BUSCA
INTERIOR
(continuação)
Outras marcantes
experiências levaram-no a interessar-se pela fenomenologia mediúnica, sendo ele
próprio instrumento constante para a sua ocorrência, especialmente quando, na
Inglaterra, passando fins de semana numa residência assombrada no ano de 1920,
confessou o estado de ansiedade que o dominava à noite, quando ocorriam
diversas manifestações estranhas, ruídos que se assemelhavam ao roçar da seda e ao gotejamento. Entretanto,
foi nessa ocasião que observou uma aparição, à distancia de cinquenta centímetros,
sobre um travesseiro, que era a cabeça de uma mulher, em constituição
semissólida com um dos olhos semiaberto que nele se fixava. Ao término do fenômeno,
que se prolongou por alguns minutos, ele acendeu uma vela e ficou o resto da
noite sentado em uma poltrona meditando.
Mas essa foi, somente, uma
das muitas ocorrências parapsíquicas que lhe sucederam durante a existência
desde a infância, devendo-se recordar que a sua genitora havia sido
médium, e que o seu avô referia-se ao
aparecimento da esposa desencarnada, que se sentava numa poltrona que mantinha
no seu gabinete e lhe ditava alguns sermões.
Ainda, segundo informações da
sua secretária Aniela Jaffé, o grande pesquisador participou, conforme fizera
antes com sua prima, no começo da sua carreira, de experimentos com o extraordinário
investigar Schrenck-Notzing, tendo como médium o famoso Rudi Schneider, que
produzia fenômenos de materialização. Isso durante o ano de 1920. Mais tarde,
em 1930, assistiu a outras experiências de materialização com o referido
investigador e outros cientistas.
Em decorrência de muitas
reflexões nesse campo, acentuou, oportunamente: Se, de um lado, nossas faculdades críticas duvidam de todo caso individual de aspecto espírita, somos,
contudo, incapazes de-monstrar um caso sequer de não-existência de Espíritos. Devemos,
por esse motivo, limitar-nos, a esse respeito, a julgamento non liquet, ou seja, não está claro, a
coisa oferece dúvida, não está bem esclarecida, há necessidade de maiores informações.
Noutra
oportunidade, escreveu: Embora eu nunca
tenha feito qualquer notável pesquisa original nesse campo (psíquico), não hesito
em declarar que observei uma quantidade suficiente de tais fenômenos (participando,
então, das surpreendentes pesquisas do barão Albert Schrenck-Notzing), que me convenceram inteiramente de sua realidade.
Não pôde
Jung dedicar-se a esse campo experimental porque a sua tarefa cientifica era
outra, à qual deu toda a existência, abrindo horizontes quase infinitos para a
psique, em favor da construção da psicologia analítica, muitas vezes combatida
com vigor pelos adversários gratuitos de todas a ideias novas.
O espaço
das pesquisas ficou em aberto para os seguidores e discípulos do valoroso mestre
do estudo da realidade esmagadora, procedendo
a pesquisas exaustivas, nele mesmo e nos seus pacientes, para mergulhar mais no
contexto histórico e psicológico da vida.
A mediunidade,
inerente a todos os seres humanos, em diferenciado grau de desenvolvimento,
influi no comportamento do ser psicológico, dando lugar a conflitos parapsíquicos,
muitas vezes interpretados como pertencentes à realidade objetiva.
O ser
humano é, desse modo, muito mais complexo do que a dualidade psique-corpo,
mente-matéria, nele se encontrando o Espírito imortal e o seu envoltório
perispiritual encarregado da modelagem das formas físicas nas multifárias
reencarnações.
Mediante
a visão espiritual do ser, muitos conceitos junguianos encontram conformação de
alto significado, por estarem centrados na realidade subjetiva expressa por intermédio
da vasta fenomenologia mediúnica e pela conjuntura de ser o indivíduo possuidor
de recursos não próprios, que se lhe associam mediante o intercambio com outros
seres desencarnados que o cercam e que fazem parte do seu comportamento psíquico,
emocional e físico.
A busca
interior não se pode deter na periferia da realidade física, mas penetrar no cerne
do ser e das suas faculdades, ampliando o elenco de realizações com a visão do
indivíduo indimensional, o Self com
os seus atributos divinos.
Conclusão
do texto introdutório do cap.9, porém a transcrição do cap. 9, BUSCA INTERIOR ,terá continuidade
na próxima postagem.
Postado
dia, 25/11/13.
Nenhum comentário:
Postar um comentário