domingo, 5 de janeiro de 2020


GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS
Psicologia da Gratidão

A psicologia da dignidade
sendo um ramo da ciência que estuda a mente e os processos mentais, no que se relaciona ao comportamento do homem e de outros animais

Algumas escolas psicológicas creem que o indivíduo nasce plasmado pelos fatores genéticos, - (transmissão de caracteres hereditários no indivíduo, tornando-se fatalmente o resultado da programação hereditária) -. Ainda negam a contribuição da educação na sua transformação moral, quando ele traz tendências perturbadoras e responsáveis pelo comportamento alienado ou desastrado, dócil ou afetivo, pacífico ou violento...

Não se pode negar a importância da genética na construção do aparelho fisiológico, o indivíduo é, antes de tudo, o self responsável pelos seus conteúdos psíquicos, o Espírito, que herda de si mesmo as experiências vivenciadas em existências passadas.

Não é a concepção fetal o momento da criação da psique, nem é a morte biológica o fim das suas funções, o ser energético e pensante evolui lentamente, como aconteceu com as formas biológicas desde os ensaios estranhos, - que sugere riso, descrença - dos seres primários que se tornaram os primeiros protótipos da atual organização humana... pode-se recuar a esse período das primeiras expressões moleculares no fundo dos oceanos, quando fascículos de luz, que vieram de outra dimensão, mergulhando nas águas salgadas, passaram a estimular as referidas moléculas formando os organismos unicelulares, ordenando-se em expressões pluricelulares e seguindo o processo evolutivo...

Esses mesmos fascículos de luz desenvolveram-se no que viria a ser a energia vital, o psiquismo animal, o ser espiritual do período de humanidade...

Por isso, não são, os caprichos dos genes, que como unidade fundamental, física e funcional da hereditariedade, constituída pelo segmento de uma cadeia de ADN que determina a síntese de uma proteína; cístron, que formam o ser, as suas características físicas, emocionais e psíquicas, embora a sua prevalência, mas é o Espírito que neles imprime as necessidades de desenvolvimento intelecto-moral.

a educação então desempenha um papel de alta relevância no seu desenvolvimento cultural, emocional, comportamental, trabalhando-lhe os valores internos e impulsionando-o à conquista do infinito.

A aquisição de hábitos saudáveis, os  considerados edificantes e produzem harmonia emocional no grupo social,
a transformação das tendências agressivas e dos sentimentos de baixa estima para melhor,
o esforço para qualquer realização
dão-se por intermédio dos processos educativos, especialmente os de natureza moral, que são os exemplos, ao mesmo tempo que, através do estudo, ocorre o desenvolvimento cultural e intelectual, numa soma de valores que enobrece o ser humano.

É a educação, no seu sentido lato, que cabe, portanto, a grande tarefa de construir o homem e a mulher melhores e mais sociáveis, desenvolvendo nele os germes do amor e da dignidade, levando-os a progredir espiritualmente, tornando-se úteis à comunidade, após transcenderem os limites egóicos, quando lhes é possível a consciência de paz e dos valores éticos que constituem a vida pensante.

Se houvesse o fatalismo genético sem chance de mudança, o significado do progresso desapareceria, permanecendo a brutalidade ancestral, o primitivismo arbitrário, sem as luzes do saber, do comportar-se, da autoiluminação. E, nenhuma das doutrinas científicas e filosóficas teria razão de existir, porque a psique não teria capacidade de as assimilar, na sua condição de independente dos fenômenos fisiológicos automático.

Não há duvida da força do deotropismo no universo como fonte convergente de tudo e de todos.

Assim como a luz atrai os vegetais vitalizando-os e auxiliando-os nos milagres que começam na germinação e vai até a inflorescência e frutificação, a atração de Deus como Criador torna-se o poderoso estimulo para os fenômenos que ocorrem em toda parte.

Fonte inesgotável de energia, é a causalidade transcendente de tudo...

Lucigênito, o ser humano, avança pelos complexos processos e mecanismos da evolução, na busca do estado numinoso, da perfeição que lhe é o destino.

Uma ordem moral, em consequência, responsável pelo equilíbrio galáctico vige no cosmo e manifesta-se em tudo como lei de progresso que comanda o desenvolvimento ético e espiritual, nada escapando a sua ação de convergência.

Por tal razão, a evolução é inevitável, incessante.

Bastem alguns instantes de reflexão em torno da vida em todas as suas expressões e se perceberá essa fatalidade iniludível, que se manifesta no impulso inicial, facultando a complexidade das formas e das apresentações, fixando a sua historiografia caracterizada pelos fenômenos cada vez mais nobres e melhores, estruturados em incessante desdobramento.

Nessa progressão não ocorre, qualquer retrocesso, de retorno aos momentos caóticos do princípio, nos quais, de alguma forma, sempre houve ordem...

Essa ordem moral foi detectada no século XIX, entre outros, pelo teólogo inglês,  Mestre em Oxford, C.S. Lewis, que a chamou de lei moral, e assim evitando a designação de Deus, que desagradava os cientistas da época..,

Com esse conceito, Lewis, o eminente pensador estabeleceu o conceito presente na lei do comportamento correto, que sugere a melhor conduta para as situações mais diversas, baseada na ética do bem, filho do dever. Propôs então o conceito do certo e do errado, que é universal entre as criaturas humanas, apesar das diferentes manifestações encontradas entre os  primitivos e os civilizados, efeito natural da lei de progresso.

Allan Kardec, o estudioso dos fenômenos da vida e da imortalidade,  também detectou a lei natural, que é a lei de amor, que vem de Deus, e apresentou um complexo e completo esquema sobre as dez leis morais que dela se derivam, abarcando tudo que é necessário para o estabelecimento da psicologia da dignidade humana, do comportamento correto.

Kardec começa com a analise “Da lei divina ou natural” e termina com a “ lei de justiça, de amor e de caridade”, para deter-se num estudo pleno “Da perfeição moral”, que antecede os esforços da psicologia junguiana estabelecendo o instante pleno da vida aquele que se refere à individuação, ao estado numinoso.

O insight kardequiano encontrava-se em germe no universo e todos que sintonizavam com as leis cósmicas igualmente o captaram, vestindo a ideia conforme as próprias características emocionais, culturais, religiosas.

Nesse grandioso edifício filosófico de natureza moral ressaltam os valores que dignificam a existência da vida na Terra, o natural esforço de cada criatura humana para a superação dos vícios ancestrais e a aquisição das virtudes, que são as realizações edificantes do processo evolutivo.

Todas as propostas da vida humana estabelecem a ética do comportamento correto, considerando a lei,  de causa e efeito,  que demonstra a harmonia em tudo, concedendo ao ser pensante o livre-arbítrio, mas também a responsabilidade dos seus pensamentos, palavras e atos, pois sendo ele o semeador ele também é o ceifador de tudo quanto ensemente.

Esse impositivo estabelece o princípio da consciência, da responsabilidade que abre campo para a instalação da culpa ou da tranquilidade, conforme o comportamento de cada indivíduo.

Somos todos livres para as condutas mentais, emocionais e morais que nos aprouver, contando também com as suas consequências.

É preciso, portanto, a manter a lei moral, que conduz a uma conduta psicológica saudável.
Divaldo Pereira Franco no livro, Psicologia da gratidão. Trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 05/12/2020.