A
GRATIDÃO COMO RECURSO PARA A CONQUISTA DA PAZ
Texto
do cap.6 do livro Psicologia da Gratidão de Divaldo Franco/Joanna de Ângelis
Uma
existência sem a presença de um significado é vazia e destituída de motivação
para ser experienciada, e nenhum ser humano a suporta, e, quando nela se
movimenta, normalmente naufraga na busca de soluções que não possuem conteúdos
libertadores.
O
Espírito foi criado para alcançar o infinito e possuir a sabedoria superior que
a transforma em arcanjo...
A
caminhada, às vezes dolorosa, pela escola terrestre faz lembrar o diamante
bruto que é submetido à remoção da ganga, a fim de poder brilhar como uma
estrela em que se transforma.
Nas vidas vazias, aquelas que não têm
objetivos psicológicos, há muito espaço para a inquietação e a desconfiança, o
autodesprezo e o ressentimento, o acolhimento dos transtornos da emoção e dos
desequilíbrios da mente, pela ausência de significado existencial.
Essa
ocorrência é facilmente identificada nos indivíduos solitários ou não, sempre
caracterisados por imensa necessidade de conquistar coisas externas e de
projetar a imagem, porque o ser real encontra-se incompleto, inseguro, sem
estímulo para continuar a jornada.
Premidos
pelas circunstancias amargas a prosseguirem no veículo físico, buscam os jogos
dos prazeres exaustivos ou partem para as experiências perigosas em que
submetem o self, em desafios que
quase sempre resultam em fracassos, quando não em mortes destituídas de
dignidade. Dentre eles encontram-se alguns dos desportistas radicais, que
pretendem chamar a atenção para a coragem,
que bem pode significar desamor à existência e zombaria à precaução, ou sob
a ação exasperada da adrenalina esquecem-se de si mesmos, transferindo-se para
o aplauso em que se irão destacar, demonstrando aos demais a sua superioridade.
Igualmente
se entregam a competições nas quais pretendem sempre ultrapassar os limites
anteriores, como novos deuses, dominados pelos mitos das personagens de quadrinhos, que se transformam em heróis
do absurdo, revivendo aqueloutros adormecidos no recesso do inconsciente
coletivo...
O ser
humano saudável é cauto, vivendo dentro dos padrões éticos que conferem o
bem-estar e a alegria existencial. A sua coragem não é medida pelo destemor e
pela busca do perigo, mas pela resistência que oferece às circunstâncias
perturbadoras, permanecendo sempre digno e lutando tranquilo.
Sente-se
afortunado pela harmonia de que desfruta no eixo emoção-psique e no apoio aos equipamentos
físicos de que se utiliza para o crescimento interior e para a vitória sobre as
heranças prejudiciais que lhe permanecem no comportamento.
Em razão
da harmonia que vibra na sua existência, é rico de alegria e de objetivos
edificantes, proporcionando-se satisfação pela oportunidade que desfruta,
igualmente contribuindo em favor da comunidade onde se encontra, a fim de torna-la
sempre melhor.
O sentimento
de gratidão e-lhe uma condição natural, pois que sabe valorizar tudo quanto lhe
chega, sendo abençoado pelas facilidades ou mediante os sofrimentos que,
eventualmente, o alcançam. Isso porque o bem-estar não se restringe apenas às
questões agradáveis e proporcionadoras de júbilo, mas também àquelas de preocupação
e de análise das conjunturas do processo humano em desenvolvimento.
O apóstolo
Paulo, por exemplo, afirmava que se comportava da mesma forma, quer estivesse
coroado de alegrias, quer experimentasse o cárcere e a provação...Isso porque o
sentido psicológico da sua vida era servir a Jesus, e onde se encontrasse, conforme
estivesse, nada lhe constituía impedimento para prosseguir na vivencia do seu
significado emocional. Na alegria, demonstrava gratidão pelas bênçãos, e na
dor, ainda agradecia por poder confirmar a grandeza da sua fé e da sua entrega.
Quem
somente espera frutos saudáveis da árvore da vida ainda não aprendeu a viver,
desconhecendo que as ocorrências variadas, todas elas, fazem parte do esquema
existencial.
Pessoas
existem que sequer agradecem as dádivas que lhes são oferecidas, permanecendo
sempre queixosas, insatisfeitas, insaciáveis porque é baixa a sua capacidade de
autoestima, dessa maneira fugindo para a situação egotista. Outras sempre
agradecem todas as alegrias que fruem, mas se olvidam de expressar a gratidão
ante os embaraços que não sucederam, os insucessos que não aconteceram...E
outras ainda existem que sabem agradecer a alegria que vivenciam, as
dificuldades que não se tornaram impedimentos às realizações edificantes e as
dores que as alcançam, elucidando que tal acontecimento encontra-se em curso na
lei de causa e efeito, porquanto
somente lhes acontece o que é de melhor para o seu processo de evolução. Assim procedem
porque sabem da justiça que se encontra embutida em todos os mecanismos do
desenvolvimento espiritual e moral de cada um.
Quando
se aprender a agradecer e a louvar, certamente a saúde integral se constituirá
o resultado feliz do fenômeno agradável do júbilo presente em todas as
situações existenciais trabalhando a elevação do ser.
Nessa
compreensão, lentamente o eixo ego-self faculta
a unidade sem choque, a harmonia que deve existir no processo da recuperação
decorrente da anterior fissão da psique...
Certamente
se trata de uma batalha silenciosa, significativa, no entanto rica de
aprendizagem e descobertas, porque se vai ao mais profundo dos sentimentos, a
fim de avaliar o sentido e o significado psicológico da vida física.
Assim
procedendo, encontra-se a maturidade emocional, aquela que auxilia o
discernimento a respeito tudo quanto se pode e se deve realizar, em detrimento
do que se pode mas não se deve fazer, ou se deve mas não é lícito executar.
A expressiva
maioria das criaturas vive de tal maneira automaticamente que sequer se
apercebe dos mecanismos existenciais, das possibilidades de desenvolvimento da inteligência
e dos sentimentos, tornando a jornada um encantamento no qual as experiências de
autoiluminação multiplicam-se, toda vez que os acontecimentos são bem
administrados. Não existem pessoas privilegiadas, nem mesmo aquelas que parecem
totalmente felizes, porquanto o trânsito carnal é recurso de que se utiliza a
Divindade, a fim de permitir o desenvolvimento dos valores adormecidos no cerne
do ser.
Em consequência,
deve-se viver atentamente, observando-se tudo aquilo que acontece durante a
jornada humana, amealhando simpatia e solidariedade, afeição e renuncia aos
impositivos do ego, na incessante busca da plenitude.
Somente
aquele que luta e se aprimora consegue a superação dos vícios, dos arquétipos
inquietadores que procedem do passado.
Viver,
portanto, na Terra é uma excelente ocasião de avançar no rumo da imortalidade
feliz.
Final do texto. Porém o cap.6
continuará na próxima postagem
Postagem feita dia 02/10/2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário