quarta-feira, 6 de novembro de 2013


SAÚDE E DOENÇA

(CONTINUAÇÃO) 

Quase ninguém, que seja portador de normalidade, pode viver indefinidamente na inconsciência de si mesmo. Os mecanismos que regem o corpo e a mente propiciam inevitavelmente o despertar dos interesses para aquilo que já não atende aos hábitos, porque repetitivo, sem sentido psicológico, monótono, despertando o herói adormecido que tem necessidade de ir a um país longínquo, onde as experiências são todas novas e desafiadoras. 

É necessário investir os recursos da mente e da emoção – talentos preciosos – aguardando que se multipliquem e ofereçam rendimento de saúde e de paz. 

Quando isso não ocorre, a saturação e a indiferença pelos familiares e amigos estabelece-se, levando o indivíduo a patologias delicadas. 

Na parábola dos talentos, pode-se identificar o Senhor que emprestou os recursos aos servos, como o Self portador de infinitas potencialidades, que sempre as distribui, a fim de que sejam canalizadas para a multiplicação de resultados bons. 

É de relevância, portanto, que o Self, na condição de deus interior, enseje a aquisição de uma crença, religiosa de preferencia, destituída de fanatismos e cultos extravagantes, para melhor desenvolver-se, contribuindo para a diluição de toda a sombra, harmonizando o anima-us de maneira a experienciar os benefícios da existência . 

A crença em Deus, o conhecimento de Jesus, não mais como arquétipos, mas sim, como realidades que transcendem a compreensão imediata do ego e que se encontram ínsitos no Self, proporciona ilimitada satisfação de viver e de lutar, por poder-se considerar a grandeza do Homem de Nazaré e as Suas vitórias incessantes como exemplo para todos, representando a saúde integral.  

Nesse particular, o cientista dedicado, mesmo que desvinculado de qualquer crença religiosa, à semelhança do artista, vivencia uma experiência também religiosa em face da anuência do Self com os objetivos existenciais a que se entrega, proporcionando autorrealização e alegria de viver muito responsáveis pela saúde.  

São também essas habilidades talentos valiosos, que devem ser considerados como aquela maior importância entregue pelo Senhor – o Self  - ao servidor da vida...

O confronto, portanto, entre o Self e o ego, normalmente na segunda fase da vida do ser humano, nesse período de conscientização, é inevitável, com todas as consequências benéficas para a saúde. 

Nessa fase, pode ocorrer o que se denomina efeitos colaterais do surgimento dessa força grandiosa, que é o Self, dando lugar a alguns desconfortos emocionais e físicos, que não podem ser considerados doenças, mas resultado das naturais transformações que se vêm operando no mundo íntimo do indivíduo que se conscientiza da realidade. Como o ego é perseverante, pode utilizar-se da circunstância e infundir entusiasmo exagerado, quase narcisista, no qual a necessidade de buscar-se a tranquilidade da natureza, a meditação, a prece, apresentando-se a tentação de o mesmo converter-se em guia e líder de outros, infelizmente sem a estruturação plena para empreendimento de tal natureza. 

Nessa fase, em contínuo esforço para a perfeita filtragem entre o inconsciente coletivo e o Self, tem surgimento a personalidade-mana, cuja energia poderosa que invade o ser necessita ser orientada. A criatividade, quase inevitavelmente, pode surgir como um mecanismo saudável para a sua diminuição, em face da sua aplicação, proporcionando uma canalização bem direcionada, que harmoniza o indivíduo. Essa criatividade pode ressumar do perispírito – em forma de inconsciente coletivo – onde se encontram registradas as experiências transatas, que ora se expressam em forma de arte, de pensamento, de ciência, de tecnologia... Nesse despertar do mana, a consciência desempenha o seu papel relevante, que é o de estabelecer parâmetros elevados para que sejam alcançados os objetivos que, por extensão, transformam-se em saúde e libertação das doenças. 

Para que sejam alcançadas essas metas surgem continuamente os desafios, que emulam ao avanço e são constantes, pois que, vencido um, logo surge outro mais amplo e complexo, impondo a necessidade de encontrar-se um significado psicológico de alta magnitude para a existência. 

Nesse processo de estruturação da realidade psicológica e espiritual do ser, após o enfrentamento da sombra e sua aceitação, harmonizando o anima-us, logo se torna factível conectar-se com todas as coisas existentes, em contínuos fluxos de sentimentos, tais sejam as montanhas e vales, os vegetais e animais, as criaturas humanas... 

Desse modo, o Self torna-se a razão única da natureza essencial do ser – o Espirito imortal!

A busca da saúde, nesse sentido, transforma-se em um objetivo próximo, insuficiente, no entanto, para alcançar-se a totalidade, a individuação, que se amplia no sentido existencial em relação ao mundo em que se vive. 

Com esse comportamento, as aspirações multiplicam-se, quebrando as amarras do egoísmo e libertando as manifestações altruísticas responsáveis pelo progresso do sociedade e do próprio indivíduo. 

Nesse sentido, para ser conseguido o êxito a educação dos sentimentos é de alta significação para a existência saudável, o que equivale dizer, um comportamento jovial e feliz nas mais diversas situações, quando enfermo ou sem doença declarada. 

Como a saúde não pode ser considerada como falta de doença, mas um estado agradável de vida, no qual as ocorrências internas podem ser perfeitamente administradas, sem danos ou prejuízos para as atividades normais, não poucas vezes ocorrem desgastes que, mais tarde, se apresentam como desestruturações dos equipamentos orgânicos exigindo tratamento e equilíbrio emocional.

Nesse processo que leva ao numinoso, o binômio saúde-doença cede lugar à saúde integral, aquela que resulta do perfeito equilíbrio interior do ser humano. 

Nem sempre, porém, o individuo consegue esse estado de harmonia a sós, necessitando de ajuda especializada, para que tenha a coragem de avançar guiado pelo país longínquo, a fim de que evite os transtornos que lhe deram experiência, mas que muito martirizaram o filho pródigo, filho pródigo que todos são na busca da sua realidade. 

Vigilante, portanto, o Self distribui talentos e cobra a sua aplicação, deixando de ser prepotente, como o era na fase primária, relevando o ser que se é, em outra hipótese, o que poderá ser, nessa formosa aventura da autoconquista. 

Saudável, o ser encontra a plenitude... 

Final do texto, mas também do cap.7, A POSSIIVEL SAÚDE INTEGRAL livro  EM BUSCA DA VERDADE, por Divaldo Franco, ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

Postado dia 06/11/13

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