GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS
Psicologia da Gratidão
DIGNIDADE E GRATIDÃO
Na pirâmide da autorrealização que Abraham Maslow o grande psicólogo
apresentou demonstra de forma cuidadosa uma
hierarquia das necessidades humanas, iniciando pelas
fisiológicas, de preservação
da vida como, alimento, água, oxigênio.
Para ele o ser humano, lutará sempre
para atender essas necessidades fundamentais,
em processos de seleção em níveis diferenciados até alcançar o das experiências limites, tornando-se o
clímax do processo do amadurecimento psicológico saudável, portanto ideal.
Nessa grande busca, todas as
experiências permitem conquistas novas, como libertando-se de umas alcançando outras como
necessidades assim abandonando o
plano físico e se transformando em anseios emocionais e idealísticos
superiores.
Já o dr. Frankl, adotou a proposta do significado existencial como a mais importante, considerando que, quando se atinge a
autorrealização em determinada área, o indivíduo pode continuar incompleto em
noutra, porém quando ele, se encontra vinculado a um sentido sociológico, torna-se-lhe
mais fácil o crescimento interior caminhando
para a conquista da individuação.
Já Epicuro ensina que; “as
pessoas felizes lembram o passado com gratidão, alegram-se com o presente e
encaram o futuro sem medo”
Nessa atitude epicurista, o ser humano mantém a sua meta
existencial, agradecendo tudo que lhe aconteceu
no passado e tornou-se-lhe base para as alegrias de hoje, dispondo agora de
coragem para os futuros enfrentamentos, certo da conquista da beleza, da ética,
da harmonia.
Preparando-se no seu início para a
vitória sobre as dores físicas, logo percorre o caminho da coragem ante
os insucessos emocionais, morais e as demais vicissitudes, numa atitude
hedonista que lhe favorece com alegrias contínuas e uma antevisão do porvir
abençoado pela superação das ocorrências que o infelicitam.
Tal atitude reveste-se, de dignidade, desse valor moral que enriquece aqueles fieis aos princípios
do dever e da honra.
Sendo a dignidade resultado das conquistas
éticas decorrentes dos comportamentos baseados na justiça, na honradez e na honestidade.
Essa conduta digna é sempre a mesma, vigorosa e forte, que suporta as zombarias dos pigmeus
morais, não se submetendo ao desconhecimento proposital proposto pelos servos
da ignorância e áulicos das situações deploráveis.
Muitos dos desfrutadores das
oportunidades mundanas sem o compromisso nem a responsabilidade de alimentar e
dinamizar o progresso, sempre sorridentes e parecendo felizes nos carros
alegóricos das fantasias, terminam vitimas da síndrome da ansiedade esquiva, que os leva aos conflitos graves, especialmente porque tentam disfarçar
os medos e as angustias que lhes sitiam o
self, sem o caráter moral para o autoencontro, que traria o equilíbrio emocional.
Pascal
dizia :“A nossa dignidade consiste no
pensamento. Procuremos, pois, pensar bem. Nisto reside o princípio da moral.”
Todas as construções começam pelo
pensamento, na elaboração das ideias, na área psicológica. Quando a finalidade é
o desenvolvimento dos tesouros morais, o pensamento enfloresce-se de
corretas elaborações, as elaborações que promovem o bem, abrindo espaço para a
conduta moral.
Com esse comportamento que é psicoterapêutico preventivo em
relação a muitos transtornos que são
evitados, o ser amadurece emocionalmente,
dispondo-se a enfrentar qualquer situações desafiadoras com coragem ética, não
se utilizando de expedientes reprováveis para atingir as metas que busca.
Definindo a direção da arte de pensar, surgem as avenidas do
bem viver, contribuindo de forma decisiva para o bem geral.
Fica então compreensível a necessidade do comportamento digno, construído e trabalhado pelos pensamentos e as
ações saudáveis, incluindo o sentimento
de gratidão que se encarrega de envolver tudo nas vibrações da afetividade.
Sem essa afetividade que discerne os significados existenciais e os bens decorrentes da experiência humana, desaparecia o sentido psicológico proposto
para a jornada.
O homem
e a mulher gratos são elementos decisivos na estrutura da
sociedade, que mais se valoriza e engrandece,
quando se compõe de seres que dignificam a própria condição de humanidade.
Já o ingrato, por sua vez, torna-se morbo no grupo em que vive, no conjunto social e em todos os grupos em que se encontra.
A sua presunção e conflitos, somados às tendências
perturbadoras da inferioridade, trabalham pela decomposição do organismo
geral, em que se encontra, como a planta parasita devastadora, que surge frágil
e acaba destruindo o cavalo que a
hospeda...
A educação com base em princípios de dignidade estatui a gratidão
como norma de conduta saudável, sem
ela torna-se difícil, senão impossível, a estruturação de um conjunto humano
equilibrado.
Receber e não valorizar é um antigo hábito
vicioso que se instala desde a infância nos indivíduos, visando sempre o preço,
a grife, a aparência, como se tivesse direito a todos os sacrifícios dos
outros, sem nenhuma consideração pelo que recebem, não demonstrando gratidão
alguma.
Essa conduta egotista trabalha pela indiferença
afetiva dos demais, que passam a desconsiderar esses ingratos, afastando-se deles
e vacinando-se contra o hábito
superior da gratidão... são muitas as pessoas que, após desconsideração dos
rebeldes insensatos e cheios de si, desanimaram-se da vontade de bem servir e
ajudar, temendo as recusas, os humores negativos, passando a cuidar dos
próprios interesses.
Aquele que assim age, que valorizam a ingratidão dos enfermos
espirituais, ainda não traz o sentimento nobre consolidado, estando em experiência, em exercício, aguardando
resposta favorável do seu gesto. Mas é natural que assim aconteça, pois ninguém
atinge o cume de um monte sem iniciar a caminhada pelas suas baixadas...
A medida que ocorre o amadurecimento
psicológico e a dignidade atinge alto nível de emoção, nada
diminui o comportamento honorável nem o sentimento gratulatório.
Um executivo costumava adquirir o jornal
do dia, após o expediente, numa banca defronte ao edifício onde trabalhava. Sempre
que pedia o jornal ao responsável, ele o jornaleiro o atirava com mau humor na sua direção, e
ele o cliente retribuía o gesto infeliz com palavras de gratidão.
Um dia, um homem que trabalhava junto e
que cansou de ver a cena desagradável,
perguntou ao cavalheiro:
- Por que o senhor volta sempre a
adquirir o jornal na banca desse estúpido, que sempre o trata mal?
Após pensar um pouco, o gentil-homem
respondeu:
- Por questão de princípio. Eu me
impus a tarefa de não permitir que a sua grosseria me fizesse fugir ou me
tornasse deseducado ou igual a ele, já que sou muito grato à vida por tudo
quanto me tem favorecido.
O mal não afeta o bem,
mesmo quando ultrajado ou desconsiderado, transforma-se sim no desafio de saúde
moral no comportamento social, a fim de modificar, trabalhando por uma nova
mentalidade que será estabelecida entre todos no futuro.