segunda-feira, 25 de novembro de 2013



BUSCA INTERIOR
(continuação)
Outras marcantes experiências levaram-no a interessar-se pela fenomenologia mediúnica, sendo ele próprio instrumento constante para a sua ocorrência, especialmente quando, na Inglaterra, passando fins de semana numa residência assombrada no ano de 1920, confessou o estado de ansiedade que o dominava à noite, quando ocorriam diversas manifestações estranhas, ruídos que se assemelhavam ao roçar da seda e ao gotejamento. Entretanto, foi nessa ocasião que observou uma aparição, à distancia de cinquenta centímetros, sobre um travesseiro, que era a cabeça de uma mulher, em constituição semissólida com um dos olhos semiaberto que nele se fixava. Ao término do fenômeno, que se prolongou por alguns minutos, ele acendeu uma vela e ficou o resto da noite sentado em uma poltrona meditando.
Mas essa foi, somente, uma das muitas ocorrências parapsíquicas que lhe sucederam durante a existência desde a infância, devendo-se recordar que a sua genitora havia sido médium,  e que o seu avô referia-se ao aparecimento da esposa desencarnada, que se sentava numa poltrona que mantinha no seu gabinete e lhe ditava alguns sermões.
Ainda, segundo informações da sua secretária Aniela Jaffé, o grande pesquisador participou, conforme fizera antes com sua prima, no começo da sua carreira, de experimentos com o extraordinário investigar Schrenck-Notzing, tendo como médium o famoso Rudi Schneider, que produzia fenômenos de materialização. Isso durante o ano de 1920. Mais tarde, em 1930, assistiu a outras experiências de materialização com o referido investigador e outros cientistas.
Em decorrência de muitas reflexões nesse campo, acentuou, oportunamente: Se, de um lado, nossas faculdades críticas duvidam de todo caso individual de aspecto espírita, somos, contudo, incapazes de-monstrar um caso sequer de não-existência de Espíritos. Devemos, por esse motivo, limitar-nos, a esse respeito, a julgamento non liquet, ou seja, não está claro, a coisa oferece dúvida, não está bem esclarecida, há necessidade de maiores informações.
Noutra oportunidade, escreveu: Embora eu nunca tenha feito qualquer notável pesquisa original nesse campo (psíquico), não hesito em declarar que observei uma quantidade suficiente de tais fenômenos (participando, então, das surpreendentes pesquisas do barão Albert Schrenck-Notzing), que me convenceram inteiramente de sua realidade.
Não pôde Jung dedicar-se a esse campo experimental porque a sua tarefa cientifica era outra, à qual deu toda a existência, abrindo horizontes quase infinitos para a psique, em favor da construção da psicologia analítica, muitas vezes combatida com vigor pelos adversários gratuitos de todas a ideias novas.
O espaço das pesquisas ficou em aberto para os seguidores e discípulos do valoroso mestre do estudo da realidade esmagadora, procedendo a pesquisas exaustivas, nele mesmo e nos seus pacientes, para mergulhar mais no contexto histórico e psicológico da vida.
A mediunidade, inerente a todos os seres humanos, em diferenciado grau de desenvolvimento, influi no comportamento do ser psicológico, dando lugar a conflitos parapsíquicos, muitas vezes interpretados como pertencentes  à realidade objetiva.
O ser humano é, desse modo, muito mais complexo do que a dualidade psique-corpo, mente-matéria, nele se encontrando o Espírito imortal e o seu envoltório perispiritual encarregado da modelagem das formas físicas nas multifárias reencarnações.
Mediante a visão espiritual do ser, muitos conceitos junguianos encontram conformação de alto significado, por estarem centrados na realidade subjetiva expressa por intermédio da vasta fenomenologia mediúnica e pela conjuntura de ser o indivíduo possuidor de recursos não próprios, que se lhe associam mediante o intercambio com outros seres desencarnados que o cercam e que fazem parte do seu comportamento psíquico, emocional e físico.
A busca interior não se pode deter na periferia da realidade física, mas penetrar no cerne do ser e das suas faculdades, ampliando o elenco de realizações com a visão do indivíduo indimensional, o Self com os seus atributos divinos.
Conclusão do texto introdutório do cap.9, porém a transcrição do cap. 9, BUSCA INTERIOR ,terá continuidade na próxima postagem.
Postado dia, 25/11/13.
 

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