segunda-feira, 17 de março de 2014


AUTORREALIZAÇÃO E PAZ

A verdadeira paz é conquistada pela autorrealização, coroamento do processo de autoconhecimento e da conduta dentro dos padrões do dever, que resulta em verdadeiro prazer.
Apenas o amadurecimento psicológico pode levar o indivíduo com segurança ao esforço do autoaprimoramento.
As heranças que carrega, do período de inconsciência e, depois, do predomínio dos instintos sobre a razão, são responsaveis por retardar o discernimento, levandoo-o a mais reagir do que a agir, a atender mais ao egoísmo do que ao altruísmo, fragilizando-se mais que se sublimando, com as disciplinas naturais que promovem os ideais de beleza, elevação e paz.
Somam-se os exemplos de autorrealização, independente de posição social importante, de posses expressivas, de conquista universitária, de grandes destaques.
É um estado interior de satisfação e de confiança nas possibilidades de que se dispõe e estão sempre colocadas a serviço do melhor.
Contam que uma senhora, necessitava de uma faxineira e uma amiga lhe recomendou uma pessoa credora de confiança e que trazia excelentes qualidades.
Contratou-a, por telefone, marcando dia e hora que ela deveria comparecer ao seu lar para iniciar o serviço.
Ao vê-la se surpreendeu, por seu aspecto jovial, pelo bom gosto na vestimenta e por ter vindo no seu próprio automóvel.
Delegou-lhe o que lhe cabia realizar e a autorizou a realizá-los.
A jovem, com desenvoltura, tudo executou com cuidado até o final da limpeza.
Ao final do trabalho, a auxiliar solicitou a fim de fazer uma ligação telefônica, e foi consentida.
O diálogo foi rápido e claro.
A jovem perguntou:
- A senhora está necessitando de uma faxineira?
E a outra pessoa respondeu:
- Não, eu já tenho uma.
- Eu, porém sou muito boa, cuidadosa e posso fazer um preço muito acessível.
_ Agradeço, porém, já tenho uma com esses requisitos.
- Insisto, porque não apenas cuido da limpeza, mas também aspiro, lavo, encero e tiro o lixo, deixando os banheiros brilhantes como ninguém o faz, assim como a louça muito bem cuidada e arrumada...
- Infelizmente não necessito, porque a minha faxineira é excelente e faz tudo isso.
Assim que ela desligou, a nova patroa disse-lhe penalizada:
- Ouvi a conversa e lamento que você perdeu uma nova cliente...
- Não, senhora! – respondeu a faxineira. Eu sou a faxineira dela e estava somente fazendo um teste de avaliação, de como é visto o meu trabalho, o qual me proporciona uma grande satisfação.
Quando se busca a autorrealização, todo serviço é digno e importante, de acordo com a dedicação com o qual é executado.
Enquanto houver no ser humano a presunção e a falsa consciência de superioridade por qualquer acontecimento que aparentemente o projete na sociedade, o brilho da situação confortável dificilmente lhe trará paz interior, porque a sombra lhe estará predominando no comportamento.
Quando não se reconhece a transitoriedade das circunstancias e a fragilidade orgânica na qual o Espírito viaja no processo evolutivo, os conflitos estabelecem-se, sempre disfarçados de falsos triunfos e de preconceitos doentios.
Allan Kardec, (a autora Joanna de Ângelis, refere-se novamente aqui a importância do livro Obras Póstumas, - “tema das aristocracias por considerar próprio de mais análise no subitem deste mesmo capítulo.”) num estudo sobre os vários períodos da evolução da sociedade, após examinar o poder responsável pelo controle do grupo social, considerou que a primeira etapa desse fenômeno foi de ordem patriarcal, pela natural força moral do chefe do clã, ainda numa fase de predominância dos instintos. Logo depois, a força do grupo escolheu aquele portador de mais resistência e mesmo poder de luta, surgindo o controle politico e social mediante a autoridade da força bruta, assim se estabelecendo uma segunda aristocracia. Os poderosos, em razão dos recursos que possuíam, naturalmente os passavam para os seus descendentes, incluindo a autoridade de que se encontravam revestidos. Normalmente, os débeis sempre se deixam levar pelos mais audaciosos, submetendo-se aos que sucedem aos transitórios governantes, fazendo surgir uma terceira classe,  chamada de aristocracia do nascimento. As ambições e desmandos disso decorrentes culminaram no direito divino dos reis, tornando-os respeitados e temidos.
Júlio César, por exemplo, grande conquistador e extraordinário escritor latino,  a sua obsessão pelo poder fez que se autoproclamasse como Augusto, portanto divino, apesar de sua fragilidade orgânica e dos seus conflitos de vária ordem, que transmitiria o título a outros títeres também insanos do fabuloso império romano...
A evolução cultural e ética da sociedade aos poucos desmontou a arbitrária máquina do poder aristocrático do berço, demonstrando que em todas as classes o ser humano pode atingir culminâncias, tornando-se digno e poderoso pelo esforço e o conhecimento, nascendo então a potencia do dinheiro, bajuladores, soldados, ao lado das coisas que satisfazem as necessidades emocionais e os tormentos psicológicos.
Logo se manifestaram os valores vindos da inteligência, do idealismo que removeram tronos e retiraram os dominadores perversos, abrindo espaços para uma nova aristocracia, que resultaria da união da inteligência e da moralidade, surgindo a que foi chamada pelo Codificador do espiritismo como a intelecto-moral.
Essa condição, que reúne os legítimos valores da evolução, naturalmente conduz a autorrealização e, em consequência, à paz.
As importantes conquistas das leis que já fomentam o respeito pelos direitos do próximo atestam o desenvolvimento da sociedade que avança na direção da plenificação dos seus membros.
Certamente, ainda predominam povos na atualidade que se encontram sob a governança infeliz de títeres violentos que estabelecem suas próprias leis e tornam legais o crime hediondo, o furto e o roubo por eles perpetrados, a perseguição infeliz aos inimigos, às raças e etnias que denominam como inferiores... . Por mais,  que se desenham no poder, conforme a História vem demonstrado, passam, deixando a sua marca de selvageria, que fica apagada ante os novos condutores dos destinos daqueles mesmos povos antes submetidos à crueldade, então avançando na direção das conquistas éticas da civilização que nunca para.
As guerras, que são decorrência da usura e da presunção desses infelizes pigmeus que se acreditam gigantes, logo cresçam com o saldo terrível dos sofrimentos que são impostos, e a consciência social que renasce abomina aqueles abutres humanos, ambicionando pela paz e pela solidariedade com todas as demais culturas e valores humanos respeitados.
Tal ocorrência assim tem lugar porque a marcha do progresso é ascendente e ninguém, força alguma pode deter, embora ainda permaneçam alguns bolsões de ignorância e de atraso moral, que o amor e o conhecimento conseguirão iluminar no momento próprio que nunca tarda.
Trabalho elaborado com base no livro, Psicologia Espírita, escrito por Divaldo Franco, Espirito Joanna de Ângelis.
Postado dia 15/03/2014.

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