BINÔMIO SAÚDE-DOENÇA
A
conquista da saúde real, integral, é a meta principal a ser alcançada por todas
as pessoas.
Caracterizando-se
pelo bem-estar emocional, equilíbrio psíquico, harmonia fisiológica e
normalidade socioeconômica, a saúde é um tesouro – talento – cuja estabilidade resulta de muitos fatores,
principalmente os derivados do comportamento moral. Embora a hereditariedade
desempenhe papel fundamental para a sua vigência, a constituição genética do
ser obedece à influencia do Espírito no seu programa reencarnatório, em face
das necessidades evolutivas impostas pelas Soberanas Leis .
Sendo
o Espirito responsável pelos atos perpetrados, pincipalmente os de natureza
negativa, que dão origem a sofrimentos e desaires, todos desenvolvem-se nos tecidos do perispírito, ali
imprimindo o mapa das necessidades reparadoras que se delinearão no código
genético, onde se encontram as possibilidades materiais para a sua
manifestação.
Dessa
maneira, surgem os fenômenos teratológicos, as deficiências mentais e
limitações orgânicas, as dificuldades psicológicas, os tormentos de toda e
qualquer natureza física, assim como um sistema imunológico incapaz de defender
a maquinaria em que se hospeda pelo renascimento, experimentando, em
consequência, doenças diversas que constituem mecanismos de reparação moral e espiritual
necessários à paz.
Quando
os fatores que proporcionam a doença não resultam do descuido e dos abusos cometidos
durante a encarnação atual, como é comum, especialmente em relação à
inobservância dos elementos que preservam o equilíbrio e o processo de
desenvolvimento psicofísico, as heranças do pretérito são as responsáveis
pelas ocorrências penosas e desgastantes que ressumam em forma de doenças
crônicas, transitórias, repetitivas, ocasionais...
Compreende-se
que o nobre instrumento corporal, conforme a maneira como é utilizado,
experimente alterações compatíveis com o uso, tanto do ponto de vista
estrutural orgânico, ou do mental ou emocional. Essa tríade que constitui a
realidade do ser – mental, emocional e fisiológica – é regida pelo Self que, dominado pelo ego sob os impulsos do primarismo,
mantendo o desequilíbrio de qualquer natureza abre espaço a disfunções normais,
como acontece com qualquer veículo mal utilizado ou cuja manutenção seja
precária.
Pode-se
afirmar que a enfermidade também resulta do natural processo de envelhecimento
celular, do desgaste neuronal e do seu contínuo desaparecimento, do
enfraquecimento do fluido vital que
mantem o equilíbrio geral, anunciando a
morte inevitável. Apesar disso, é possível, mesmo com as diversas disfunções e
deperecimento de forças, manter-se um estado saudável, harmônico, propiciador
de alegria e de atividades responsáveis pelo perfeito ajustamento do indivíduo
no grupo social.
Em
razão da anterioridade das experiências humanas e de relacionamentos,
renasce-se no clã familiar, no qual se encontram geneticamente os elementos
básicos propiciatórios ao programa de elevação moral e espiritual, em vez de
naqueles que se gostaria de viver. Nesse grupo doméstico, é muito comum
encontrar-se também os familiares inamistosos de ontem que voltam a reunir-se a
fim de reorganizar-se, trabalhando as imperfeições, retificando a direção dos
sentimentos vis de outrora, através da fraternidade, do respeito que deve viger
entre todos.
Normalmente,
em razão das diversas situações criadas nas existências anteriores, depara-se com
uma genitora perversa ou descuidada, uma supermãe ou uma inimiga obstinada que
agride e magoa sem condescendência. Noutra circunstância, é o genitor
irresponsável ou atormentador, alcoólatra ou déspota, que parece descontar a
infelicidade que o caracteriza na prole, especialmente nesse ou naquele descendente,
o mais comprometido, portanto, no grupo doméstico. Também, irmãos e outros
membros do clã serão compostos por companheiros de caminhada anterior, nem
sempre feliz ou digna, abrindo espaço para a felicidade do grupo ou os
mal-entendidos frequentes geradores de desdita e de crimes, muitas vezes, perversos:
abusos de todo tipo, especialmente pedofilia, parricídio, infanticídio,
uxoricídio, perseguições sistemáticas...
Por
isso, existem as famílias que se vinculam pelos laços espirituais e os que
resultantes dos fenômenos biológicos, os, consanguíneos.
Em
ambas se apresentam as ocorrências necessárias aos imperativos da evolução.
Quando
se está consciente dessa realidade, descobre-se que a saúde é um talento precioso que o Senhor da Vida oferece ao Espirito
reencarnado, e cuja aplicação lhe será cobrada posteriormente. Aquele que
desperdiça a excelente oportunidade de um corpo harmônico, de um conjunto
emocional e psíquico lúcido sem as inquietadoras constrições expiatórias ou
provacionais, é semelhante ao servo mal, negligente, que enterrou o talento sendo o mesmo um pouco mais
irresponsável porque lhe desperdiçou o valor, aplicando-o negativamente...
Com
esse conhecimento das inextricáveis ocorrências que contribuem para a saúde ou abrem
espaço para as doenças, congênitas ou as adquiridas durante a
existência, o despertar do Self torna-se
uma aflição para o ego totalitário e
dominador. Porém, na segunda fase da vida, quando a maturidade ocorre e o
individuo já se encontra em estágio definido de extroversão ou de introversão,
impõe-se-lhe o discernimento que o convida à refletir a respeito da sua
realidade em relação a caminhada da vida.
Quase
ninguém, normal, pode viver indefinidamente na inconsciência de si mesmo. Os
mecanismos que regem o corpo e a mente propiciam inevitavelmente o despertar
dos interesses para o que já não atende aos hábitos, por serem repetitivos, sem
sentido psicológico, monótono, despertando o herói adormecido que precisa ir a
um país longínquo, onde as experiências são todas novas e desafiadoras.
É
necessário investir os recursos da mente e da emoção – talentos preciosos – esperando que se multipliquem e ofereçam
rendimento de saúde e de paz.
Quando
isso não acontece, a saturação e a indiferença pelos familiares e amigos
estabelece-se, levando o indivíduo a patologias delicadas.
Na
parábola dos talentos,
identifica-se o Senhor que emprestou os recursos aos servos, como o Self portador de infinitas
potencialidades, que sempre as distribui, para serem canalizadas para a
multiplicação de resultados bons.
É
importante, que o Self, na condição
de deus interior, propicie a conquista
de uma crença, religiosa de preferencia, sem fanatismos nem cultos
extravagantes, para melhor desenvolver-se, contribuindo para diluir toda a sombra, harmonizando o anima-us para vivenciar os benefícios da
vida.
A
crença em Deus, o conhecimento de Jesus, não mais como arquétipos, mas, como
realidades que transcendem a compreensão imediata do ego e que se encontram ínsitos no Self, traz uma ilimitada satisfação de viver e de lutar, por
poder-se considerar a grandeza do Homem de Nazaré e as Suas vitórias
incessantes como exemplo para todos, representando a saúde integral.
O
cientista dedicado, mesmo sem vinculo religioso, como o artista, vive uma
experiência também religiosa diante
anuência do Self com os objetivos
existenciais a que se entrega, proporcionando autorrealização e alegria de
viver responsáveis pela saúde.
Essas
habilidades também são talentos valiosos,
que devem ser considerados como aquela maior importância entregue pelo Senhor –
o Self - ao servidor da vida...
O
confronto, entre o Self e o ego, normalmente na segunda fase da vida
do ser humano, nesse período de conscientização, é inevitável, com consequências benéficas para a saúde.
Nessa
fase, pode ocorrer os chamados efeitos
colaterais do surgimento dessa força grandiosa, que é o Self, abrindo espaço para alguns
desconfortos emocionais e físicos, que não são doenças, mas resultado das
naturais transformações que se vêm operando no mundo íntimo do indivíduo que se
conscientiza da realidade. Como o ego é
perseverante, pode utilizar-se da circunstância e infundir entusiasmo
exagerado, quase narcisista, no qual a necessidade de buscar-se a tranquilidade
da natureza, a meditação, a prece, apresentando-se a tentação de o mesmo transformar-se em guia e líder de outros,
infelizmente sem a estrutura plena para o empreendimento.
Nessa
fase, em contínuo esforço para a perfeita filtragem entre o inconsciente
coletivo e o Self, surge a personalidade-mana,
cuja energia poderosa que invade o ser necessita ser orientada. A criatividade,
quase inevitavelmente, pode surgir como um mecanismo saudável para a sua
diminuição, em face da sua aplicação, propiciando uma canalização bem
direcionada, que harmoniza o indivíduo. Essa criatividade pode vir do
perispírito – em forma de inconsciente coletivo – onde estão registradas as
experiências passadas, que agora se expressam em forma de arte, de pensamento,
de ciência, de tecnologia... Nesse despertar do mana, a consciência desempenha o seu papel relevante, que é o de
estabelecer parâmetros elevados para que sejam atingidos os objetivos que, por
extensão, transformam-se em saúde e libertação das doenças.
Para
se alcançar essas metas surgem os desafios, que contribuem ao avanço e são
constantes, pois que, vencido um, logo surge outro mais amplo e complexo,
impondo a necessidade de encontrar-se um significado psicológico de alta
magnitude para a existência.
Nesse
processo de estruturação da realidade psicológica e espiritual do ser, após o
enfrentamento da sombra e sua
aceitação, harmonizando o anima-us, logo
se torna factível conectar-se com todas as coisas existentes, em contínuos
fluxos de sentimentos, tais sejam as montanhas e vales, os vegetais e animais,
as criaturas humanas...
Assim,
o Self torna-se a única razão da
natureza essencial do ser – o Espirito imortal!
A
busca da saúde, nesse sentido, transforma-se em um objetivo próximo,
insuficiente, mas, para alcançar-se a totalidade, a individuação, que se amplia
no sentido existencial em relação ao mundo em que se vive.
Com
esse comportamento, as aspirações multiplicam-se, quebrando as amarras do
egoísmo e libertando as manifestações altruísticas responsáveis pelo progresso
do sociedade e do próprio indivíduo.
Para
se conseguir o êxito a educação dos sentimentos é de alta significação para a
existência saudável, o que equivale dizer, um comportamento jovial e feliz nas
diversas situações, quando enfermo ou sem doença declarada.
Como
a saúde não pode ser considerada como falta
de doença, mas um estado agradável de vida, no qual as ocorrências internas
podem ser perfeitamente administradas, sem danos ou prejuízos para as
atividades normais, muitas vezes ocorrem desgastes que, mais tarde, se
apresentam como desestruturações dos equipamentos orgânicos exigindo tratamento
e equilíbrio emocional.
Nesse
processo que leva ao numinoso, o
binômio saúde-doença cede espaço à saúde integral, resultante do
perfeito equilíbrio interior do ser humano.
Nem
sempre, o individuo consegue esse estado de harmonia a sós, necessitando de
ajuda especializada, para ter a coragem de avançar guiado pelo país longínquo, a fim de evitar os
transtornos que lhe deram experiência, mas que muito martirizaram o filho pródigo, filho pródigo que todos
são na busca da sua realidade.
Vigilante,
portanto, o Self distribui talentos e cobra a sua aplicação,
deixando de ser prepotente, como o era na fase primária, relevando o ser que se
é, em outra hipótese, o que poderá ser, nessa formosa aventura da
autoconquista.
Saudável,
o ser encontra a plenitude...
Texto
trabalhado com base no livro EM BUSCA DA
VERDADE, escrito por Divaldo Pereira Franco, ditado pelo Espírito Joanna de
Ângelis.
Postado
no dia 23/04/2014.