“GRAVITANDO EM TORNO DE
DEUS”
CEGUEIRA
ESPIRITUAL
A
CEGUEIRA, DO PONTO DE VISTA ORGANICO, É A falta
da visão, mantendo aquele que a sofre na escuridão em torno de tudo quanto se
passa em sua volta.
Prova especial ou expiação
necessária ao processo de desenvolvimento, quando, na criatura humana,
contribuindo para o melhor entendimento da existência.
Por se originar no
esquema da lei de causa e efeito,
constitui drama interior doloroso, permitindo a alguns espíritos resignados conquistar
a iluminação pessoal, não se tornando, motivo de desgraça ou de infelicidade. Pelo
contrário, muitos superam, trabalhando em benefício próprio graças aos inestimáveis
serviços que faz.
Dos exemplos mais
importantes destacamos o da extraordinária americana Hellen Keller, que se
tornou uma verdadeira missionária do bem, da sabedoria e do amor, apesar dos
limites da visão, da audição e da fala...
Um outro exemplo é do
admirável missionário cego Louis Braille, que inventou, em Paris, no ano de
1827, o alfabeto com sinais acessíveis ao tato, que permite a leitura,
tornando-se um instrumento extraordinário para estudos e compreensão do mundo,
especialmente para os invidentes.
Muitos, se revoltam e se
desencantam, recolhem-se em solidão ou se desesperam, sem entenderem a importância da experiência enriquecedora que
vivenciam, propiciada pelas soberanas leis da vida.
Apesar dos grandes
avanços da ciência e da tecnologia, ainda não se conseguiu arrancar da cegueira aqueles que sofrem, com pouquissimas
exceções.
Mas Jesus, o sublime
psicoterapeuta da humanidade, muitas vezes convidado a socorrer esses aflitos,
conhecendo-lhes as causas geradoras do impedimento, abriu-lhes os olhos, proporcionando-lhes a oportunidade de
recuperação da claridade luminosa da visão.
São comoventes as cenas
em que os pacientes recuperados expressam sua alegria e demonstram o poder de
que era dotado o Senhor.
Às expressões de
alegria, o encantamento pela oportunidade de conseguirem ver, envolvendo-se na
beleza da paisagem e do mundo externo.
Mesmo assim não
faltaram os opositores para dizerem que era magia, interferência demoníaca, como
se, o mal pudesse proporcionar os mesmos benefícios.
Um deles, após recuperado,
não resistindo a maldade dos fariseus disse:
- Se foi Satanás quem
me curou, não sei. Só sei é que eu era cego e agora vejo...
Outros, também foram
liberados, alguns vitimas de subjugações espirituais perversas, entoaram seu
canto de louvor ao Mestre, agradecendo a dádiva de serem beneficiados.
Há também uma cegueira cruel,
mais dolorosa do que a falta da visão orgânica. Trata-se da visão espiritual, em
que muitos seres rebeldes debatem-se.
Aqueles que não aceitam
a interferência de Jesus nas vidas em reparação constituem os protótipos
específicos dos cegos morais e espirituais que abundam na sociedade terrestre.
Nada obstante a
declaração dos que haviam conquistado a visão, pois que nasceram cegos, os sofredores
buscavam explicações mágicas para negar a grandeza da realidade da vida,
aferrados aos órgãos dos sentidos.
Não desejavam encontrar
o significado elevado da existência corporal, tudo reduzindo a corpo celular de
passageira ou frágil duração.
Permanecem ainda hoje
esses portadores da cegueira espiritual que se satisfazem em negar tudo que não
lhes convém aceitar, porque, se assim agissem, teriam que alterar completamente
o comportamento moral, adotando novos métodos existenciais de comportamento.
Estão sempre em busca
de provas, como se todas as demonstrações dos séculos, das pesquisas honestas
de mulheres e homens de grande importância nas várias ciências, examinando
cuidadosamente os fenômenos mediúnicos, de nada valessem.
Somente a sua experiência
parece ter significado e respeitabilidade, o que não passa de gracejo e pobreza
intelectual.
O Espírito é o ser
imortal que transita pelas diversas romagens carnais, rumando na direção da
conquista superior da plenitude.
As dificuldades
encontradas durante o período carnal são resultados da observância das leis da
vida, estabelecidas como processo metodológico para o crescimento interior, que
devem ser cumpridas fielmente.
Apesar de alguns insucessos
no desenvolvimento de valores éticos e morais, a benção da oportunidade sempre ressurge,
permitindo a conquista do conhecimento libertador e da experiência iluminativa pelo
exercício da paciência, da resignação, da coragem, e da perseverança nos objetivos
superiores.
Não se estranhe que
esses cegos espirituais estejam sempre equipados dos instrumentos da dúvida, do
escárnio, da agressividade contra aqueles que já encontraram o rumo da paz e
entregam-se por inteiro à construção da verdadeira solidariedade que deve viger
entre todas as criaturas no planeta terrestre.
Frustrados interiormente
e magoados com a vida, exibem a mascara da ironia sempre que convidados à
reflexão, evitando os comprometimentos com a mudança interior e renovação
inadiável.
Alguns são falantes,
parecendo ilustrados, usando expressões complicadas para enganar os ingênuos e parecerem
superiores a todos.
Diversos apresentam-se em
postura emocional acima do bem e do mal, caracterizados por falsa eloquência,
mantendo-se distantes do seu próximo, que sempre se consideram inferior,
evitando-lhe o contágio, que ignoram e lhes seriam benéfico...
Não lhes dê o valor que
se atribuem nem temas sua arrogância infantil.
São como balões que
flutuam e estouram a qualquer contato com delicados objetos perfurantes,
eliminando a presunção de que estão cheios.
Continua na ação do
bem, apoiado ao ideal de fraternidade, confiando nas bênçãos do porvir, desde hoje
vinculado ao dever.
Jesus nunca lhes deu
maior importância.
Por eles perseguido,
acusado, injustamente censurado, deixava-os, cegos que eram conduzindo outros
cegos do mesmo gênero, enquanto Ele espalhava a luz da esperança e do bem,
deixando pegadas seguras apontando o rumo da real felicidade.
Avança, fiel ao compromisso
abraçado de amar e servir, certo de que, hoje ou mais tarde, da mesma forma que
aconteceu contigo, também eles terão a oportunidade de ver o esplendor da luz
da verdade e de confessarem:
- O que sei, é que éramos
cegos e agora vemos...
Texto
de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Ilumina-te,
trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 18/l1/2017.