domingo, 29 de outubro de 2017



“GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS”
SENTIMENTOS PERVERSOS

Entre os remanescentes do processo evolutivo, no indivíduo estão presentes, os sentimentos do ódio e da vingança, como herança doentia das experiências no passado.

Talvez vindos dos mecanismos de defesa da vida, tornam-se algozes, portadores da violência, que deveria ter ficado nos dias do ontem...

Comprovando o primarismo ainda do Espírito, são emoções perversas que devem ser combatidas com a compaixão e o esquecimento.

O ódio conduz energia destrutiva que  no começo perturba aquele que o cultiva, acabando por transformá-lo em sua vítima preferencial.

A ele (ódio) devem-se muitos distúrbios de variada complexidade, como problemas digestivos, no fígado, nas funções cardíacas, nas emoções, contribuindo para situações penosas produzindo ali o mal estar pessoal.

O ódio é emanação doentia da herança destrutiva presente na natureza humana.

Se demorado, transforma-se numa prisão estreita e asfixiante que esmaga o ser, apresentando-lhe a saída falsa pela porta da vingança, onde vinga-se daquele que lhe motivou a reação asselvajada...

A irracionalidade do ódio mostra-se na ilusão da prepotência, filha  do egoísmo que não se permite  contestação...

A semente do ódio fecunda facilmente no terreno das emoções em desconserto.

Toda a ira acumulada que se equipa de energias vigorosas para o revide desgasta a maquina orgânica de quem a experimenta, destrambelhando as  engrenagens internas.

Querendo entender, aqueles que se sente incompreendido ou vitimas do outro, entender-se-ia que isso acontece porque o opositor está infeliz, vivenciando conflitos psicológicos, ou por outras dificuldades, e que ele merece mais a compaixão do que o ressentimento...

Porém a mudança da atitude mental, não se permitindo os caprichos infantis da aceitação por todos contribui para a não instalação do desequilíbrio com a força da cólera.

Agindo dessa maneira, torna-se mais viável viver em paz, mesmo quando no entorno ocorrem situações perturbadoras.

Assim também acontece com os sentimentos morais.

Muitos males que para a sociedade, que vem dos indivíduos, originam-se no cultivo do ódio, que se torna irracional, cruel, e leva à alienação.

Na Terra, ocorrem crimes perversos que são gestados no ódio, covardemente cultivados desde a infância ou noutros períodos da vida.

O desejo de vingança queima também os delicados mecanismos psíquicos e emocionais.

Transformando-se numa monoideia, porque as aspirações passam a girar em torno da sua doentia programação, e quando a atinge percebe a sua inutilidade e o seu prejuízo, porque o sentido existencial desaparece, trazendo uma amarga frustração.

Esses sentimentos perversos – ódio e vingança – devem ser trabalhados e diluídos, abrindo espaço para as emoções positivas da piedade e do perdão vindos do amor.


O mundo, a grande escola, tem sido o campo experimental para o exercício dos sentimentos nobres, que dão vida, que estimulam a vida que trabalham em favor da vida.

No turbilhão das suas ocorrências, felizes são aqueles que atravessam as aflições fitando e avançando para os montes da sublimação que devem ser alcançados.

Não houvesse desafios e choques, e nenhum sentido existiria na vida da carne.

Enquanto o ódio e a vingança armam as criaturas umas contra as outras, a compaixão e a misericórdia permitem que se amem umas às outras.

As guerras perversas e o terrorismo cruel nascem do ódio que se desenvolve na cultura dos preconceitos, do despeito, da inveja, dos conflitos de inferioridade que se transformam em carrascos obstinados da sociedade.

Trata-se do predomínio da natureza animal sobre as conquistas de natureza espiritual que deveriam viger na fase da razão e do discernimento do ser, em processo de libertação das faixas primárias.

Continuam, mas, e somente se destroem, porque a sua é a saga do infortunio e da violência.

Enquanto isso, o amor silenciosamente dulcifica as vidas que se lhe entregam, descobrindo no sacrifício a meta abençoada a ser alcançada.

O antídoto aos sentimentos doentios é o amor no seu elenco de expressões, como a amizade, a ternura, a bondade, o espírito solidário, a afeição profunda, que são capazes de conduzir ao holocausto pela preservação da harmonia e do bem na  Terra.

Como o lírio alvinitente flutuando perfumado acima do charco, torna-se o objetivo essencial da existência humana.

No ser humano brilha a sublime centelha de Deus, que deve ser mantida com a afetividade superior.

Quando aumenta a sua potencia, derrama bênçãos em volta, apagando a sombra teimosa do primitivismo ancestral.

Por isso, recordando a interrogação profética, Jesus lembrou-nos:
- Não foi dito que sois deuses?


Tudo conspirava, naquele cenário de perversidade e criminalidade acompanhados pelo ódio e pela vingança contra Ele.

A baixeza armara os odientos que buscavam vingança em relação ao Seu amor.

Todos quase O abandonaram, receosos e abatidos, e Ele viu-se a sós, mas com Deus, e aparentemente vencido pelos malfeitores da humanidade, no instante extremo, com inexcedível amor, exclamou:

_ Perdoai-os, meu Pai, pois que eles não saem o que fazem.

A partir daquele momento, o ódio e a vingança passaram a abrir espaço ao amor e ao perdão, que um dia triunfarão no ser humano, tornando-o realmente feliz.

Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Ilumina-te, trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 28/l0/2017.

sábado, 21 de outubro de 2017



“GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS”

QUESTÃO DE ÓTICA

NORMALMENTE INFELICIDADE refere-se a todo acontecimento de desequilíbrio, que altera o programa como se fosse o mais importante, criando embaraço e mal-estar...

Ocorrências como, pobreza, solidão, perda de objetos, perda de relacionamentos, desencarnação, doenças em seres queridos, doenças pessoais, dificuldades para a autorização social são considerados infortúnios que ferem profundamente as vidas humanas.

Se, nós terrestres compreendêssemos o sentido profundo e significativo da reencarnação, bendiria esses desafios que levam a reflexões positivas, pois se transformam em bênçãos, logo que passe, não sendo a felicidade, o prazer, a fortuna, o destaque na comunidade, o aplauso e o encantamento pelo acumulo de recursos que trazem comodidade e bem-estar. Estomago saciado, cofres cheios, casa luxuosa nem sempre trazem a harmonia do Espírito, que independe das coisas exteriores.

Muitos pensam em conquistar a felicidade pessoal, infelicitando os outros: latrocínios, infâmias, suborno, exploração, desvio de verbas governamentais que poderiam proporcionar a dignificação das massas, a edificação de hospitais, de escolas, de creches, a criação de organizações de beneficência, de cooperativas, fechando-se cárceres e penitenciárias, iludidos de que, sendo poderosos, conseguem anestesiar a consciência...

Filosofia perversa a do egoísmo, que leva o ser humano a transformar-se em lobo do seu irmão, devorando-lhe as carnes da alma.

Tal tipo de conduta estimula a corrupção da sociedade, a perversão de jovens iludidos pelo canto de sereia da mídia devoradora, abrindo espaço para a violência, os crimes hediondos, os comportamentos agressivos desagregadores da vida.

Bendito, o sofrimento bem compreendido e aceito, porque ele contribui para a libertação do Espírito de todos os enganos que o mantém na retaguarda do progresso.

Felicidade, é uma consequência, constitui na conquista da consciência em paz, que decorre dos pensamentos retos, das verbalizações corretas e das ações dignificantes.

A Terra ainda não alcançou o nível de paraíso. É uma escola formosa que hospeda aprendizes que passam pelas experiências iniciais de autoiluminação.

O sofrimento é mestre silencioso que ensina a conquista dos valores transcendentes que produzem a harmonia, auxiliando na conquista dos altos cimos.

A perfuratriz que atravessa diferentes camadas do solo, passando pelo granito rígido e pela areia acessível, permite que jorrem o petróleo e a agua que são indispensáveis, respectivamente, ao progresso da sociedade e à vida em suas múltiplas  manifestações.

A serra elétrica, em poucas horas, abate a árvore secular para transformá-la em abrigo, em mobiliário, em utilidades diversas, necessárias à humanidade.

A pedra alcançou a sua estrutura, atravessando milhões de anos para consolidar-se, e lentamente sofre o desgaste do leito do rio que se apoia nela ou da carícia dos ventos que a derruem...

A pepita de ouro dilui-se sob as altas temperaturas para amoldar-se a outras formas.

A força de atração universal transforma a poeira das estrelas em galáxias cintilantes no cosmo.

Tudo experimenta transformações e mudanças sob a ação de situações varias.

A alegria de um dia desaparece ante as lágrimas do outro.
O encantamento de um instante, e a decepção noutra oportunidade.

Afetos e paixões arrebatadores de uma hora transforma-se em ódios e perversidades mais tarde.

Nesses graves acontecimentos tudo se aprimora, para alcançar a meta para a qual foi programado.

O que se busca como felicidade numa fase da vida, transforma-se em  desencanto muitas vezes.

A relatividade da vida terrena é responsável pelos acontecimentos de vária ordem, que vem da pedagogia experimental da evolução espiritual.

Por isso a felicidade, buscada sob determinadas condições não estruturada na ética moral, é apenas resultado de uma visão distorcida.

O mundo pede vitória imediata, pelo acúmulo de coisas, mas a vida propõe amadurecimento emocional e renuncia constante, trabalhando o metal interno do ser.

Assim sendo, para no caminho do desespero e recompõe as paisagens íntimas, as considerações atormentadas e os atos irrefletidos.

Pensar e confere o que pensas com os fatos e perceberás que podes ser feliz, embora o que te acontece ou o que supões te faltar.

Por difícil te pareça, não há na Terra ninguém em regime de exceção, desfrutando privilégios. Tudo obedece ao plano divino a que se manifesta na lei de amor.

Compreende o teu dever de amar e servir, passando adiante.

Crê e prossegue.
Confia e espera.
A chuva da misericórdia divina cairá sobre ti, após o incêndio que te devora no momento.

Quem poderia supor sequer que Jesus, todo amor, depois de alterar a história pelas palavras sublimes e pelos atos de abnegação, seria traído por um amigo, negado por outro e abandonado por quase todos a quem beneficiara?

No entanto, Seus lábios não se abriram nenhuma vez em queixa ou reclamação, censura ou admoestação.

Pelo contrário, perseverou fiel ao ministério, e quando falou foi para pedir ao Pai que perdoasse os perseguidores por não saberem o que estavam fazendo.

Guardadas as proporções, faze o mesmo.

Logo depois, Ele ressuscitou em resplendorosa madrugada de luz, permanecendo sublime até hoje.

Tu também ressuscitarás em dia radiante cantando hosanas e gratidão a Ele.


Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Ilumina-te, trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 21/l0/2017.

sábado, 14 de outubro de 2017


“GRAVITANDO EM TORNO DE DEUS”

ASSIM PASSA
Sócrates, o eminente discípulo de Anaxágoras e nobre mestre de Platão, através de sofismas bem elaborados, trouxe para a filosofia o comportamento ético-moral.
Graças as suas magnificas lições, foi possível ampliar o pensamento filosófico, ensejando a possibilidade de uma existência feliz, quando respeitados os valores que elevam o ser e o distinguem do bruto, do pessimista, do hedonista ou do simplesmente atormentado pelos conflitos psicológicos.

Com base na imortalidade da alma, ele permitiu que se entendessem as questões e os enigmas antigos e atuais do seu tempo, esclarecendo quem é o ser humano, de onde vem, para onde vai e por que sofre...

Apoiando-se em reflexões profundas a respeito da vida, após exercer algumas profissões que não preencheram o seu mundo íntimo, compreendeu que a sua ascendência influenciava fortemente a sua maneira de ser transcendente...

Seu pai, Sofrônico, excelente escultor,  destacou-se nessa arte, que ele também aprendeu, mas não a exerceu. Mais tarde, ele concluiu que também era um escultor, porque arrancava a alma da argamassa externa e a embelezava com o conhecimento, dando-lhe brilho e oferecendo-lhe a grandeza da sabedoria.

Sua mãe, Fenaréta, era parteira, e ele percebeu que ela era responsável por trazer vidas a existência terrena, lutando para que sobrevivessem a genitora e o nascituro, descobrindo-se,  também nessa condição de alguma forma, por mostrar, esforçar-se para... levar o conhecimento àqueles prisioneiros da ignorância, orientando-os na vida que lhes oferecia com segurança.

Com esse raciocínio elevado, apresentou a sua maiêutica, que se caracteriza com as mesmas condições propiciadas pela parteira, fazendo parir todas as criaturas, iniciando-as na busca das verdades eternas, dos princípios morais essenciais à felicidade.

Lutou obstinadamente pela verdade, entregando-se em totalidade.

Avançou, através das etapas da existência, iluminando consciências, tendo sempre na mente a fatalidade da morte com o seu caráter libertador.

Denunciado por Mileto, Anito e Licons, por corromper a juventude e negar a autoridade dos deuses pátrios, foi levado a julgamento e evitou defender-se, tendo em vista a sua existência grandiosa.

Foi condenado à morte e manteve o conceito oferecido pelo oráculo de Delfos para a sua existência: Conhece-te a ti mesmo...

Recusou a liberdade proposta pelo seu discípulo Críton, que o convidou a escapar do cárcere, graças ao suborno do guarda que cuidava do seu cativeiro, escolhendo a desencarnação digna à existência covarde e fugaz...

Sorveu a cicuta em paz e recomendou que pagassem a dívida de um galo a Asclépio (ou Esculápio), o deus da medicina...

Assim passa a jornada humana, por mais se alongue na direção do tempo sempre imutável.

Diz-se, que o tempo passa... apesar da  sua inexorabilidade, todos e tudo atravessam-no enquanto ele fica inalterado...

Se estás na juventude da viagem humana, valoriza a oportunidade, conquistando conhecimentos e esforçando para que no futuro não lamentes nem te arrependas tardiamente das ações praticadas no passado.

Se estás na fase adulta, observa as mudanças que ocorrem no teu organismo e transforma as experiências em tesouros que te tragam sabedoria para bem viveres, seja em qual situação se te apresente.

Se alcanças a longevidade, aplica o que armazenastes em conhecimentos e vivencias edificantes, de modo que os teus sejam dias de harmonia e de ação dirigidos para a plenitude.

Poucos querem alcançar a idade avançada, mas também não desejam desencarnar, o que é um paradoxo. O problema, não é viver pouco ou muito no corpo, mas bem viver o tempo que lhe seja permitido...

Passam as horas de alegria na juventude, assim como as de expectativas dolorosas.
Que tenhas a lucidez de aprender cada lição que possa ser diretriz e segurança no amanhã.

Cada período da vida traz características próprias que devem ser valorizadas, tirando delas os mais uteis aprendizados.

Muitas vezes, a velhice é marcada pelo desgaste orgânico, pelos distúrbios emocionais e pelos transtornos profundos da mente... Mas quase sempre, representa a forma equivocada ou não decorrentes de encarnações anteriores.

Por isso da mesma forma que se pensa na previdência econômica para o período mais difícil, não se deve esquecer da de natureza imortalista, que é a preparação do futuro espiritual, cultivando pensamentos saudáveis e em atividades enobrecedoras.

Iludido na enfibratura carnal, o Espirito retarda a autoiluminação, olvida os deveres mais importantes, deixando-se envenenar pelas fixações sofredoras e pelas condutas extravagantes.

É natural que, na idade avançada, os frutos dessa sementeira infeliz sejam amargos, quando não tóxicos...

Mesmo assim, depois, as mudanças que se impõem ao corpo, a degeneração dos tecidos e os desejos insaciáveis sejam devastadores.

Vive, de maneira que o conhece-te a ti mesmo que, em todas as épocas da vida, preserves a sabedoria, a paz e o amor.

Iluminando a ética-moral de Sócrates, neste mundo relativo, em que tudo assim passa, o Mestre Jesus propôs o amor que se transforma em benção de caridade, plenificando o ser humano para sempre.

O conhecimento, o amor, e a caridade são portanto valores que nunca passam ficando como sabedoria espiritual para a glória do ser na conquista da sua imortalidade vitoriosa.

Texto de Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Franco, no livro, Ilumina-te, trabalhado e editado por Adáuria Azevedo Farias. 14/l0/2017.