PSICANÁLISE E ESPIRITISMO
Freud
e a estrutura psíquica: descobrindo o inconsciente -
artigo escrito por Marlon Reikdal
Capítulo 5º do livro Refletindo a Alma – A psicologia espirita de
Joanna de Ângelis.
Continuação
p.120 postada em 28/09/2013.
O CONFLLITO FREUDIANO ENTRE o
sujeito do desejo em oposição ao ser social, que parece não ter fim, é
definitivamente solucionado pela proposta espírita quando redimensiona o ser
para além das condições físicas, pois não somos o id, o desejo, a primitividade
– embora ela faça parte de nós.
A dimensão
que Freud dá àquela instancia psíquica, que tem como finalidade o prazer, é
fundamentalmente o homem e sua personalidade. Sua forma de ser e existir no
mundo procede daquele id. Na visão espirita, quando encontramos a teoria dos
diferentes mundos (primitivo, provas e expiações, regeneração, felizes e
celestes), sabendo que nos encontramos nos mundos de provas e expiações, percebemos
nossa condição de animalidade sobrepujando a angelitude, nos mostramos mais
primitivos do que deuses. Entretanto, somos criados por Deus, com destino à
perfeição relativa, isso nos habita, certamente mais do que nossos instintos, e
por isso Jesus proferiu “Vós sois deuses”.
Numa
perspectiva do homem carnal restrita ao corpo físico e que com ele termina, o
entendimento instintual lhe domina e este conflito entre a pulsão e o ideal
moralmente aceitos não tem solução. Porém, compreendendo o ser humano que
antecede ao corpo físico e continua sua jornada espiritual após a desagregação
das células, percebemos que o sujeito pode ser muito mais do que a luta entre o
ideal e o primitivo.
O Espiritismo,
e por isso a Psicologia espírita, não nega o conflito como já dissemos, pois
somos ainda bastante primitivos. Talvez até mais do que imaginemos ou idealizemos,
afinal é imenso o número de pessoas que sucumbem na sexualidade desequilibrada,
e ainda vivenciam o desafio de lidar com seus desejos.
Mas o
principal desvio que fazemos extrapola a dicotomia ‘vivenciar o conflito ou não’,
e sim, de qual energia é fundante no desenvolvimento da personalidade e
direciona o homem. Para Freud o homem é primitivo, para o Espiritismo o homem é
divino. Encontra-se ainda primitivo, devido ao seu estado de evolução, mas
primordialmente é criado por Deus, carrega sua essência, e à medida que a
desenvolve através de inúmeras possibilidades, o conflito sexual perde espaço (para
outros conflitos, provavelmente, mas de ordens diferentes), sendo este o
processo de crescimento, de desenvolvimento.
O texto, continuará
na próxima postagem.
Postado em 06-10-2013.
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