EXPERIÊNCIAS
VISIONÁRIAS
Continuação do capítulo 11.
No processo da aplicação da imaginação ativa existe um período ou
fase em que o indivíduo que aspira à individuação, havendo atingido um maior
grau de interpretação das experiências e vivências não fruídas, após
desfrutá-las, pode avançar com mais coragem e aguardar que se deem as experiências visionárias.
A vivência dessas vidas não vividas consegue proporcionar
uma ressignificação à existência terrena, eliminando do inconsciente as
frustrações e inseguranças defluentes do não as haver experienciado, sequer
pela imaginação criativa.
As experiências visionárias acontecem em duas etapas: a primeira
quando o aprendiz se encontra
preparado, conforme a tradição esotérica, o
mestre aparece; a segunda, quando fenômenos paranormais ocorrem,
chamando-lhe a atenção para outra dimensão da vida que não é exclusiva da
jornada material.
Em ambos os casos é certo que
os mais notáveis psicólogos informam que podem tratar-se de delírio do
inconsciente ou de fantasias místicas. Nada obstante, são reais, demonstrando a
indestrutibilidade do Espírito, expressando-se como o self.
Certamente existem aquelas
que têm caráter psicopatológico, englobadas como fenômenos mediúnicos de
obsessão, e aqueloutras portadoras de iluminação para o sensitivo que se torna
instrumento do mundo além da matéria, demonstrando que o significado da vida
prossegue mesmo após o túmulo, onde não é consumida.
Na visão unilateral
materialista da psicologia, Deus – como figura mitológica ou transferência neurótica
do pai fisiológico para o transcendental – utilizou-Se de muitas representações
humanas para encarar a Sua criação, como é o caso da escada de Jacó no estado onírico, que a construiu para servir de
acesso ao céu e de descida na direção da Terra. Assim sendo, o inconsciente
coletivo da humanidade construiria essa escada
em forma de visões humanas, atendendo assim à necessidade de entendimento dos mistérios da própria vida.
Sem nenhuma dúvida ocorrem fenômenos
dessa ordem, que são catalogados como de natureza anímica, por procederem do próprio
sensitivo, outros, no entanto, transcendem-lhe a psique e revelam-se
procedentes de outra dimensão, como nos casos da psicografia com duas mãos, das
correspondências cruzadas, do profetismo, da xenoglossia – ou faculdade de
comunicar-se em idioma totalmente desconhecido do paciente, incluindo línguas mortas
e até extintas -, tanto quanto nas formidandas manifestações ectoplásmicas ou
de materializações.
São portadoras de uma
finalidade significativa que é despertar o ser humano para a sua imortalidade,
para os deveres com a própria iluminação, para a aquisição da saúde integral, PARA
A EXCELSA GRATIDÃO PELA HONRA DE VIVER NO CORPO E PODER LIBERTAR-SE DELE,
PROSSEGUINDO VIVO. (grifo meu)
Normalmente produzem grandes
mudanças no comportamento para melhor, por libertar inicialmente o paciente de
constrições espirituais danosas, como no caso dos transtornos obsessivos, da
culpa, em razão de se pacificar com aquele a quem afligiu ou infelicitou em experiência
anterior, facultando-lhe alegria de viver, após superar o fantasma da morte
como aniquilamento da vida.
Essas experiências mediúnicas
sucedem-se com a vontade ou não daquele que lhe é instrumento desde a infância ou
surgem nos mais diferentes períodos da existência física.
Podem ter início durante um
processo de enfermidade, tanto quanto em plena fase de saúde e de total
harmonia psicofísica.
Dilatando a percepção psíquica
constitui um sexto sentido conforme a
definição abalizada do Prof. Charles Richet, que se dedicou a estudá-las por
mais de quarenta anos...
Irrompem às vezes
suavemente, como delicada brisa emocional ou se apresentam como tempestades que
causam preocupação, merecendo cuidadosos comportamentos especializados, de modo
que as torne portadoras de equilíbrio e de utilidade.
Allan Kardec estudou-as
longamente, realizando observações práticas e cuidadosas com mais de mil
portadores da peculiar faculdade, classificando todas as suas manifestações e
catalogando-as como de natureza orgânica, por sediar-se no cérebro, tal como
ocorre com a inteligência, a memoria, as aptidões artísticas e culturais,
religiosas e científicas...
O preconceito vigente do século
XIX como tudo quanto transcendesse aos padrões estabelecidos e às superstições
em que se alicerçavam algumas crenças religiosas castradoras e punitivas
procurou erradicar dos seus estudos nas áreas acadêmicas tudo quanto pudesse
parecer místico, qual fez o severo Sigmund Freud. A sua intolerância foi tão
extrema, ao abraçar a ditadura da libido,
que interrompeu o relacionamento com Jung, a partir de quando este em visita à
sua residência em Viena acompanhou os estalidos produzidos na estante de
livros, procurando esclarecer que se tratava de uma emanação catalíptica e que se iriam repetir, conforme sucedeu...
O mestre, sempre receoso de
que os misticismos pudessem incorporar-se à nascente psicanálise, procurou escoimá-la
de qualquer remota confusão, mantendo-se adversário inclemente inclusive da
religião, que considerava como sendo uma neurose
da sociedade.
Quando em Paris,
participando das experiências hipnológicas realizadas pelo eminente anatomopatologista
Jean-Martin Charcot, recebeu de Charles Richet, auxiliar do mestre, o Tratado de metapsíquica humana, que era
a síntese das pesquisas do sábio fisiologista, não a examinando sequer
superficialmente. Quarenta anos depois, ao fazê-lo, lamentou-se pelo tempo
transcorrido, informando que, se o tivesse realizado antes, teria encontrado
muito material para as próprias pesquisas e conclusões.
Apesar disso, os fenômenos foram
estudados por outros não menos nobres cientistas que os confirmaram, após submeterem
os médiuns aos mais rigorosos instrumentos de controle, a fim de os impedirem
de fraudar, conseguindo comprovar a realidade das manifestações espirituais que
ocorriam simultaneamente em diferentes países do mundo...
Garimpando todas as
informações e observando as manifestações espirituais que ocorriam diante dele,
Allan Kardec apresentou O livro dos médiuns,
que é um tratado incomum sobre a imensa fenomenologia paranormal, partindo
da possiblidade de existirem Espíritos até às conclusões vigorosas da sua
realidade e da sua interferência na vida humana, no comportamento e na saúde,
nos relacionamentos afetivos nas animosidades, nos fenômenos da natureza, nos
intrincados enigmas da psicometria,
do profetismo e das aparições...
Graças a essa contribuição,
diante da imensa gama de portadores de transtornos de variada gênese, podem-se
introduzir as perturbações de natureza obsessiva igualmente como desencadeadores
de transtornos e problemas afilgentes.
Desse modo, no quadro das experiências visionárias podem-se sem
sombra de dúvida incluir os fenômenos anímicos e mediúnicos como responsáveis
por um grande número delas, convidando o ser humano à individuação.
Ainda nesse particular há
lugar para a gratidão aos imortais,
porque se preocupam com todos aqueles que ainda se encontram no envoltório
material e não se recordam da procedência espiritual, auxiliando-o para
preparar-se para o retorno ao grande lar que é sempre inevitável.
Final do texto, porém o
cap.11, GRATIDÃ COMO CAMINHO PARA A INDIVIDUAÇÃO, do livro PSICOLOGIA
DA GRATIDÃO, escrita por Divaldo Franco , Espirito Joanna de Ângelis.
Postado dia 07/11/13.
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