(continuação)
A
concentração racional com meditação reflexiva igualmente constitui um recurso
de fácil aplicação diária para conquista do Self,
por ensejar o autoconhecimento, a observação do que se é, descobrindo-se os
tesouros que estão ao alcance, mediante o vir-a-ser.
Aquele
que se impede a autoidentificação, permanece na periferia da existência,
facilmente aturdido ante as ocorrências, sempre considerando-as perturbadoras e
destituídas de significados, quando, conscientemente enfrentadas, podem
transformar-se em valiosas conquistas de plenificação interior.
Ninguém
se pode afligir pelo simples fato de ser humano, de ter inclinações
tormentosas, que são resultados de vivências malogradas, que serão superadas com
disciplina e vontade resultante da seleção das aspirações que fazem parte da
agenda de cada pessoa.
Quando
o indivíduo se compreende, havendo conseguido esse entendimento a respeito do
ser que é, muito mais fáceis se lhe tornam os enfrentamentos dos desafios e dos
problemas, porque, libertando-se dos complexos de inferioridade e da
necessidade da culpa, assim como da autopunição, considera-os essenciais à
evolução. Todo processo de transformação exige sacrifício e luta, como é
natural. No que diz respeito às de natureza psicológica, evidentemente dever
ser analisadas com decisão firme para superá-las, bem como produzir bem-estar e
alegria pela oportunidade de encontrar-se ativo, produzindo sempre para melhor.
A
essa conquista denominamos como o bem, porque proporciona satisfações elevadas,
portadoras de resultados saudáveis.
Quem
se conhece é possuidor de sabedoria a um passo da autoiluminação que o torna
profundamente feliz.
Avançar
com segurança, destituído dos conflitos geradores de transtornos de variada
qualificação, é conquista que se encontra ao alcance de todo aquele que opta
pela integral consciência de Si-mesmo.
Aquele
que se ignora caminha inseguro e enfermo emocional, buscando soluções fora
dele, realizando processos de transferência da culpa, a fim de poder
suportar-se, de não tombar em situações lamentáveis de desajustes psicológicos
mais graves.
O
objetivo essencial da existência terrena é o de autoconhecer-se, de penetrar os
imensos abismos do inconsciente
atual, a fim de descobrir os objetivos da vida, enquanto adquire recursos para
alcançar a superconsciência e captar as mensagens superiores da imortalidade,
que o convidam à autosuperação dos impedimentos enquanto desenvolvem as
aptidões dignificadora.
Ninguém
consegue o estado de paz sem a harmonia entre a psique, a emoção e o físico. Certamente,
não será pela falta de ocorrências desagradáveis, que sempre sucederão, mas
pelo compreendê-las na condição de necessárias, responsáveis pelos progressos e
pelas inevitáveis transformações após descobri-las.
Quem
alcança o acume de um monte, venceu todos os obstáculos que se encontravam pelo
caminho... Nenhuma ascensão é fácil, o mesmo ocorrendo com a autotransformação
para melhor.
É
compreensível que haja uma aceitação normal do estado em que muitos se
encontram, acomodados às circunstâncias, sem aspirações relevantes. Nesse nível de consciência de sono as necessidades atêm-se mais àquelas orgânicas,
quais sejam alimentar-se, dormir, exercer o sexo, num círculo de automatismos
primários. Como o progresso é
inevitável, lentamente despertam as ambições emocionais, por saturação das físicas,
e ocorre a mudança para o nível de consciência
desperta (ainda semiadormecida, porque há prevalência da anterior),
aparecendo anelos não habituais, desconforto em relação ao já vivenciado,
insatisfação diante da vida...
O
Self desenvolve-se mediante os
esforços existenciais que lhe facultam o despertar dos tesouros adormecidos,
produzindo a imaginação, a ambição de crescimento, o desejo de conquistas
novas. São, portanto, muito saudáveis, alguns estados de mal-estar, de queixa,
de tristeza, desde que se não transformem em tormento, em hábito doentio de
reclamação inoperante, mediante a qual a pessoa justifica a própria indolência.
Quem
se basta com o habitual permanece em hibernação de consciência, aguardando que fenômenos-dor
o sacudam, provocando-lhe a busca da renovação e a disposição para mudanças psicológicas,
para novas aspirações que lhe constituirão objetivos a trabalhar.
O
Si-mesmo é a fonte da vida do corpo
em todas as suas expressões: psíquicas, emocionais e físicas. Nele residem os dínamos
geradores de todos os recursos para a existência humana, e, quando liberto das
injunções do processo material na Terra, ei-lo que, ideal e numinoso, avança na
direção da plenitude.
Todos
os esforços devem ser aplicados pelo ser consciente na autoconquista, na
superação das forças atávicas do ontem e na atração dos iluminados patrimônios da
superconsciência.
É
um retorno, de alguma forma, à deusa, uma
reconquista do que foi mal aplicado ou perdido no processo da evolução.
Esse
lutador vitorioso, que alcança a compreensão lógica da existência, torna-se modelo
e arrasta outros, porque o exemplo de felicidade contagia todos quantos se encontram na desdita e na insegurança.
Esse
talento sublime que a vida oferece a
todos – a oportunidade de evoluir e de descobrir o infinito – tem que ser
multiplicado, a fim de que o Senhor da Abundância se regozije e propicie a
conquista do reino dos Céus, que nele
se encontra e necessita de exteriorizar-se.
Quem
conquista os outros, perde-se em conflitos, em relação aos métodos, nem sempre
nobres de que se utilizou, experimentando insegurança quanto à vitória
aparente. Mas aquele que se conquista a si mesmo, esse atingiu a meta
estabelecida pelo processo evolutivo e é feliz.
Final
do texto, porém o cap.7, A POSSÍVEL SAÚDE INTEGRAL, continuará na próxima
postagem.
Postado
dia 01/11/13.
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