VIDA
Se morrer é doloroso para o
ego, a partir da ótica transpessoal, centrada no Espírito, trata-se apenas de
uma experiência dentre tantas outras de morrer e renascer. A vida ganha,
portanto, uma dimensão muito mais ampla e profunda a partir desse prisma,
incluindo a reencarnação.
A crença na reencarnação não
é nova, e provém desde as antigas tradições orientais, plenamente difundidas na
Índia, na Ásia e no Egito. Tradições milenares como o Bhagavad Gita (2002) já
contemplava: “Assim como a alma, vestindo este corpo material, passa pelos
estados de infância, mocidade, virilidade e velhice, assim, no tempo devido,
ela passa a um outro corpo, e em outras encarnações, viverá outra vez”.
A Psicologia, adentrando-se
na análise da reencarnação, amplia consideravelmente a sua ótica, libertando-se
de premissas que a distanciavam da verdadeira compreensão da psique. Na
avaliação de Joanna de Ângelis no
livro O Homem Integral, p.156 diz:
“a
introdução do conceito reencarnacionista na Psicologia dá-lhe dimensão
invulgar, esclarecimento das dificuldades na argumentação em torno do
Inconsciente, individual e coletivo, dos arquétipos, estudando o homem em toda
a sua complexidade profunda e, mediante a identificação do seu passado,
facultando-lhe o descobrimento e a identificação das suas possibilidades, do
seu vir-a-ser.”
Englobando a pluralidade
existencial, os conflitos e traumas rompem o círculo estreito de uma única experiência,
sem deixar, no entanto, de contemplá-la em sua análise. Certamente que as experiências
atuais são importantes, mas não são as únicas nem serão as últimas do Espirito
em jornada evolutiva.
Grof, no trabalho, Emergência Espiritual: Crise e
Transformação Espiritual, p.39, estabelece que “quando emerge plenamente na consciência, o conteúdo de uma experiência
cármica pode fornecer, de súbito, uma explicação de muitos aspectos de outro
modo incompreensíveis da vida cotidiana”. Ódios injustificáveis, doenças congênitas,
fobias sem uma causa aparente, dentre outros exemplos, teriam suas explicações em
existências passadas.
Brien Weiss, renomado
psiquiatra norte-americano, chegou de forma casual às experiências de vidas passadas.
Através de sessões de hipnose com sua paciente “Catherine”, que após um ano de
terapia convencional não houvera logrado melhoras, induziu-a a viajar às
origens da fobia, fazendo-a regressar à infância. Para sua surpresa, no
entanto, a paciente começou a narrar com minúcias de detalhes uma experiência de
quatro mil anos atrás. O seu preconceito acadêmico, no entanto, somente
conseguiu se dobrar após uma melhora completa dos sintomas da paciente, após as
sessões regressivas, o que levou o Dr.Weiss a declarar, no livro, Os Espelhos do Tempo, p.14 : “afirmo com convicção e tranquilidade que a
terapia de vidas passadas oferece um método rápido de tratamento de sintomas
físicos e emocionais...”
A Psicologia Espírita, como
não podia deixar de ser, estabelece uma análise profunda a respeito das experiências
de vidas passadas, porquanto considera que
“Nos
alicerces do Inconsciente profundo, encontram-se os estratos das memórias
pretéritas, ditando comportamentos atuais, que somente uma análise regressiva
consegue detectar, eliminando os conteúdos perturbadores, que respondem por
várias alienações mentais.” (ANGELIS, O
Homem Integral.p.156)
Quando, portanto, energias específicas
do ser ficam retidas em traumas passados, essas experiências podem ser
revividas, liberando a carga emocional dos conflitos. Ressalta-se, no entanto,
que esses conteúdos não devem ser abordados a título de curiosidade, porquanto
por serem portadores de energias complexas, muitas vezes capazes de
desestruturar o ego, devem ser conduzidas apenas por profissionais habilitados.
Final do texto, porém o
cap.7, DA
PSICOLOGIA HUMANISTA À PSICOLOGIA TRANSPESSOAL; a 3ª e a 4ª FORÇAS EM PSICOLOGIA,
escrita por Claudio Sinoti, no livro REFLETINDO
A ALMA, continuará na próxima postagem..
Postado
dia 31/10/13.