Blog: Psicologia Espírita
REFLETINDO A ALMA
GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS
livro em leitura e estudo: VIDAS VAZIAS
Texto: INGRATIDÃO
O processo antropológico da evolução é
lento e pede modificações, adaptações e conquistas psicológicas que vão ocorrer
com o tempo. No seu começo vem sob a forma de evolução aritmética, passo a
passo, depois de atingir determinados patamares, ocorre como desenvolvimento
geométrico.
Quando atinge o estágio da inteligência,
do discernimento, da compreensão, da ética e do sentido moral da vida, as
conquistas ocorrem em saltos quânticos que possibilita atingir a
plenitude.
O desempenho do ego na libertação das paixões pede cuidados e perseverança
constantes, não se permitindo que más inclinações, vindas de etapas anteriores,
se coloquem acima das experiências iluminativas.
Muitas vezes, aquele que busca a
elevação espiritual luta com hábitos adquiridos, expressando condutas, tropeçando
e reincidindo, sem o avanço permanente, que seria o ideal.
É preciso libertar-se das heranças
infelizes e dos comportamentos doentios que se colocam como prazer, em cada
reencarnação.
Muitos impositivos do passado continuam dominando
nas formas de conduta.
Por achar que merece todos os respeitos e honras,
o egoísmo, comanda em chefe as imperfeições morais que insistem em continuar
e prejudicam ainda mais.
Herança perversa do período egocêntrico, quando se acreditava ser a razão de o Sol brilhar, herança
que ainda se encontra na maioria das decisões e tentativas de crescimento
intelecto-moral.
É necessário, uma conscientização lúcida
e firme para trabalhar-se mental e emocionalmente para diluí-lo, ampliando os
horizontes da fraternidade, e para reconhecer o quanto é necessário o convívio
em grupo e o quanto é feliz aquele que sabe conviver e repartir alegria com o
seu próximo.
Muitas vezes, o egoísmo resulta de
transtornos mentais ou emocionais, isolando o indivíduo que, sente-se
superior aos demais, evitando misturar-se com a massa, se destacando do grupo
social pelo temperamento doentio.
Nesse estágio é comum a pessoa sentir-se
merecedora do esforço de outros, do seu
trabalho, das suas gentilezas e dependência, circulando a sua volta, mesmo
distante fisicamente para não criar incômodos ou aborrecimentos no sempre
insatisfeito egotista.
Não se interessando em modificar-se, por
sentir-se bem na situação em que se encontra, faz-se simpático para conquistar as
outras pessoas, sabe atingir os pontos frágeis das pessoas generosas e torna-se
parasita a roubar-lhes a confiança, a afeição, que não correspondem ou nem
consideram importantes. Se considerando sempre mais merecedores e soberbos.
Desprezam com facilidade quem os ajudam
e os estimam, continuando vazios de valores emocionais que os faria entender
quanto prejudicam as outras pessoas na sua maneira atrevida de conviver.
Quando percebem que não impressionam mais
com os seus arroubos e gentilezas forçados, disfarçam e tentam reconquistar
quem se afasta, e continua sua caminhada habitual...
A ingratidão é doença do Espírito, e deve ser combatida por todos que lhe são
vítimas.
Pedro, que conviveu com o Mestre em intimidade e recebeu d’Ele muitos tesouros de amor e de
socorro, negou-O três vezes, apesar de advertido sobre o egoísmo que ainda se
encontrava no seu caráter.
Mas caindo em si,
soube conquistar a humildade e dedicar-se à pregação e vivencia dos valiosos
ensinos do Senhor, doando a vida em sublime holocausto de amor.
Judas, também que recebeu de Jesus varias demonstrações de ternura e de afetividade, não resistiu à tentação de
vendê-lo, para lucrar as moedas da traição, caindo, depois, em si, e
optando pelo suicídio infame.
São exemplos importantes de
ingratidão que podem ser classificados como traição ao amor, ao devotamento
e a confiança que o Rabi lhes ofereceu aos sentimentos, e eles não souberam ou
não compreenderam.
O ingrato é, também, um traidor da confiança e do respeito que lhe
tem sido oferecido.
Esse ingrato que foi beneficiado em
momento de dificuldade pela bondade do amigo e, a partir daí, todas as bênçãos
que lhe chegaram foram consequência feliz do ato inicial que o livrou do
problema, da aflição.
Nunca podemos retribuir devidamente um
ato de bondade salvador, uma entrega de ternura e um gesto de compreensão. Dessa
forma se adquire uma dívida com a Consciência Cósmica, que aguarda momento para que o gesto se dirija em
benefício do outro que se encontre em situação equivalente.
O ingrato sempre produz mal ao seu benfeitor pelo efeito emocional
produzido com o seu comportamento,
diminuindo a intensidade do espírito fraternal ou tornando indiferente quem acreditava
na generosidade, no socorro imediato.
O ingrato é pessoa infeliz, por lhe faltar ainda a sensibilidade de
amar realmente alguém. Toda expressão de afetividade está na
condição da retribuição de algo.
Felizes são os que não desanimam, mesmo
traídos, enganados e esquecidos após fazerem o bem.
Quando as condições forem favoráveis a
semente que foi lançada no subsolo ela germinará.
Assim também é a bondade que se oferece
ao próximo.
Continua gentil sem te afetar pela
rudeza dos ingratos, compreendendo que é sempre melhor para aquele que dá e é
bondoso.
A vida da Terra, por mais longa que seja,
é sempre de duração rápida...
Se ocorre inimizades e alguém busca a
vingança, quando a executa, se satisfaz no momento, porém, se perdoa fruirá do
bem estar para sempre.
Não te perturbes com os que te
exploraram, te enganaram, mentiram para conseguir o que queriam. As
experiências irão lhes ensinar e tu continuarás amando, porque o bem que se
faz é moeda de amor que se transformará em soberana luz de bem esta-estar.
Quando não puderes retribuir ao teu
benfeitor algo do muito que ele te ofereceu, passa a outrem a colaboração da
amizade, o sorriso da simpatia, a ajuda já possível de ofertar.
O mundo está cheio de ingratos, mas o amor vai aos poucos vencendo as resistências do egoísmo e
espalhando ternura, afeto e gratidão em toda parte.
Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira
Franco no livro, Vidas Vazias, Trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias.
22/02/2021.