sábado, 20 de abril de 2013


Aprender a amar

Continuação do cap. 2 do livro Refletindo a Alma

Uma das explicações para esse fato é que, por conta de experiências traumáticas, ou mesmo falta de estímulos, permanecemos presos nas primeiras fases do aprendizado do amor. É que, conforme avalia Joanna de Ângelis (2006, p. 16), “o amor atravessa diferentes fases: o infantil, que tem caráter possessivo; o juvenil, que se expressa pela insegurança; o maduro, pacificador, que se entrega sem reservas e faz-se plenificador.”

Convém ressaltar que essas etapas estão mais vinculadas à maturidade psíquica do que propriamente à idade cronológica. Quantas vezes vemos pessoas de idade adulta, ou ate mesmo avançada, que permanecem possessivas em suas relações, achando que todos têm a obrigação de servi-las em suas exigências infantis. A Psicologia espírita, incentivando o ser a olhar à sua volta, a expandir o olhar para além do ego para que pereba as dores e conflitos que existem ao seu redor, possibilita a libertação dessa expressão enferma da amorosidade.

A insegurança, a marca da etapa juvenil do amor, pode diagnosticada de várias formas: o ciúme, a dependência, a imaturidade em lidar com os tópicos das relações, etc. Essas marcas demonstram uma grande carência, e conforme acentua Joanna de Ângelis: “Quando se é carente, essa necessidade torna-se tormentosa, deixando de expressar o amor real para tornar-se desejo de prazer imediato, consumidor... Eis por que, muitas vezes, quando alguém diz com aflição ‘eu o amo’, está tentando dizer ‘eu necessito de você’ que são sentimentos muito diferentes” (2006c, p. 29).

Atente para a continuação do cap. ll.na próxima postagem

Transcrito do artigo Uma Psicologia com Alma: A Psicologia Espírita de Joanna de Ângelis escrito por Cláudio Sinoti no livro  REFLETINDO A ALMA  pp.47-48.

Postado em 20-04-2013

A sombra perturbadora e a gratidão

Continuação do cap. 2

Todas as criaturas possuem o seu lado sombra, o lado obscuro da sua existência, às vezes considerado como sendo o lado negativo do ser.

Essa sombra que, quase sempre, responde por muitas aflições que se insculpem no ego atormentando o self, é, conforme o dr. Friedrich Dorsch, resultado de “traços psíquicos do homem [e da mulher] em parte reprimidos, em parte não vividos, que, por razões sociais educativas ou outras, foram excluídos da convivência e, por isso, foram reprimidos.”

A sombra é portadora de valores e requisitos que podem ser utilizados de maneira produtiva ou perturbadora, podendo mesmo expressar-se de três formas, como sejam: a) a de natureza pessoal, cujos significados que foram reprimidos pertencem ao próprio individuo; b) a de natureza coletiva, que representa os mesmos significados reprimidos em cada sociedade; c) a de natureza arquetípica, em que há um caráter ancestral de destrutividade do ser humano, que não dispõe de possibilidade de diluição...

Jung considerava que se torna necessário adquirir a consciência desses conteúdos reprimidos, porque somente assim será possível alcançar a individuação. Após essa tentativa inicial, deve-se trabalhar pela sua integração no self, o que equivale dizer esforçar-se pelo amadurecimento psicológico, não mascarando a responsabilidade pessoal e aceitando-a de forma consciente, compreendendo todas as manifestações sombrias já experienciadas.

Todo individuo é possuidor de aspirações que nem sempre consegue concretizar ou vivenciar, recalcando-as com mágoas e não conseguindo diluí-las conscientemente pela superação. Somando a esse conflito não exteriorizado, conduz a herança ancestral da cultura onde se movimenta assim como a presença arquetípica de autodestruição, como fenômeno de fuga da realidade.

Tais ocorrências defluem da vivencia em cada reencarnação, quando experimentou a carga dos conflitos gerados anteriormente e que ressumam – sombra pessoal e coletiva -, tomando o aspecto arquetípico bem característico dos movimentos primários antes do surgimento da consciência e da personalidade.

Com todo esse potencial negativo, a sombra responde pelos desaires que geram sofrimento e amargura, retendo o ser na sua rede invisível e constritora.

Nada obstante, ao ser-se conscientizado desses fatores de perturbação, pode-se e deve-se trabalhar interiormente para superá-los por intermédio da redução da sua carga, aplicando-se contribuições edificantes e saudáveis, como o otimismo, a confiança no êxito, a solidariedade, o esforço para manter as perspectivas de realização sem os receios injustificáveis.

A sombra pode ser vista como uma névoa ou uma ilusão que o sol da realidade dilui, proporcionando a visão clara do existir, no qual todos se encontram situados. E porque as aspirações humanas saudáveis são crescentes, à medida que vão sendo superadas algumas dificuldades do amadurecimento psicológico, ampliam-se os horizontes do equilíbrio e do despertamento para a individuação.

 Atente para a continuação do 2º cap. na próxima postagem.

Texto estudado da obra PSICOLOGIA DA GRATIDÃO, pelo espírito Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco. pp. 46-47.

Postado em 20-04-2013

A estrutura da psique

Continuação do cap.6 – A Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung

Para a psicologia junguiana, a personalidade como um todo e denominada psique, palavra grega que significava originalmente “espírito” ou “alma”, tendo passado, posteriormente, a significar “mente”. Na psique incluímos todos os pensamentos, sentimentos e comportamentos, tanto os que percebemos como conscientes, como também os inconscientes. Esse conceito da psique, representa a ideia inicial de Jung de que uma pessoa é primordialmente um todo. O homem não deveria lutar para se tornar um todo, pois ele já nasce como um todo.

Ainda, conforme seu pensamento, o que cabe ao homem fazer durante a existência é desenvolver este todo essencial, até chegar ao mais alto grau possível de coerência, diferenciação e harmonia. Senão, o homem pode fracionar-se em sistemas separados, autônomos e conflitantes, e uma personalidade dissociada é uma personalidade deformada. Jung via no seu papel como psicanalista a necessidade de ajudar os pacientes a recuperar a unidade perdida e a fortalecer-lhes a psique para que esta pudesse resistir a qualquer futuro desmembramento.

No modelo constituído por Jung, a psique seria composta de várias esferas concêntricas, como uma cebola. A camada mais superficial representa a consciência, enquanto as outras cascas seriam os níveis mais profundos do inconsciente, ate que chegasse ao centro. Entre todas essas camadas ocorre uma constante interação e mudança.

Atente para a continuação do texto na próxima postagem.

Transcrito do artigo A PSICOLOGIA ANALÍTICA DE CARL GUSTAV JUNG escrito por Iris Sinoti – no livro  REFLETINDO A ALMA. pp.135-136.-

Postado em 20-04-2013.

Consciente, Pré-consciente e Inconsciente

Continuação do artigo escrito por Marlon Reikdal: Freud e a estrutura psíquica...no cap.5

Em se tratando do inconsciente, Freud (1915) justifica o conceito de inconsciente e discute os vários significados. Apresenta a questão da dinâmica psíquica, abordando a repressão, a comunicação entre os dois sistemas (inconsciente e pré-consciente), as características especiais do sistema inconsciente e a avaliação do inconsciente. Seria bastante extenso abordarmos todos estes itens, e, por isso, faremos alguns recortes suficientes para a compreensão psicanalítica de inconsciente, conforme Joanna de Ângelis aborda.

Faz-se imprescindível relatar que a suposição da existência do conceito segundo o qual existem processos inconscientes jamais foi de natureza filosófica, e sim prática. Na nota do editor inglês do texto já citado, encontramos a afirmativa de que Freud não estabeleceu uma mera entidade metafísica, revelando o inconsciente, tal como era, como funcionava, como diferia de outras partes da mente, e quais eram suas relações recíprocas com ela, tornando assim a análise do inconsciente um método de tratamento.*

Para o pai da psicanálise, aquela a teoria do modelo topográfico apresentaria uma insuficiência para compreender o funcionamento do ser humano, e, principalmente, seu adoecimento psíquico.

Ao longo de seu trabalho Freud percebeu que algumas recordações não podiam ser trazidas para o consciente. Os mecanismos de defesa responsáveis por esta resistência eram inconscientes, e, por conseguinte, inacessíveis. Foi então com Freud (1923b) que se formalizou a teoria estrutural tripartite do ego, id e o superego, ou como já antecipamos, a segunda tópica; uma nova descrição da anatomia da mente, também em três partes, mas indissociadas entre si, influenciando-se reciprocamente, ativas e dinâmicas.

Embora se fale de uma nova descrição, em momento algum Freud deixa a ideia de divisão do psíquico em consciente e inconsciente, pois essa divisão é considerada uma premissa fundamental da psicanálise.

*No livro Jung, o Homem Criativo, o autor defende que a experiência do inconsciente nasceu com a Humanidade. Muito antes de Freud e Jung, já desde os antigos hindus, os hebreus e os egípcios, a Humanidade sabia da existência nas pessoas de aspectos desconhecidos e estranhos que a consciência não era capaz de controlar nem de compreender. As culturas orientais, principalmente a hindu e a chinesa, desenvolveram, empregando técnicas de meditação, ioga e artes marciais, vários meios para ter acesso aos níveis mais profundos da psique. Kant e Schelling apontaram a existência de um lado escuro na psique.  Mas, entre os filósofos, quem melhor formulou a ideia de inconsciente foi Gottfried Von Leibniz (1646-1716). Em 1846, Carus escreveu o livro Psyche, no qual defendia a ideia de que o inconsciente era a base da psique. Foi a primeira tentativa de uma ciência da alma, de uma explicação global para a vida psíquica. Mas foi só  partir do século XIX que o inconsciente passou a ser estudado sistematicamente. Em 1869, Eduard Von Hartmann, baseando-se na Filosofia da vontade, de Schopenhauer, publicou a obra Filosofia do inconsciente relatando detalhadamente tudo o que havia sido escrito até então sobre inconsciente. (GRINBERG, 2003, p.80).  

Fiquem atentos para a continuação do texto...

Artigo escrito por Marlon Reikdal – Freud e a estrutura psíquica: descobrindo o inconsciente - no livro Refletindo a Alma, da pp. 110-112.

Postado em 20/04/2013.

Fragmentações morais

Cap. 2 - continuação

Um homem tinha dois filhos – narrou Jesus - Disse o mais moço a seu pai: - Meu pai, dá-me a parte dos bens que me toca. Ele repartiu os seus haveres entre ambos. Poucos dias depois o filho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu para um país longínquo, e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente. Depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome e ele começou a passar necessidades. Foi encontrar-se com um dos cidadãos daquele país e este o mandou para os seus campos guardar porcos. Ali desejava ele fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lh’as dava. Caindo, porém, em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui estou morrendo de fome! Levantar-me-ei, irei a meu pai e dir-lhe-ei: - Pai, pequei contra o céu e diante de ti. Já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus jornaleiros. Levantando-se, foi para seu pai. Estando ele ainda longe, seu pai viu-o e teve compaixão dele, e, correndo, o abraçou, e o beijou. Disse-lhe o filho: - Pai, pequei contra o céu e diante de ti. Já não sou digno de ser chamado teu filho. O pai, porém, disse aos seus servos: - Trazei-me depressa a melhor roupa e vesti-lh’a, e ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também o novilho cevado, matai-o, comamos e regozijemo-nos, porque este meu filho era morto e reviveu, estava perdido e se achou. E começaram a regozijar-se. Seu filho mais velho estava no campo. Quando voltou e foi chegando a casa, ouviu a música e a dança, e chamando um dos criados, perguntou-lhe o que era aquilo. Este lhe respondeu: - Chegou teu irmão, e teu pai mandou matar o novilho cevado, porque o recuperou com saúde. Ele se indignou e não queria entrar; e saindo seu pai, procurava conciliá-lo. Mas ele respondeu a seu pai: - Há tantos anos que te sirvo, sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para eu me regozijar com os meus amigos, mas quando veio este teu filho, que gastou os teus bens com meretrizes, tu mandas-te matar para ele o novilho cevado. Replicou-lhe o pai: - Filho, tu sempre estás comigo, e tudo que é meu é teu; entretanto, cumpria regozijarmo-nos e alegrarmo-nos, porque este teu irmão era morto e reviveu, estava perdido e se achou. (tradução segundo o original grego pelas Sociedades Bíblicas Unidas. Rio de Janeiro, Londres, New York.)

Os arquétipos do bem e do mal, da sombra densa e suave, do ego e do Self conflitam-se, nessa narrativa, enfrentando-se, lutando com ferocidade, e todo um arsenal de transtornos psicológicos aparece, tais a promiscuidade de conduta, a perversão, a fuga, o ressentimento, a ira e o desencanto, assinalando o comportamento dos dois irmãos, enquanto o pai generoso exterioriza a saúde pelo entendimento e pelo amor às defecções morais e ignorância dos filhos, utilizando-se da compaixão e do perdão, mas também da gratidão e do aflito.

O pai indu-los ao encontro com o arquétipo primordial   produzindo um reencontro terapêutico entre os dois irmãos, única forma de possibilitar o entendimento entre ambos, a fraternidade plena, a saúde geral.
Atente para continuação deste texto na próxima postagem

Do livro Em busca da verdade - Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco - pp. 30-32

Postado em 20-04-2013

sexta-feira, 19 de abril de 2013


O milagre da gratidão

Continuação do cap. 2

As provações constituem bênçãos que a vida proporciona ao ser calceta, que cometeu no passado e mesmo na atual existência arbitrariedades, ferindo a harmonia das leis universais, comprometendo a consciência, a fim de que disponha de meios de recuperar-se da culpa inscrita no cerne do ser, experienciando a contribuição do sofrimento que o dignifica, desde que a relatividade orgânica está sempre sujeita a essa sinuosidade com  altibaixos na saúde e no bem-estar...

O processo da evolução, de certo modo, faz lembrar uma correnteza que enfrenta obstáculos no curso por onde corre até alcançar o seu destino, um lago, um mar, um oceano...

Não cessando de prosseguir, quando defronta impedimentos, acumula as águas com tranquilidade até ultrapassá-los, pois que a sua meta encontra-se à frente, aguardando-a.

De semelhante maneira, as experiências evolutivas do ser humano transcorrem dentro de uma programação assinalada por variadas e sucessivas etapas até ser alcançado o estado numinoso.

A gratidão pelos insucessos aparentes constitui o reconhecimento por entender-se que fazem parte da aprendizagem e a sua ocorrência em forma de dissabores, de padecimentos morais consequentes à traição, à calúnia, ao abandono a que se vai relegado por antigos afetos, tem razão de ser. Melhor, pois, sofrê-los, vivenciá-los com resignação quando se apresentam, do que ignorá-los, envolvê-los em máscaras ou postergá-los...

Numa visão superficial, poder-se-á crer tratar-se de uma patologia pelo sofrimento em lamentável transtorno masoquista. Ao inverso, no entanto, essa conduta traduz maturidade saudável, porque não se trata de uma eleição pessoal pelo sofrimento, mas de uma aceitação consciente e natural do fenômeno-dor, que faz parte do curso evolutivo.

Gratidão, portanto, em toda e qualquer situação, boa ou má, como asseverava o apóstolo Paulo, que era sempre o mesmo na alegria, no bem-estar, no sofrimento, no testemunho, mantendo a integridade do self, em razão da consciência do dever nobremente cumprido, considerando as dificuldades e os sofrimentos como fenômenos naturais no seu processo de integração com o Cristo.

Quando se adquire o hábito de agradecer, os morbos emocionais da ira que se converte em ódio, da mágoa que se torna desejo de vingança, da inveja que anela pela destruição do outro, e sucessivamente, não encontram áreas na psique para tornarem-se tormentos... A alegria de ser-se grato proporciona entender-se a pequenez do ofensor, a jactância e fatuidade do perverso, a fragilidade daquele que se faz adversário... Uma emoção de tranquilidade preenche todos os espaços íntimos do self, nos quais se desenvolveriam os sentimentos inferiores.

De igual maneira, mesmo quando se recebe o anúncio de uma enfermidade irreversível, de um acontecimento grave e mutilador, a gratidão ensejará viver-se plenamente cada momento, ante a convicção racional da sobrevivência ao corpo somático, sempre credor de toda a gratidão por conduzir-se como um doce jumentinho do self, consoante o denominou o irmão alegria de Assis, o numinoso sempre grato a Deus por tudo, inclusive pelo momento em que se lhe acercou a irmã morte.

Atente para a continuação do 2º cap. na próxima postagem.

Texto estudado da obra PSICOLOGIA DA GRATIDÃO, pelo espírito Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco. pp. 44-46.

Postado em 19-04-2013

Aprender a amar

Continuação do cap. 2 do livro Refletindo a Alma

Na perspectiva da Psicologia espírita, “aprender a amar” torna-se uma necessidade para estruturação saudável do psiquismo, “porquanto amar também se aprende.” (ÂNGELIS, 2006c, p. 249)

Trata-se da mais alta conquista do desenvolvimento psicológico porquanto a vigência do amor “surge como experiência do sentimento que se concretiza em emoções profundamente libertadoras, que facultam a compreensão dos objetivos essenciais da existência humana.”(ÂNGELIS, 2006c,p.249)

A própria psiquiatria já comprova que inúmeros distúrbios do comportamento têm na afetividade patológica a sua base. Relações familiares traumatizantes, abusos, castração e indiferença estabelecem matrizes perturbadoras, gerando dificuldades nesse aprendizado do amor.

Ao avaliar os recursos de que dispõem as modernas terapias psicológicas, psicanalíticas e psiquiátricas, Joanna de Ângelis (2006c, p.11) reconhece que essas “dispõem de valioso arsenal de recursos que, postos em prática, liberam as multidões de enfermos, gerando equilíbrio e paz.” No entanto, prossegue a benfeitora, “o amor é de inexcedível resultado, por direcionar-se ao Si profundo, restabelecendo o interesse do paciente pelos objetivos saudáveis da vida, de que se dissociara.”

Recordo-me de um jovem que foi levado pela mãe ao consultório, por conta da relação entre eles passar por momentos difíceis. Os pais eram separados, e ele vivia com a mãe. Naquela fase, o jovem estava sendo cada vez mais agressivo com ela, a ponto de ela temer que a violência física se concretizasse.

Dentre os recursos terapêuticos de que me utilizei, propus, numa das sessões, que ele fechasse os olhos e, ao final, se abraçassem. Algo que parece simples para maioria das pessoas, mas que nele ocasionou uma profunda crise de choro, na qual dizia que simplesmente não conseguia. Não se achando merecedor do próprio afeto, a violência tornava-se uma máscara para se proteger do amor da própria mãe, que ele temia não possuir.

É no mínimo enigmático constatar que a força que nos pode curar fica escondida nos recantos sombrios do nosso psiquismo, simplesmente porque não aprendemos a expressá-la de uma forma saudável.

Transcrito do artigo Uma Psicologia com Alma: A Psicologia Espírita de Joanna de Ângelis escrito por Cláudio Sinoti no livro  REFLETINDO A ALMA  pp.45-46.

Atente para a continuação do cap. ll.

Postado em 19-04-2013

FRAGMENTAÇÕES MORAIS

Cap.2

Na condição de Psicoterapeuta excepcional, Jesus utilizou-se dos símbolos, nobres arquétipos da época, a fim de imortalizar as Suas propostas de saúde e de bem-estar.

Trazendo as Boas novas de alegria, para uma época atormentada, assinalada por criaturas aturdidas na ignorância, todo o Seu ministério revestiu-se de propostas libertadoras do primitivismo, de respeito pela vida e em favor da harmonia dos sentimentos, em incomparável diretriz de identificação entre o ego e o Self.

Compreendendo os tormentosos conflitos dos indivíduos e das massas que constituíam, do inconsciente individual e coletivo referto de heranças ancestrais primitivas, perturbadoras, sem vislumbres próximos de um superconsciente rico de harmonia, sabia que a única e mais eficaz maneira de proporcionar a libertação dos pacientes algemados ao egoísmo e ao imediatismo, somente seria possível por intermédio do autoconhecimento.

Em face da cultura religiosa fanática e atrasada – a sombra dominadora – bem como da ausência dos conhecimentos sobre a vida, somente facultados na intimidade dos santuários esotéricos, onde poucos iniciados tinham a oportunidade de conhecê-la, identificando a estrutura complexa do ser e as suas afortunadas possibilidades amortecidas pela matéria, Ele propôs a ruptura do obscurantismo com as claridades da razão, utilizando-se de imperecíveis símbolos que passaram à posteridade e prosseguem perfeitamente atuais.

Narrando parábolas, facultava o acesso ao ignorado Self e despertava-o de maneira hábil, embora simples, para que dominasse o ego, nada obstante as injunções perversas do Seu tempo.

Vivendo para todas as épocas atemporais, legou as gerações do futuro os memoráveis ensinos, superando as linguagens dos antigos mitos, por serem psicoterapêuticos, embora o objetivo aparentemente moral, social e religioso que ocultavam.

Por isso, foi enfático, ao afirmar a respeito dos Seus ensinamentos que a letra mata, mas o espírito vivifica, produzindo a perfeita vinculação do eixo ego-Si mesmo, expressando que, além da forma tosca sempre havia o conteúdo saudável e vivo para o processo da cura real de todas as enfermidades.

Dentre as reveladoras contribuições psicológicas, desse gênero, para a posteridade, narrou a parábola do Filho Pródigo, conforme as admiráveis anotações de Lucas, no capítulo 15 do seu Evangelho, versículos 11-32.

Em síntese, trata-se de uma história que bem expressa a fragmentação da psique em torno dos arquétipos dos valores morais no ser humano, nesse embate sem quartel entre o ego imediatista e dominador e o Self harmônico e totalizante.

 Atente para continuação deste texto na próxima postagem

Do livro Em busca da verdade - Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco - pp. 29-30

Postado em 19-04-2013

 

quinta-feira, 18 de abril de 2013


O milagre da gratidão

Continuação do cap. 2

Normalmente acredita-se que a gratidão é um sentimento sublime que opera os milagres do amor, diante do seu caráter retributivo. Esse conceito, no entanto, limita-o ao espaço estreito do reconhecimento pelo bem que se recebe e pelo anseio de devolvê-lo. Em nossa análise, apresenta-se de maneira muito sutil e mais profunda, que vai além da compensação pelo que se recebe e se vivencia.

Quando alguém consegue a experiência da gratulação, mesmo de referência aos insucessos, que podem ser considerados como experiências que ensinam a agir com responsabilidade e retidão, alcança o patamar em que esta deve ser vivida.

O sentido psicológico da reencarnação é conseguir-se a transformação moral do self e a liberação de todos os seus conteúdos ocultos ou que se encontram em germe, capacitando-o para os enfrentamentos com outros arquétipos inquietadores, especialmente quando se tornam imperiosos e dominantes no comportamento. Uma conscientização do ser que se é faculta a renovação das forças morais para diluir a sombra e desenvolver as experiências renovadoras.

A arte da gratidão que é a ciência da afetuosa emoção pelo existir, leva a condutas de aparência paradoxal, como, por exemplo, no caso das aflições e dos desaires...

Há um século e meio quase. Santo Agostinho, Espírito, conclamava os que sofriam à coragem e à resignação, ante as aflições, mesmo aquelas de aparência cruel, propondo: “as provas rudes ouvi-me bem, são quase sempre indício de um fim de sofrimento e de um aperfeiçoamento do Espírito, quando aceitas com o pensamento em Deus.”

 Fiquem atentos (as) para a continuação na próxima postagem.

Texto estudado da obra PSICOLOGIA DA GRATIDÃO, pelo espírito Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco. pp.43-44.

Postado em 18-04-2013


A gratidão é a assinatura de Deus

colocada na Sua obra. Quando se

enraíza no sentimento humano logra

proporcionar a harmonia interna,

liberação de conflitos, saúde emocional,

por luzir como estrela na imensidão sideral...

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A Aquisição da Totalidade
Continuação...

O Ser Humano e Sua Totalidade cap. l- Do livro Em Busca da Verdade

Considere-se a existência da sombra como uma questão moral, não a ocultando através de sacrifícios, de sevícias e de autoflagelações para vencer o que se denominou como as tentações, porque tais comportamentos são pertinentes a ela mesma que, submetida por algum tempo, um dia irrompe em forma de desencanto ou de vulgaridade a que se entregam aqueles que, longamente, impediram-na de manifestar-se, acreditando falsamente na vitória sobre ela.

Devorar a sombra com integração lúcida na psique, é também uma forma de diluí-la, incorporando-a ao conjunto, trabalhando pela unidade.

Qualquer tipo de violência ou obstinação contrária, mais a reforça, enquanto que toda expressão de amor e de humildade em relação à mesma, libera-a.

Reconhecer-se imperfeito, como realmente se é, portador de ulcerações e de cicatrizes morais, é um ato de humildade real, que se deve manter com dignidade, enquanto que, divulgá-los, demonstrando simplicidade, é maneira de permanecer-se no estágio de dominação pela sombra que somente mudou de expressão e de comportamento.

Nada mais desagradável e mórbido do que a falsa humildade, aquela que exclui o indivíduo dos valores éticos elevados, que o subestima, expressando, disfarçadamente, presunção, diferenciamento das demais pessoas.

Jesus, que é inabordável psicologicamente, porque paira acima de todas as criaturas, como biótipo especial, jamais se subestimou ou adotou epítetos depreciativos para demonstrar humildade. Pelo contrário, sempre referiu-se como o Enviado, o Messias, o Filho de Deus, a Luz do mundo, o Pão da vida, etc., demonstrando a Sua autoconsciência.

Entre a humildade e o exibicionismo permanece uma grande diferença.

Muita aparência humilde torna-se ostentação disfarçada, portanto, presença da sombra dominadora na conduta psicológica.

Em qualquer movimento religioso, que busca a superação dos conflitos, vale a pena considerar-se que convivem no mesmo indivíduo o anjo e o demônio, que necessitam harmonizar-se, descendo um na direção do outro que ascende no rumo do primeiro.

Quando se reconhece essa dualidade presente na psique, que é representativa do ser humano, uma das suas características, portanto, torna-se fácil a terapia equilibradora, unindo-a em um ser lúcido psiquicamente e generoso emocionalmente.

A integração é necessidade de vivenciar-se um labor consciente, de amadurecimento psicológico, de conquista emocional e espiritual.

 Atente para continuação na próxima postagem

Do livro Em busca da verdade - Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco - pp. 26-27

Postado em 18-04-2013

A amizade entre Jung e Freud

Continuação do cap.6 – A Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung

Durante algum tempo Freud acreditava que Jung seria o seu herdeiro natural, e que seria fiel à teoria da sexualidade, mantendo-se distante da “onda negra do ocultismo.” (JUNG, 1975, p.136) Jung jamais concordaria com essa posição, pois enxergava nesse ponto uma vontade de poder pessoal, na qual tudo que se referisse à alma tivesse que ser repelido, e essa não era a sua verdade, mas a de Freud.

Quando viajavam juntos tinham o costume de analisar os sonhos entre si. E num encontro que tiveram nos Estados Unidos, Jung percebeu que a amizade dos dois não perduraria. Após ouvir um sonho de Freud, cujo conteúdo Jung sempre se negou a revelar por motivos éticos, solicitou ao pai da psicanálise alguns detalhes a mais, para poder compreendê-lo melhor. Ouviu de Freud o seguinte comentário: - “não posso arriscar a minha autoridade.” E como revelou Jung (1975, p.142), neste momento ele já a perdera...

Esse fato fez com que a relação entre os dois ficasse abalada, pois Freud colocara a sua autoridade pessoal acima da verdade. O que reforçou essa convicção foi que Jung percebeu que Freud, por suas convicções pessoais, não conseguia penetrar em muitos elementos simbólicos dos próprios sonhos que ele narrava. Isso foi o ponto de partida para a obra “Metamorfoses e Símbolos da Libido”, lançada por Jung.

Jung sabia que a publicação dessa obra iria custar sua relação com Freud, na qual reconhecia ter projetado muito da sua relação paterna, o que ajudou a colocá-lo numa posição de superioridade. Ao colocar no capítulo “Sacrifício” a sua própria visão sobre incesto, libido e outras ideias, entrou em choque com a teoria psicanalítica de Freud.

Em 1912, Jung recebeu uma carta de Freud, que propunha que abandonassem suas relações pessoais. Começava então um novo Sacrifício. A partir de então Jung ficaria praticamente isolado no mundo acadêmico; se por um lado isso foi extremamente doloroso e difícil, por outro, livre das “amarras” da psicanálise, embora reconhecesse o valor desta, pode desenvolver de forma livre suas pesquisas e apresentar suas próprias ideias, que culminaram em profundas descobertas a respeito da estrutura da psique.

Atente para a continuação do texto na próxima postagem desse capítulo...

Transcrito do artigo A PSICOLOGIA ANALÍTICA DE CARL GUSTAV JUNG escrito por Iris Sinoti  – no livro  REFLETINDO A ALMA. pp.134-135.- dia 18-04-2013.

 

 

 

Consciente, Pré-consciente e Inconsciente

continuação do artigo escrito por Marlon Reikdal:  Freud e a estrutura psíquica...no cap.V 

Aprofundando um pouco mais essa ideia, chegaremos ao subconsciente, ou como preferimos, ao pré-consciente.

Numa situação cotidiana, encontramos certo colega, cujo nome não conseguimos “lembrar”, embora tivéssemos a noção de que o sabíamos. É como se não conseguíssemos acessar aquela informação. Sabemos que está “ali”, em algum lugar, lembramos da fisionomia, de onde o conhecemos, mas o nome não nos vem à consciência. Vivemos uma situação constrangedora, falamos com a pessoa sem lembrar seu nome, e quando ela vai embora, passada a tensão, como que por mágica o nome da pessoa “surge” – é fulano de tal.

Este conteúdo, aparentemente, ou provisoriamente inexistente, estava em algum lugar, pois pôde ser acessado. Este lugar até nos parece uma região física, um compartimento, pois sabíamos o nome do colega, mas na hora não lembrávamos e, depois de um momento, lembramos – apenas não conseguíamos acessar aquela informação. Esse conteúdo, portanto, não estava consciente, e por isso aderimos ao conceito de “inconsciente”, pois ele fazia parte de nós, mas apenas não estava acessível.

Supondo que aquele conteúdo fazia parte do indivíduo, mas não estava consciente, concluía-se que estava inconsciente. Entretanto, Freud compreendeu que estas informações eram bastante superficiais, a ponto de serem facilmente acessadas, ou seja, uma parte bastante superficial do inconsciente: a isso ele denominou de “pré-consciente”.

O pré-consciente no sentido descritivo seria uma instância intermediária entre o consciente e o inconsciente. Conteúdos que não estão presentes no campo atual da consciência e, portanto, estão no inconsciente mas facilmente acessíveis à consciência.

Neste percurso, Freud define o sistema pré-consciente como aquilo que escapa à consciência, pois não temos como manter todas as informações naquele primeiro sistema. Ele diria que nesta situação o termo inconsciente coincide com latente e capaz de tornar-se consciente.

Fiquem atentos para a continuação do texto...

Continuação do cap. V 

Artigo escrito por Marlon Reikdal – Freud e a estrutura psíquica: descobrindo o inconsciente - no livro Refletindo a Alma, da pp.109-110..

Postado em 18/04/2013.

Aprender a ser

Continuação do cap.ll do livro Refletindo a Alma

A partir do momento em que decidimos pautar a nossa vida nos valores intrínsecos da alma, partimos para o grande desafio de “Ser”. Saímos da condição de “pessoa espelho”, definida por Joanna de Ângelis como todo aquele que reflete as conveniências dos outros, para refletir a nossa própria essência.

Um dos desafios que se encontram, a partir dessa perspectiva, é aprender a conviver com a própria “solidão”, no sentido de que nem sempre será possível aguardar que os outros nos compreendam e compartilhem conosco desse processo. É por isso que a autora reforça: “O homem deve ser educado para conviver consigo próprio, com a sua solidão, com os seus momentâneos limites e ansiedades, administrando-os em proveito pessoal, de modo a poder compartir emoções e reparti-las..." (2006b, p. 71)

Certamente que não se trata da solidão patológica, ou de isolar-se por não entender ou suportar a convivência com os outros, mas da importância de interagir com esse ser que somos, mas que por conta das suas estruturas inconsciente, nos torna desconhecidos de nós mesmo.

Saindo dessa alienação, dessa distância de nosso mundo íntimo, podemos conviver melhor com os outros, pois não nos espantaremos mais com a “sombra” do outro, por ter aprendido a conviver com a nossa.

A síntese do “aprender a ser” pode ser encontrada na seguinte proposta: “A educação, a psicoterapia, a metodologia da convivência humana devem estruturar-se em uma consciência de ser, antes de ter; de ser, em vez de poder, de ser, embora sem a preocupação de parecer.” (ÂNGELIS, 2006b, p.72)

O que conheço de mim mesmo é muito pouco para saber quem sou efetivamente, ou, como diz James Hollis: “o eu que conheço não conhece o suficiente para saber que não conhece o suficiente.” (2010, p. 11)

Necessitamos compreender a influencia do processo coletivo em nós, em especial de tudo aquilo que se encontra distante do Self, da essência que sou, e aprofundar a busca do ser. É comum verificarmos um grande impulso externo para ter, em vez de “ser”. Se isso ocorre, precisamos questionar: quanto da minha busca pessoal é feita no “ter”?

Uma análise honesta revela que é muito intensa essa busca na atualidade: queremos ter coisas, ter posses, ter pessoas. Quando “somos”, o “ter” passa a ser secundário, pois de maneira efetiva somente temos aquilo que conseguimos conduzir conosco a partir de uma perspectiva transpessoal.

Quando buscamos “ser”, em vez de “poder”, estruturamos nossas relações em bases mais sólidas. Na concepção de Jung, amor e poder caminham em polos opostos: quando se manifesta o desejo de poder, aí não existe o amor, pois um é a sombra do outro. As tentativas de dominar o outro, de controlar e exercer poder, demonstram exatamente a força oposta que permanece ativa no inconsciente: o medo, a insegurança, a fragilidade. Demonstram, não raro, personalidades frágeis, que se mascaram de fortes na tentativa de se protegerem ou serem aceitas.

Quando buscamos “ser”, passamos a lidar melhor com as habilidades ainda não desenvolvidas, com nossos medos e limites, e por isso não precisamos exacerbá-los ou escondê-los por trás de máscaras bem – construídas.

Por consequência, a conquista do “ser” nos liberta da tentativa de parecer algo diferente do que somos – ou estamos. Aceitar-se como se é, no entanto, estimular-se ao máximo para novas conquistas, no campo intelectual, emocional, afetivo e espiritual. Além das personas, que exerço, existe o “ser”, que sou, mas que necessita ser desvelado, desperto, em todo processo de busca existencial.

Dentre as propostas terapêuticas para “Aprender a ser”, a técnica apresentada pela psicossíntese encontra-se em consonância com a visão da psicologia espirita, quando propõe uma desidentificação de tudo aquilo ao qual o ego se vincula que não esteja em perfeita conexão com o Self. Nesse sentido, pode-se “afirmar que tem um corpo, mas não é o corpo”, que “Eu, Espírito, tenho uma casa, bens”, mas que sou muito mais do que isso. “Da mesma forma”, propõe a autora espiritual, segue-se a análise da vida emocional: “Eu tenho uma vida emocional, mas não sou a vida emocional.”

Desidentificar-se, portanto, “das sensações, necessidades de coisas, ambições, lembranças do passado e aspirações para o futuro, é viajar para a autoconsciência, distinguindo-se o que se deseja daquilo que realmente se é.” (ANGELIS, 2006, p.77)

O exercício de Aprender a ser, finalmente, liberta-me para viver de uma forma profunda o aprendizado essencial da criatura humana: aprender a amar.

Transcrito do artigo Uma Psicologia com Alma: A Psicologia Espírita de Joanna de Ângelis escrito por Cláudio Sinoti no livro  REFLETINDO A ALMA  pp.42.- 45.

Fique para a continuação do capll.

Postado em 18-04-2013

quarta-feira, 17 de abril de 2013


O milagre da gratidão

Cap.ll

Os sentimentos inferiores, herança perversa do trânsito evolutivo quando no período assinalado somente pelo instinto dominador, constituem presídios sem grades que limitam a movimentação emocional e espiritual do ser, constrangendo o processo iluminativo e gerando sofrimentos.

São responsáveis pelo ressentimento, pela raiva, pelo ciúmes que se transformam em conflitos graves no comportamento humano. Esse ego primitivo tem por obrigação consciente eleger o bem-estar e a saúde como diretrizes que lhe facultem a harmonia, ensejando a identificação com as aspirações do self em estágio superior de apercebimento da finalidade existencial. Permanecendo na condição de sombra morbosa, dá lugar à instalação de emoções igualmente primária, que a razão bem direcionada deverá superar.

Ressumando com frequência do inconsciente pessoal, afastam o paciente do saudável convívio social, fazendo que os seus relacionamentos domésticos sejam desagradáveis, de agressividade ou de indiferença, de distanciamento ou de introspecção rancorosa.

O ser humano, graças à conquista da consciência, está destinado à individuação que alcançará mediante a perfeita fusão do eixo ego-self, à completude, na qual retornará à unidade que sofreu fissão durante o processo antropossociopsicológico da evolução através das sucessivas reencarnações.

Conforme Jung declarou, a individuação é o “processo de diferenciação que tem como objetivo o desenvolvimento da personalidade individual e da consciência do ser único, indivisível e distinto da coletividade,” quando o self  atinge a culminância da sua realidade imortal ...

Nesse sentido, todo o empenho para combater as imperfeições morais deve ser colocado a serviço do equilíbrio, da harmonia emocional e psíquica.

Em tal abordagem clinica, a gratidão desempenha uma função psicoterapêutica de suma importância pelo fato de entender as ocorrências do dia a dia, mesmo aquelas que possuem conteúdos perturbadores, não podendo interferir no comportamento equilibrado,  que resulta da consciência de responsabilidade perante a vida. O amadurecimento psicológico desperta a consciência para a sua realidade transcendental, superando os impositivos imediatos dos instintos e ampliando as percepções em torno dos valores existenciais.

É inevitável que sucedam fenômenos aflitivos no trânsito humano, tendo-se em vista os atavismos pessoais, a convivência familiar e social sempre desafiadora, propiciando aprimoramento dos sentimentos, particularmente a tolerância, a compaixão, o interesse afetivo, a solidariedade..

Fiquem atentos (as) para a continuação na próxima postagem.

Texto estudado da obra PSICOLOGIA DA GRATIDÃO, pelo espírito Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco. p.41-43.

Postado em 17-04-2013

A amizade entre Jung e Freud

Continuação do cap.6 – A Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung

No início da sua carreira como psiquiatra, Jung buscou como referência os estudos Breuer e de Freud, assim como os trabalhos desenvolvidos por Pierre Janet. Mas em especial os estudos de Sigmund Freud a respeito da interpretação dos sonhos causaram-lhe um profundo impacto, que o ajudaram a compreender as formas de expressão da esquizofrenia.

Percebia, no princípio, que a psicologia do doente mental era praticamente negligenciada, e que o doente, enquanto ser humano, não era percebido pelos médicos. Parecia que não havia personalidade e individualidade por trás dos sintomas que se manifestavam. Neste ponto, em especial, diria Jung: “Freud foi essencial para mim, principalmente devido às suas pesquisas fundamentais sobre a psicologia da histeria e do sonho. Suas concepções me mostraram um caminho a seguir para as pesquisas posteriores...” (Jung, 1975, p.108)

No ano de 1903, Jung retomou a leitura da obra notável de Freud – “A Interpretação dos Sonhos“ – pois na época que lera era ainda muito novo na psiquiatria para entendê-la mais a fundo. Descobriu nela relações profundas com muitas das suas próprias ideias. Interessou-se muito pelo estudo sobre o mecanismo de recalque, mas neste ponto, em especial, divergiu das interpretações de Freud quanto às origens apontadas, polarizadas em torno dos traumas sexuais. Isso, na visão de Jung, era insuficiente.

Mesmo com algumas divergências, havia uma grande admiração, e Jung passou a ter uma relação de amizade com Freud, através da troca de correspondências e encontros pessoais, sendo que o primeiro deles durou 13 horas, sem que os dois percebessem o tempo em que ficaram conversando.

A teoria da sexualidade foi por várias vezes discutida pelos dois, desde o primeiro encontro, no qual Freud pedira para Jung nunca abandonar o “baluarte” da sexualidade. Esse ponto tinha para Freud importância vital, tanto pessoal quanto filosófica. E tanto foi a insistência de Freud que isso começou a causar certo constrangimento na relação entre os dois, pois Jung tinha suas próprias ideias, embora admirasse muito as ideias de Freud.

Atente para a continuação do texto na próxima postagem...

Transcrito do artigo A PSICOLOGIA ANALÍTICA DE CARL GUSTAV JUNG escrito por Iris Sinoti  – no livro  REFLETINDO A ALMA. pp.132-133.- dia 14-04-2013.

A Aquisição da Totalidade

Continuação...

O Ser Humano e Sua Totalidade cap. l- Do livro Em Busca da Verdade

Lutar contra a sombra representa proceder a um desgaste inútil de energia. Quando é identificada, a energia retorna à psique, e, à medida que a mesma é integrada, mas vigor se apresenta no ser consciente.

É necessário, portanto, uma atitude ativa e não passiva, porque essa passividade, essa anuência com a ignorância, nada fazendo para modificar-lhe a estrutura, alterando-a e dissolvendo-a, fomenta a violência de todo porte, que desagua entre os poderosos terrestres em guerras hediondas, espraiando a sombra coletiva  da arbitrariedade e da prepotência.

O bem e o mal têm a mesma origem na psique humana, resultando de experiências ancestrais que foram vividas pelo Self. Da mesma forma, a sombra, os antagonismos podem e devem ser enfrentados através de diálogos com os opostos, que elucidam a sua finalidade e os seus gravames.

Nos relacionamentos entre amigos e parceiros, sempre ocorre a fragmentação, na qual a duração dessa convivência é de curto prazo, mesmo quando se inicia com entusiasmo e ardor. De um para outro momento alguém nota que a sua voz interior não apenas critica-o, lamentando a conivência, informando da sua indignidade ou inferioridade em relação ao outro, como também pelo surgimento de uma agressão ferina, de apontamentos desagradáveis sobre um amigo ou parceiro...

Tal ocorrência produz o comportamento exterior sem correspondente íntimo, dando lugar ao cansaço ou à indiferença, ou a uma forma de saturação emocional, destituindo o prazer que antes era haurido naquele convívio.

Ninguém deve ignorar a voz interior, especialmente quando crítica ou mordaz, responsável por comentários depreciativos da própria pessoa ou de referência a outrem.

Torna-se necessário o seu enfrentamento lúcido e natural, diluindo a tensão que se estabelece entre o consciente e o inconsciente.

Normalmente, diante de uma bela performance exterior, irrompe interna a voz que censura, que abomina, que recalcitra em relação àquele desempenho.

Essa tormentosa sombra imanente na psique faz parte do ego à espera da valiosa contribuição do Self libertador.

Continua...fique atento para continuação na próxima postagem

Do livro Em busca da verdade - Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco - pp. 25-26

Postado em 17-04-2013

 

terça-feira, 16 de abril de 2013


 

Consciente, Pré-consciente e Inconsciente

continuação do artigo escrito por Marlon Reikdal:  Freud e a estrutura psíquica 

O consciente é uma parte da mente humana que alberga tudo de que estamos cientes em determinado momento. Embora este “tudo” possa parecer muito, em pouco tempo percebemos que este “tudo” é, em verdade, “quase nada”, ou poderíamos dizer, apenas uma pequena parte do aparelho psíquico. Imaginemos todas as experiências desde que nascemos, todas as sensações, as emoções, todos os sentimentos e os pensamentos (expressos e ocultos) – tudo isso faz parte deste mundo interno.

Pensemos num exemplo simples e concreto: o ato de ver uma foto antiga. Com um simples estímulo muitas coisas daquele mundo obscurecido retornam à nossa consciência – nomes de pessoas, sentimentos, gostos, cheiros, medos, desejos. E, se resgatamos estas informações que não estavam na nossa consciência naquele momento, significa que sempre estiveram fazendo parte de nós, mas em outro estado não consciente. Equivale a dizer que o que se mantém constantemente consciente é uma pequenina parte de nós.

Em alguns momentos, Freud denomina o consciente como função do sistema que intitulou percepção-consciência ( Pcs-Cs). Seria a parte responsável por receber as informações provindas tanto do mundo externo como do mundo interno. Segundo a definição do autor, seria a camada mais superficial do aparelho psíquico, ou seja, a mais próxima do mundo externo.

Este sistema desempenha um papel relativamente simples em nossas vidas e passa despercebido. Tomemos como exemplo uma situação cotidiana como a fome. Num determinado momento o corpo sinaliza que precisa de alimento, e isto precisa ser percebido pelo sistema consciente para nossa própria sobrevivência. É comum vermos pessoas que estão extremamente envolvidas com um trabalho, com a resolução de um problema, não percebendo seu estado, e permanecendo horas sem se alimentar. Quando o indivíduo para, eis que aquela informação é captada pelo sistema e a pessoa “toma consciência“ da sua necessidade – está faminta.

Fiquem atentos para a continuação do texto.
Continuação do cap. V 
Artigo escrito por Marlon Reikdal – Freud e a estrutura psíquica: descobrindo o inconsciente - no livro Refletindo a Alma, da pp.107-109..
Postado em 16/04/2013.

APRENDER A VIVER

Item do cap.ll do livro Refletindo a Alma

A introspecção para o autoconhecimento proporciona uma avaliação do comportamento, que exterioriza nossa forma de ser. A partir da avaliação do conteúdo que encontramos em nosso mundo íntimo, o discernimento nos possibilita eleger uma conduta saudável para a vida. Viver retamente passa a ser a nossa meta, como já sugeria uma das Verdades do Caminho Óctuplo, proposto por Sidarta Gautama, o Buda.

Adquirindo as ferramentas para se conhecer melhor – o pilar do autoconhecimento – o desafio vai além do “viver bem”, “no sentido de acumular recursos, fruir comodidades, gozar sensações...” (ANGELIS, 2009b,p.27), tão de agrado do ego. Isso ocorre porquanto as metas existenciais passam a ser pautadas em valores profundos. Se com o autoconhecimento passamos a “olhar” mais profundamente a alma, é natural que se viva de forma compatível com essa perspectiva.

Importante, nesse aprendizado, continuar questionando quem se é, além dos papéis exercidos socialmente e de toda a história pessoal conhecida. Se me vejo apenas como um expectador passivo, e não como protagonista da marcha existencial, provavelmente estou muito distante do aprendizado profundo da vida.

Na condição de terapeuta, deparo-me com muitos dramas existenciais, de pessoas que dedicaram toda uma vida a construir patrimônios, a deixar heranças aos filhos e que, nada obstante tenham alcançado o que se costuma chamar de “sucesso”, permanecem profundamente amarguradas, com um vazio interno que nenhuma de suas “conquistas” consegue preencher. Sem diminuir a importância das chamadas “conquistas pessoais”, perguntamos apenas se não existem fatores essenciais que foram deixados de lado, e que é preciso redirecionar a vida, investir em novos valores, redimensionar os tesouros para que as energias sejam bem canalizadas.

Essas experiências me fazem recordar um antigo ensinamento, na verdade um questionamento, feito da seguinte forma: “De que vale ao homem ganhar o mundo e perder a alma?” (Marcos 8:36)

Concordo com James Hollis (1995, p.12) quando diz ser necessário “reconhecer a parcialidade da lente que recebemos da nossa família e da nossa cultura, e através da qual fizemos nossas escolhas e sofremos suas consequências.” Em outras palavras, aprender a viver deve nos desconectar, em muitos sentidos, das estruturas coletivas, para encontrarmos o nosso caminho, a nossa estrada, a “individuação”, muitas vezes perdida ou deixada para traz.

Desidentificar-se das estruturas coletivas, identificando-se consigo mesmo, trocar as lentes e olhar com nossos olhos da alma permitem uma participação individual mais intensa e profunda nas próprias estruturas coletivas: família, sociedade, trabalho etc.

Compreendendo que nossa trajetória não deve repetir modelos externos, necessariamente, o ser aprende “a aceitar-se como é, sem desejar imitar modelos transitórios das glórias momentâneas, que brilham sob os focos das lâmpadas da ilusão.” (2009b, p.55) O aprendizado, nesse sentido, visa a aprender a deixar de pautar a vida apenas nas conquistas externas, tão de agrado do ego, para focar-se no desenvolvimento das potencialidades da alma, muitas vezes esquecidas.

Identificado o objetivo e sentido da vida, “a fatalidade existencial deixa de ser viver bem, que é uma das metas humanas, para bem viver, que é uma conquista pessoal intransferível.” (2009b, p.78)

Aprender a viver, longe das imposições externas do comportamento, ou do adestramento para uma convivência social, fundamenta-se em uma instancia mais profunda: aprender a ser.

Transcrito do artigo Uma Psicologia com Alma: A Psicologia Espírita de Joanna de Ângelis escrito por Cláudio Sinoti no livro  REFLETINDO A ALMA  pp.40.- 42.

Postado em 16-04-2013

Continua...