domingo, 24 de setembro de 2017

“GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS”
a PAISAGEM HUMANA do SOFRIMENTO

PARA ONDE OLHES PERCEBERÁS O sofrimento humano, no trabalho de burilamento dos Espíritos. A Terra não é um hospital, onde só se encontrem aflições. Há bênçãos sob muitos aspectos, incluindo, a dor com o importante papel no processo evolutivo dos seres.

Como escola de aprimoramento moral, a dor faz trabalho de fundamental importância na educação do Espírito.

Ante a rebeldia da natureza humana, as propostas edificantes e iluminativas nem sempre recebem a consideração que lhes deve ser dada. E quando isso ocorre, as soberanas leis recorrem a disciplina entregando o calceta aos métodos de recuperação severas.

Estabelecem-se, então, os programas de sofrimento purificador.

O conhecimento da realidade espiritual oferece os recursos para os enfrentamentos à transformação moral.

Desconhecendo-se a lógica da evolução, compreende-se que a reeducação se transforme em cárcere punitivo ou castigo, levando o rebelde a situações deploráveis que só as expiações severas equilibram.

Ninguém se surpreenda ao considerar grande parte da sociedade como excelentes artistas que dissimulam as emoções e ocorrências menos felizes, dando a impressão de que sua vida transcorra em calmarias e alegrias incessantes.

Não existe ninguém, no mundo físico, que se encontre imune ao sofrimento.

Uns se iludem por algum tempo, dando a impressão que são inatingíveis à dor, outros desesperam-se, máscara retirada do rosto e marcas profundas de aflição circulando sem cessar...

A dor é, educadora sublime e incompreendida, tendo a missão de tornar felizes os desventurados, desde que, pelos seus estimulos, a consciência desperta para finalidades sublimes da vida.

Disfarçado ou exposto, o sofrimento impera, levando as mentes distraídas a reflexão inevitável.

Aqui um indivíduo trabalha no bem  e sente-se credor somente das bênçãos da saúde e das dádivas materiais. Um outro oferece sacrifícios e  promessas tentando subornar a divindade que o protegeria do sofrimento.

Pretencioso comportamento, porque a ação do bem sob qualquer aspecto, faz-lhe bem, edifica-o, mas não o impede de viver as experiências aflitivas da aferição dos valores morais...

Ve-se quase com inveja, os outros que galvanizam as massas, que desfilam na fama, e desconhece-se os conflitos em que se debatem, a intranquilidade em que passeia a beleza, o poder, a glória, todas as ilusões...

Os deuses do sexo recebem aplauso em toda parte, exibem os dotes eróticos que desenvolvem, acumulam somas monetárias expressivas, sofrendo em silencio abandono e abuso de todo tipo, e lamentas a tua falta dos mesmos atrativos...
Não sabes, quanta solidão os marca, quantos são explorados por outros que lhes concedem migalhas, o vazio existencial que experimentam...

Os astros dos esportes de massa que atingem o máximo e tem tudo, bem jovens ainda, insatisfeitos e perturbados, mergulham no alcoolismo, na drogadição, nas depressões profundas...

Não é tua a dor, que somente a ti pertenceria...

Jesus, que é excelente filho de Deus, sem débito perante a consciência, elegeu o sofrimento cruel que não terminou na crucificação, continua até hoje incompreendido, ensinando-nos resignação ante os aparentes infortúnios e proporcionando coragem ante os sofrimentos a que todos são chamados...

Não te intoxiques com as queixas e reclamações ante os teus testemunhos.

Poupa o teu próximo das tuas lamentações, porque a dor é tua, mas também é de todos, pois que aqueles que escolhes para narrar as dores também carregam pesados fardos, que vão procurando conduzir com elevação.

Não creias que aquele que te aconselha viva um privilégio. A sabedoria com que te orientas consegue no leito da aflição mantida com dignidade.

Se conheces a reencarnação, sabes que todo efeito vem de causa da mesma ordem, e que, portanto, todas as ocorrências são parte do roteiro iluminativo de todos os seres.

Consciente e conhecedor das leis da vida, alegra-te com a oportunidade de crescer e de sublimar-te, avançando com coragem  estrada afora, cantando o hino de louvor e de reconciliação.

Agradece a Deus a oportunidade para a recuperação moral e espiritual, cultivando o sentimento de paz, que tem função terapêutica no teu calvário, menos afligente, às vezes, do que o daquele a quem buscas auxilio.

O espiritismo não é o mensageiro da eliminação do sofrimento. Mas, o consolador que te traz recursos hábeis para que superes todo conflito, amargura, provação, construindo o futuro melhor que te espera...

A tempestade que vergasta a flores é a responsável pelas futuras vergônteas que se pejarão de flores e de frutos.

O mesmo ocorre contigo.

Tem paciência e nunca desistas da luta, nem te consideres perseguido pela justiça divina.


A paisagem humana é abençoado rincão do processo evolutivo pelo Pai oferecido ao Espírito que precisa desenvolver a chama que se encontra no íntimo.

Renova-te sempre, fazendo que cardos sejam flores e feridas purulentas transformem-se em condecorações de luz.

Bendiz as tuas dores e transforma as lagrimas de agora em futuras perolas de incomparável beleza, com que te coroarás ao término da jornada, vitorioso sobre as aflições...   

Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Ilumina-te, trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 24/09/2017.

domingo, 17 de setembro de 2017

ILUMINA-TE
“GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS”
TESOURO INAPRECIÁVEL

Tomás de Kemps foi um suave mensageiro de Jesus que encarnou como monge modesto, para copiar livros e mensagens que iluminaram o mundo.

No sec.xv, a Alemanha destroçada, onde o poder político ultrajado perdia-se em intrigas e lutas incessantes, ele permanecia no seu mister, ao tempo em que também anotava as próprias reflexões.

Foi no silencio da abnegação que escreveu a Imitação de Cristo, que se transformou num vade-mécum semelhante à Bíblia, traduzido para muitos idiomas, consolando dezenas de milhões de vidas ao longo dos tempos...

Mas ele, escolheu o anonimato, porque o importante era a mensagem e não o mensageiro.

O rei Luís ix, da França, considerado um dos grandes vultos da Idade Média, dedicando-se à fé religiosa e à sua vivencia celebrizou-se pelo amor e pela sabedoria cristã,
Organizou e dirigiu a oitava cruzada,  desencarnando em Tunis, na Africa do Norte, no dia 25 de agosto de 1270, vitimado pela peste, sem alcançar o objetivo do empreendimento para o qual fora criado.

Tornou-se exemplo de fé invencível por sua certeza da divina ajuda.

Quando viajava por barco na direção do Oriente, uma tempestade ameaçou a embarcação em que estava, provocando pânico na tripulação e em todos os presentes. Ele ajoelhou-se e orou por longo tempo, e afirmou a todos jovialmente:

- Coragem! Nenhum mal nos acontecerá. Sigamos em paz. Perguntado o por que da certeza que o dominava, responde sereno: - As preces dos nossos irmãos do mosteiro de Claraval acompanham-nos...

E nada aconteceu à embarcação e aos seus viajantes.

Israel esperava, no esplendor do império romano, que viesse o messias.

Quando João, o batista, começou a proclamar que era chegada a hora e que todos se penitenciassem, arrependendo-se e mudando de vida, muitos que o ouviam acreditaram que, por fim, estava chegando o grande guerreiro que libertaria o povo oprimido, que se debatia sob o tacão imperialista, transferindo-lhe a prepotência, o orgulho da raça, a glória de mentira da dominação do mundo...

E veio Jesus, simples e nobre como lírio do campo, puro e vigoroso como uma espada nua, pregando o reino dos céus, aquele que é indimensional, que dispensa os aparatos e exterioridades.

Por isso, não foi aceito, porque o orgulho cego desprezava a pureza, tinha a simplicidade como miséria moral e a pobreza como condenação divina.

...Até hoje, embora os exemplos de exaltação dos valores espirituais, o culto ao bezerro de ouro predomina, iludindo os fantasiosos que creem não terem como enfrentar a consciência que despertará um dia.

Acreditam no poder politico, agarram-se às velhas fórmulas da corrupção e do vandalismo moral, buscando uma vida física sem fim, como se a doença, a velhice e a morte não os derrubasse dos pedestais da ilusão onde vivem fascinados.

Ocorre que o orgulho, filho do egoísmo, não aceita contradita, não admite posição secundária, e a postura de bondade que assume é, normalmente, um disfarce para esconder a agressividade e os sentimentos doentios que predominam no íntimo das suas vítimas.

Cuidado com esse morbo infeliz que destrói as belas florações do bem, do humanitarismo, da caridade...
Não lhe dês trégua onde quer que se esconda e o percebas.

Aprende a cultivar o tesouro inapreciável do amor sem jaça, que se doa sem exigência, que se sacrifica em alegria, que constrói em silencio.

É indispensável que treines abnegação e renuncia, e todo o bem que faças não esperes retribuição.

Preserva o prazer de servir pela alegria imensa de seres útil.

Recebes o ar, o Sol, a natureza em festa que se renovam incessantemente, ajudando-te no crescimento para Deus. Nada te exigem e quase não lhes percebes a grandeza, a utilidade, o valor indispensável.

Acompanha o leito de humilde regato e o verás crescer suavemente recebendo afluentes que o transformam em rio caudaloso na busca do oceano, onde mistura as suas nas águas volumosas que o absorve.

Trabalha, confiando em Deus, e autoiluminando-te, considerando-te somente como servidor.

És importante no grupo social, porque podes ergue-lo aos cumes do progresso, assim como dispões de mecanismos para desagrega-lo por impertinência, presunção ou primitivismo emocional.

Mas nunca, serás insubstituível.

Reconhece as tuas fragilidades, a dimensão do teu real valor e faze o melhor que esteja ao teu alcance, sem vaidade, sem presunção.

Não te permitas magoar quando os fatos não ocorrerem como gostarias e não te decepciones com o teu próximo. Tem em mente as tuas próprias dificuldades e compreenderás nos desafios que enfrentas.

Não guardes na mente e no sentimento o lixo tóxico do ressentimento, do ódio, da amargura, que te fará imprevisto mal.

És o que de ti mesmo fazes.

Aprende a ser feliz, amando e ajudando, para que esse tesouro nunca te seja retirado, mas seja multiplicado.

Grandioso e insuperável, o amor é o poder que não toma espaço, que não sobrecarrega, que não se desgasta.

Dessa forma, te tornarás simples e bom, crescendo em silencio e em paz na direção de Deus.

Não te permitas atingir pelas setas da inferioridade que ainda se encontram nos teus sentimentos.

Esse amor sem dimensão dilui os miasmas densos do organismo e da loucura do ego.


Renasceste para conquistar a verdade adormecida no teu íntimo.
Porfia e ama.

Jesus convidou-te por amor e continua amando-te, proporcionando o campo de ação para o treinamento da tua evolução.

Fixa na mente que os piores inimigos do ser humano estão no íntimo dele mesmo, que sintoniza com as ondas equivalentes da inferioridade moral e espiritual.

Amando e renunciando, sintonizarás com a vida gloriosa, que é o teu fanal.

Aprende a ser feliz, amando e ajudando, para que esse tesouro nunca te seja retirado, mas se  multiplique.

Grandioso e insuperável, o amor é o poder que não toma espaço, que não sobrecarrega, que não se desgasta.

Assim agindo, torna-te simples e bom, crescendo em silencio e em paz para Deus. Não te permitas atingir pela inferioridade que ainda te ferem os sentimentos.

Esse amor sem medida dilui os miasmas densos do orgulho e da loucura do ego.

Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Ilumina-te, trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 16/09/2017.

sábado, 9 de setembro de 2017

BLOG
“GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS”
LAZERES E DIVERTIMENTOS

A indústria do turismo vende os pacotes da ilusão como anestésico para a consciência da responsabilidade, desviando o ser humano do seu programa de autodignificação com o esforço a desenvolver pela consciência lúcida dos objetivos essenciais da existência terrena.

Indivíduos trabalham afanosamente, acumulando recursos e cansaço inevitável, estresse e angustia  decorrente da luta em demasia, muitas vezes aguardando lazeres e diversões que lhes trariam reequilíbrio e alegria pura.

O objetivo do viver não é desfrutar as concessões artificiais que são renovadas diariamente e podem ser conseguidas com recursos financeiros.

Esforçam-se para compensar a ausência física e emocional no lar, junto da família, no desejo de ganhar mais dinheiro, tiram férias coletivas,  fugindo da realidade do dia a dia, que é a participação nos problemas e desafios nessa célula ímpar que são os familiares.

Como aves tagarelas, fazendo a viagem dos sonhos e da distração, visitam lugares do ócio, onde predominam a beleza das paisagens, os artefatos de alto valor tecnológico para  esquecimento dos problemas, vivendo o mundo de fantasias e do cansaço, das caminhadas exaustivas, dos suores e dos aborrecimentos, esteja-se onde estiver...
Quando chega aos lugares paradisíacos, passada a primeira emoção, descobre que quase todo mundo decidiu a mesma coisa, escolheu o mesmo local e suas ofertas fantásticas, ouvindo os guias monótonos, as crianças irritadas, as despesas não previstas, piorando o orçamento, desencanto inicial...

Ao invés do repouso, vem o corre-corre das filas imensas ou o silencio dos lugares selecionados que, após algum tempo, levam ao tédio e ao arrependimento.

As promoções bem elaboradas magoam aos que não podem participar, sentindo-se humilhados no grupo social, levando-os à depressão.

Qual a busca, da criatura humana, senão as aparências, os aplausos, a ilusão?

O esforço prolongado traz cansaço e mal-estar, sensações de aniquilamento e de abandono.
A crença surge, como estímulo renovador, trazendo alegria, permitindo estímulos edificantes.

O ser humano traz infinito cabedal de energia e de vitalidade.

Mas, atraído pelo exterior, não se anima a auto-penetrar-se, a encontrar as respostas claras para as suas necessidades.

A fantasia, vem da riqueza da imaginação, convida aos voos, alguns alucinantes das conquistas consumistas, ou à jornada dos problemas, quando a vida propõe os enfrentamentos que são superados pelas soluções naturais.

Nessa impaciência, o indivíduo não pensa na sua realidade imortal, escolhendo ser vítima necessitada de apoio, invejando os lutadores  que considera privilegiados pela vida.

Há lazeres no lar, no trabalho, na comunidade, ricos de divertimentos domestico não desgastantes, como frutos da consciência objetiva do dever.

Se estas cansado no teu trabalho, muda a rotina, retempera o animo e sentirás renovação emocional, tornando-te tranquilo.

Pensa nos teus compromissos e põe-lhe o sal do amor, pensando nas metas a alcançar, especialmente quando tem significado profundo.

Considera o trabalho benção que deves honrar, não mantendo o desejo infantil somente de férias e de repouso.

Quem age no bem conscientemente sente imensa alegria e, se sente estafa, transfere-se para outro tipo de ação, renovando-se e continuando.

Toda ilusão, quando enfrenta a realidade e dilui-se, deixa marcas de desencanto. Se morre, alguns indivíduos também sentem-lhe o morrer das suas aspirações caracterizadas pela falsa necessidade do gozo, do prazer, do ter...

As alegrias das férias de encantamento passam e voltam os compromissos que ficaram esperando, esquecidos na magia e no encantamento de breve duração.

Pessoas que moram nas montanhas e entediam-se com as suas paisagens querem viver à beira-mar, nas praias, onde outras ali vivem, desmotivadas pelo largo período no mesmo local, sonham com as altitudes...

Enquanto os turistas risonhos felicitam-se no prazer, os funcionários que os servem com sorrisos profissionais, muitas vezes interiormente irritados, trazem o desejo, quase incontrolável, de fugir  para outros locais onde gostariam de estar e de serem servidos.

Não acolhas a tristeza, quando não possas fazer parte dos grupos sorridentes de conquistadores do mundo mágico da imaginação deslumbrada.

Faz um programa do que te é importante ou secundário e trabalha com alegria, e nenhum cansaço te amarfanhará as horas.

Preenche as tuas horas com atividades produtivas, e nas dedicadas ao repouso, ao lazer, não desligando da realidade,  ativo mentalmente e com emoção de felicidade.

Olha os grupos barulhentos dos festeiros e divertidos depois das festas, e verás a máscara do mal-estar presa à face ou a aceitação para dizer como foram as alegrias, numa necessidade de exibir o ego,  acalmando a frustração.

Vida alegre é marcada pelo trabalho contínuo, enriquecedor e natural.

Faz do teu lar o abençoado lugar de ação e de paz, onde a alegria resulte do prazer de viver e de amar.

E quando possas espairecer, mudando de ambiente, procurando lazeres e divertimentos convencionais, vive-os no seu momento, sem que se tornem pesada carga de despesas inoportunas ou geradoras de futuros desencantos.


Jesus disse, até hoje trabalha,  referindo-se ao Pai que nunca parou de agir.

O cristão primitivo, no sublime trabalho da autoiluminação e da caridade, encontrava a alegria que os lazeres e divertimentos de fora não traziam.

Acorda, para que a ilusão não confunda o teu dia de ação, anunciando-te júbilos que se transformam em esgares.

Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Ilumina-te, trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 09/09/2017.

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

“GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS”
em  BUSCA da ILUMINAÇÃO

No cristianismo primitivo, a fé era o elo que identificava a criatura renovada com Jesus.

Ninguém se recuava ao martírio, e, em algumas momentos, buscavam-no alegres.

O holocausto era honra não merecida, graças a ela não havia recusa à fidelidade nem recuo da renuncia.

Os raros casos, representavam os vários caracteres que distinguem as criaturas humanas, e aos crentes ainda não convencidos da alta magnitude da conversão, o direito de preservar o corpo, fugindo ao testemunho ali exigido...

A lembrança daqueles mártires  impressiona, a coragem  da aceitação do Mestre, muitas vezes nos primeiros contatos com a fé libertadora, e sem muito tempo dedicado à reflexão. É como se aguardassem a Sua mensagem que, quando percebida, diluía toda a sombra da ignorância, permitindo o entendimento real do significado da vida na terra.

Ouvindo a palavra de consolo e as expectativas a respeito do reino de  Deus, os corações renovavam-se, e a vida, antes sem valor, adquiria um sentido surpreendente, arrebatando o espírito e renovando-o.   

 Como prisioneiros no corpo físico, ao tomarem conhecimento do evangelho, quebravam as presas vigorosas ante as lições do pensamento de Jesus.

O martírio era recebido com louvor e júbilos, mesmo que a debilidade emocional às vezes gerasse pavor e lágrimas, no abismo a que eram atiradas as vítimas da crueldade. O momento do sacrifício era encarado como o instante em que se aureolavam de tudo quanto os sentimentos nobres aguardavam, felicitando-os.

Ante essa desconhecida energia que vitalizava os mártires, os seus algozes mais se enfureciam, aplicando mais terríveis punições que, não, quebravam-lhes o ânimo. Pelo contrário, quanto mais açoites e ódio, mais resignação e misericórdia mantinham em relação aos malfeitores implacáveis. Essa relação de amor desequilibrava-os, porque eles esperavam a presença do ódio a que estavam acostumados nas refregas da inferioridade moral a que se entregavam.

Jesus, desde quando era conhecido, mudava-lhes os conceitos da vida e o sentido psicológico da vida.

A aspiração da independência do corpo, para fruir a liberdade total, fascinava-os e os levava aos piores tipos de execução com o rosto iluminado pela esperança de plenitude.

Deixavam-se penetrar pelas lições de amor ensinadas pelo Sublime Amigo e sentiam o suave e doce encanto da paz que passavam a sentir, enchendo-se da alegria imortalista.

Jesus conquistava-os plenamente, e eles deixavam-se conduzir pelo enlevo e encanto da Sua mensagem.

Quanto mais severas as punições injustas, mais deslumbramento e  dedicação dos que se Lhe afeiçoavam.

Foi esse estoicismo invulgar, antes e depois nunca igualado, que inscreveu nas páginas da história a presença indiscutível e inapagável de Jesus.

A fé cristã aderindo à politica infeliz do império romano e com a formulação engessadora nos dogmas, deixou de arder nos corações e de iluminar nas mentes, para transformar-se a crença em entidade terrena poderosa, onde o poder tornava-se essencial em prejuízo do amor sublime que a caracterizava.

Pela alteração dos objetivos, a troca do reino dos céus pelas ilusões e glórias mentirosas de César no mundo, o combustível poderoso da fé diminuiu e a convicção abrindo lugar para as conveniências humanas.

Com algumas exceções, que foram os mártires de todos os tempos, os discípulos de Jesus hoje, diferem pouco dos que não o aceitam.

As perseguições, antes sofridas, passaram a ser infligidas por eles mesmos aos outros, que se lhes opunham, ante a fascinação das conquistas e louvaminhas humanas. A vida espiritual abriu espaço ao luxo e a prepotência, à dominação e à arbitrariedade.

Quando enfraqueceu quase totalmente ante os camartelos da ciência que a tem desprezado, diante do comportamento dos que se diziam discípulos de Jesus, com poucos servidores fiéis e abnegados, o vazio existencial tomou conta da sociedade, gerando desequilíbrios e alucinações.

Nesse ambiente de dor e de amargura, o Consolador chegou à Terra e reacendeu a chama da verdade, arrancando-a dos dogmas ultramontanos e reativando a pureza dos ensinos incomparáveis do Mártir do Gólgota...

Novas ações de amor passaram a surgir nos grupos sociais chamados à reflexão pelos Espíritos abnegados que voltaram ao mundo como estrelas apontando rumos e convidando à caridade consoladora, que agora passa a despertar o interesse dos novos discípulos do evangelho.

Mas, ante a força do materialismo e do utilitarismo, a debandada de servidores da Terceira Revelação, atirando-se às multidões do prazer e do gozar, é lamentável e devastadora ocorrência não esperada.

Por mais sejam demonstradas as faces nobres da imortalidade do Espírito, as conveniências sociais e as vaidades humanas dominam aos que deveriam se dedicar à renovação e ao trabalho de construção do mundo feliz.

Ninguém quer testemunho nos dias de hoje, e ante a dor natural, o sofrimento de qualquer natureza, logo se deseja solução mágica, com a interferência do sobrenatural, gerando uma comunidade que seria privilegiada e diferente.

Qualquer afeição ao sacrifício e à renuncia dos bens terrenos pela autoiluminação indispensável à harmonia é rotulada de masoquismo ou de fuga psicológica da realidade.

Faltam esforços para libertação dos vícios e das paixões soezes que vem perturbando o processo de elevação, desde há muito permitindo condutas  contrárias aos objetivos da reencarnação.

Ningém deseja dor, devedora como é a criatura humana, prefere transferi-la para depois da morte ou para futuros renascimentos, como se fosse possível evitar-se o processo de evolução por comodidade.

A doutrina espírita, ensina que os lances de provas e angustias são parte do mecanismo de reabilitação e desenvolvimento intelecto-moral na busca pela libertação total.

A dor ainda é o recurso abençoado de despertamento do ser humano que, meditando, encontra os melhores métodos para a vitória sobre as paixões do ego.
Não te confundas, quando chamado ao testemunho, nem lamentes a existência, diante dos sofrimentos inevitáveis.

É indispensável a luta interior pela tua transformação moral para melhor.

Resgatando hoje, o amanhã surgirá cheio de bênçãos, e, desde agora, experimentarás especial energia de paz, encorajando-te ao prosseguimento.

Fortalece-te na fé ante a dor com a  confiança em Deus, tomando Jesus como o teu caminho para Ele, e não temas nunca!

Quando chegar o teu momento de sofrer, alegra-te e avança em paz.

Agindo assim, já estás com a alma iluminada pela sublime claridade do amor de Jesus...
Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Ilumina-te, trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 01/08/2017.