segunda-feira, 3 de março de 2014


AMAR PARA SER FELIZ

 

Amar para ser feliz

 

A Parábola do Filho pródigo compõe a trilogia contada por Jesus, como resposta ao farisaísmo desleal e atormentador.

Ele conservava o hábito da convivência com os  pecadores e os publicanos,  que por sua vez se sentiam atraídos pelos Seus ensinos libertadores.

Aqueles doentes do corpo buscavam a cura que lhes trouxesse a saúde.

Os seus enganos eram considerados compromissos graves pela intolerância religiosa e social daquela sociedade castradora e perversa. A sombra coletiva presente e dominadora sobre Israel e os seus servidores mais importantes, os fariseus, os levitas, os escribas, os sacerdotes, enganavam pela aparência exibida.

A preocupação maior encontrava-se em atender as 613 normas que se referiam ao corpo e à sociedade, mesmo que no seu interior se encontrassem prejudicados pela morte do sentimento e pela presunção de coisa nenhuma.

Mascaravam os seus conflitos porque para eles o mais importante eram os falsos prestígios e distinções, os comentários bajulatórios e a extravagância da aparência, sempre impecável, embora apodrecendo de inveja, de insatisfação, doente em espírito de difícil recuperação.

Nas parábolas psicoterapêuticas contadas por Jesus, vamos perceber que os Seus inimigos  O censuravam por conviver com os que foram excluídos da vida social, mas não censuravam a conduta dos mesmos, por serem pecadores e cobradores de impostos sempre detestados. Esqueciam-se que era natural que o Homem integral, Aquele que não tinha sombra nem mesmo nenhum tipo de conflito se aproximasse dos impuros, buscando os recuperar, e os integrar na vida.

Esqueceram, por conveniência e pela perversidade em que se satisfaziam, da grandeza do amor, da poderosa proposta libertadora que a envolve, do significado profundo que traz.

Considera-se que as três parábolas dos perdidos, a do homem que deixa o rebanho para buscar a ovelha que se perdeu, a da mulher que perdeu uma dracma e a do Filho pródigo, que se perdeu, como as do encontro e do autoencontro.

Pode-se também denominá-las de mensagens de júbilos e de misericórdias, porque todos, quando encontram o que haviam perdido, alegraram-se, convidando servos e amigos, para que se banqueteassem, para que sorrissem, para que se rejubilassem com os resultados felizes.

A saúde é jovial e enriquecedora de alegria, promove a tranquilidade e amplia a capacidade de amar.

O pai misericordioso em todos os momentos da narrativa profunda ama, tanto ao que foge na busca da autorrealização e fracassa, quanto ao  que fica ao lado, vivendo emocionalmente distante do carinho e do sentimento de ternura para com o genitor.

Em nenhum momento expressa afeto, por encontrar-se morto na sua maneira formal de comportar-se, fraco, que aparenta fidelidade, sendo apenas interesseiro, porquanto não se refere àquele que volta humilhado e despedaçado interiormente, como seu irmão. Utiliza expressão cruel com o pai e ofensiva com o sofrido, com o termo: - Esse teu filho aí...

Estava presente um desprezo intencional, somado a um,  ciúme doentio e um imensurável sentimento de vingança. Naquele momento o irmão passava a ser visto como competidor, agora reabilitado, reconquistando o direito também aos Bens do pai, e que com certeza disputaria com ele a conquista da herança...

Mas o pai, argumenta com paciência amorosa, sem censurar a conduta e o ressentimento: - Filho (menino), tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu.

O Self do pai sabia o por quê do despeito do ego do filho mais velho e buscou tranquilizá-lo, sem o conseguir no início. E acrescenta: - Mas era preciso que festejássemos e nos alegrássemos, pois esse teu irmão estava morto e tornou a viver; ele estava perdido e foi encontrado!

Somente um sentimento de amor profundo e desinteressado poderia concluir de tal maneira, na análise do comportamento do filho que retornou, ao mesmo tempo, demonstrando o significado da alegria.

O amor do pai é automático em expressar-se, em oferecer-se em júbilo.

Ao ver o filho de longe encheu-se de compaixão, lançou-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos.

Esse beijo na face é incontestável sinal de perdão e de compaixão, de renascimento e de vida. Não deu tempo ao filho ingrato de justificar-se, demonstrando-lhe que estava novamente no seu lar.

Só e somente nesse momento o desertor confessou que pecou contra ele e contra o céu, não sentindo-se mais digno de ser considerado filho.

Porque se sentia culpado esperava ser tratado como empregado, causado pela deserção, pelo desinteresse pelo pai cansado e idoso, no momento em que mais necessitava de apoio e de segurança.

O amor é, a terapia eficaz para os males que angustiam os indivíduos em especial a sociedade de forma em geral, porque desperta a reciprocidade, tirando do esconderijo do egoísmo esse sentimento inato, mas necessita de estimulo, de ser despertado, de ser trabalhado, de ser aceito.

O filho mais velho mantinha os sentimentos ressequidos, mergulhando no trabalho rotineiro e não compensador de poupar, não para o pai, na esperança da herança, e sim, para ele mesmo. Essa não era de forma alguma a manifestação do amor, como consequência era o que o fazia doente emocionalmente, mesquinho e distante.

Negando-se a entrar em casa e rejubilar-se, continuava preso ao instinto de conservação dos sentimentos doentios, não permitindo ao Self desenvolver-se, mantendo-se distante e fechado.

É preciso entrar na casa dos sentimentos e renová-los com a alegria, com a satisfação pela felicidade dos demais. É comum chorar-se com quem chora, mas, poucas vezes, sorrir-se com as alegrias dos outros, porque a inveja, filha do egoísmo, não se permite compreender a vitória, a real alegria do outro...

Na sua solidão, provavelmente o filho mais velho buscasse conquistar independência depois da morte do pai, atrair amigos e afetos, crendo que apenas o poder e o ter conseguem companhia e participação nas alegrias. Interiormente, continuaria ressequido, querendo ser amado, ser considerado, usufruindo de destaque, superando o complexo de inferioridade em que se debatia por depender do pai sem o amar...

A felicidade não é encontrada fora do amor, que é o elã sublime de ligação entre todas as forças vivas da Natureza, é o alimento das almas, fortalecimento da psique, vida e força espiritual.

Enquanto não vigorar o amor natural, o ser humano caminhará perdido num país longínquo, gastando Bens que passam de mãos deixando solitário aquele que busca as muitas presenças exteriores, vazias de companheirismo.

Quem busca o encontro, mesmo que  inconsciente do Self, percebe que apenas através de um mergulho interior, na reflexão silenciosa, é possível descobrir e dominar as riquezas adormecidos, trazendo-os para a ponte que facilitará a comunicação entre os dois eus,  identificando o ego com os valores legítimos da vida.

Os hábitos antigos como: precaver-se para sobreviver, agredir antes de ser atacado,  manter-se na retaguarda são lamentáveis experiências que criam desordem na saúde emocional e psíquica dos indivíduos.

Abrindo-se ao amor, cada pessoa vai descobrir que qualquer tipo de fuga é perturbador, e que pelo contrário, todo avanço no caminho do serviço fraternal, da solidariedade, do amor sinalisa um próximo encontro com a saúde.

Como também, o estado de semianiquilamento físico e moral do filho mais moço monstra que a fantasia a respeito da vida é perigo, e entregar-se ao prazer desmedido passa a ser frustração,  desgaste e culpa.

A autoconsciência é o elemento que deve ser buscado sempre e de forma clara, para  que se possa colher o que se deve fazer e se pode realizar em prejuízo do que se pode, mas não se deve, ou se deve mas não se pode executar.

O filho mais velho tem a religião formal, a da aparência social, mas ainda não havia encontrado o sentido existencial, o significado do amor em sua plenitude nas varias formas de expressão.

Na censura que faz, esse filho mais velho esquece-se da justiça, pensando em ser justo, pelo menos para com ele mesmo, porque acredita que apenas ele merece todas as homenagens. Dessa forma age todos os egoístas.

Esquece-se Bens são do pai, e , ainda que idoso, estando vivo, tem direito a reparti-los, a utilizá-los como lhe aprouver, já que foram os seus braços que deram início ao patrimônio,  sua administração e permanencia no trabalho  conservaram os recursos agora pleiteados obstinadamente pelo infiel que se dizia fiel...

Ainda hoje a sociedade vive de maneira farisaica, seja, censurando os pecadores e  cobradores de impostos, solicitando cada um mais atenção e cuidado, no inconsciente sentindo inveja dos prazeres que esses experimentam e eles não se encorajavam a vivenciar, frente aos preconceitos em vigor...

Não estranhe que alguém seja censurado por uma atitude, vastante criticado porque quebrou algum tabu social, não porque foi leviano, mas porque o seu censor na realidade gostaria de estar no seu lugar e não tem forças para fazê-lo, vindo, mais tarde, a viver de maneira equivalente, demonstrando o conflito em que vivia, a ferida oculta superficialmente, mas da mesma forma pútrida.

Certamente, o filho mais velho via o pai como um gerador das riquezas que desfrutaria no futuro, não como o pai generoso e amigo que também participa da vida, das suas alegrias, das suas tristezas, embora trazendo o coração angustiado pela saudade do filho perdido...

O amor abarca o mundo, e por mais se divida, jamais diminui de intensidade, ele multiplica-se e amplia-se ao infinito.

Somente no amor está a felicidade, porque nele se colhe vida e vida em abundancia, permitindo o encontro com a consciência de si, o autoencontro com o Self.

Trabalho elaborado a partir do livro Em Busca da Verdade, Divaldo Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis.

Postado em 01/03/2014.

 

 

 

 

 



 
AMAR PARA SER FELIZ 
A Parábola do Filho pródigo compõe a trilogia contada por Jesus, como resposta ao farisaísmo desleal e atormentador.
Jesus mantinha o hábito de conviver com os  pecadores e os publicanos,  que também se sentiam atraídos pelos Seus ensinos libertadores.
Aqueles doentes do corpo buscavam a cura que lhes trouxesse a saúde.
Os seus enganos eram considerados compromissos graves pela intolerância religiosa e social daquela sociedade castradora e perversa. A sombra coletiva presente e dominadora sobre Israel e os seus servidores mais importantes, os fariseus, os levitas, os escribas, os sacerdotes, enganavam pela aparência exibida.
A preocupação maior estava em atender as 613 normas que se referiam ao corpo e à sociedade, mesmo que no seu interior se encontrassem prejudicados pela morte do sentimento e pela presunção de coisa nenhuma.
Mascaravam os seus conflitos porque para eles o mais importante eram os falsos prestígios e distinções, os comentários bajulatórios e a extravagância da aparência, sempre impecável, embora apodrecendo de inveja, de insatisfação, doente em espírito de difícil recuperação.
Nas parábolas psicoterapêuticas contadas por Jesus, vamos perceber que os Seus inimigos  O censuravam por conviver com os que foram excluídos da vida social, mas não censuravam a conduta dos mesmos, por serem pecadores e cobradores de impostos sempre detestados. Esqueciam-se que era natural que o Homem integral, Aquele que não tinha sombra nem mesmo qualquer tipo de conflito se aproximasse dos impuros, buscando os recuperar, e os integrar na vida.
Esqueceram, por conveniência e pela perversidade em que se satisfaziam, da grandeza do amor, da poderosa proposta libertadora que a envolve, do significado profundo que traz.
Considera-se que as três parábolas dos perdidos, a do homem que deixa o rebanho para buscar a ovelha que se perdeu, a da mulher que perdeu uma dracma e a do Filho pródigo, que se perdeu, como as do encontro e do autoencontro.
Pode-se também denominá-las de mensagens de júbilos e de misericórdias, porque todos, quando encontram o que haviam perdido, alegraram-se, convidando servos e amigos, para que se banqueteassem, para que sorrissem, para que se rejubilassem com os resultados felizes.
A saúde é jovial e enriquecedora de alegria, promove a tranquilidade e amplia a capacidade de amar.
O pai misericordioso em todos os momentos da narrativa profunda ama, tanto ao que foge na busca da autorrealização e fracassa, quanto ao  que fica ao lado, vivendo emocionalmente distante do carinho e do sentimento de ternura para com o genitor.
Em nenhum momento expressa afeto, por encontrar-se morto na sua maneira formal de comportar-se, fraco, que aparenta fidelidade, sendo apenas interesseiro, porquanto não se refere àquele que volta humilhado e despedaçado interiormente, como seu irmão. Utiliza expressão cruel com o pai e ofensiva com o sofrido, com o termo: - Esse teu filho aí...
Estava presente um desprezo intencional, somado a um,  ciúme doentio e um imensurável sentimento de vingança. Naquele momento o irmão passava a ser visto como competidor, agora reabilitado, reconquistando o direito também aos Bens do pai, e que com certeza disputaria com ele a conquista da herança...
Mas o pai, argumenta com paciência amorosa, sem censurar a conduta e o ressentimento: - Filho (menino), tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu.
O Self do pai sabia o por quê do despeito do ego do filho mais velho e buscou tranquilizá-lo, sem o conseguir no início. E acrescenta: - Mas era preciso que festejássemos e nos alegrássemos, pois esse teu irmão estava morto e tornou a viver; ele estava perdido e foi encontrado!
Somente um sentimento de amor profundo e desinteressado poderia concluir de tal maneira, na análise do comportamento do filho que retornou, ao mesmo tempo, demonstrando o significado da alegria.
O amor do pai é automático em expressar-se, em oferecer-se em júbilo.
Ao ver o filho de longe encheu-se de compaixão, lançou-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos.
Esse beijo na face é incontestável sinal de perdão e de compaixão, de renascimento e de vida. Não deu tempo ao filho ingrato de justificar-se, demonstrando-lhe que estava novamente no seu lar.
Só e somente nesse momento o desertor confessou que pecou contra ele e contra o céu, não sentindo-se mais digno de ser considerado filho.
Porque se sentia culpado esperava ser tratado como empregado, causado por sua deserção, pelo desinteresse pelo pai cansado e idoso, no momento em que ele necessitava de apoio e de segurança.
O amor é, a terapia eficaz para os males que angustiam os indivíduos em especial e a sociedade de forma em geral, porque desperta a reciprocidade, tirando do esconderijo do egoísmo esse sentimento inato, mas que necessita de estimulo, de ser despertado, de ser trabalhado, de ser aceito.
O filho mais velho mantinha os sentimentos ressequidos, mergulhando no trabalho rotineiro e não compensador de poupar, não para o pai, na esperança da herança, e sim, para ele mesmo. Essa não era de a manifestação do amor, como consequência era o que o fazia doente emocionalmente, mesquinho e distante.
Negando-se a entrar em casa e rejubilar-se, continuava preso ao instinto de conservação dos sentimentos doentios, não permitindo ao Self desenvolver-se, mantendo-se distante e fechado.
É preciso entrar na casa dos sentimentos e renová-los com a alegria, com a satisfação pela felicidade dos demais. É comum chorar-se com quem chora, mas, poucas vezes, sorrir-se com as alegrias dos outros, porque a inveja, filha do egoísmo, não se permite compreender a vitória, a real alegria do outro...
Na sua solidão, provavelmente o filho mais velho buscasse conquistar independência depois da morte do pai, atrair amigos e afetos, crendo que apenas o poder e o ter conseguem companhia e participação nas alegrias. Interiormente, continuaria ressequido, querendo ser amado, ser considerado, usufruindo de destaque, superando o complexo de inferioridade em que se debatia por depender do pai sem o amar...
A felicidade não é encontrada fora do amor, que é o elã sublime de ligação entre todas as forças vivas da Natureza, é o alimento das almas, fortalecimento da psique, vida e força espiritual.
Enquanto não vigorar o amor natural, o ser humano caminhará perdido num país longínquo, gastando Bens que passam de mãos deixando solitário aquele que busca as muitas presenças exteriores, vazias de companheirismo.
Quem busca o encontro, mesmo que  inconsciente do Self, percebe que apenas através de um mergulho interior, na reflexão silenciosa, é possível descobrir e dominar as riquezas adormecidos, trazendo-os para a ponte que facilitará a comunicação entre os dois eus,  identificando o ego com os valores legítimos da vida.
Os hábitos antigos como: precaver-se para sobreviver, agredir antes de ser atacado,  manter-se na retaguarda são lamentáveis experiências que criam desordem na saúde emocional e psíquica dos indivíduos.
Abrindo-se ao amor, cada pessoa vai descobrir que qualquer tipo de fuga é perturbador, e que pelo contrário, todo avanço no caminho do serviço fraternal, da solidariedade, do amor sinaliza um próximo encontro com a saúde.
Como também, o estado de semianiquilamento físico e moral do filho mais moço monstra que a fantasia a respeito da vida é perigo, e entregar-se ao prazer desmedido passa a ser frustração,  desgaste e culpa.
A autoconsciência é o elemento que deve ser buscado sempre e de forma clara, para  que se possa colher o que se deve fazer e se pode realizar em prejuízo do que se pode, mas não se deve, ou se deve mas não se pode executar.
O filho mais velho tem a religião formal, a da aparência social, mas ainda não havia encontrado o sentido existencial, o significado do amor em sua plenitude nas varias formas de expressão.
Na censura que faz, esse filho mais velho esquece-se da justiça, pensando em ser justo, pelo menos para com ele mesmo, porque acredita que apenas ele merece todas as homenagens. Dessa forma age todos os egoístas.
Esquece-se que os Bens são do pai, e que, mesmo  idoso, estando vivo, tem direito a reparti-los, a utilizá-los como lhe aprouver, já que foram os seus braços que deram início ao patrimônio,  sua administração e permanência no trabalho  conservaram os recursos agora pleiteados obstinadamente pelo infiel que se dizia fiel...
Ainda hoje a sociedade vive de maneira farisaica, seja, censurando os pecadores e  cobradores de impostos, solicitando cada um mais atenção e cuidado, no inconsciente sentindo inveja dos prazeres que esses experimentam e eles não se encorajavam a vivenciar, frente aos preconceitos em vigor...
Não estranhe que alguém seja censurado por uma atitude, bastante criticado porque quebrou algum tabu social, não porque foi leviano, mas porque o seu censor na realidade gostaria de estar no seu lugar e não tem forças para fazê-lo, vindo, mais tarde, a viver de maneira equivalente, demonstrando o conflito em que vivia, a ferida oculta superficialmente, mas da mesma forma pútrida.
Certamente, o filho mais velho via o pai como um gerador das riquezas que ele desfrutaria no futuro, não como o pai generoso e amigo que também participa da vida, das suas alegrias, das suas tristezas, embora trazendo o coração angustiado pela saudade do filho perdido...
O amor abarca o mundo, e por mais se divida, jamais diminui de intensidade, ele multiplica-se e amplia-se ao infinito.
Somente no amor está a felicidade, porque nele se colhe vida e vida em abundancia, permitindo o encontro com a consciência de si, o autoencontro com o Self.
Trabalho elaborado a partir do livro Em Busca da Verdade, Divaldo Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Postado em 01/03/2014.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 



 

 

 

A GRATIDÃO E A PLENITUDE

É natural que se busque a plenitude, que significa superação do sofrimento, da angústia, da ansiedade e da culpa, em resumo é o encontro com a consciência pura, aquela consciência que sabe conduzir o carro orgânico no destino certo da iluminação. Apesar de que, ninguém  possa se libertar totalmente dos atavismos, sem conquistar hábitos novos, especialmente daqueles vindos de heranças mitológicas que o prendem à condição de humanidade, portanto estando sempre sujeito a aflições e a todas as imposições do aparelho orgânico.

Pensar em plenitude sem inquietações é uma busca quimérica, mesmo porque já a  condição de transitoriedade do corpo somático faz com que compreenda-se o fenômeno do desgaste, da degeneração que lhe é própria, das alterações e mudanças de constituição, produzindo mal-estar, dores e psicologicamente ansiedade, melancolia, inquietação.

A plenitude é harmonia entre as manifestações psíquicas, emocionais e orgânicas que são resultado do perfeito entrosamento da mente, do self que também possui alguma forma de sombra, com o ego, integrando-se sem luta, a fim de que a unidade seja readquirida.

Essa conquista numinosa, resultado da aquisição da autoconsciência, liberta o sentimento de gratidão que faz parte da autoindividuação, produzindo uma aura de mirífica luz em torno do ser vitorioso em si mesmo.

O ato de alcançar esse estado psicológico de autointegração permite a possibilidade de uma expansão da consciência na direção da Divindade, de onde vem ou origina-se e para onde volta sempre que conclui um dos muitos ciclos da aprendizagem terrena.

É da natureza, que a caminhada humana se caracterize pelas experiências psíquicas de desenvolvimento do deus interno, a que nos referimos, e da libertação de traumas que se transformam em bengalas psicológicas para desculpar o não crescimento interior, a estada na queixa, no azedume, na paralisia emocional que lhe é agradável em processo infeliz de masoquismo.

O espirito está destinado à plenitude desde que foi criado por Deus simples e ignorante, Simples, porque desprovido das complexidades do conhecimento, da razão, do discernimento, da logica, da evolução. Ignorante, por predominar a sombra no self e a não existência das possibilidades intelecto-morais que o faz crescer pelo esforço pessoal que aplica na conquista dos valores que estão ao alcance.

Natural, que haja conflitos frequentes, evidenciados por momentos de coragem e de desencanto, por anseio de crescimento e temores das conquistas libertadoras, por dúvidas e melancolia...

A sombra acompanha inevitavelmente o ser humano enquanto ele se encontra no processo de autoiluminação, abrindo espaço para a harmonia quando acontece a libertação da matéria.

Conforme Heródoto de Halicarnasso historiador grego, o nobre filósofo Sólon dialogando com o rei Creso, da Lídia, considerado o homem mais rico do mundo naquele tempo, que se considerando feliz pelos tesouros amealhados, após apresentá-lo ao sábio, perguntou eufórico, qual seria na sua (de Sólon) opinião o homem mais feliz do planeta. E porque Sólon (o gênio ateniense) tivesse respondido que havia conhecido um jovem de nome Télus, que havia se tornado famoso em Atenas pela nobreza de caráter e pela sua abnegação, a quem assim o considerava, o rei arrogante faz nova pergunta:

- E, na sua opinião, qual é o segundo homem mais feliz do mundo? – crendo que fosse citado como exemplo, passou novamente por constrangimento causado pela resposta do importante convidado, que responde haver conhecido dois irmãos que cuidavam da sua genitora e, que ao desencarnar, os dois irmãos dedicaram as sua importantes existências a servir à cidade-Estado. Creso não conseguiu disfarçar mais o desencanto e tornou-se inamistoso com o convidado, sendo o mais sábio daqueles tempos.

Sólon continuou tranquilo e, no momento da despedida, falou:

- Rei, ninguém pode afirmar-vos se sois feliz, senão depois da vossa morte, porque são muitos os incidentes e ocorrências que modificam os transitórios estados emocionais e econômicos de todas as criaturas...

De fato, mais tarde, após a morte do filho Actis, em circunstancias trágicas, e a destruição do seu país que sucumbiu às tropas de Ciro, o Grande, da Pérsia, vendo Sardes, a capital da Lídia, ardendo, e todos os tesouros nas mãos dos invasores, ele concordou com Sólon, e proclamou no poste que seria queimado vivo:

- Oh! Sólon! Oh! Sólon, como tinhas razão!

Ouvido por Ciro, o conquistador, que também amava Sólon, o filósofo, perguntou  qual o motivo para se referir ao nobre sábio, e, após contar a experiência, teve a vida poupada, tornando-se seu auxiliar no controle dos bens e foi o educador de seu filho Cambises...

A transitoriedade dos valores materiais, inclusive da argamassa celular, torna o Espírito reencarnado vulnerável às imposições normais da existência física.

Creso, pioneiro da fundição de moedas de ouro, detentor de grande fortuna em ouro trazida pelas aguas do rio Pactolo, que dividia a capital da Lídia, não acordou para ser grato à vida, pensando apenas em acumular, embora vitima das circunstancias, por ter como filho um surdo-mudo e o mesmo haver experimentado uma desencarnação trágica vitima de uma lança atirada pelo seu amigo Adasto,  filho do rei Midas, da Frígia...

O que se tem é adorno, sendo indispensável considerar-se psicologicamente o que se faz, o que se é, e o que se trabalha interiormente transformar em gratidão pela existência, pela oportunidade de autoiluminação.

A despeito da imensa fortuna, Creso não era realmente feliz, por não haver conseguido evitar o nascimento do filho limitado nem a morte do herdeiro amado e, nem, a invasão e destruição do seu reino. Mas, quando se permitiu a humildade de reconhecer que Sólon tinha razão, pode ter a sua vida e a dos seus familiares poupadas da morte perversa que sempre é dada aos vencidos.

Considere-se a frase de Ciro, quando libertou o rei e família vencidos:

- Desejo que se anote a minha generosidade, pois que, se algum dia eu vier a cair vitimado em alguma batalha, espero que se use da mesma misericórdia para comigo, conforme a uso para com ele [Creso].

São valores morais, as conquistas espirituais que respondem pela gratidão que resulta de todas as oportunidades de crescimento e de valorização da existência, enriquecendo o ser humano de generosidade, a filha dileta da sabedoria de viver.

Aquele que é grato, que é capaz de reconhecer a sua pequenez diante da grandeza da vida, sente-se pleno e feliz.

Trabalho elaborado do livro, PSICOLOGIA DA GRATIDÃO, escrito por Divaldo Franco pelo Espírito, Joanna de Ângelis.

Postado dia 07/03/2014.

 

 

 

 

 

 

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