sábado, 8 de fevereiro de 2020



GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS
Psicologia da Gratidão
A AQUISIÇÃO DA DIGNIDADE HUMANA
A essência do ser humano é o self  que se origina no Divino Psiquismo
O grande desafio na caminhada evolutiva do ser humano, é a busca da dignidade humana,  culminando no sentido existencial até alcançar a sua transcendência.
Como se fosse um diamante bruto, no seu começo, ele passa pela lapidação até alcançar a transparência que o torna uma estrela brilhante.

Etapa a etapa, no processo de desenvolvimento, vão surgindo o ego, a sombra, as expressões da anima e do animus, no momento encontram adormecidos, para os sintetizar numa grande harmonia, como no princípio, quando unidade...

a unidade no seu começo era grotesca, sem discernimento, um conjunto que se deveria expressar, como a semente necessitando dos fatores mesológicos para desabrochar a vida em latência.

Conforme houve a sua fissão, que permitiu o surgimento do ego, surgiram os outros arquétipos com o predomínio da sombra responsável pela situação de ignorância que permaneceria por todo o seu desenvolvimento.

Adquirida a consciência, mesmo quando na  fase embrionária no reino animal, em forma de uma inteligência primária, o discernimento entre o certo o que produz prazer e gera bem-estar emocional e o errado que traz sofrimento e desgaste, vindo assim o bem e o mal, abrindo espaço para as necessidades de elevação, de mudança de patamares que deveriam ser vivenciados, até alcançar a harmonia entre os opostos: o yang e o yin. Significando yin escuridão, yang claridade.

Essa identificação entre as duas partes diferentes numa unificação de identidade representa a benção da sombra no self, que após os resultados positivos desse conhecimento dilui-a, absorvendo-a num processo de assimilação dos seus conteúdos, transformando os chamados obstáculos em impulsos para conquistas maiores.
                                            
Nessa ampliação de percepções éticas, descobrindo-se a ética moral, a necessidade de conduta digna logo apresenta-se no self,  que passou a vivenciá-la superando aos poucos as síndromes perturbadoras dos mecanismos inferiores que foram ficando na história do passado.

Essa dignidade,  supera algumas convenções sociais em que predomina a sombra, em consequência dos interesses mesquinhos vindos do comportamento das pessoas.

Nessa conduta, o egoísmo prevalece, como consequência dos conflitos que marcam os medos, disfarçados as desconfianças inquietantes, as inseguranças e as culpas não absorvidas, as  invejas, formando como um pano de fundo para os esconder, vivendo-se as manifestações da persona em prejuízo do si-mesmo...

Tais convenções também são responsáveis por alguns transtornos nas constituições emocionais frágeis, que reclamam da falta de possibilidade de participação nos aglomerados vitoriosos, barulhentos, de embriaguez dos sentidos, que os marginalizam e os isolam nos guetos onde se escondem, infelizes...

A dignidade humana é o degrau moralizado e emocional tranquilo que o self, como representação do objetivo do homem inteiro, na realização da sua totalidade e da sua individualidade, com ou contra a sua vontade.

Sendo a sua dinâmica o instinto, que cuida para que tudo o que pertence a uma vida individual, esteja ali, com ou sem a concordância do sujeito.

Ele o alcança, após a superação da sombra, buscando alimentar-se na psicologia de Jesus, aquele que reverteu os padrões éticos dominantes no seu tempo, com novas propostas de integração no pensamento cósmico.

Até Ele enunciar os postulados da autoedificação moral, o vencedor era sempre  aquele ser agressivo que anatematizava o outro que se lhe submetia pela força, pelas manobras, que era derrotado e submetido a humilhação, ao desdouro social.

Com Ele, o verdadeiro   vencedor é aquele que se autovence, superando as paixões primeiras e conflitivas do ser fisiológico, dos primórdios do ser psicológico, todo dúvidas e angústias, para se apresentar em equilíbrio, mesmo quando as circunstancias não sejam as melhores.

Com Ele, a vitória máxima de um ser humano é a conquista da capacidade de amar e de entrega aos ideais de nobreza que o promovem a uma situação psicológica mais feliz e resulta na constituição de um grupo social sem sombra e sem desarmonia.

Ele demonstrou que a finalidade existencial que deve atrair o ser humano encontra-se no sentido da autoiluminação, da superação dos próprios limites, num continuum  incessante que leva à paz.

A dignidade, portanto, é esse valor conseguido pelo próprio esforço que destaca o indivíduo do seu grupo pelos valores intrínsecos de que se investe, tornando-se líder e possuidor da honra e da posição especial conseguidas através dos tempos.

Mas isso não o deixa arrogante ou vaidoso, o que significaria estar escravizado à sombra, nem o deixa diferente na maneira de conviver com as pessoas.

É simples, porque integro, manso, mas não conivente com os comportamentos heterodoxos, pacífico, mas não leniente com o ultraje ou o crime, humilde, sem preocupar-se de andar em molambos nem descuidos da higiene com o corpo, que reconhece ser o corpo o sublime instrumento para a sua evolução.

Quem poderia se apresentar com a dignidade de Jesus,
ultrajado mas não ultrajante,
vencido mas não submetido,
crucificado e com os braços abertos simbolizando um infinito afago dirigido a todas as criaturas?!...

... E quando tudo indicava que se encontrava destruído, Ele ressurge da sepultura em momentosa manhã de imortalidade.

O self  que se cobre de dignidade exterioriza todo o sentido profundo da lei da gratidão e da sua psicologia
que exalta a vida, que a fomenta e
a mantém em todas as fases e circunstancias em que se apresente.

Nos conceitos sociais de hoje, a dignidade tem sido confundida, com o poder político, econômico, religioso, comunitário, legislativo, governamental...
Por isso se confunde destaque exterior com enriquecimento íntimo de valores transcendentais.
Por isso também aqueles que atingem lugares de relevo na sociedade acabam decepcionando as massas que esperam deles outros comportamentos e não os que apresentam nos seus grupos da corrupção, de desmandos, de acobertamentos dos crimes praticados pelos seus comparsas.

Não é a posição que define, pois podemos encontrar dignidade em alguns indivíduos que alcançaram esse destaque, especialmente naqueles que vivem no desconhecimento das massas, os anônimos e nobres construtores da humanidade melhor.
Mantendo a herança do passado como advertência registrada no inconsciente profundo, o self sempre cresce, graças à  compreensão do que é de valor real em relação aos que são aparentes.

Qualquer situação que se vivencie e que se ligue a erros do passado vem a lembrança inconsciente e logo se recompõe, toma comportamentos diferentes através dos quais não se permite mais a instalação da sombra que já foi superada.

Há uma necessidade urgente da construção da dignidade humana em todos os passos da vida física e da gratidão envolvendo cada sentimento que se exterioriza do ser, tornando-se doce e suave encantamento enriquecedor.
Divaldo Pereira Franco no livro, Psicologia da gratidão. Trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 08/02/2020.