quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Efeitos da fé religiosa

Os adversários das religiões, sejam materialistas, agnósticos ou não, sempre se referem aos inconvenientes das crenças de que são portadoras, relacionando os crimes perversos praticados pela maioria delas através dos tempos e justificando a sua animosidade em relação as mesmas.

De fato, em uma análise imparcial, o grande numero de guerras no mundo, direta ou indiretamente, tinham suas raízes nas religiões, tornando-se responsável pela crueldade inimaginável.

Em outros momentos, embora se estivesse vivendo períodos de paz, em perseguições sistemáticas de umas contra as outras mantiveram estados desesperadores esticados por séculos, sem qualquer forma de compaixão ou de misericórdia entre os seus adeptos.

O fanatismo de que dava mostra os profitentes sempre se expressou de maneira perversa e iníqua, fazendo que o terror dominasse as vidas, inspirando delações injustas, acusações mentirosas, denuncias covardes, compensadas com os haveres daquelas vítimas que lhes tombavam na indignidade.

Os ódios dividiam as famílias e levantavam barreiras que dificilmente podiam ser transpostas, mantendo princípios absurdos que serviam de sustentação à intolerância e ao ressentimento.

Direcionado, muitas vezes, para raças completas, não permitiam que os indivíduos fossem vistos e considerados  criaturas humanas, marcados pela hereditariedade que os fazia cumplices dos demais, embora portassem sentimentos antagônicos aos dos seus coevos e ancestrais.

Esse sentimento de rancor era transferido de uma para outra geração e mantido com o mesmo ardor, como se nunca fosse permitida a reabilitação ou mudança de conduta pelo grupo e a nação a que pertencessem.

Embora tal comportamento seja  lamentavelmente do ser humano e não da crença religiosa que ele professa.

Existe a mesma conduta em relação à política, quando as paixões exacerbadas definem um ou outro regime que consideram melhor, dando lugar aos mais terríveis sanguinários combates, que estarrecem a lógica e a razão.

As divisões partidárias, as oligarquias, os impérios, os reinados, os ducados, os sistemas de governos capitalistas, comunistas, fascistas, nazistas, ditatoriais, democráticos conduzem nos seus comportamentos crimes hediondos de toda espécie, trágicas lições de horror, de destruições e de mortes incontáveis.

As lutas de classe são responsáveis por outros terríveis flagelos impostos à sociedade, que ainda não alcançou o clima de paz e de direitos igualitários para todos os seus membros

O sistemático desprezo de umas por outras raças, tidas como inferiores, tem promovido insanas guerras que se iniciam nas etnias ainda atrasadas da África até as cidades cultas e famosas do denominado Primeiro Mundo.

Tudo isso ocorre porque o ser humano é belicoso e, na sua inferioridade, permite o predomínio da natureza animal em detrimento da natureza espiritual, impondo sempre o seu sentimento egóico em prejuízo da solidariedade que deveria viger em todos os seguimentos da Humanidade.

A intolerância religiosa, portanto, não é da doutrina mas do seu adepto, daquele indivíduo que deseja impor, atormentado pelos conflitos insuportáveis que o tornam revel.

Todas as religiões, com raras exceções, predicam a imortalidade do Espírito, a justiça divina, o amor, a renovação moral dos seres humanos, o progresso pessoal...

Nada obstante, a inferioridade moral dos seus seguidores exalta-os, levando-os a delírios da fascinação, com que investem contra os que considera inimigos.

Não tem procedência, portanto, a justificação acusatória dos ateístas, dos materialistas, dos inimigos da fé religiosa...




Como realmente existem os enfermos morais que fazem das religiões trampolins para alcançarem os seus fins doentios, multiplicam-se de maneira expressiva outros que, nas religiões, encontram o suporte e o estímulo para a abnegação, o sacrifício, a renuncia e o trabalho em favor da sociedade.

Desfilam, através da História, os  construtores do progresso e da cultura, da ética e da moral, dos direitos humanos e dos valores dignificantes, que encontram nas religiões que professam a inspiração e a força para se dedicarem ao bem do seu próximo e a não-violência que serve de base para a vigência do amor entre as demais criaturas.

Todos, nas diferentes escolas de fé, são responsáveis pelas mais belas construções de fraternidade, de iluminação de consciências, de coragem, que a muitos conduzem ao martírio cantando hosanas aos Céus, sem queixas nem reclamações...

Muitos dedicaram-se às artes, ao pensamento filosófico, às investigações da ciência, à política, à cultura em geral, mas principalmente ao humanismo e ao humanitarismo, tornando-se modelos de bondade, de persistência nas realizações edificantes, de sacrifício, dominados por grandiosa compaixão pelo seu próximo.

Graças ao Iluminismo, no século XVIII, logo depois, da Revolução Francesa, que confundia os interesses dos reis com as imposições da igreja romana, interessados em sua própria promoção e dominação da sociedade, fez surgir o grande ressentimento contra ambos, havendo tentado exterminá-los através dos mesmos métodos perversos que condenavam...

Iniciada pelos filósofos e idealistas da liberdade de consciência, de pensamento, de comportamento, não escapou aos loucos dias de Terror nem aos assassinatos em massa, através da arma de José Guilhotin, que também terminou como sua vítima...

As religiões são caminhos que devem conduzir o crente à paz e à felicidade, utilizando-se da metodologia do amor e da compaixão, a fim de serem superadas as más inclinações e induzi-lo ao autoconhecimento, a fim de compreender os limites que o caracterizam e as notáveis possibilidades de crescimento que estão à sua frente.

O processo de evolução moral é muito lento, permitindo ao Espírito a libertação das paixões inferiores, de pouco e pouco, nunca de um para outro momento.

Compreende-se, que os processos transformadores para melhor estejam marcados pelos acontecimentos do passado, embora as conquistas edificantes realizadas posteriormente.

Não se pode, condenar um ideal apenas pela conduta dos que o abraçam. É certo que o seu comportamento nobre falaria mais alto do que as suas palavras, demonstrando a excelência da doutrina elegida. Porém, os hábitos antigos infelizes, que lhes predominam na intimidade do ser, responde pelas infelizes atitudes de que são portadores.

Também, encontramos em todas as profissões homens e mulheres que as dignificam, e outros as denigrem, embora sejam nobres e relevantes para a sociedade.

E assim, as justificativas apresentadas pelos adversários das doutrinas religiosas não são sustentáveis.

Quem ler o Sermão da Montanha, perceberá a proposta de Jesus às criaturas humanas, iniciando a Era de amor e de paz, de perdão e de misericórdia, de humildade e de compreensão, de esperança e de caridade. No entanto, o que tem feito muitos religiosos, nos últimos vinte séculos, a respeito desses postulados incomparáveis?

Qualquer religião experienciada com respeito e dignidade permite à criatura o encontro consigo mesma, com o seu próximo e com Deus.

A fé religiosa, é luz na escuridão,  medicamento na enfermidade, caminho de segurança no labirinto das incertezas.

Vive-la com sentimento de fraternidade para com todas as criaturas é dever de todo crente que despertou para a vida imortal.


Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Libertação do Sofrimento, trabalhado por Adáuria Azevedo Farias. 18/02/2017

sábado, 18 de fevereiro de 2017

HEROÍSMO INCOMPARÁVEL

Não é demais considerar a coragem da fé que caracterizam mulheres e  homens que abraçam as causas nobres em favor da humanidade.
Estão em todos os campos que permitem o progresso: nas ciências, nas artes, na filosofia, nas pesquisas mais variadas, nas religiões, na política, no serviço social, no exercício das diversas profissões, se destacam pela superioridade moral com que se comportam e enfrentam tanto os desafios como as incompreensões que os afligem.
Trazem animo superior, não desistem dos objetivos que abraçam, não desanimam na ação, mesmo quando tudo parece contra eles, atentos ao menor sinal de simpatia para conquistarem adeptos para os ideais que conduzem.
Afadigam-se até a exaustão, mas não se queixam, mesmo quando os resultados não sejam como esperavam, sabendo que o que hoje não consegue é por falta de oportunidade, continuam sempre esperando melhores dias.
Reconhecem a própria pequenez diante da grandeza do objetivo que devem alcançar e, por isso, não se vangloriam, nem se inflam de presunção, suportando altas cargas de sofrimentos interno sem queixas nem lamentações.
Fascinados e convictos do dever que a desenvolver, são amparados pelas forças do Bem em toda parte, recurso indispensável para a continuação da tarefa a que se dedicam.
Uns, parecendo frágeis, adquirem  resistência incomum nas lutas diárias, continuando fortes na confiança em Deus.
Outros sem qualquer beleza física nem cultura intelectual, renovam-se na oração e na persistência no trabalho, sendo inspirados e conduzidos pelos Mensageiros da Luz que os amparam com carinho, continuamente.
Diversos tímidos e simples, de repente alteram o comportamento e são capazes de suportar as circunstancias mais severas, sobrepondo-se às situações mais adversas, sem perderem a alegria de viver ou diminuírem o entusiasmo na ação.
Quando humilhados, sorriem de contentamento, porque sabem estar sendo depurados de velhas cargas morais perturbadoras, preparando-se para situações mais vantajosas.
Se combatidos, não se perturbam, porque não valorizam as opiniões dos dissidentes do amor nem dos invejosos do caminho, ou mesmo as dos sistemáticos adversários de tudo que não seja apresentado por eles.
Ridicularizados pelas mentes vazias de conteúdo cultural e ricas de ideias presunçosas, mais seguros se reconhecem a respeito da tarefa que devem realizar.
Em todas as situações encontram motivo para a continuação do labor, fixados no futuro que os aguarda, com a certeza de que alcançarão os resultados perseguidos.
Esses idealistas e servidores incansáveis são os obreiros de Jesus em todos os campos da ação humana, trabalhando em favor da felicidade geral.
Podem ser reconhecidos pelas condecorações que trazem ocultas no sentimento: as cicatrizes das injúrias e perfídias, das agressões e perseguições contínuas que vem suportando com estoicismo.
Sabem perdoar e entender os outros, nunca se impondo, nem se intrometendo no que não lhes diz respeito, por serem fiéis ao seu dever, que não retardam nem renunciam por nada.
São os heróis do Bem, entregues a Deus e cuidados por Jesus.


Eles são encontrados nos combates espirituais da fé religiosa, sofrendo infâmias e vivenciando testemunhos grandiosos que mais os dignificam.
Não nos referimos àqueles que o fanatismo devora, desejando impor as suas convicções à força, distantes da solidariedade, do amor e da verdadeira fraternidade, mas a todos quantos, fascinados por Jesus e Sua doutrina, trabalham pela sua vivencia no mundo, o que modifica as estruturas da sociedade inquieta e atormentada, facultando as experiências de paz entre todos os seus membros e facilitando a felicidade geral.
Os cristãos primitivos, que renunciavam a todas as comunidades desde o momento em que eram tocados no coração pelo Mestre, são exemplos vivos de ser lembrados, já que aqueles tempos chamados apostólicos ainda não terminaram.
Alteraram-se as circunstancias, modificaram-se as estruturas e comportamentos sociais, porém, continuam os mesmos conflitos e lutas internas e externas no cerne das criaturas, que jornadeiam aturdidas, sem segurança interior, sem respeito quase pela vida...
Esses vanguardeiros do porvir estão atentos ao serviço de socorro a todos quantos tem sede de compreensão, de amizade, de orientação, de paz...
Procuram promover o progresso moral e social dos grupos humanos, dedicados à caridade que socorre as sociedades imediatas, mas especialmente aquelas que iluminam por dentro, anulando toda treva de ignorância e perversidade...
Em alguns momentos parecem deslocados no contexto em que se encontram, porque os seus interesses diferem daqueles padronizados pelo egoísmo e pela prepotência, distantes do poder temporal e das competições danosas por lugares de destaque.
Noutras circunstancias, são taxados de ingênuos, quando não de idiotas, por renunciarem prazerosamente aos engodos terrestres, perseguindo o que os inimigos chamam de fantasias ou utopias...
A sua convivência, porém, é agradável e saudável, pelo temas que abordam, a maneira como se comportam, os ideais que sustentam.
Ignorados, não se perturbam, continuando na lavoura da esperança.
Bajulados, não se entusiasmam, prosseguindo na simplicidade a que se entregam.
São verdadeiros heróis do amor, porque sabem escolher o que há de melhor, tudo que merece consideração, em detrimento do que significa apenas ilusão.
Na dor, suportam o fardo com resignada coragem.
Na saúde, conduzem-se com disciplina, a fim de prolongar os dias da existência terrestre.
Vivem momentos de angustia que procuram superar, experienciam situações perturbadoras que lhes chegam em forma de provas necessárias, mas não perdem o rumo por onde seguem.
Não estão preocupados com os aplausos nem a gratidão dos indivíduos ou das massas, porque se interessam pelo bem de todos, o que lhe é realmente importante.
Silenciam o mal e alardeiam o bem, demonstrando as vantagens do amor e da alegria, da solidão com Deus, em vez do júbilo embriagador com os festeiros que estão fugindo de si mesmos.
Esses heróis multiplicam-se, embora não sejam muito percebidos, nem citados na mídia devoradora, nas rodas sociais, nos grupos de empolgados pelo vício...

Foram eles que melhoraram a Terra, que transformaram o mundo, que dignificam a existência de bilhões de seres, renovando as estruturas do pensamento e as condições humanas.
São eles que constituem os pilotis do mundo novo de harmonia.
Serão eles os abridores de caminhos seguros para o porvir.
Tiveram, tem e terão como modelo Jesus, o Herói incomparável a quem oferecem a existência e de quem recebem as orientações e forças.
Se puderes, imita-os, e encontrarás sentido para a tua jornada atual.

Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, trabalhado por Adáuria Azevedo Farias. 18/02/2017