sexta-feira, 26 de maio de 2017

GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS

AS RAIZES

A pátria para o ser espiritual não é apenas o lugar em que se nasce, mas sim onde se está feliz.
Existe naturalmente uma ligação profunda entre a terra gentil que o acolhe na reencarnação e o seu sentimento de gratidão.

Embora, a necessidade da evolução faça com que se experimentem diversas moradas terrestre, para exercitar a fraternidade. Muitas vezes, os renascimentos ocorrem onde se encontram os melhores recursos para a iluminação interior, com as conquistas do conhecimento, das emoções, da beleza, ou dos resgates que dignificam por meio do sofrimento, do refazimento dos caminhos percorridos que ficaram em sombras.

Essas experiências preparam o ser humano para construção da família universal.

Na intimidade do clã biológico, são desenvolvidos os sentimentos de solidariedade e de ternura, de afeição e de companheirismo, com as exceções das experiências retificadoras, quando tem origem os vínculos ao torrão natal, às concessões e alegrias, às lições para o progresso.

Esse sentimento deve ser cultivado sem apego, movimentando as emoções da gratidão e pelo respeito ao lar, pelo local onde recomeça, pelo povo, fonte de inspiração para a conquista da felicidade.

Às vezes, a mulher e o homem lutadores, que passaram por dificuldades na fase infanto-juvenil, abraçando necessidades ou vivendo sofrimentos, a medida que progridem materialmente esquecem as importantes conquistas ou lembram-nas com ressentimento e amargura, buscando esquece-las.

A arvore respeitável desenvolve-se, aumenta a copa, multiplica os galhos amigos, enfloresce e enfrutece, vinculada às raízes mantenedoras da seiva, da sua vida, sob o apoio do orvalho, do ar, do Sol...

O rio generoso que se espalha na busca do mar é alimentado pelas suas nascentes e, mesmo quando afluentes lhe aumentam o volume, é no nascedouro, muitas vezes frágil, que tem a sua sustentação...

Assim também mantem-se a criatura humana.

As suas raízes históricas, religiosas, culturais, idiomáticas, afetivas, são fundamentais para a sua estrutura de felicidade.

A melancolia e o desencanto que tomam conta de pessoas que venceram nos negócios, na política, na arte, no conhecimento de qualquer área, muitas vezes tem sua origem na saudade das raízes infantis, das lembranças não digeridas, das emoções que não foram bem conduzidas.

É natural que se procure esquecer os momentos dolorosos, os períodos difíceis da vida; mas, deve-se evoca-los de forma agradável, no seu o lado bom, o proveito benéfico  que resultou, tornando base emocional da alegria de viver...


Com frequência, os indivíduos que vencem após anos de sofrimento ou de carência parecem que criam uma reação negativa ao passado, buscando apaga-lo ou escondendo-o, por sentir constrangimento das dificuldades que viveu, quando deveria sentir-se honrado pela oportunidade de superação dos desafios e amadurecimento psicológico através dos testemunhos aflitivos.

Esse sentimento de ingratidão pelo que formou a base existencial ensoberbece-os e diminui-lhes a grandeza moral.

Essa atitude contribui para que os sentimentos de generosidade se entorpeçam, desapareçam a piedade e a compaixão naturais, por considerar que os seus foram também dias penosos e que, naquele momento, não receberam a ajuda nem a proteção que necessitavam.

Engano de quem pensa assim, sendo uma conclusão egoísta. Ninguém ascende a patamares superiores sozinhos, sem a ajuda do outro, das circunstancias, da inspiração divina.

Há benfeitores humanos anônimos, auxiliando sem interesse de autopromoção.

Atrás de todo vencedor encontra-se alguém visível ou não, que lhe abriu a porta de acesso à responsabilidade, ao dever, à vitória.

Certamente que se louvou nas qualidades morais e profissionais daquele a quem se ajudou, mas esse,  dificilmente cresceria se não tivesse havido aquele apoio indispensável.

É necessário que todos que alcançam a fama, o destaque, não esqueçam das suas raízes, da simplicidade, das afeições que permanecem silenciosas e distantes, às vezes sofrendo limitações e dores, enquanto esses vitoriosos alcançam a abundancia, o excesso, a extravagancia...

Há olhos úmidos contemplando os sorrisos-esgares dos poderosos, esperando que se lembrem deles, levando-lhes socorro.


Se alcanças-te o degrau superior da vida em sociedade, não te esqueças das tuas raízes de fixação no solo da atualidade em que te encontras.

Olha, de vez em quando, para baixo, descobrindo os irmãos nas sombras da agonia esperando por ti.

Como já conheces esse fardo, que já o carregaste um dia, tens mais possibilidades para aliviá-lo, para diminuir o peso nos ombros do teu irmão da retaguarda.

Agradece pois a Deus por já teres transitado pelas caminhos tortuosos e alcançado as planícies seguras do equilíbrio, avançando na direção do planalto exuberante e libertador.

Há muitos que dependem dos que se consideram vitoriosos e que agradeceriam se fossem notados, destacados com uma palavra gentil, com um sorriso acolhedor, não considerados apenas peças da engrenagem das empresas, de serviçais sem valor, no trabalho a que se dedicam.

Todos tem sentimento oculto de beleza, ânsia de consideração e de respeito.

Além dos salários que recebem, são pessoas com os problemas de todas as outras, carentes uns, caridosos outros, ambicionando o progresso e a felicidade.

Dá-lhes mais que uma oportunidade técnica. Oferece amizade. Permite que eles percebam que triunfaste com esforço e que todos eles podem conseguir o mesmo se perseverarem, se mantiverem entusiasmo na luta e o esforço nas intenções transformadas em ação.

O que lhe fizeres, representará a tua contribuição às tuas raízes, que se tornarão mais fortes e mais poderosas, mantendo-te no soldo da realidade, sem aprisionar-te nos seus limites.


As verdadeiras raízes do ser humano estão na vida espiritual de onde todos procedem; portanto, da imortalidade.

Viver, na Terra, pensando sempre no momento do retorno, tudo fazendo pela preservação dos vínculos com a Realidade, é dever que não pode ser adiado nem esquecido.

Vieste da Erraticidade, trazendo valores que dizem respeito ao teu processo de evolução, para os multiplicar em bênçãos de amor e de iluminação.

Exercita-te na gratidão às tuas raízes terrenas, ampliando-a no espaço do mundo em nome da verdadeira fraternidade, desenvolvendo as de natureza espiritual.
Somente assim viverás pleno e em paz.

Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Libertação do Sofrimento, trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 26/05/2017

domingo, 21 de maio de 2017

GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS

Conquistando a humildade

Todas as ambições humanas na Terra, por mais importantes que sejam, acabam no aparente silencio da sepultura, terminando um dos capítulos da vida, para começar outro.

A sequencia desses capítulos com as suas grandezas e misérias, conquistas e prejuízos, passando de uma para outra página, é o livro da vida, onde cada Espírito escreve a história do processo da sua evolução.

Engana-se em uma etapa, logo a reinicia, fixando o que aprendeu que lhe servirá de estrutura emocional e cultural para não mais repeti-la.

Realiza uma ação com precisão e equilíbrio para alcançar outro patamar de conhecimento, crescendo em capacidade de realização.

A sua escala de valores ético-morais é  ascendente, trazendo-lhe visão cósmica abrangente em torno da reencarnação.

Todos os esforços devem ser dirigidos para a superação das mazelas ancestrais que são heranças de quando se encontrava nas esferas mais primitivas do crescimento para Deus...

Todos os tesouros considerados valiosos, que venha a acumular,  devem ser de recursos que possam ser conduzidos, não lhe ameaçando a ascensão, impossíveis de serem roubados, perdidos ou vencidos pela ferrugem, pelo tempo...

Nesse sentido, conforme conquista consciência da responsabilidade que lhe diz respeito, compreende melhor quanto precisa aprimorar-se interiormente, conquistando as vibrações da verdadeira humildade.

Essa conquista é de imperceptível significado, por trazer a medida exata para conquistar a compreensão de si mesmo, como a da própria pequenez diante da grandiosidade da vida.

Esse discernimento é conquistado através de pequenos exercícios que se transformarão em conduta natural como parte integrante da vida.

O egoísmo que predomina na natureza espiritual do ser, pelos hábitos antigos e das lutas pela sobrevivência, herança ainda do instinto de conservação da vida, lutará para continuar dominando, criando embaraços sem justificativas...

É preciso um programa definido da responsabilidade pessoal, com a consequente conscientização dos compromissos iluminativos que serão abraçados.

Compreendendo que a felicidade não se limita aos interesses do imediatismo, o Espírito, agora lúcido, não se permite repetir os acontecimentos negativos de ontem, quando era prisioneiro das paixões dissolventes que o embriagaram e alucinaram, acorrentando-o nas faixas primárias que lhe eram campo experimental, e não abrigo permanente...

Porque é complexo na sua estrutura íntima, a humildade pede séria observação de tudo quanto se faz e de como se realiza.

Não transfere para os outros o que é de tua responsabilidade, quando fores mal sucedido, nem lamentes a perda da oportunidade, retemperando, imediatamente, o ânimo, para as novas tentativas.

Nunca se foge, assumindo postura de martírio, justificando falta de forças para o compromisso em que se empenha.

Humildade! Quanta falta faz a humildade aos grandes pequenos seres humanos!


Considera-te como és; um permanente aprendiz da vida.

Não te permitas pensar que és um ser especial, catalogado como superior ou portador de uma missão maior do que a dos outros,

Se estás à frente de alguma trabalho ou com responsabilidade de alto significado na condução de bens terrestres, no ensino, na condução de vidas, vigia as nascentes do coração, evitando que a agua cristalina do dever se turbe, mesclando-se com o lodo em repouso, como prepotência ou falsa superioridade.

Tens encargos a atender, que deves cumprir com desapego e elevação.

Se te encontras abençoado com a fortuna ou com o poder temporal em qualquer experiência na sociedade, compreende que és mordomo, e que serás chamado a dar conta do que te foi confiado...

A arrogância é doença do Espírito que se permite ensoberbe-se pelo seu bafio, para esvaziar-se de um momento para outro, quando a realidade se apresenta.

O orgulho é filho da presunção daquele que se supõe inatingível, embora a fragilidade de que se constitui.

A arrogância é falta de tino da pequenez que se agigante em aparência, temendo a perda do que crê que adquiriu.

A prepotência é distúrbio de conduta, que mascara o conflito de inferioridade do ser, aparentando a força que gostaria de ter.

A vaidade é distorção de ótica espiritual, com lentes embaciadas pela nuvem da ilusão...

Todo esse cortejo de malfeitores internos estão prontos para impedir que se instalem a simplicidade de conduta, o comportamento espontâneo e gentil, a sensatez que discerne entre a função e aquele que a exerce, em relação à situação do momento que se vive e quem a vive...

Nunca é demais logicar em torno do que se é, com vista em como se encontra.

O jogo do poder muda de mão a cada instante, e a gloria de hoje é a véspera da desgraça de amanhã, assim como a submissão de hoje pode modificar-se para o domínio da situação no futuro.

Basta um olhar apressado que seja, na  política mundial, para perceber que o perseguido de um momento torna-se o herói do futuro, que o vencedor em um pleito logo entra em decadência quando assume o poder e não pode atender a tudo como prometeu, que o conquistador que esmaga é possuidor de um império de passageira duração...

Mas a humildade, dá ao ser humano a medida exata do que ele é, de como  deve se conduzir e tudo que lhe cabe fazer para alcançar a elevada meta da sua integração na Consciência Cósmica.

A vida na terra é feita de contínuos desafios, sempre um mais grave do que aquele que já foi solucionado.

Aprende, assim, a ser participante da comunidade que a vida te hospedou, como membro atuante, interagindo em todos os seus programas.

O homem de bem, que tem a dimensão de si mesmo, percebe o quanto lhe falta conseguir, para estar em paz, como decorrência do esforço empregado na conquista de si mesmo.

Nunca para, quando percebe o imenso caminho a percorrer, na busca da Verdade...


Mantém-te, simples de vacuidades e pleno de alegria de viver, considerando a oportunidade iluminativa ao teu alcance.

Aproveita cada momento da vida, para ampliares os limites do progresso que te cumpre alcançar.

Cada irmão do teu caminho é tua oportunidade de crescimento para Deus.

Ninguém alcança o Paraíso sem experienciar o terrestre Éden que se encontra ínsito no coração como esplendido no amado planeta em que te encontras.

Assim, a humildade torna-se a estrela brilhando à frente, convidativa e libertadora.  


Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Libertação do Sofrimento, trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 21/05/2017

sábado, 13 de maio de 2017

GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS

AUTOMATISMO DO BEM

No processo de evolução, as células desenvolveram-se em um período de aproximadamente dois bilhões de anos, para conquistar o automatismo fisiológico, na conquista da memória na função a que se destinam.

Em razão do períspirito, na formação do ser orgânico são plasmados os arquipélagos de dezenas de trilhões delas, formando a maquina fisiológica do ser humano. O seu processo de aglutinação molecular por automatismo, nesse modelo organizador, forma os diferentes órgãos através dos quais a energia mental controla a vida em manifestação.

O automatismo do bem é uma herança divina que o Espírito possui e que, através do tempo, se manifesta como impulso natural, levando-o de volta à Fonte da qual procede.

Em razão do largo desenvolvimento, pelo automatismo fisiológico, continuam os hábitos repetitivos que deram lugar aos instintos básicos, enquanto que a razão e a consciência desenvolveram-se, favorecendo a escolha pelo Bem.
Sempre que os automatismos negativos tem lugar no ser humano, ele ainda se encontra preso às heranças do passado, sem que o discernimento se expresse com segurança.

Quando a consciência desperta do sono profundo em que se demora por longo tempo, surgem as preocupações com as construções mentais edificantes, responsáveis pelas realizações nobres.

Aos poucos, firma-se a tendência para o bem que passa a viger no âmago do ser, agora atraído pela fatalidade da perfeição relativa a que se encontra destinado.

É longo e penoso o processo, em face da acomodação das funções do organismo físico, repetitivas e automatistas.

Porém o ser, é de essência divina, moldando a argamassa celular conforme as necessidades de crescimento na direção de Deus.

Inevitavelmente, sente o deotropismo que o arrasta, (movimento irresistível para Deus) (atração irresistível para Deus) quebrando as algemas dos hábitos inferiores passando a experimentar os indizíveis prazeres vindos do bem que pratica e lhe faz bem, ampliando-lhe a capacidade de realizar novos empreendimentos dessa natureza.

Como o mecanismo da evolução é estimulado pela vontade, as experiências prazerosa da prática do bem proporcionam a sua repetição, na busca de novas satisfações ética e moral.

Por acalmar e felicitar, a necessidade de vivenciá-lo desenha-se no Espírito e transforma-se em automatismo, da mesma forma que ocorre quando a escolha é manter-se no desequilíbrio e na insensatez.

Por mais se demore na decisão de crescer, chega o momento no compromisso da vida em que as Leis se impõem e o livre-arbítrio é substituído pelo impositivo de sair da ignorância para as claridades do conhecimento.

Na teimosia em que se detém, o Espírito é submetido à provação, através dela  aprende pelo sofrimento lúcido à obedecer aos Códigos Divinos. Depois, em razão da sistemática rebeldia quando insiste em perseverar na ignorância da verdade, impõe-se lhe a expiação, através da qual não há como escapar ou fugir da fatalidade do bem.

Criado à semelhança de Deus, isto é, sendo de essência sublime, o Espírito  deve tirar a ganga a que se afeiçoa como acontece com o diamante bruto que um dia deverá brilhar como uma estrela, experimentando os golpes agressivos e devastadores do instrumento que o lapida, no caso em tela, o sofrimento expiatório, quando se necessário.



Em toda parte encontra-se convites ao serviço edificante para quem quer realmente encontrar-se e brilhar interiormente.

A visão dessa realidade, é consequência das experiências interiores que trabalham pela descoberta dos valores realmente significativos e indispensáveis.

O auto-exame a respeito das necessidades reais do ser é o desafio inicial que irá despertar as qualidades morais adormecidas, selecionando aquilo que é útil em relação ao que apenas parece sê-lo.

A educação dos hábitos torna-se instrumento importante para a conquista do Bem graças ao entendimento sobre as finalidades existenciais. Dando-se conta de que é aplicado muito tempo na relação dos instintos, que tomam as 24 horas do dia, nas várias atividades, inclusive no repouso pelo sono, surge o momento em que se faz imperiosa a reserva de algum tempo para a reflexão dos conteúdos espirituais, meditando nas ocorrências do quotidiano.

A reencarnação surge-lhe na tela mental como benção de inapreciável significado, por possibilitar-lhe prosseguir sempre na realização iluminativa que inicia.

Esse conhecimento não o faz retardar indefinidamente o trabalho de crescimento espiritual; mas, estimula a inicia-lo imediatamente e a continuar com pressa, diminuindo o tempo que se faz necessário.

A luz no túnel, que brilha convidativa, a distancia, é motivo valioso para sair-se da escuridão em que se caminha entristecido e desmotivado.

À medida, porém, que o Espírito adquire sabedoria, novos estímulos influenciam-lhe o atutomatismo fisiológico, e as células, que dialogam entre si, passam as informações mantenedoras da vida em diferentes ritmos propiciadores do bem-estar e do equilíbrio da maquina fisiológica.

A sensação de harmonia orgânica, mesmo se algum distúrbio surge no capítulo saúde doença, não é interrompida, porque o Espírito entende como um acidente de percurso, sem maiores consequências, necessário a continuação da marcha na direção do destino estabelecido.

Praticar o bem, é fenômeno genético, presente em todos os seres humanos.

Esforçar-se por permitirr-lhe o surgimento como função inteligente da vida é tarefa inadiável para a criatura inteligente na Terra.

O bem, no entanto, é tudo aquilo que corresponde às Leis de Deus, desde os pensamentos mais simples de amor e ternura até os gestos grandiosos de sacrifício pelo próximo, as sociedade, da vida.

Naturalmente, quando essa ação pede um maior sacrifício, se reveste melhor de significado e grandiosidade.

Tanto pode expressar-se na contribuição de valores em favor do outrem, como através dos sentimentos elevados de bondade, compreensão, tolerância, perdão, ante as conjunturas menos felizes vindas dos relacionamentos fraternais, sociais, funcionais, muitas vezes geradores de situações de difícil sustentação.

O bem é sempre a doação moral daquele que cede, que renuncia, que desculpa, que compreende e nada pede, tornando natural esse comportamento, de forma que se lhe transforma num automatismo: sendo ferido, mas não se tornando agressor; quando acusado injustamente, não se preocupando em colocar-se na defensiva e acusar; se perseguido, compreendendo que não lhe cabe a postura de perseguidor...


Conforme com os procedimentos do automatismo do bem, os outros, os de natureza fisiológica, se vão depurando, tornando a prisão carnal menos asfixiante e mais flexível, permitindo  o  desdobramento natural e consciente durante o sono reparador, quando o Espírito volta à esferas de onde procede, para fortalecer-se nos empreendimentos que lhe dizem respeito para executar na Terra.

Na história dos missionários de todo o quilate, o automatismo do bem possibilitou-lhes realizar atividades que somente gigantes do seu nível são capazes de produzir.


Na conquista desse automatismo, o fenômeno se torna cada vez mais natural e agradável, favorecendo o Espírito com a alegria da futura conquista da paz perfeita pela qual anela. Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Libertação do Sofrimento, trabalhado por Adáuria Azevedo Farias. 13/05/2017

domingo, 7 de maio de 2017

GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS

OS VALORES DE ALTA SIGNIFICAÇÃO

Nunca é demais insistir-se na vivencia dos valores éticos superiores, muito importantes na vida humana, chamados de virtudes, substituindo aqueles vindos das experiências anteriores, conhecidos como vícios.

Os valores éticos superiores considerados sentimentos do coração, as virtudes e os outros que são resultado das heranças evolutivas primárias, que continuam predominando na conduta.

Na obra indiana Bagavad Gita, são apresentados como familiares das duas raças: a pandava e a kuru. Parentes entre si, vivendo no país dos sentimentos em vigília constante. Porque os pândavas  que são as virtudes são menos numerosos, devem destruir os kurus que são os vícios  e são mais abundantes, por pertencerem aos fenômenos do processo de crescimento, que continuaram dominantes, embora já não necessários.

Desde os momentos da razão, deveriam ser substituídos naturalmente, abrindo espaço para as realizações da consciência e do bem.

Embora, fixados nos instintos do ser, expressam-se com facilidade, gerando mecanismos de culpa e de sofrimento, que dificultam o avanço racional do Espírito para a liberdade.

Na obra citada, o mestre Krishna recomenda ao discípulo Ardjuna que os mate, destruindo-os pela raiz através da batalha que deve ser travada no campo da consciência.

Considerando-se as conquistas do moderno pensamento psicológico, diante do qual o esforço de crescimento nunca se basea em qualquer forma de destruição e morte, mas sim em transformação e em aprimoramento, não há dúvida que o esforço feito para a superação dos vícios manifeste-se na sua substituição pelas virtudes.

Os hábitos perversos instalados no comportamento são fixações dos atos não pensados, que se transformaram em uma segunda natureza, que a boa educação pode corrigir.

Todas as construções do comportamento se fixam como hábitos que pode-se classificar em doentios e saudáveis. Os doentios são responsáveis pelos desequilíbrios, pela insensatez, pela perturbação, gerando problemas e  sofrimentos. Os saudáveis respondem pela harmonia, o crescimento interior, a autorrealização, a paz...

Conforme o ser inteligente vivencia o prazer e a dor, dispõe dos instrumentos hábeis para a escolha de bem-estar, responsável pela saúde e pela alegria de viver.

As virtudes são importantes recursos que desenvolvem os sentimentos de nobreza adormecidos no imo do ser, já  os vícios produzem morbo que agride o organismo em todas as suas expressões.

Automatizando-se, um ou outro, logo apresentam-se os resultados na constituição psicofísica do indivíduo, tornando-o gentil e equilibrado ou inseguro e violento.


As virtudes são os pensamentos de amor e de paz, que se transformam em hábitos de solidariedade de respeito por si mesmo e pelo próximo, enquanto os vícios se apresentam como agressão e autodefesa, em contínuo mal-estar e indiferença pela vida dos outros.

Nesse capítulo, o conhecimento sobre os objetivos essenciais da vida humana tem papel preponderante, contribuindo para o desenvolvimento dos  edificantes em detrimento dos que conspiram contra a felicidade.

Deixando de ser fenômenos teologais, as virtudes tem qualificação psicoterapêutica, trabalhando a produção de monoaminas responsáveis pela preservação do sistema imunológico e, em consequência, pela saúde do individuo. Já os vícios proporcionam a produção de maior quantidade dessas substancias que se transformam em fatores de desarmonia na estrutura das defesas orgânicas, abrindo espaço para a instalação de doenças.


Todos os grandes guias da humanidade conheciam essas particularidades produzidas pelo pensamento e transformadas em hábitos de vida.

Jesus, como Psicoterapeuta transcendental, sabia que o Espírito é a fonte de energia, produzindo de acordo com a sua inclinação para a sublimação ou permanência no estágio de primarismo.

Assim também compreendeu o apóstolo Paulo, quando ensinou: Pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da Terra, conforme Colossenses, capítulo3, versículo2, se referindo às de natureza espiritual, enquanto na marcha material.

Todas as coisas más procedem de dentro e contaminam o homem – disse o Mestre, conforme Marcos, no capítulo9 versiculo23.

Substituindo-se o verbete dentro pelo pensamento e teremos a escolha do que distingue o bem falar, o bem proceder.

Nenhum ser normal, pode viver sem pensar, sendo a sua vida uma panorâmica de ideias e construções mentais que caracterizam o estágio em que transita no mundo.

Assim, conforme os pensamentos – hábitos mentais – serão  as condutas a se expressar inevitáveis.

As virtudes, assim como os vícios, são aprendidas, fixando-se em decorrência da repetição que sejam ou não praticadas.

Allan Kardec, seguindo o caminho de Jesus, traduziu o pensamento dos bons Espíritos, explicando que a moral, conforme a resposta a questão 629 de O Livro dos Espíritos, é a regra de bem proceder, isto é, de distinguir o bem do mal. Funda-se na observação da lei de Deus.

É a escolha dos pensamentos e atos saudáveis, porque tem origem divina, e os vícios tem procedência animal, que tiveram uma finalidade em determinado momento evolutivo, mas que não devem continuar fazendo parte do processo libertador.

Centradas na fé, na esperança e na caridade, essas virtudes são os sentimentos puros do ser, que refletem a Divindade da qual todos procedem.

A humildade, a perseverança, os deveres enobrecidos, capitaneados pelo amor, exornam o Espírito e o ajudam a conquistar a harmonia.

Toda filosofia ética-moral do Evangelho de Jesus encontra-se fixada nos valores enobrecedores, que promovem o indivíduo e o alçam à conquista do reino do Céus.

Herdeiro do primarismo por onde passou, conservam as fixações do instinto, a permanência do caráter violento e perturbador, que foi muito importante em determinado tempo, auxiliando-o a conquistar a inteligência. Mas, porque caminha em direção da angelitude, torna-se urgente vivenciar os valores nobres, que irão ajudar a eliminar as paixões negativas, transformando-as em sentimentos sublimes, no caminho ascensional para Deus.
Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Libertação do Sofrimento, trabalhado por Adáuria Azevedo Farias.

O7/05/2017