quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

TÉCNICAS DA GRATIDÃO
A gratidão pode ser considerada como condição para ser feliz, como definiu Albert Schwetzer, quando disse que ela é o segredo da vida.
Ele, sempre bendizia a vida, apesar dos dias nem sempre confortáveis em Lambaréné, na África Equatorial Francesa, onde mantinha sua obra de dignificação humana.
Sendo europeu da cidade de Kaysersberg, na Alsácia, quando transferiu-se com a esposa para Lambaréné, aquela região hostil, experimentou o áspero clima tropical, a elevada humidade do ar, na floresta densa, as condições quase inóspita para alguém que sempre viveu em região fria e civilizada, a falta de recursos para qualquer tipo de comodidade, e, apesar de tudo, manteve o sentimento de gratidão viva em sua existência, cantando louvores a Deus.
Ali, em condições desafiadoras ele escreveu duas grandes obras do século XX: A busca do Jesus histórico e Um tratado de ética.
A sua ética se expressava no : respeito pala vida, que ele defendia com sacrifícios até o máximo possível.
Analisar as bênçãos que a vida física oferece já é suficiente para se agradecer por estar vivo no corpo; pelo ar que respira; a água, o pão que a natureza traz, e as maravilhas que há em todo o cosmo; as noites estreladas, a força mantenedora do Sol e a tranquilidade magnética da lua, a brisa refrescante, a chuva generosa, a temperatura agradável... tudo que vibra merece gratidão.
Há os desastres sísmicos, tormentas de todo tipo, que merecem reconhecimento,  valorizando o que é saudável e dignificante.
Se todos os fenômenos existenciais fossem apenas agradável não haveria mecanismo válido para se promover o progresso moral do ser nem o desenvolvimento científico e tecnológico da sociedade.
Envolvido no corpo somático material, o self é candidato à superar as circunstancias, trabalhando-se com esforço para alcançar a plenitude da sua função indestrutiva.
Inspirando o ego a modificar a estrutura do comportamento, possibilita-lhe, através do tempo, a visão inspiradora do desenvolvimento interno, diluindo a sombra que também se lhe torna motivação para a conquista de novas experiências, proporcionando-se bem-estar, que é essencial para uma vida compensadora.
Buscar essa sensação de alegria e satisfação é estimulo para o ego, mesmo que relutante, porque a falta desses pequenos prazeres aumenta o sentimento de culpa, frustra a autorrealização, empurra para transtornos complexos e doentios, que se transformam em doenças orgânicas por somatização.
É nesse impacto que surge a necessidade da gratidão, não só em relação ao que se recebe, mas, principalmente pelo que é possível oferecer-se, participando do espetáculo da vida em sociedade como membro atuante e não parasita prejudicial.
Sempre há quem justifique não ter muito para repartir, esquecendo que a maior doação nasce na grandeza do pouco, como a referência evangélica  da oferta da viúva pobre. Mesmo ela tinha algo para doar ao templo, obedecendo a lei que o estatuía.
Outras dádivas importantes, eram o da limpeza do santuário, do local em que as pessoas pisavam, a conservação dos objetos do culto, os cuidados a tudo que referia ao templo, por não terem nem a liberdade ou por rastejarem nas situações humilhantes do serviço detestado pelos orgulhosos sacerdotes, presunçosos e pobres de sentimentos...
A gratidão também pode se expressar de forma especial, como respeito e apreço, consideração e amizade, singelos padrões de comportamento social que deve haver em todo grupo humano.
O hábito de retribuir dádivas restringiu o sentimento gratulatório, tirando-lhe a beleza emocional. É claro que dividir o que tem com quem também oferece é passo avançado na psicologia da gratidão. Mas, precisa ser considerada aquela oferta que nasce do coração, sem outro motivo material que seja retribuição, transformando-se em oferta da gentileza, da alegria de viver, por ser parte da orquestra viva da sociedade.
Esses gestos espontâneos contribuem para a felicidade que se aspira, gerando situações positivas na vida, por modificarem os sentimentos do gentil doador, que se aureola de harmonia, pois o doar é sempre acompanhado pela imensa satisfação do assim agir.
Quem quer alcançar a saúde e a harmonia é convidado ao exercício na arte de oferecer e de oferecer-se.
 Em Atos dos apóstolos, há um momento encantador, quando Pedro e João saem do Templo de Jerusalém e os pobres, os enfermos, os aflitos estendem-lhes as mãos, suplicando auxilio monetário, especialmente um coxo que esperava a esmola em forma de moeda.
Percebendo-se sem tais recursos, Pedro, olhando João, diz com ênfase ao sofredor: “Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!” (At 3:6)
Diante do assombro geral, o enfermo recuperou os movimentos, desvencilhou os membros paralisados e ergue-se jubilosamente...
A partir daí, dessa dádiva de amor, as pessoas colocavam os seus pacientes por onde os dois passavam, para que “a sua sombra cobrisse alguns deles” (At 5:15), esperando se curar.
Todas as coisas são boas e merecem respeito, mas as que são conseguidas como dádivas do sentimento, que não são compradas, tem valor emocional bem maior.
Ninguém pode se desobrigar de oferecer algo de si mesmo, contribuindo para o bem-estar geral, que começa com a oferta.
Sempre é melhor doar do que receber, porque aquele que doa é possuidor, já quem recebe a situação é de devedor, e uma das maiores dívidas que existe é a da gratidão, porque um socorro em momento especial define todo rumo da vida, que passa a dignificar-se, a crescer, a produzir, após esse instante significativo.
Quando se mata a fome ou a sede, oferece-se segurança e trabalho a quem os necessita, doa-se paz e alegria de viver àquele que se encontra no limite do desespero suicida, tudo que lhe ocorre é fruto daquele gesto salvador.
A dívida, ao que se recebeu não pode ser resgatada senão por outra vida.
Um indiano, cujo filho foi assassinado por um paquistanês, nos terríveis dias da guerra entre as duas nações, buscou o Mahatma Gandhi e contou a sua tragédia, pedindo-lhe ajuda orientação.
O sábio mestre meditou e respondeu:
- A única maneira de resgatar o seu crime é educar uma criança órfã paquistanesa como seu filho.
O interrogante argumentou:
- Mas somos inimigos e um deles matou o meu filho.
Tranquilo, fala o mestre:
- Tornamo-nos inimigos uns dos outros porque nos satisfaz. Somente porque o alucinado matou o seu filho, você não tem direito de retribuir-lhe o crime, tornando-se também homicida.
O homem, sensibilizado, adotou uma criança paquistanesa e fez dela um cidadão de bem.
Do livro Psicologia da Gratidão, ditado pelo Espirito Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco. Trabalhado por Adáuria Azevedo Farias. Publicado em 24/02/16.



sábado, 20 de fevereiro de 2016

A VIDA E A MORTE

A organização fisiológica do homem é uma das mais importantes peças da engenharia genética já elaborada...
Formada por um sistema circulatório de entre 150.000 a 190.000 quilômetros de artérias, veias e vasos em circuito único, por onde circula o sangue que nutre as células, cerca de cem trilhões, renovando-se sempre, menos os neurônios cerebrais, segundo alguns neurocientistas, outros já dizem que algumas ilhas se repetem quando esses neurônios morrem, para que a vida pulse nesse mecanismo.
Esse equipamento depende do oxigênio que lhe é vital e que transforma o sangue venoso em arterial, eliminando as toxinas que produz pelo aparelho excretor, mantendo o equilíbrio.
A bomba cardíaca, de fundamental importância, começa a pulsar no vigésimo dia da fecundação, quando é disparado automaticamente um choque elétrico, e continua no desempenho da sístole e da diástole, de modo que o sangue chegue ao cérebro e dele aos pés atravessando esse extraordinário sistema circulatório, autopreservador. Se, uma picada de alfinete destrói milhares de capilares, imediatamente outros lhes substitui, num mecanismo  de ordem e de ação, e, quando há um corte maior,  é atirada sobre ele uma delicada camada de fibrina, para fazer o tampão que impede a morte com a hemorragia contínua, com exceção dos hemofílicos, que tem processo mais delicado e complexo...
Os sistemas nervosos de sustentação e equilíbrio são de uma complexidade incomum, emitindo vibrações e mensagens que se responsabilizam pela harmonia de toda a maquina, na execução do seu programa.
As glândulas endócrinas, especializadas, funcionam em ritmo que transcende a capacidade de entendimento humano, contribuindo com os hormônios responsáveis pela estabilidade dos equipamentos físicos, emocionais e psíquicos...
Essa aparelhagem que é única é ativada por sistemas especiais emissores de energia vindos da mente, circulando no organismo, mente que, é instrumento de manifestação do Espírito, consciente ou não da sua existência e significado.
Resistente a diferentes altitudes e vários golpes, é também frágil, pode ser vitima de bactérias e vírus que mantém sob controle, quando o sistema imunológico, deixa de funcionar como desejável...
É que todo o comando está no Espírito que a vitaliza e conduz, contribuindo para o seu êxito e a sua desorganização, embora nem sempre esteja consciente da grandeza do investimento em si, para alcançar as estrelas, saindo, da treva da ignorância para a imortalidade...
Essa máquina extraordinária única foi, trabalhada pelas Divinas Leis em dois bilhões de anos aproximadamente desde a formação das primeiras moléculas de açúcar, nas aguas oceânicas abissais, hoje com equipamentos elétricos e eletrônicos dos mais sofisticados, de forma que através dela o Espirito possa desenvolver o seu deus interno, cantando as glórias de Deus...
Nesses incomparáveis equipamentos estão os mecanismos que expressam a inteligência, o sentimento, as tendências de toda natureza, graças ao períspirito que os modela, obedecendo as exigências da Lei de Causa e Efeito, no desempenho da tarefa para a qual foi elaborado pela Divindade, como envoltório da alma ou Espírito.
A benção, de um corpo, para o crescimento espiritual, por mais limitado e destroçado, é de grandioso valor, por refletir as necessidades do seu agente espiritual, responsável pela maneira como se condensa no mundo das formas.
Respeitá-lo com carinho, assim contribuindo para que  alcance as finalidades a que se destina, é dever inteligente do viandante na  terra.
Protege-lo das agressões internas, vindos dos atavismos guardados nele, da sua conduta passada, é consciência de dever para com o invólucro material de que precisa para crescer e reparar, conquistar o infinito e avançar na busca da individuação.
Quando o Self (só para lembrar mais uma vez amigos, Self aqui se refere ao ser real, ao ser imortal, ao espírito) é consciente dos seus atributos, trabalha melhor a sua harmonia necessária, para desempenhar as funções de mortalidade e imortalidade que lhe dizem respeito, superando a sombra, que evoca os caminhos dúbios que foram palmilhados e precisam da ajuda do entendimento para que haja plena harmonia.
O corpo deve ser considerado um santuário sublime que a vida concede ao Espírito, para desabrochar os valores adormecidos, como ocorre com o solo generoso que acolhe a semente. Para que atinja a meta que se encontra no seu imo.
Da mesma forma, é preciso atender essa semente inteligente protegendo-a das pragas e perigos mesológicos que podem atentar contra a sua sobrevivência e o seu desenvolvimento vital.
Os maiores perigos são internos, são as imperfeições morais herança do primarismo, que insiste em manter prisioneiro o ser real, fazendo-o repetir as ações que o tornaram infeliz.
O esforço pelo autoconhecimento, pela autoidentificação das suas possibilidades é compromisso urgente para as criaturas que despertam em consciência lúcida para atingir a meta da vida, o estado sukha.
Fugindo da responsabilidade,  alguns indivíduos acham que os inimigos estão fora, programando ataques, criando estratégias de agressão e de destruição, sem perceber que eles nunca atingem o objetivo, se  encontram a lucidez daquele de quem não gostam e a preservação dos seus valores morais em  harmonia.
Os decantados adversários de fora, não podem fazer mal algum, quando se está consciente de si mesmo e disposto a galgar níveis mais elevados na escala da evolução que não cessa.
Qualquer ocorrência nociva que afete esse gigantesco instrumento da evolução, tem graves consequências, impondo refazimento através do renascimento corporal, em equipamento desorganizado pela insensatez do indivíduo.
A visão religiosa castradora do passado via no corpo um adversário por causa dos seus impulsos e de suas necessidades, puni-lo de forma covarde e  aplicar-lhe silícios, para diminuir a sua vontade, em falsas tentativas de libertá-lo das tentações, preferindo a ignorância que bloqueava o entendimento de que os desejos infrenes, os apelos carnais são reflexos do estágio do Espírito que se reflete na matéria e não ao contrário.
O amor, com o doce e calmo jumentinho, como dizia o santo de Assis, reconhecendo-o como o animal em que montava, é a mais bela proposta, cheia de contribuições para a sua preservação e harmonia.

Texto do livro Em Busca da Verdade. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis, Psicografado por Divaldo Pereira Franco. Trabalhado por Adáuria AzevedoFarias. 20/02/16.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

DIGNIDADE E GRATIDÃO

Em uma pirâmide da autorrealização apresentada por Abraham Maslow, Ele estabele uma hierarquia das necessidades humanas, começando pelas fisiológicas, de preservação da vida (alimento, água, oxigênio,). Para ele, o ser humano lutará sempre para atender essas necessidades fundamentais, num processo de seleção em níveis diferenciados até alcançar a das experiências limites, o clímax do processo de amadurecimento psicológico saudável, ideal.
Nesse esforço, as experiências leva a novas conquistas, libertando-se de umas passando para outras necessidades que levam a abandonar o plano físico para tornar-se anseios emocionais e idealísticos superiores.
O dr. Frankl, propoõe o significado existencial como o mais importante, considerando que, atingido um patamar de autorrealização em uma área, o indivíduo pode ser incompleto noutra, mas quando,  se vincula a um sentido psicológico, mais fácil se  torna o crescimento interior dirigindo-se a conquista da individuação.
Diz Epicuro que, “As pessoas felizes lembram o passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo .”
Na atitude epicurista, o ser humano mantém a sua meta existencial, agradecendo tudo que lhe aconteceu no passado e tornou-se-lhe base para as alegrias atuais, com coragem para os futuros enfrentamentos, certo da conquista da beleza, da ética, da harmonia.
Preparando-se inicialmente para conseguir a vitória das dores físicas, logo percorre o caminho da coragem ante os insucessos emocionais, morais e as demais vicissitudes, numa atitude hedonista que lhe traz alegrias contínuas e antevisão do futuro abençoado pela superação das ocorrências que infelicitam.
Essa atitude reveste-se, de dignidade,  valor moral que enriquece aqueles que são fiéis aos princípios do dever e da honra.
Dignidade é resultado de conquistas éticas decorrentes dos comportamentos na justiça, na honradez e na honestidade.
Essa conduta digna é a mesma, vigorosa e forte, que suporta a zombaria dos anões morais, não se submetendo ao desconhecimento proposital imposto pelos servos da ignorância e áulicos das situações infelizes.
Muitoos desfrutadores das oportunidades mundanas sem responsabilidade de estimular o progresso, sorrindo sempre e parecendo felizes nos carros alegóricos das fantasias, acabam vitimas da síndrome da ansiedade esquiva, que os atira em  conflitos muito graves, especialmente porque tentam disfarçar os medos e as angústias que lhes aprisionam o self, sem caráter moral para o autoenfrentamento, que resultaria em equilíbrio emocional.
Pascal dizia que “A dignidade consiste no pensamento”. Procuremos,  então pensar bem. Nisto se encontra o princípio da moral “.
Todas as construções começam no pensamento, na elaboração das ideias, na área psicológica. Quando o objetivo é o desenvolvimento moral, o pensamento floresce de elaborações corretas, que promovem o bem, abrindo espaço para a conduta moral.
Com esse comportamento que é psicoterapêutico preventivo em relação a muitos transtornos que são evitados, o ser amadurece emocionalmente, disposto a enfrentar desafiadoras com coragem e ética, nunca utilizando  expedientes reprováveis para alcançar as metas que deseja.
Definindo o caminho da arte de pensar, logo se desenham as avenidas do bem agir, contribuindo para o bem geral.
Compreende-se a necessidade do comportamento digno, elaborado com os pensamentos e as ações saudáveis, incluindo o sentimento de gratidão que  envolve tudo nas vibrações de afetividade. Sem essa afetividade que discerne os significados existenciais e os bens da experiência humana, desaparecia o sentido psicológico proposto para a jornada.
O homem e a mulher gratos são elementos importantes na estrutura da sociedade, que se valoriza e cresce, quando é composta por seres que  dignificam a condição de humanidade.
O ingrato, torna-se morbo no clã onde vive, no grupo social e em todos os grupos em que se movimenta.
 Sua presunção e conflitos, junto com as tendências perturbadoras da inferioridade, estimulam a decomposição do organismo geral, em que se encontra, como a planta parasita, que surge frágil e  destrói o carvalho em que se hospeda...
A educação firmada em princípios de dignidade estatui a gratidão como norma de conduta saudável, sem ela é difícil, senão impossível, estruturar um conjunto humano equilibrado.
Um velho hábito vicioso instala-se nos indivíduos desde a infância, que é receber benefícios e não valorizar, visando preço, grife,  aparência, como se fossem credores de todos os sacrifícios dos outros, sem  considerar o que recebem, não demonstrar nenhuma gratidão. Essa conduta egotista trabalha na indiferença afetiva dos demais, que passam a desconsiderar esses ingratos, deles afastando-se e vacinando-se contra o hábito superior da gratidão... Muitas pessoas, após a desconsideração dos insensatos rebeldes e cheios de si, desanimaram-se nos propósitos de bem servir e de ajudar, temendo as recusas, os humores negativos, passando a cuidar dos próprios interesses.
Quem age assim, valorizando a ingratidão dos enfermos espirituais, ainda não fixou o sentimento nobre, em exercício, a espera de resposta favorável ao seu gesto. Isso é natural, ninguém atinge o acume de um monte sem começar a caminhada pelas baixadas...
Conforme ocorre o amadurecimento psicológico e a dignidade atinge alto nível de emoção, nada diminui o comportamento honorável nem o sentimento gratulatório.
Conta-se que certo executivo tinha o hábito de adquirir o jornal do dia, após o expediente, em uma banca fronteira ao edifício em que trabalhava. Sempre que solicitava ao responsável o periódico, este atirava-o com mau humor na sua direção, e ele retribuía o gesto infeliz com palavras de gratidão.
Um dia, um homem que trabalhava junto e que  cansou de ver a cena desagradável, perguntou ao cavalheiro:
- Por que o senhor volta sempre a adquirir o jornal na banca desse estúpido, que sempre o trata mal?
Após pensar um pouco, o gentil-homem respondeu:
- Por questão de princípio. Eu me impus a tarefa de não permitir que a sua grosseria me fizesse fugir ou me tornasse deseducado e igual a ele, já que sou muito grato à vida por tudo que me tem favorecido.
O mal não afeta o bem, que lhe é o antídoto.
Perseverar na conduta correta, mesmo quando ultrajado ou desconsiderado, é desafio da saúde moral no comportamento social, para o modificar, trabalhando por uma nova mentalidade, que se  estabelecerá entre todos no futuro.

Do livro Psicologia da Gratidão, ditado pelo Espirito Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco. Trabalhado por Adáuria Azevedo Farias. Publicado em 17/02/16.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

PENSAMENTO E AÇÃO
Filosoficamente, o pensamento é uma atividade psíquica responsável pelos fenômenos cognitivos, independente da vontade e dos sentimentos.
René Descartes disse: Eu sou uma coisa que pensa, dando ao pensamento significado específico, dizendo que a essência do homem é pensar.
Pelo pensamento cada ser humano eleva o seu estágio de evolução, caracterizando-se pela nobreza das ideias que formula ou pela vulgaridade em que se compraz.
A evolução do pensamento ocorreu lentamente através das experiências reencarnacionista, desde as primeiras expressões arcaicas, passando pelas primitivas, a mítica, egocêntrica até alcançar o estágio racional, avançando para a sublime conquista cósmica.
Desenvolvendo a capacidade de pensar, ultrapassando as barreiras dos instintos que limitam, o Espírito vem ampliando a percepção do divino que nele existe, adquirindo essa  capacidade, base de todas as realizações existenciais.
Essa faculdade inata que se desdobra pelas experiências contínuas é portadora de um poder para a ação, que a torna elemento vital no desenvolvimento do Espírito na sua busca de felicidade.
A medida que o ser humano encontrou desafios e dificuldades na caminhada orgânica, no princípio da evolução, foi desenvolvendo a caixa craniana e aumentando o volume do cérebro, com o surgimento dos neurônios necessários às sinapses mais elevadas e às expressões que iriam caracterizar o pensamento. Surgindo por ampliação do instinto, considerando-se que esse é uma forma primária de pensamento, as necessidades ambientais e a luta pela sobrevivência estimularam o Espírito a liberar as funções em latência, fazendo surgir as ideias, o desenvolvimento das faculdades psíquicas. Fatores, mesológicos e filogenéticos responsabilizaram-se nos milhões de anos em construir os equipamentos ultradelicados para decodificar o pensamento, que é transcendente e não de natureza eletroquímica do próprio cérebro, conforme asseveram alguns respeitáveis estudiosos.
Emanação do Espírito é o instrumento hábil para o estabelecimento da razão, do discernimento, da consciência que se desenvolve através de níveis específicos até fundir-se na identificação cósmica, conforme ocorre com o próprio pensamento.
Em cada etapa, o Espírito exercita uma faculdade, ora intelectiva, ora emocional, abrindo espaço para as aptidões culturais, artísticas, religiosas, sociais, políticas, que vão construir a sua plenitude.
O pensamento, em face das conquistas adquiridas pelas experiências cresce e torna-se uma força criadora, que a consciência de si orienta sob as diretrizes ético-morais, indispensáveis à canalização das ideias e aspirações conforme o estágio do desenvolvimento de valores elevados.
Foi, graças a esse esforço e direcionamento, que surgiram os conceitos filosóficos, as inabordáveis conquistas científicas, as maravilhas da arte em todas as suas expressões, as sublimes realizações espirituais e religiosas, o estabelecimento dos códigos dos direitos e dos deveres do ser humano com relação a si , ao próximo, à Natureza, à vida...
Esse incessante processo de crescimento experimentou, vários embates, quando as opções do pensamento se mantiveram nas heranças do primarismo, principalmente na agressividade e na violência, na pulsão do poder e do prazer, nos caprichos infantis mal suportados, dando lugar ao crime, à destruição, ao despautério, à crueldade não diluída no intimo.
Hoje, quando se alcançou o máximo de progresso científico e tecnológico nunca atingido, infelizmente continuam as expressões grosseiras e perversas do pensamento primitivo, que não evoluiu na direção ético e moral, que gera sentimentos de paz e de compaixão, de bondade e de compreensão da finalidade da vida na Terra.
Tudo, no ser humano, se origina no pensamento, que se transforma em ideia, desenhando as possibilidades de realização, para transformar-se em ação. Diz-se que o fato de pensar-se em uma ideia, que se fixa, já se cometeu o ato. No Evangelho de Jesus, essa força de expressão está definida no capítulo 5 de Mateus, versículo 28, quando diz: eu, porém, vos digo que todo aquele que olhar para uma mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.
Quando se olha algo ou alguém, logo surge a formulação da ideia, do desejo, da necessidade, e, no caso, o pensamento desregrado, indisciplinado, acostumado ao imediatismo da libido, logo passa a experienciar a ação, desde o instante da emissão da onda mental.
O oposto também é verdade, quando se fixa a atenção, e consequentemente o desejo mental em algo enobrecedor, já começa a vivencia do buscado.
Essa força do pensamento também responde pela conduta emocional, pelas heranças positivas ou negativas do indivíduo, cabendo-lhe dirigir seus anseios para as questões superiores da vida, as que dignificam e promovem o sentimento e a própria vida.
É nessa estrutura que o Self ( o Eu espiritual, o ser real, o ser imortal) adquire resistência para compreender e aceitar a sombra, conviver com o ego sem luta nem conflito.
Quando vitima de transtornos psicológicos, o indivíduo apresenta-se incapaz de fixar o pensamento na esperança e na expectativa de recuperação, normalmente, é porque sempre cultivou ideias negativas, pessimistas e perturbadoras, às quais se acostumou, e justifica, dizendo não ter forças para corrigir o velho hábito e passar a contribuir pela psicoterapia libertadora.
Mas quando se esforça, querendo conquistar a saúde física, emocional ou de algum transtorno mais profundo, desde que não estando afetado na função do pensamento, poderá fixar a mente nas perspectivas saudáveis do refazimento, auxiliando os neuropeptídios na produção das substancias especiais para o reequilíbrio.
Nesse campo, tem-se as terapias placebo de excelentes resultados em muitos processos psicoterapêuticos, mesmo visando doenças orgânicas. Também, as experiências Nocebo  resultando em agravamento dos quadros doentios, levando os pacientes a situações lamentáveis. Ambas as ocorrências, pela força do pensamento, que se fixa numa ou noutra, de onde se originam os resultados positivos ou prejudiciais ao organismo físico, emocional e psíquico.
Por motivos óbvios, somente o ser humano pensa, é capaz de compreender abstrações, de conceber e antever o que lhe ocorre na mente, e  pode mais tarde com o esforço e a dedicação na construção das ideias.
Com o pensamento bem-ordenado, todo o constructo do ser humano avança pelas avenidas formosas da saúde e da edificação interior, alcançando o elevado patamar da idividuação. (destaque meu)

Texto do livro Em Busca da Verdade. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis, Psicografado por Divaldo Pereira Franco. Trabalhado por Adáuria AzevedoFarias. 13/02/16.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

HERANÇAS PETURBADORAS
A indiferença moral por tudo que se recebe da vida, dos missionários do passado que contribuíram para os tesouros que hoje são utilizados em forma de longevidade, conforto, saúde, ciência e tecnologia, repouso e conveniências agradáveis, responde pela ingratidão.
O ingrato é responsável por dissabores e desencantos que afetam o núcleo e o grupo social em que se encontra em ação.
Se a claridade é benção que facilita realizações, a treva cria dificuldades para as mesmas atividades.
Assim é o ingrato, que respira prepotência e soberba, na sua sofrida condição de explorador do esforço alheio.
Um motorista de taxi percebeu que, quando deixou um cliente no aeroporto, ele havia esquecido de carregar a pasta que ficou no banco traseiro. Preocupado, o modesto servidor deteve-se no retorno à cidade, parou o carro, examinou a pasta e encontrou-a cheia de documentos e de valores amoedados. Temendo o desastre para o desconhecido, fez a volta, acelerado, estacionou o veículo, correu ao terminal, lembrando-se da companhia que o cavalheiro indicara, à porta da qual deveria estacionar, correu na sua direção.
Com rara felicidade, encontrou o proprietário do  objeto que acabara de fazer o cheque-in  e parecia procurar a pasta  entre as duas sacolas de compras que carregava nas mãos.
Sorridente, acercou-se-lhe e entregou-lhe a maleta com todos os seus bens.
É certo que não esperava nenhuma retribuição. Estava feliz por poder fazer  o bem. Mas, o passageiro, agressivo e insensível, olhou-o com  espanto, como se houvesse suspeitado que fora ele quem retivera o seu volume, e não lhe disse uma palavra sequer, saindo com velocidade para a sala de embarque...
O motorista sentiu um frio percorrer-lhe a espinha e uma sensação de angustia.
Meneou a cabeça, aturdiu-se, e tomou o carro em direção à cidade.
No mesmo momento em que dava a partida, outro passageiro sinalizou-lhe que necessitava do veículo, ele parou e o estranho adentrou-se.
Pediu o endereço e partiu.
Estava atordoado e, de quando em quando, como se estivesse num monólogo pesado, meneava a cabeça.
O passageiro perguntou-lhe o que se estava passando.
Necessitado de uma catarse, ele contou a ocorrência, acrescentando: - Nunca mais devolverei qualquer coisa que fique no meu carro por esquecimento de quem quer que seja. E porque sou honesto, não ficaria para mim, mas preferirei atirar no lixo do que voltar para entregar.
E arrematou:
- Eu não desejava nada, nem o reembolso da despesa que me custou para lhe fazer a devolução. Tudo seria para ele somente prejuízo, porque ele nunca saberia onde procurar o seu volume, desde que nem anotou o numero da placa do meu carro...
Fez uma pausa e concluiu:
- O pior foi seu olhar severo de dignidade ferida, como a dizer que eu fui responsável pelo seu esquecimento, que lhe furtara a maleta,..
A gratidão é combustível para a claridade da vida, da mesma forma que a cera para o pavio de vela manter-se aceso. A ingratidão é bafio pestilento que contamina os outros com os seus miasmas e pode torna-los iguais.
Por que será que alguém se atribui tanto mérito que nem lhe ocorre algumas palavras de reconhecimento pelo que recebe? Onde está a sua superioridade que quer que sejam os outros que queiram sempre  servi-lo?
A ingratidão é síndrome de atraso moral e de perturbação emocional que infelizmente sempre grassou na sociedade de todos os tempos,.
Herança perturbadora, vindo dos atavismos iniciais da evolução, mantém o indivíduo no estagio de predador, tendo demonstrado que o ser humano é o maior entre todos, causando sempre prejuízos à natureza, à comunidade, à família e a si mesmo...
Tal patrimônio infeliz faz parte do conjunto de outros vícios morais e espirituais que conservam suas vítimas no atraso social. Sombra perversa, prejudica o discernimento do self,(do Ser verdadeiro, imortal, do Ser espiritual) demonstrando o estágio antigo em que o individuo parou. Encontra-se em pessoas simpáticas em relação aos estranhos, querendo apenas os conquistar, e grosseiras com   quem convivem, que as ajudam em silencio e dignidade, e que os detestam, porque lhes reconhecem a superioridade, a ingratidão vem da inveja doentia que não perdoa quem tem recursos superiores aos que porta. É rude de propósito, porque não podendo igualar-se, cria perturbação e desconfiança querendo puxar para baixo quem esteja em situação melhor.
Egotista, o ingrato só sorrir quando busca lucro e só é gentil quando quer projetar o ego.
No ponto de vista psicológico, a ingratidão é síndrome de insegurança e de graves conflitos íntimos que aprisionam o ser atormentado.
A gratidão deve ser treinada, para poder ser vivenciada.
Como as heranças perturbadoras predominam nos comportamentos humanos, pela demora do período em que se estabeleceram, é preciso que novos hábitos sejam fixados, substituindo os negativos, até poderem transformar-se em condutas naturais .
A convívio social torna-se difícil, por causa dessas heranças perversas do ego, que teima em não abandoná-las, satisfazendo-se na censura, quando podia educar, na acusação, quando seria melhor socorrer, na maledicência, quando é viável a referencia nobre, desculpando os acidentes morais do próximo.
O ser humano vive em constante evolução como tudo no planeta, no universo.
Não há uma lei de estancamento, pois conspiraria com o fatalismo da evolução e do processo ininterruptos.
Tudo evolui, nas etapas do programa de crescimento.
No ponto de vista moral, esse mecanismo sempre traz conquistas novas, enriquecimento interior se o indivíduo é lúcido para registrar cada etapa, para a alegria e gratidão pelos novos passos que mais o aproximam da meta, que quer alcançar.
Transformar, tais heranças doentias em experiências renovadoras é uma das metas a que se deve dedicar quem aspira ao bem, ao belo, ao amor, à vida...

Do livro Psicologia da Gratidão, ditado pelo Espirito Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco. Trabalhado por Adáuria Azevedo Farias. Publicado em 11/02/16.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

FÉ E RELIGIÃO
O homem é, em essência, um animal religioso. Na busca da religiosidade liga-se à diferentes correntes doutrinárias, querendo segurança e harmonia para a caminhada física. As experiências religiosas dão força e coragem nas dificuldades e nos desafios.
Nesse indivíduo a fé é quase genética. Há uma crença universal em Deus, não importando o nome ou,  a forma como se O compreenda. Por herança, o arquétipo divino que nele se expressa através do Self é natural. Mas a crença religiosa, resulta de fatores educacionais, mesológicos, familiares. Temos a crença natural e a religião aprendida.
Na infância, no período lúdico, as fantasias crescem em torno da religião, dando um colorido especial ou criando medo, terror conforme o conteúdo de cada uma. Conforme a razão e o discernimento substituem a ignorância e a ingenuidade, os conflitos que surgem também  confrontam com a conduta religiosa, especialmente se ela é castradora, imposta, de vigiar todos os passos com ameaças de punição.
A racionalidade com os primeiros pensadores do século XVll, abriu campo para os enfrentamentos entre ciências nascentes e doutrinas religiosas dominantes, atingindo o seu apogeu no final do sec. XlX, quando, o ser humano afirmou estar distante de Deus, provavelmente apoiando-se no conceito de Nietzsche, sobre a Sua morte ou de outros filósofos niilistas e materialistas, ou de grandes cientistas. Apesar disso, quanto mais se avançavam nas ciências e a tecnologia de ponta ampliava a compreensão do mundo, surgiu um paradoxo, levando cientistas a voltarem para Deus e para a crença no Espírito, como únicas maneiras de entenderem o Cosmo e a vida.
Depois da proposta darwiniana da evolução vegetal, animal e o surgimento do homem, pela seleção natural, possibilitando negar os conceitos criacionistas bíblicos, que permaneceram por  séculos, e mais tarde com a decodificação do genoma humano, uma ponte surge entre uma teoria e outra, demonstrando que há verdade nas duas teorias  permitindo entender como Deus criou a vida.
Não é mais disparate um cientista confessar sua crença em Deus, ou na sobrevivência do Espírito  depois da morte do corpo.
As investigações na paranormalidade humana, nos séculos XlX e XX, por cientistas de várias áreas, trouxeram material incontestável  confirmando que a morte não destrói a vida e o Espírito não some, quando desaparece o envoltório material.
A mediunidade, vencido os preconceitos e as superstições que a mistificavam, tornou-se objeto de estudos sérios e consagrados por homens e mulheres dos vários seguimentos da cultura e da civilização, que se renderam à sua legitimidade como instrumento probante da imortalidade do Espírito.
Ciências experimental vindas da Psicologia, como, a Parapsicologia, a Psicotrônica, a Psicobiofísica, ampliaram o campo  para os estudos dessas questões, trazendo evidencias e fatos que não podem ser contestados e merecem respeito, em face dos pesquisadores sérios que se dedicaram ao trabalho de pesquisar,  experimentar, e comparar...
As colocações extremistas de alguns cientistas em relação à religião e aos seus fenômenos, não tem hoje a mesma firmeza de antes. Neurocientistas e astrofísicos, matemáticos e biólogos, psicólogos e psiquiatras,  profissionais dos vários ramos do conhecimento científico defrontam a realidade transpessoal e adotam comportamento de acordo com a filosofia imortalista, como a mais avançada conclusão das suas experiências nos seus campos de trabalho.
Hoje, questões metafísicas podem ser discutidas em laboratórios sem impedimento para os estudiosos, em tentativa de grande valor para descobrirem o que se encontra além das leis naturais, pelo menos aquelas já conhecidas.
Jung foi um dos primeiros acadêmicos a não valorizar demais o aspecto racionalista absoluto em torno do Universo, oferecendo possibilidades até então não conhecidas, para melhor entender a criatura humana em sua profundidade e a realidade de todos.
O ser humano não pode fugir do seu arquétipo psicóide, em razão do inconsciente coletivo, onde se encontram os constructos da sua vida, como, as expressões da fé, de forma mais ampla, da religião e de Deus... Esse inconsciente encontra-se fora do mundo consciente, e é formado por um campo-primordial-de-espaço-tempo.
A meta da Psicologia, é entender os fenômenos relativos à psique e suas manifestações, não comprometida com os comportamentos religiosos, sem abdicar dos mesmos, especialmente quando estudando os  distúrbios que perturbam os seus pacientes, as suas alucinações e delírios de natureza também espiritual...
A fé religiosa, quando saudável, construída na filosofia da razão, que pode enfrentar a dúvida em todas as épocas do pensamento, contribui  muito para a saúde mental e emocional do indivíduo, dando sustentação nos momentos de fragilidade e coragem nos desafios.
A fé é natural, sem subterfúgio, em tudo que se acredita sem ser investigado, e ninguém vive sem essa experiência psicológica sendo uma aceitação automática... Também vem das lutas entre razão e sentimento, o fato e outas explicações, passando pela lógica, a observação, tornando-se racional, robusta.
Com a fé natural, desenvolvem-se as aptidões humanas e os projetos para a vida transformam-se em realidade, porque os estímulos e a fortaleza que ela dá, propiciam os meios de continuar as tentativas até  serem concluídos.
A fé tem uma força tão excepcional, que muitas vezes o indivíduo que tem um objetivo luta contra todos os obstáculos, vence as dificuldades certo que é viável o que deseja e que conseguirá.
É a fé que sustenta todos os tipos de investigadores, os cientistas que trabalham com hipóteses contrárias ao aceito e permitido,  demonstrando o seu valor após esforços hercúleos,  confirmando que têm razão.
Ninguém pode atingir qualquer meta se não acreditar, nessa possibilidade, mesmo que não a identifique conscientemente. A perseverança numa ação e a constância em um trabalho são frutos da fé nos mesmos.
Mas a fé religiosa, sustenta-se na probabilidade de que os postulados transpessoais, espirituais,  em que se acredita, sejam reais. Graças à mediunidade, a fé religiosa hoje tem um arsenal de fatos que superam e eliminam as negações. Dizia-se durante a vitória da filosofia existencialista, que era preciso ver para crer, conceito hoje ultrapassado pelas propostas da física quântica, afirmando que é preciso antes crer para depois ver, mesmo porque nem tudo que se crê nessa área só se encontra nas probabilidades e nunca será visto...
A fé produz heróis e santos, mártires e pessoas de bem.
No holocausto judeu, suas vítimas que conservaram a fé que sobreviveriam, de uma ou outra forma conseguiram o objetivo. As que se diziam necessária à vida para denunciarem toda a crueldade, vivenciaram todos os horrores e continuaram lúcidas para falar do poder da loucura, do extremismo, da solução final, meta dos infelizes psicopatas que tomaram o poder na Alemanha...
Quando se crê, todo o organismo atende ao comando da psique e dá resposta eficaz, produzindo possibilidades para a realização.
O indivíduo em conflito pela dúvida, atormentado pela insegurança, desconfiado de tudo e de todos, entra em sofrimento emocional mais fácil.
Com a fé em Deus, sem exaltação e com harmonia, a saúde emocional é mais duradoura, e, quando, sofre transtorno, retorna à harmonia mais rápido.
Em muitas ocasiões, a fé demonstrada por cientistas e navegadores, como Cristóvão Colombo, que acreditava na existência de terras, viajando para o oeste, saindo da Europa, conseguiu prová-lo, porque no inconsciente estavam os registros de já haver estado naqueles lugares em existência anterior...
Quantas vezes, o pai da psicologia analítica em suas viagens de trem, partindo de Zurique (Suiça) rumo   à Itália, antes de chegar às cidades a serem visitadas, via-as, conhecia-as, constatando a veracidade depois, embora nunca ali tivesse estado, pelo menos na vida atual. Surpreendido por esses eventos, como pelo sonho-visão que teve, a respeito da grande onda que destruiria praticamente a Europa, se tornou real na Grande Guerra que sacudiu o planeta, nunca se negou a narrar tais ocorrências...
Tais fenômenos que transcendem a realidade psicológica são vinculados ao ser paranormal, espiritual e imortal, além das suas perspectivas, embora as possa penetrar.
Madame Curie, nas suas experiências com toneladas de pechblenda, tinha certeza, mantinha a fé segura de que encontraria expressão mais rarefeita da matéria, e insistindo, embora contra todas as opiniões, com o esposo conseguiu detectar a radioatividade. Posteriormente, continuando nas pesquisas exaustivas com vários tipos de pechblenda detectou o polônio e o rádio... Mesmo na viuvez, manteve a fé natural e racional em torno das possibilidades que se lhe encontravam ao alcance e superou-se, conquistando o respeito internacional e o Prêmio Nobel de Química, tornando-se a única pessoa a receber duas vezes o referido Prêmio em áreas diferentes...
A fé sempre a sustentou, mesmo nos momentos de conflitos emocionais vividos após a desencarnação do marido...
Jesus disse com segurança e beleza: Se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele há de passar; e nada vos será impossível (Mateus, 17-20).
Não se referia à montanha em si, mas, aos graves problemas da vida, criando dificuldades e embaraços. A fé, mesmo pequenina, pois o grão de mostarda é uma das menores sementes que existem, consegue o resultado que busca, pelas forças que propiciam a inspiração que oferece.
A fé, é estímulo para uma vida feliz e saudável, trazendo grande contribuição para a individuação.

Texto do livro Em Busca da Verdade. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis, Psicografado por Divaldo Pereira Franco. Trabalhado por Adáuria AzevedoFarias. 09/02/16.

sábado, 6 de fevereiro de 2016

AQUISIÇÃO DA DIGNIDADE HUMANA
A essência do ser humano é o self (o Eu), (o Eu profundo) originado no Psiquismo Divino.
Durante o processo evolutivo o grande desafio é a busca da dignidade humana, culminando no sentido existencial até alcançar a  transcendência.
Ele é como um diamante bruto no começo passando por vários processos de lapidação até alcançar a transparência que o torna uma estrela reluzente. Por etapa, no processo de desenvolvimento,  surge o ego, a sombra, as expressões da anima e do animus, ora  adormecidos, para os sintetizar em harmonia, como no princípio, quando unidade...
No começo a unidade era grotesca, sem discernimento, era um conjunto que se deveria expressar como a semente necessitando dos fatores mesológicos para desabrochar a vida em latência. Conforme houve a sua fissão, surgiu o ego, em seguida se apresentaram os outros arquétipos entre eles predominando a sombra responsável pela ignorância que o acompanharia por todo período do seu desenvolvimento.
Conquistando a consciência, primeiro passando pela fase embrionária, no reino animal, como inteligência primária, logo surgiu etapa a etapa, a necessidade do discernimento entre o certo (o que produz prazer e gera bem-estar emocional) e o errado (o que proporciona sofrimento e desgaste), o bem e o mal, assim dando lugar às necessidades de elevação, de mudança de patamares que deveriam ser vivenciados, até ser alcançada a harmonia entre os opostos: o yang e o yin.
Essa identificação entre as duas partes diferentes na busca da unificação de identidade é  a sombra no self, que quando consegue os bons resultados  desse conhecimento, absorve a sombra em processo de assimilação dos seus conteúdos, transformando o que era obstáculo, dificuldade em impulsos para conquistas maiores.
Com a descoberta da ética moral, na ampliação das percepções éticas, a conduta digna se apresenta ao self, (o Eu verdadeiro) como necessidade e logo passa a vivenciá-la superando aos poucos as síndromes perturbadoras dos mecanismos inferiores que foram ficando na sua historia como arquivo do passado.
Essa dignidade, supera algumas convenções sociais, em que predomina a sombra, com os interesses mesquinhos representando o comportamento das pessoas. Com essa conduta, o egoísmo, causado pelos conflitos, principalmente os medos disfarçados, as desconfianças, as inseguranças e as culpas não absorvidas, as invejas, forma um pano de fundo para os esconder, vivendo-se as manifestações da persona com prejuízo do si-mesmo...(do ser profundo)
As convenções também são responsáveis por alguns transtornos em constituições emocionais frágeis, que lamentam não poderem participar nos grupos exitosos, barulhentos e de embriaguez dos sentidos, que os marginalizam e os isolam nos guetos onde se satisfazem infelizes...
A dignidade humana é o degrau moralizado e emocional tranquilo que o self alcança, após  superar a sombra, conquistando os seus elementos na psicologia de Jesus, que trocou os padrões éticos dominantes do seu tempo, elaborando novas propostas de integração no pensamento cósmico.
Até Ele enunciar os postulados da autoedificação moral, o vencedor era o ser agressivo que execrava o outro que era submetido pela força, pelas manobras cavilosas mantendo-o derrotado e submetido à humilhação, ao desdouro social.
Com Ele,(Jesus) o verdadeiro vencedor é aquele que se autovence, superando as paixões primárias e conflitivas do ser fisiológico, dos primórdios do ser psicológico, cheio de dúvidas e angústias, agora se apresentando em equilíbrio, mesmo quando as circunstancias não sejam as melhores.
Com Ele, a maior vitória conquistada pelo ser humano é  a da faculdade de amar e a da entrega aos ideais de enobrecimento que o promovem a uma situação psicológica mais feliz constituindo um grupo social sem sombra e em harmonia.
Ele (Jesus) demonstrou que a finalidade existencial que deve atrair o ser humano está exarada no sentido da autoiluminação, da superação dos próprios limites, num continum que conduz à paz. 
A dignidade, é esse valor conseguido pelo esforço pessoal que destaca o individuo do seu grupo pelos valores intrínsecos de que si investe, tornando-se líder possuidor da honra e da posição especial conquistadas ao longo dos tempos. Mas isso, não o faz vangloriar-se, que seria estar escravizado à sombra nem o torna diferente na convivência com as outras criaturas. É simples, porque íntegro, manso, mas não conivente com os comportamentos heterodoxo, pacífico mas não leniente com o ultraje ou o crime, humilde sem a preocupação do uso e descuidos de higiene para com o corpo, que reconhece ser o sublime instrumento para a sua evolução.
Quem se apresentaria com a dignidade de Jesus, ultrajado, mas não ultrajante, vencido, mas não submetido, crucificado e com os braços abertos como um infinito afago dirigido a todas as criaturas?!...
...E quando tudo parecia que estava destruído, Ele ressurgia da sepultura em momentosa manhã de imortalidade.
O self que se exorna de dignidade exterioriza todo o sentimento profundo da lei da gratidão e da Sua (de Jesus) psicologia que exalta a vida, que a fomenta e a mantém em qualquer fase e circunstancia que se apresente.
Nos conceitos sociais de hoje, a dignidade vem sendo confundida com o poder político, econômico, religioso, comunitário, legislativo, governamental... Por isso se confunde destaque exterior com enriquecimento íntimo de valores transcendentais. Por isso também esses que conseguem os lugares importantes na sociedade tornam-se verdadeiros equívocos para as massas que esperam deles outros comportamentos além dos que eles apresentam nos conciliábulos de corrupção, de desmandos, de acobertamentos dos crimes praticados por seus comparsas.
Podemos encontrar dignidade em alguns indivíduos que alcançaram esse destaque, mas não é o que os define ou os apresenta, especialmente naqueles que se encontram no desconhecimento das massas, os anônimos e nobres construtores da humanidade melhor.
Trazendo a herança do passado como advertência registrada no inconsciente profundo, o self sempre cresce, pela faculdade de compreensão que tem valor real com, relação aqueles  apenas aparentes.
Qualquer situação ligada a erros do passado dispara o gatilho da lembrança inconsciente e logo se recompõe, tomando comportamentos diferentes  não se permitindo mais a instalação da sombra já superada.
É necessária a construção da dignidade humana em todos os passos da vida física e a gratidão envolvendo cada sentimento que se exterioriza do ser, tornando-se doce e suave encantamento enriquecedor.

Do livro Psicologia da Gratidão, ditado pelo Espirito Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco. Trabalhado por Adáuria Azevedo Farias. Publicado em 06/02/16.