sexta-feira, 22 de novembro de 2013


 

EMOÇÕES E SENTIMENTOS

Os estudos nessa área foram profundamente influenciados pelo psicólogo estadunidense Paul Ekman (1934 - ) ao pesquisar sobre a universalidade das emoções. Ekman, no livro A linguagem das emoções, descreve que inicialmente, influenciado por antropólogos e sociólogos, elaborou um projeto acreditando que as expressões e gestos eram socialmente aprendidos e culturalmente variáveis. Porém, ao longo de estudos, debates e contratempos, desenvolveu estudos interculturais de expressão facial das emoções, constatando que mesmo em lugares muito diversos como nos Estados Unidos, no Japão e no Brasil existiam expressões faciais semelhantes em culturas diferentes. Seu Estudo teve maior impacto ao estudar culturas pré-letradas, sem nenhuma familiaridade com qualquer cultura a não ser a sua própria, em lugares isolados como Papua – Nova Guiné e que lhe permitiu desenvolver ao longo de mais de 40 anos de estudos, a teoria da universalidade das emoções.
Outra referencia importante nesta área foi a do psiquiatra estadunidense Eric Bern (1910 – 1970), criador da análise Transacional (definida como uma teoria da personalidade e uma psicoterapia sistemática para o crescimento e a mudança pessoal.) Ele estabeleceu em sua teoria cinco emoções básicas autenticas: raiva, medo, tristeza, alegria e afeto. Dividiu-as em dois grupos, sendo as três primeiras consideradas desagradáveis e as duas ultimas consideradas agradáveis.
Na obra Atitudes Renovadas, JOANNA DE ÂNGELIS, propõe a divisão em positivas e negativas, conforme o propósito e as consequências da emoção. Com isso entendemos que uma emoção como a tristeza, considerada socialmente negativa, pode ser extremamente positiva se bem conduzida, levando o sujeito à reflexão e ao ajustamento, ou à depressão se não trabalhada. Já uma emoção como a alegria, que por todos é considerada positiva, se mal conduzida pode ter função encobridora, tentando aniquilar a tristeza ou medo, ou mesmo pode conduzir o indivíduo à euforia (transtorno de humor).
E qual seria, então, a diferença entre emoção e sentimento?
Alguns autores afirmam que os limites nesta área são realmente problemáticos, por isso não propomos uma diferenciação unanime  destes dois conceitos. Encontraremos, sim, diferentes concepções, sendo impossível ante esta diversidade uma única e absoluta diferença que atendesse todas as teorias sobre as palavras e os conceitos. No entanto, defenderemos um posicionamento teórico que parece ir ao encontro da proposta oferecida pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Segundo o psicólogo Daniel Goleman “ o Oxford English Dictionary  define emoção como qualquer agitação ou perturbação da mente, sentimento, paixão; qualquer estado mental veemente ou exitado” GOLEMAN, Inteligência Emocional, p.303.
Podemos entender a partir do primeiro conceito que sentimento e emoção são sinônimos, quando diz que “emoção se refere a um sentimento e seus pensamentos distintos, estados psicológicos e biológicos, e uma gama de tendências para agir”.
Para Goleman, além das emoções existem outros três elementos: a) estado de espírito – é mais contido e tem duração maior que a emoção, como a irritação ou a rabugice; b) temperamento – é a disposição para evocar determinada emoção ou estado de espírito, que torna as pessoas melancólicas ou tímidas; c) distúrbios da emoção – determinam um estado tóxico do indivíduo como a depressão ou a ansiedade crônica.
No Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, a palavra emoção é definida como:
Ato de deslocar, movimentar; agitação de sentimentos; abalo afetivo ou moral; turbação, comoção; reação orgânica de intensidade e duração variáveis, geralmente acompanhada de alterações respiratórias, circulatórias etc e de grande excitação mental. Provém do francês emotion ‘perturbação moral’. Derivado tardio do latim ‘motio’ ‘movimento, perturbação’ (HOUAISS 2001,verbete).
A emoção é vista como um deslocamento, uma movimentação, podendo ter diferentes intensidades que promovam este abalo, com fortes componentes orgânicos (alteração do sistema nervoso simpático), incluindo alterações respiratórias, circulatórias e do sistema digestivo.
As emoções são a força da natureza dentro de cada um, assim como tem dias que o céu fica carregado pelas nuvens pesadas do ambiente, descarregando através de raios e trovoadas, também sofremos descargas internas por forças das tensões geradas internamente em nós. O estado emocional é como uma paisagem dinâmica que expressa as forças mobilizadoras de nosso ser mais elementar. Quando falamos de emoções estamos na ordem de processos mais primitivos, sem que isso necessariamente tenha uma conotação negativa.
Aqui interrompo, porém o texto terá sua continuação na próxima postagem.
Postado dia 22/11/13.

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