terça-feira, 25 de março de 2014


A gratidão como terapêutica eficaz 

Vive-se, atualmente, a avidez das conquistas tecnológicas e científicas, que induz à rapidez em relação a tudo e a todos.
O tempo, que não se dilata, é responsabilizado pela impossibilidade de atender-se a todas as necessidades  impostas pelas circunstâncias.
A grande quantidade de equipamentos eletrônicos que diminuíram as distancias e facilitaram a vida, também se tornaram algozes de quem que os utilizam.
Antes, uma correspondência convencional demorava um bom período para ir ao destino e retornar a resposta ao missivista. Um telefonema pedia que se esperasse um certo tempo para poder tornar-se realidade. O rádio e a televisão, quando surgiram, eram de pouca eficiência. Apesar disso, junto a outros recursos de que se dispunha, havia tempo para que se pudesse manter os contatos pessoais, as correspondências, acompanhar-se os acontecimentos...
Com rapidez, a eletrônica e a cibernética encarregam-se de melhorar os recursos técnicos e aqueles instrumentos passaram a uma condição de maior eficiência, possibilitando comunicações imediatas, ao vivo em branco e preto, depois em cores, e a velocidade tomou conta do planeta, tornando tudo instantâneo.
O intercâmbio virtual mudou as paisagens terrestres, fazendo o mundo mais belo e mais trágico, os contatos mais rápidos e perigosos, o excesso de informações e de possibilidades de conhecer-se e de amargurar-se também...
Apesar disso, no computador ou num dos equipamentos modernos de telefonia com outros recursos, como máquina fotográfica, atendimento de internet e e-mail, mapas orientadores do trânsito, jogos, armazenamento de dados e outros instrumentos, quando, por acaso, a operação está sendo executada e prolonga-se por poucos segundos, logo o indivíduo se impacienta, irrita-se, e pensa em trocar de aparelho por encontrar-se sobrecarregado...
A volúpia do consumismo devora as suas vítimas que se lhes entregam despreparados, acreditando em gozo, sem o sentido da felicidade, em poder, sem a presença da paz interior.
Perturba-se o ser humano nesse labirinto de grandezas e misérias, perdendo a direção pessoal e a autoidentificação.
Fascinado pelas facilidades, escraviza-se a essa tecnologia de ponta e perde a noção da realidade no dia a dia existencial.
Vive-se, de algum modo, uma neurose coletiva assustadora.
Desapareceram os limites impostos pelo organismo diante da exuberância de recursos para realizações e prazeres simultâneos, trazendo também o aumento da criminalidade, causadas por mentes perversas e doentes, que usam da sua invisibilidade para darem campo às suas perturbações e delírios mentais.
Sites de morbidez multiplicam-se atraindo os jovens desequipados emocionalmente, que se tornam presas fáceis da hediondez desses psicopatas, de algum modo por descuido dos pais que lhes oferecem os equipamentos de comunicação virtual e não lhes dão as orientações necessáris ou os deixam frente aos aparelhos de televisão divertindo-se com as filmes de sexo explícito e degenerado a qualquer hora do dia ou da noite...
Como decorrencia, antes do tempo ocorre um  amadurecimento psicológico dos jovens, distorcido, mórbido, sem significado dignificante.
Ficando adultos antes do tempo, integram tribos e grupos criminosos por desafiarem o status quo, permitindo-lhes transformar os conflitos em sentimentos normais. A astúcia e a perversidade instalam-se-lhes no comportamento, levando-os a se tornarem hackers, que se satisfazem por invadir a intimidade dos outros, contaminar os computadores com vírus, formando gangues ameaçadoras e perigosas.
A loucura assume papel de normalidade e o perigo ronda a vida.
Essa alucinação torna o indivíduo soberbo, exigente, ingrato, bloqueando-lhe os sentimentos de amor e de justiça e desenvolvendo-lhe os instintos agressivos que deveriam ser disciplinados, odiando a sociedade, porque interiormente detestam-se.
Desamados, desde cedo, pelo desinteresse dos pais, com algumas exceções, vivem o abandono a que são entregues nas mãos de funcionários remunerados, pouco interessados pela sua harmonia psicológica e educação moral, e perdem o calor da afetividade que não receberam, vendo, nos genitores, apenas responsáveis pelo fornecimento dos recursos para a manutenção da vida, mas totalmente desligados dos seus problemas, das suas reais necessidades...
Antecipadamente iniciados nos prazeres do sexo sem compromisso, os vícios de imediato se lhes instalam, começando pelos medicamentos para dormir, para despertar, para se excitar e para se acalmar, transferindo-se logo depois para as drogas químicas e alucinógenas.
O desvio invade a sociedade que se equipa de recursos eletrônicos para se defender, quando se deveria equilibrar com os sentimentos de amor e compaixão para manter a saúde e a paz.
Apesar dessas inconsequências do comportamento humano, existe no interior do ser a paz e a saúde esperando oportunidade de expressar-se.
É Necessário buscar o sentido existencial, o amadurecimento pessoal pela reflexão, pelas ações de generosidade, para que se modifiquem as paisagens humanas da sociedade aflita destes dias.
Esse transtorno neurótico é resultado do que Jung chamou de “o sofrimento da alma que não encontrou seu sentido.”
Esse sentido não pode ser oferecido por ninguém, nem o psicoterapeuta tem recursos para ofertá-lo, por ser de origem e significado pessoal, propiciando o nascimento do sentido existencial que vai sendo desdobrado pelos valores morais adquiridos durante as experiências da encarnação.
É preciso que cada ser descubra a responsabilidade de ser ele mesmo, como pessoa humana condutora de valores que precisam ser multiplicados e experienciados como paradigmas de significação iluminativa. Para alcançar o estado numinoso, é indispensável tornar-se luz desde cedo ou quando possível, permitindo que se faça ampliada com o combustível de estar consciente, responsável pelos atos, sem receios nem ansiedades afligentes.
Conseguindo-se compreender que se é responsável por tudo que se lhe refere, nele se instala o significado existencial que lhe dá a noção do dever para tomar posições avaliadoras. Esse dever representa saúde ética e moral, física e emocional, psíquica e espiritual, trazendo desde já, o vir a ser sem traumas nem culpas vindas do passado.
A sombra que dominava o ego dilui-se no self consciente da superação dos desafios.
Eis, como encontrar o sentido da vida.

Texto trabalhado com base no livro, PSICOLOGIA DA GRATIDÃO, escrito por Divaldo Pereira Franco, ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Postado dia, 25/03/2014.

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