domingo, 6 de outubro de 2019




GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS
Psicologia da Gratidão

A GRATIDÃO COMO TERAPEUTICA EFICAZ

Hoje vivemos em busca da tecnologia e da ciência e suas descobertas e assim nos dirigindo à rapidez com relação a tudo e a todos.

O tempo, porque não se dilata, torna-se  responsável por a pessoa não poder atender a todas as necessidades  nas tantas e tão variadas situações.

Tornaram-se algozes e até mesmo perseguidores os equipamentos eletrônicos cujo objetivo era o de diminuir as distancias e facilitar a vida de quem os utilizam.



Uma correspondência demorava tanto entre o ir ao destino e vir com a resposta ao missivista.

Se esperava bastante tempo para que um telefonema fosse concluído realmente.

O rádio e a televisão, quando surgiram, eram precários, tanto na visibilidade quanto no som.

E assim, junto com outras possibilidades que já existia, desfrutava-se de tempo para os contatos pessoais, para as correspondências, para acompanhar os acontecimentos...

A eletrônica e a cibernética rapidamente tornaram-se responsáveis por melhorar os recursos técnicos e os instrumentos adquiriram maior eficiência, permitindo comunicações imediatas, ao vivo em branco e preto, e a velocidade tomou conta do planeta, tornando tudo instantâneo.

O intercâmbio virtual mudou as paisagens na Terra, deixando o mundo mais belo e mais trágico, os contatos mais rápidos e perigosos, com o excesso de informações e de possibilidades de conhecer-se e também de amargurar-se...

Apesar disso, no computador ou num dos equipamentos modernos de telefonia com outros recursos, como máquina fotográfica, atendimento de internet e e-emails, mapas para orientação do transito, jogos, armazenamento de dados e outros instrumentos. E quando, a operação está sendo feita e demora alguns segundos, o indivíduo se impacienta, irrita-se, e quer trocar o aparelho por parecer estar sobrecarregado...

O consumismo devora as suas vítimas que se lhe entregam indefesos, crendo em gozo, sem o sentido da felicidade, em poder, sem a paz interior.

O ser humano se perturba nesse labirinto de grandezas e de misérias, daí perde a direção pessoal e autoidentificação.

Encantado com as facilidades, se liga a essa tecnologia de ponta e perdendo a noção de realidade no dia a dia.

O homem assim mergulha, numa neurose coletiva assustadora.

Desapareceram os limites do organismo pela possibilidade de recursos para realizações e prazeres ao mesmo tempo, carreando o aumento da criminalidade, através das mentes perversas e doentes, que aproveitam por serem invisíveis, dando lugar às perturbações e delírios mentais.

Sites de morbidez , doentios crescem atraindo jovens desprevenidos emocionalmente, como presas fáceis da loucura desses psicopatas, que  por invigilância dos pais que oferecem os equipamentos de comunicação virtual sem orientação, ou permitem ficar diante da televisão com filmes de sexo explícito e degenerado a qualquer hora do dia ou da noite...

Ocorre antes do tempo um tipo de amadurecimento psicológico dos jovens, distorcido, doentio, sem significado dignificante.

Tornando-se adulto antes do tempo,  integram tribos e grupos criminosos por desafiarem o status quo, onde se permitem transformar os conflitos em sentimentos normais. A astúcia e a perversidade instalam-se no comportamento, levando-os a se tornarem hakers, que invade a intimidade dos outros, contaminando os computadores com vírus, formando gangues ameaçadoras e perigosas.

A loucura assume o papel de normalidade e o perigo ronda a vida.

Essa alucinação torna o indivíduo soberbo, exigente, ingrato, bloqueando o sentimento de amor e de justiça e desenvolvendo nele os instintos agressivos que deveriam ser disciplinados, passando assim a odiar a sociedade, porque  detestam-se interiormente.

Desamados, desde cedo, pelo desinteresse dos pais, com algumas exceções, vivem no abandono cuja atenção é delegada à funcionários remunerados, pouco interessados pela sua harmonia psicológica e educação moral, sem receberem o calor da afetividade, vendo, nos pais, apenas como responsáveis pelos recursos da manifestação da vida, mas desligados dos seus problemas, das suas necessidades reais...

Iniciados muito cedo nos prazeres do sexo sem compromisso, os vícios se instalam, a partir dos medicamentos para dormir, para despertar, para se excitar e para se acalmar, passando logo depois para as drogas químicas e alucinógenas.

O desvario invade a sociedade que se equipa de instrumentos eletrônicos para se defender, quando deveria se equilibrar com os sentimentos de amor e de compaixão para manter a saúde e a paz.

Apesar dessas inconsequências do comportamento humano, encontra-se no imo do ser a presença da paz e da saúde esperando oportunidade de expressar-se.

É essencial, buscar o sentido existencial, o amadurecimento pessoal pela reflexão, pelas ações de generosidade, para que se modifiquem as paisagens humanas da sociedade aflita destes dias.

Esse transtorno neurótico destruidor resulta do que Jung chamou de “o sofrimento da alma que não encontrou o seu sentido”.


Esse sentido não pode ser oferecido por ninguém, nem o psicoterapeuta tem recursos para ofertá-lo, porque ele é pessoal na sua origem e significado, trazendo o nascimento do sentido existencial que vai sendo desdobrado pelos valores morais adquiridos na vilegiatura das experiências carnal.

Cada um precisa descobrir a responsabilidade de ser ele mesmo, como pessoa humana condutora de valores que devem ser multiplicados e vividos como paradigmas de significação iluminativa. Para que se alcance o estado numinoso, é indispensável tornar-se luz desde cedo ou quando possível, permitindo-se que a sua luz se amplie com o  estar consciente, responsável pelos atos, sem temores nem ansiedades afligentes.

Ao compreender que se é responsável por tudo que lhe diz respeito, se instala o significado existencial que lhe traz o dever de tomar posições avaliadoras. Esse dever representa saúde ética e moral, física e emocional, psíquica e espiritual, propiciando, desde então, o vir a ser sem traumas nem culpas do passado.

A sombra que dominava o ego dilui-se no self consciente da superação dos desafios.

E assim se encontra o sentido da vida.

Divaldo Pereira Franco no livro, Psicologia da gratidão. Trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 06/10/2019.