sexta-feira, 1 de novembro de 2013



A CONQUISTA DO SI
(continuação)

A concentração racional com meditação reflexiva igualmente constitui um recurso de fácil aplicação diária para conquista do Self, por ensejar o autoconhecimento, a observação do que se é, descobrindo-se os tesouros que estão ao alcance, mediante o vir-a-ser.
 
Aquele que se impede a autoidentificação, permanece na periferia da existência, facilmente aturdido ante as ocorrências, sempre considerando-as perturbadoras e destituídas de significados, quando, conscientemente enfrentadas, podem transformar-se em valiosas conquistas de plenificação interior.
 
Ninguém se pode afligir pelo simples fato de ser humano, de ter inclinações tormentosas, que são resultados de vivências malogradas, que serão superadas com disciplina e vontade resultante da seleção das aspirações que fazem parte da agenda de cada pessoa.
 
Quando o indivíduo se compreende, havendo conseguido esse entendimento a respeito do ser que é, muito mais fáceis se lhe tornam os enfrentamentos dos desafios e dos problemas, porque, libertando-se dos complexos de inferioridade e da necessidade da culpa, assim como da autopunição, considera-os essenciais à evolução. Todo processo de transformação exige sacrifício e luta, como é natural. No que diz respeito às de natureza psicológica, evidentemente dever ser analisadas com decisão firme para superá-las, bem como produzir bem-estar e alegria pela oportunidade de encontrar-se ativo, produzindo sempre para melhor.
 
A essa conquista denominamos como o bem, porque proporciona satisfações elevadas, portadoras de resultados saudáveis.

Quem se conhece é possuidor de sabedoria a um passo da autoiluminação que o torna profundamente feliz.

Avançar com segurança, destituído dos conflitos geradores de transtornos de variada qualificação, é conquista que se encontra ao alcance de todo aquele que opta pela integral consciência de Si-mesmo.

Aquele que se ignora caminha inseguro e enfermo emocional, buscando soluções fora dele, realizando processos de transferência da culpa, a fim de poder suportar-se, de não tombar em situações lamentáveis de desajustes psicológicos mais graves.

O objetivo essencial da existência terrena é o de autoconhecer-se, de penetrar os imensos abismos do inconsciente atual, a fim de descobrir os objetivos da vida, enquanto adquire recursos para alcançar a superconsciência e captar as mensagens superiores da imortalidade, que o convidam à autosuperação dos impedimentos enquanto desenvolvem as aptidões dignificadora.

Ninguém consegue o estado de paz sem a harmonia entre a psique, a emoção e o físico. Certamente, não será pela falta de ocorrências desagradáveis, que sempre sucederão, mas pelo compreendê-las na condição de necessárias, responsáveis pelos progressos e pelas inevitáveis transformações após descobri-las.

Quem alcança o acume de um monte, venceu todos os obstáculos que se encontravam pelo caminho... Nenhuma ascensão é fácil, o mesmo ocorrendo com a autotransformação para melhor.

É compreensível que haja uma aceitação normal do estado em que muitos se encontram, acomodados às circunstâncias, sem aspirações relevantes.  Nesse nível de consciência de sono as necessidades atêm-se mais àquelas orgânicas, quais sejam alimentar-se, dormir, exercer o sexo, num círculo de automatismos primários. Como o progresso é inevitável, lentamente despertam as ambições emocionais, por saturação das físicas, e ocorre a mudança para o nível de consciência desperta (ainda semiadormecida, porque há prevalência da anterior), aparecendo anelos não habituais, desconforto em relação ao já vivenciado, insatisfação diante da vida...

O Self desenvolve-se mediante os esforços existenciais que lhe facultam o despertar dos tesouros adormecidos, produzindo a imaginação, a ambição de crescimento, o desejo de conquistas novas. São, portanto, muito saudáveis, alguns estados de mal-estar, de queixa, de tristeza, desde que se não transformem em tormento, em hábito doentio de reclamação inoperante, mediante a qual a pessoa justifica a própria indolência.

Quem se basta com o habitual permanece em hibernação de consciência, aguardando que fenômenos-dor o sacudam, provocando-lhe a busca da renovação e a disposição para mudanças psicológicas, para novas aspirações que lhe constituirão objetivos a trabalhar.

O Si-mesmo é a fonte da vida do corpo em todas as suas expressões: psíquicas, emocionais e físicas. Nele residem os dínamos geradores de todos os recursos para a existência humana, e, quando liberto das injunções do processo material na Terra, ei-lo que, ideal e numinoso, avança na direção da plenitude.

Todos os esforços devem ser aplicados pelo ser consciente na autoconquista, na superação das forças atávicas do ontem e na atração dos iluminados patrimônios da superconsciência.

É um retorno, de alguma forma, à deusa, uma reconquista do que foi mal aplicado ou perdido no processo da evolução.

Esse lutador vitorioso, que alcança a compreensão lógica da existência, torna-se modelo e arrasta outros, porque o exemplo de felicidade contagia todos quantos se encontram na desdita e na insegurança.

Esse talento sublime que a vida oferece a todos – a oportunidade de evoluir e de descobrir o infinito – tem que ser multiplicado, a fim de que o Senhor da Abundância se regozije e propicie a conquista do reino dos Céus, que nele se encontra e necessita de exteriorizar-se.

Quem conquista os outros, perde-se em conflitos, em relação aos métodos, nem sempre nobres de que se utilizou, experimentando insegurança quanto à vitória aparente. Mas aquele que se conquista a si mesmo, esse atingiu a meta estabelecida pelo processo evolutivo e é feliz.

Final do texto, porém o cap.7, A POSSÍVEL SAÚDE INTEGRAL, continuará na próxima postagem.

Postado dia 01/11/13.

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