber atraem os seres humanos
às suas fileiras e os classificam, tornando-se conhecidos pelos modismos e
condutas, as vezes extravagantes e agressivos.
Desafiam o status quo, chamando a atenção pela
maneira exibicionista por onde projetam a imagem prepotente que escraviza a sua
vítima, realizando-se de forma chocante para autorealizar-se.
São passageiros, porque
os seus líderes, vencidos pelas angustias que os envenenam e que não falta-lhe
coragem de enfrentar, fogem da realidade para as fantasias que se transformam
em pesadelos terríveis, insuportáveis...
Esses fenomenos ocorrem
também na fé religiosa, com os mesmos efeitos psicológicos, nas várias definições
em que se identificam.
O cristianismo, não foi
exceção no seu roteiro de expansão
terrena.
Desde que Lucas, o
futuro apóstolo do evangelho, fascinado por Jesus Cristo, no período da
pregação paulina, sugeriu que os Seus discípulos fossem chamados cristãos, que a identificação os
inscreveu na história como os conquistadores do mundo espiritual.
No início, a força
ciclópica da abnegação e do amor que os animava escreveu no holocausto da
própria existência a mais desafiadora página de dedicação ao próximo e a Deus
de que se tem notícia, e o martirológio tornou-se o sublime recurso de expansão
da mensagem libertadora, que passou a dominar, no Ocidente, o mundo conhecido
de então.
Conforme Santo Eusébio,
cristão primitivo do século IV, à medida que as facilidades e as disputas
humanas substituíram os testemunhos e os sacrifícios dos mártires, a floração
da fé emurcheceu e quase morreu...
Depois, a denominação
passou a inspirar suspeitas, pavores e ódios, pela alucinação e pelo fanatismo
que tomaram conta dos que, assim se identificavam.
Uma noite terrível, caiu
sobre a sociedade pouco iluminada, de quando em quando, pelos apóstolos da
verdade que renasceram com a missão de sustenta-la nos sofrimentos em que se debatiam.
Quase nada ficou das iluminadas
mensagens de amor e compaixão ensinadas e vividas por Jesus, obrigando a
caridade a esconder-se, envergonhada, na divina misericórdia...
Veio o Consolador, e novamente o brilho do evangelho com um sol especial passou
a iluminar as vidas e a aquecer o frio das almas.
Aos poucos, conforme se
vem popularizando, a vulgaridade e a insensatez humanas tomam conta das suas
fileiras, tentando ocultar-lhe as suas luzes.
Nesse báratro que
domina a sociedade contemporânea que debate-se nos sofrimentos inenarráveis e
atemoriza-se ante as ameaças perversas de outros males sem conta, a identidade cristã perdeu quase
completamente o seu significado inicial.
Negocia-se, mente-se,
guerreia-se, infelicita-se em nome de Jesus, firmam-se tratados e decretos
citando as Suas palavras, enquanto o ser humano continua abandonado à própria
sorte...
Muitos cristãos novos, que bebem na fonte do
evangelho trazido pelo espiritismo a água pura e cristalina do dever, do amor e
da caridade, descuidam-se da conduta crística, de ser irmão dos sofredores, de
seguir mil passos a mais ao lado daquele que lhe solicita a companhia por
apenas mil; de dar o manto a quem necessita somente da capa; de despir-se da
ostentação, do orgulho e do egoísmo para servir, ao invés de ser servido pela
mensagem que se expande pelo mundo.
O campeonato das vaidades, e das disputas
pelos favores de César e pelas glórias de Pirro desequilibram muitos servidores
que se comprometeram em não repetir os erros do passado.
Iniciam o ministério do
amor dominados pelo entusiasmo da ingenuidade e do encantamento, para
trasladar-se para as volúpias do prazer e das compensações imediatas.
Sexo, poder, luxo e distinções
sociais fascinam-nos e intoxicam-nos no festival da ilusão.
Soberbos uns e
irreverentes outros, passeiam a incoerência da conduta em relação à fé nas
paisagens humanas, dando a impressão de que a enfermidade, a velhice e a
desencarnação jamais os alcançarão...
Abraçando as imposturas
terrestres, disputam-lhes a aceitação, afadigando-se pela conquista dos
comportamentos artificiais, cultivando as técnicas do comunicação exterior,
esquecidos da irradiação do bem-estar, da harmonia e da alegria de viver, que
os deveriam impregnar, .
O exterior e-lhe mais
importante do que o interior.
Apresentam-se como
novos sepulcros do ensinamento evangélico bem cuidados por fora, e imundo por
dentro...
Cuida de tua identidade
crística.
Mantém-te simples e sem
atavios.
Cultiva a bondade e
faze-te útil.
Sorri e ama, auxiliando
sempre.
Não importa que não
sejas conhecido ou afamado, lutando, porém, para seres iluminado,..
Apresenta Jesus e
oculta-te, recorda-O e esquece as tuas ambições enganosas, fazendo que todos que
de se aproximam vejam-No em ti.
Vinculado a Jesus, seja
tua a identidade Dele.
A volta aos dias
apostólicos é o impositivo destes difíceis momentos.
Pode parecer paradoxal
que, no século da ciência e da alta tecnologia, o amor passe a governar a vida
e os seres humanos, pois que não há outra alternativa.
Já foram tentados
muitos outros comportamentos que resultaram em desar e tragédia, permanecendo imbatível o do amor, aquele
que identifica a criatura com o Cristo.
Experimenta-o, e não te
preocupes com mais nada...
Texto de Joanna de
Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Ilumina-te, trabalhado e editado
por Adáuria Azevedo Farias. 27/08/2017.