domingo, 6 de outubro de 2013


PSICANÁLISE E ESPIRITISMO

Freud e a estrutura psíquica: descobrindo o inconsciente -  artigo escrito por Marlon Reikdal

Capítulo 5º do livro Refletindo a Alma – A psicologia espirita de Joanna de Ângelis.

Continuação p.120 postada em 28/09/2013.

O CONFLLITO FREUDIANO ENTRE o sujeito do desejo em oposição ao ser social, que parece não ter fim, é definitivamente solucionado pela proposta espírita quando redimensiona o ser para além das condições físicas, pois não somos o id, o desejo, a primitividade – embora ela faça parte de nós.

A dimensão que Freud dá àquela instancia psíquica, que tem como finalidade o prazer, é fundamentalmente o homem e sua personalidade. Sua forma de ser e existir no mundo procede daquele id. Na visão espirita, quando encontramos a teoria dos diferentes mundos (primitivo, provas e expiações, regeneração, felizes e celestes), sabendo que nos encontramos nos mundos de provas e expiações, percebemos nossa condição de animalidade sobrepujando a angelitude, nos mostramos mais primitivos do que deuses. Entretanto, somos criados por Deus, com destino à perfeição relativa, isso nos habita, certamente mais do que nossos instintos, e por isso Jesus proferiu “Vós sois deuses”.

Numa perspectiva do homem carnal restrita ao corpo físico e que com ele termina, o entendimento instintual lhe domina e este conflito entre a pulsão e o ideal moralmente aceitos não tem solução. Porém, compreendendo o ser humano que antecede ao corpo físico e continua sua jornada espiritual após a desagregação das células, percebemos que o sujeito pode ser muito mais do que a luta entre o ideal e o primitivo.
O Espiritismo, e por isso a Psicologia espírita, não nega o conflito como já dissemos, pois somos ainda bastante primitivos. Talvez até mais do que imaginemos ou idealizemos, afinal é imenso o número de pessoas que sucumbem na sexualidade desequilibrada, e ainda vivenciam o desafio de lidar com seus desejos.
Mas o principal desvio que fazemos extrapola a dicotomia ‘vivenciar o conflito ou não’, e sim, de qual energia é fundante no desenvolvimento da personalidade e direciona o homem. Para Freud o homem é primitivo, para o Espiritismo o homem é divino. Encontra-se ainda primitivo, devido ao seu estado de evolução, mas primordialmente é criado por Deus, carrega sua essência, e à medida que a desenvolve através de inúmeras possibilidades, o conflito sexual perde espaço (para outros conflitos, provavelmente, mas de ordens diferentes), sendo este o processo de crescimento, de desenvolvimento.
O texto, continuará na próxima postagem.
Postado em 06-10-2013.  

 

 

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