segunda-feira, 4 de novembro de 2013


 

BINÔMIO SAÚDE-DOENÇA 

A aquisição da saúde real, integral, constitui meta primordial a ser alcançada por todas as pessoas. 

Caracterizando-se pelo bem-estar emocional, equilíbrio psíquico, harmonia fisiológica e normalidade socioeconômica, a saúde é um tesouro – talento – cuja estabilidade resulta de inúmeros fatores, especialmente os derivados do comportamento moral. Embora a hereditariedade desempenhe um papel fundamental para a sua vigência, a constituição genética do ser obedece à influência do Espírito quando da programação reencarnatória, em face das necessidades evolutivas impostas pelas Soberanas Leis. 

Sendo o Espirito responsável pelos atos perpetrados, especialmente aqueles de natureza negativa, que são geradores de sofrimentos e desaires nos outros, todos eles insculpem-se nas delicadas tecelagens do corpo perispiritual, nelas imprimindo o mapa das necessidades reparadoras que se delinearão no código genético, no qual encontram os recursos materiais para a sua manifestação. 

Dessa maneira, surgem os fenômenos teratológicos, as deficiências mentais e limitações orgânicas, as dificuldades psicológicas, os tormentos de toda e qualquer natureza física, assim como um sistema imunológico incapaz de defender a maquinaria em que se hospeda pelo renascimento, experimentando, em consequência, enfermidades de diversos teores que constituem os mecanismos de reparação moral e espiritual necessários à paz. 

Quando os fatores que proporcionam a doença não são resultado da negligência e dos abusos cometidos durante a jornada atual, como é muito comum, especialmente em relação à inobservância dos elementos preservadores do equilíbrio e do processo de desenvolvimento psicofísico, são as heranças do pretérito as responsáveis pelas ocorrências penosas e desgastantes que ressumam em forma de doenças crônicas, transitórias, repetitivas, ocasionais... 

Compreende-se que o nobre instrumento corporal, de acordo com a maneira como é utilizado, experimente alterações compatíveis com o uso, seja do ponto de vista estrutural orgânico, seja de natureza mental ou emocional. Essa tríade que constitui a realidade do ser – mental, emocional e fisiológica – é regida pelo Self que, dominado pelo ego sob os impulsos do primarismo, mantendo o desequilíbrio de qualquer natureza abre espaço a disfunções normais, como ocorre com qualquer veículo mal utilizado ou cuja manutenção se faça precária. 

Pode-se afirmar que a enfermidade também resulta do natural processo de envelhecimento celular, do desgaste neuronal e do seu contínuo desaparecimento, do enfraquecimento do fluido vital que mantem o equilíbrio geral, anunciando o fenômeno inevitável da morte. Apesar disso, é possível, mesmo com as diversas disfunções e deperecimento de forças, manter-se um estado saudável, harmônico, propiciador de alegria e de atividades responsáveis pelo perfeito ajustamento do indivíduo no grupo social. 

Em razão da anterioridade das experiências humanas e de relacionamentos, renasce-se no clã familiar, no qual se encontram geneticamente os elementos básicos propiciatórios ao programa de elevação moral e espiritual, em vez de naqueles que se gostaria de viver. Nesse grupo doméstico, é muito comum encontrar-se também os familiares inamistosos de ontem que voltam a reunir-se a fim de reorganizar-se, trabalhando as imperfeições, retificando a direção dos sentimentos vis de outrora, através da fraternidade, do respeito que deve viger entre todos. 

O cérebro não é, por isso mesmo, uma folha de papel em branco, segundo a acepção de diversos estudiosos das doutrinas psicológicas. Certamente, na sua constituição, é destituído de quaisquer marcas, que são assinaladas posteriormente pelo Espírito em processo de reencarnação... 

Normalmente, em razão das diversas situações criadas nas existências anteriores, defronta-se uma genitora perversa ou descuidada, uma super-mãe ou uma inimiga tenaz que agride e magoa sem qualquer condescendência. Noutra circunstância, é o genitor irresponsável ou atormentador, alcoólatra ou déspota, que parece desforçar a infelicidade que o caracteriza na prole, especialmente nesse ou naquele descendente, o mais comprometido, portanto, no grupo doméstico. De igual modo, irmãos e demais membros do clã serão constituídos por companheiros de caminhada anterior, nem sempre ditosa ou digna, dando lugar à felicidade do grupo ou aos mal-entendidos frequentes geradores de desdita e de crimes, não poucas vezes, hediondos: abusos de toda ordem, especialmente pedofilia, parricídio, infanticídio, uxoricídio, perseguições sistemáticas... 

Por essa razão, existem as famílias que se vinculam pelos laços espirituais e aquelas que resultam dos fenômenos biológicos, portanto, consanguíneas.

Em ambas se apresentam os sucessos necessários aos impositivos da evolução. 

Quando se está consciente dessa realidade, descobre-se que a saúde é um talento precioso que o  Senhor da Vida oferece ao Espirito reencarnado, e cuja aplicação lhe será cobrada posteriormente. Aquele que desperdiça a excelente oportunidade de um corpo harmônico, de um conjunto emocional e psíquico lúcido sem as inquietadoras constrições expiatórias ou provacionais, é semelhante ao servo mal, negligente, que enterrou o talento sendo o mesmo um pouco mais irresponsável porque lhe desperdiçou o valor, aplicando-o negativamente... 

Com esse conhecimento das inextricáveis ocorrências que contribuem para a saúde ou abrem espaço para as doenças, sejam aquelas congênitas ou aqueloutras adquiridas ao longo do curso existencial, o despertar do Self torna-se uma aflição para o ego totalitário e dominador. No entanto, na segunda fase da vida, quando a maturidade ocorre e o individuo já se encontra em estágio definido de extroversão ou de introversão, impõe-se-lhe o discernimento que o convida à reflexão em torno da sua realidade em relação ao transitório da existência.

Pausa no texto que será retomado na próxima postagem.

Postado dia 04/11/2013.

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