terça-feira, 19 de novembro de 2013


A BENÇÃO DA GRATIDÃO

 

O que caracteriza o ser psicológico maduro são os sentimentos nobres e entre esses sentimentos um dos mais importantes é a gratidão. 

A vida é, um hino de louvor à Vida, de gratidão incontida.

Vida é vibração da harmonia existente em todo universo.

Limitada às formas de expressões pelas quais se manifesta, é desafio em desdobramento constante na busca de significado.

Quando as etapas de crescimento emocional liberta o Espírito da sombra que o perturba, nele se apresenta a luz da verdade, como compreensão dos valores importantes integrando-o na harmonia do Universo. 

Buscando a perfeita identidade, na fusão equilibrada do eixo ego-self, percebe que viver é vivenciar gratidão por tudo que lhe acontece e vive.

A gratidão, é a força que desintegra a possibilidade da degradação do sentido existencial.

Filha da maturidade alcançada pela razão, sobrepõe-se ao instinto, é conquista grandiosa por tornar possível o equilíbrio que traz para aquele que a sabe dar.

Na imaturidade emocional, acredita-see que a gratidão é uma retribuição pelo bem ou pelos favores que se recebe, sendo essa uma forma de devolução, ao menos em parte. Quando se devolve algo dos recursos recebidos, que têm significados saudáveis, age-se como reconhecimento. Na realidade trata-se de uma convenção, um efeito da oferta e da procura ou vice-versa. 

O instinto de preservação da vida, trabalhando pelos interesses imediatos, age, muitas vezes, por ações retributivas, principalmente quando estimulado ao prazer. 

A gratidão traz significado mais profundo, não se limita ao ato da recompensa habitual. É mais grandioso, porque traz satisfação tornando-se também terapêutico. 

Todo ser que é grato, que compreende a importância da gratidão real, tem saúde física, emocional e psíquica, porque sente alegria de viver, compartilha de todas as coisas, é atuante na sociedade, criativo e alegre. 

Predomina, nas massas, que infelizmente diluem a identidade do indivíduo, porque confunde os valores éticos e comportamentais, a ingratidão, é herdeira da soberba, do orgulho, da prepotência, todas vindas do instinto, transformadas em sombra perturbadora. Como consequência, aquels que assim agem vivem inquietos, perturbam-se e desequilibram os demais, desenvolvendo as doenças parasitas da agressividade, da violência ou da autocompaixão, entregando-se aos conflitos e mantendo mecanismos de transferência de responsabilidade. Sem conseguir compreender a finalidade existencial, a busca de um sentido para autorrealização, tornam-se omissos até no que se refere aos seus insucessos, entregando-se a condutas esquisitas pensando poder esconder ou encobrir os conflitos que trazem. 

Tal conduta estranha é responsavel por alguns mitos que se encontram no inconsciente, e esses modelos desculpistas são recursos de autoapaziguamento, no intuito de conciliar a consciência que exige clareza e compreensão com o ego que prefere a ilusão. 

O self (o eu profundo, o ser real, o ser espiritual) imaturo sofre o efeito do ego dominador e atribuindo-se méritos que não tem, acreditando-se credor de todas as vantagens que lhe são cedidas, sempre querendo mais recursos que infelizmente não o preenchem. Nesse estágio conquista bens que não sabe usar que juntam em armários ou em bancos, somando vaidade e tirania sem se integrar no conjunto social onde se movimenta. E quando o faz, destaca-se pelo orgulho e falso poder externo, compensando as angustias internas com a bajulação e o aplauso dos outros, onde exibe qualidades que gostaria de ter.

Quer sempre ter mais, sem buscar ser melhor.

Quer ser respeitado, na realidade ser temido, ao invés de     ser amado, por ter dificuldade de amar, o que lhe traz insegurança e mal-estar disfarçados nos vícios sociais, como o álcool, as drogas da moda, o tabaco, o sexo apressado sem o sentimento emocional compensatório. 

Recolhe onde não semeou, por acreditar que tem direitos que ainda não conquistou, sem o dever de repartir solidariedade e alegria. 

Com postura agressivo-defensiva, para juntar sem oferecer, vendo inimigos onde existem apenas desconhecidos que não foram conquistados e simpatizantes que não foram atraídos no seu fechado circulo de egoísmo. 

Armado, em vigília contínua, em vez de amando em todas as circunstâncias, pela irradiação de desequilíbrio que é o seu estado interno.

Introverte-se, quando deveria espraiar-se como as águas generosas do regato diluindo as fixações que o retém na infância da evolução antropológica...

O sentido existencial é feito de conquistas internas, aplicadas em favor da gratificação. 

Conforme se recebe, doa-se, e, na proporção que é aceito e querido, mais ama e melhor agradece.

A gratidão é uma benção que se desconhece, seu valor tem sido sempre considerado em sua forma simplista e primária, sem o conteúdo psicoterapêutico que a reveste. 

Quando se pensa na gratidão, se pensa quase que em devolver parte do que se recebeu, o que a torna insignificante e sem valor. Sendo essa uma visão material imediatista, sem os conteúdos psicológicos renovadores. 

Quando vemos uma rosa exalando perfume levado pela brisa, está aí a gratidão do vegetal que transformou terra e agua em aroma delicado. 

O Sol, responsabiliza pela preservação da vida em muitas manifestações, oscula o lamaçal sem assimilar-lhe os odores podres e acaricia as pétalas das flores sem tomar-lhes o aroma agradável. Essa é a sua forma de agradecer a finalidade para que foi criado...

Quando o Espírito alcança o objetivo do seu significado imortal e entende esse objetivo com a compreensão lúcida, abençoa tudo e todos, agradecendo pela oportunidade de fazer parte do seu conjunto. 

A gratidão deve ser um estado interior que cresce e mimetiza com doações da alegria e da paz.

Por isso, aquele que agradece com um sorriso, uma palavra, uma expressão facial em silêncio ou uma canção oracional, com o bem que espalha é sempre feliz, vivendo pleno. Enquanto, aquele que sempre espera receber, que faz e busca a resposta da gratidão, que se movimenta e faz atos nobres, mas espera o reconhecimento alheio, ele está negociando de forma imatura, tornando-se instável, neurastênico, e inquieto. 

Quando se é grato, não se experimenta decepção ou queixa, porque nada espera do que realiza.

Portanto a busca, da autorrealização é alcançada a partir do momento em que a gratidão exerce o seu predomínio no self (EU REAL, EU PROFUNDO, SER ESPIRITUAL) sem sombra perturbadora, constituindo-se numa sublime benção de Deus.  

Continuação, ou melhor etapa 2 do texto transcrito e estudado do livro PSICOLOGIA DA GRATIDÃO, pelo Espirito Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco. da pp.20-25.

Postado em 18/11/13.

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