A
CONSCIÊNCIA DA GRATIDÃO
Conforme a psique desenvolve
a consciência, de forma a superar os níveis primitivos somados à sombra, conquista
a capacidade da gratidão com mais facilidade.
A sombra, que resulta do, egoísmo
somado com interesses inferiores que busca
escapar, ocultando-os no inconsciente, é a grande adversária do sentimento de
gratulação. Querer aparentar o que ainda não conquistou bloqueado pelos hábitos
doentios, projeta os conflitos nas outras pessoas, sem a compreensão necessária
para confiar e servir. Utilisando-se dos outros, acredita que todos agem da
mesma forma, cabendo a ele fruir o melhor quinhão, pela impossibilidade de ampliar
a generosidade, que lhe traria o amadurecimento psicológico para a convivência
social saudável, para o desenvolvimento dos valores nobres do amor e da solidariedade.
A miopia emocional vinda do
predomínio da sombra no comportamento do homem dificulta-lhe a visão da harmonia
que existe na vida, desde os fenômenos mágicos
da vida até os estéticos e fundamentais para a sobrevivência harmônica e feliz.
A sombra trabalha para o
ego, com raras exceções, quando se vincula ao self, evitando qualquer possibilidade de comunhão fora do seu
círculo estreito de caráter autopunitivo, porque se compraz em manter a sua
vítima em culpa contínua, que busca ocultar, mantendo, no seu recesso, uma
necessidade autodestrutiva, porque incapaz de enfrentar-se e solucionar os seus
mascarados enigmas.
As imperfeições morais que
não foram modificadas pelo processo de sua diluição e substituição pelas
conquistas éticas maltrata o ser, tornando-o refratário, ou hostil aos
movimentos de libertação.
Como consequência não há no
seu emocional, espaço para o louvor, o júbilo, a gratidão.
Satisfazem-se em mecanismos
de fuga ou transferência, de modo que fiquem
em paz e aparente uma situação que não existe.
E assim, os conflitos vindos
de outras encarnações e tornaram-se importantes parte do ego predominam no
indivíduo inseguro e sofredor, que se esconde na autocompaixão ou na vingança,
para chamar a atenção, receba compensação narcisista, aplauso, guardando suspeitas
infundadas quanto à validade do que lhe é dado, por saber que não merece de tais tributos...
Acumuladas e preservadas as
sensações que se transformaram em emoções de suspeita e ira, descontentamento e amargura, projetam-nas nas
demais pessoas, por não acreditar em lealdade, amor e abnegação.
Se alguém se dedica ao bem
na comunidade, é considerado dissimulador, por ser essa a sua atitude (da
sombra).
Se outro reparte alegria e solidariedade,
a inveja que lhe está arquivada no
inconsciente denomina-o bajulador e
pusilânime, já que, por sua vez, não conseguiria desempenhar as mesmas tarefas
com naturalidade. A falta de maturidade afetiva isola o individuo na amargura e
autopunição.
Todos os seus impedimentos mascara
e transfere para os outros, assumindo posição crítica impiedosa, puritanismo
exagerado, buscando desconsiderar os bons comportamentos do próximo que lhe
inspiram antipatia.
Age assim porque a sua consciência adormecida, não habituada a expressão
da fraternidade e da compreensão, que só se harmonizando com o grupo onde vive
é que vai poder tornar-se plena.
Autoconscientizando-se da
sua estrutura emocional pela compreensão do dever, que significa amadurecer, fará
o parto libertador do ego, retirando dele as suas feridas, polindo as camadas
externas como ocorre com o diamante bruto que esconde o brilho das estrelas que
estão no seu interior.
Não é combater, mas entender
e amar, porque, no processo
antropológico, em determinado período, o que hoje são sombras ajudou-o a vencer
as adversas condições do meio ambiente, das expressões primarias da vida, por
isso se transformou em bem estruturado mecanismo de defesa.
Aperfeiçoá-lo, adotando novas
condutas que o aprimorem, é respeitá-lo, ao mesmo tempo que se liberta das
fixações perversas com relação à atualidade com aceitação de outras condições
próprias ao nível de consciência lucida em cuja busca avança.
Conseguindo esse despertar
de valores, é inevitável a saída da sua individualidade para a convivência com a
coletividade, onde mais se aprimorará, aprendendo a conquistar emoções
superiores que o enriquecerão de alegria e paz, deslumbrando-se com as bênçãos
da vida que embelezam tudo, compreendendo em vez de reclamando sempre, pela
impossibilidade de percebê-las.
A sombra desempenha papel fundamental na construção do ser, que a
deve direcionar no rumo do self
portador da luz da razão e do sentimento profundo de amor, decorrente da sua
origem transpessoal de essência divina.
O ingrato, por seu atraso emocional,
reclama de tudo, desde os fatores climáticos aos humanos de relacionamentos,
desde os orgânicos aos emocionais, sempre com o instrumento da acusação, da
autojustificação ou do mal-estar a que se agarra em mecanismo de fuga da
realidade.
Nos níveis nobres de consciência de si e da cósmica, a gratidão envolve-se de alegria,
e os sentimentos não se limitam ao eu,
ao meu, amplia-se ao nós, a mim e você, a todos juntos.
A gratidão é a assinatura de
Deus na Sua obra.
Quando se enraíza no
sentimento humano conquista harmonia interna, liberação de conflitos, saúde
emocional, por brilhar como estrela na imensidão sideral...
Por extensão, aquele que é
agradecido torna-se veiculo do sublime autógrafo, marcando a vida e a natureza
com a presença d’Ele.
A consciência responsável
age sem disfarce, diluindo a contaminação
dos miasmas ( emanação fétida oriundas
de animais ou plantas) que é portador o inconsciente coletivo gerador de
perturbações e instabilidade emocional, que produz conflitos bélicos, de arrogância, de crimes
seriais, de todo tipo de violência.
Quando o egoísta insensatamente
aponta as tragédias do cotidiano, as aberrações que arrastam a sociedade, só vê
o lado mau e negativo do mundo, está exumando os seus sentimentos inconscientes
arquivados, vibrantes, sem a coragem de externa-los, de dar-lhes campo livre no
consciente.
Quando alguém combate a
guerra, a pedofilia, a hediondez que se alastram em toda parte, apenas
utilizando palavras desacompanhadas dos valores positivos para os eliminar do
mundo, conhece-os bem no íntimo e propõe a imagem do salvador, quando deveria
impor à consciência o labor de diluição, despreocupando-se com o exterior, sem
lhes dar vitalidade emocional.
Além das palavras são os
atos que devem ser considerados como recursos de dignificação humana.
A paz de fora começa na
intimidade de cada ser. Da mesma forma é
a gratidão. Ao invés do anseio de
recebê-la, importa tornar-se-lhe o doador espontâneo e curar-se de todas as chagas,
propiciando harmonia generalizada.
A vida sem gratidão é
estéril e sem significado existencial.
Texto
estudado da obra PSICOLOGIA DA GRATIDÃO, pelo espírito Joanna de Ângelis,
psicografado por Divaldo Pereira Franco. pp.34-38.
Postado
em 28/11/13.
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