As
conquistas externas (continuação)
A
legítima psicoterapia objetiva conduzir o indivíduo ao redescobrimento da sua realidade,
da sua origem espiritual, da finalidade existencial, do seu futuro imortal que
se lhe transformam em alicerces de segurança para as lutas contínuas, evitando
a projeção dos seus conflitos nos outros, assumindo a culpa e libertando-a do
inconsciente que jaz produzindo sombra e desar.
Quando
Jesus enunciou que é necessário tomar a sua cruz e seguí-lO, Ele propôs a conquista
da autoconsciência, a definição para assumir as próprias responsabilidades, ao
invés de permanecer-se divagando em torno de como encontrar o melhor processo
para o equilíbrio, que não se expressa em formas exteriores ou mediante as
fugas de transferência de responsabilidades, ou para os prazeres que se extinguem,
por mais se prolonguem...
A
psique necessita de apoio transcendente para proporcionar elementos dignificadores,
por intermédio da realidade em que todos se encontram mergulhados, elegendo
aqueles que são mais compatíveis com as aspirações e as possibilidades, de
execução.
Todos
dependem de Deus, porque, afinal, estamos mergulhados em Deus, sendo necessário
reconhecê-lO em nós, a fim de que O manifestemos por intermédio do
comportamento emocional e das ações sociais, familiares, espirituais...
Quando
indagaram a Jung se ele creditava em Deus, respondeu com humildade e sabedoria,
que não necessitava de crer, informando: - Eu
sei, não preciso acreditar...
Há
uma continua batalha para definir-se Deus e atribuir-Lhe exclusivamente
caráter religioso, limitando-Lhe a grandeza, o que falta àqueles que pensam e
se libertaram das crenças ligeiras, negá-lO, porque a sua visão é mais ampla e
abrangente do que a limitada proposição do fanatismo religioso. Se for
considerado como a vida, por exemplo, passa a existir naquele que O imagina,
porquanto a Sua realidade somente pode ser aceita pela consciência depois que
se começa a concebê-lo.
Sem
um valor maior, que mereça investimento, ninguém se arvora à luta, ao
sacrifício, porque tudo superficial logo perde o sentido. É semelhante a
determinados tipos de metas humanas, que são imediatas, como conseguir coisas,
posses, amealhar fortuna, conviver com pessoas, e ao alcançá-los, terminando o
objetivo, surgem as frustrações e os desencantos.
Há
pais que se entregam à educação dos filhos, depositando neles todas as suas aspirações
e também insatisfações, esperando compensação quando os mesmos adquiram a idade
adulta. Quando essa ocorre, e os descendentes são convidados a seguir a própria
existência, atormentam-se, acreditam-se abandonados, sofrem depressões, perdem
o sentido existencial...
O
Significado da vida não é esse compromisso breve da existência.
Mas
o mesmo fenômeno ocorre com o trabalho, com a carreira profissional, com as
aspirações políticas e culturais, artísticas e religiosas... Alcançando o
patamar programado, a ausência de nível mais elevado conduz ao tédio, ao
desinteresse, à perda de sentido da vida...
Isto
porque a educação infantil é feita de ilusões que escravizam e se transformam
em metas primordiais, tornando-se uma proposta neurótica e destituída de
significado. Descobrir o destino e trabalhá-lo, programar essa fatalidade
honorável e saudável é o objetivo da vida, aquele que proporciona saúde
integral, porque não é conquistado de um para outro momento, não se reduz a
encantos tansitórios, não é monótono, apresentando-se sempre novo e situado um
passo à frente.
À
medida que a religião enfraqueceu nas famílias, o desinteresse pelo ser
espiritual igualmente padeceu atrofia emocional, deixando-se que cada um eleja,
quando oportuno, o seu conceito de vida e de espiritualidade, como se fosse
crível permitir-se que alguém primeiro se contamine de alguma enfermidade para
depois expor-se aos perigos que a mesma proporciona.
A
criança deve sentir o valor da família, compreender o significado desse grupo
social reduzido, a fim de poder conviver com aquela outra, a social e ampla,
com ideias religiosas liberais e enriquecedoras, a fim de amadurecer
psicologicamente com segurança e respeito pela existência.
Uma
visão infantil bem trabalhada pelos pais e educadores permanecerá
conduzindo-lhe a vida para toda a existência. Os diferentes símbolos de cada fase
etária serão decodificados e transformados com naturalidade sem choques nem
perdas, substituídos por outros mais oportunos e significativos, que abrirão
espaço para o encontro com a realidade existencial desvestida de fantasmas e de
bichos papões.
Os
mitos pessoais, as fantasias, os complexos e os sonhos não realizados quando se
expressam naturalmente, são superados pelas conquistas do discernimento e da
razão, da contribuição da psique, unindo as duas fissões numa só significação.
Final do texto, porém o
cap.6, O SER HUMANO EM CRISE EXISTENCIAL, do livro Em Busca da Verdade, escrito por Divaldo Pereira Franco, ditado elo espírito Joanna de Ângelis,
continuará na próxima postagem.
Postado dia 22/10/13.
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