A gratidão como terapêutica eficaz
Vive-se,
atualmente, a avidez das conquistas tecnológicas e científicas, que induz à rapidez
em relação a tudo e a todos.
O
tempo, que não se dilata, é responsabilizado pela impossibilidade de
atender-se a todas as necessidades impostas pelas circunstâncias.
A grande
quantidade de equipamentos eletrônicos que diminuíram as distancias e
facilitaram a vida, também se tornaram algozes de quem que os utilizam.
Antes,
uma correspondência convencional demorava um bom período para ir ao destino e
retornar a resposta ao missivista. Um telefonema pedia que se esperasse um
certo tempo para poder tornar-se realidade. O rádio e a televisão, quando
surgiram, eram de pouca eficiência. Apesar disso, junto a outros recursos de
que se dispunha, havia tempo para que se pudesse manter os contatos pessoais,
as correspondências, acompanhar-se os acontecimentos...
Com rapidez,
a eletrônica e a cibernética encarregam-se de melhorar os recursos técnicos e
aqueles instrumentos passaram a uma condição de maior eficiência, possibilitando
comunicações imediatas, ao vivo em branco
e preto, depois em cores, e a
velocidade tomou conta do planeta, tornando tudo instantâneo.
O
intercâmbio virtual mudou as paisagens terrestres, fazendo o mundo mais belo e
mais trágico, os contatos mais rápidos e perigosos, o excesso de informações e
de possibilidades de conhecer-se e de amargurar-se também...
Apesar
disso, no computador ou num dos equipamentos modernos de telefonia com outros
recursos, como máquina fotográfica, atendimento de internet e e-mail, mapas orientadores do trânsito,
jogos, armazenamento de dados e outros instrumentos, quando, por acaso, a
operação está sendo executada e prolonga-se por poucos segundos, logo o
indivíduo se impacienta, irrita-se, e pensa em trocar de aparelho por
encontrar-se sobrecarregado...
A
volúpia do consumismo devora as suas vítimas que se lhes entregam despreparados,
acreditando em gozo, sem o sentido da felicidade, em poder, sem a presença da
paz interior.
Perturba-se
o ser humano nesse labirinto de grandezas e misérias, perdendo a direção
pessoal e a autoidentificação.
Fascinado
pelas facilidades, escraviza-se a essa tecnologia de ponta e perde a noção da
realidade no dia a dia existencial.
Vive-se,
de algum modo, uma neurose coletiva
assustadora.
Desapareceram
os limites impostos pelo organismo diante da exuberância de recursos para
realizações e prazeres simultâneos, trazendo também o aumento da criminalidade,
causadas por mentes perversas e doentes, que usam da sua invisibilidade para
darem campo às suas perturbações e delírios mentais.
Sites de morbidez
multiplicam-se atraindo os jovens desequipados emocionalmente, que se tornam
presas fáceis da hediondez desses psicopatas, de algum modo por descuido dos
pais que lhes oferecem os equipamentos de comunicação virtual e não lhes dão as
orientações necessáris ou os deixam frente aos aparelhos de televisão divertindo-se
com as filmes de sexo explícito e degenerado a qualquer hora do dia ou da
noite...
Como
decorrencia, antes do tempo ocorre um amadurecimento psicológico dos jovens, distorcido,
mórbido, sem significado dignificante.
Ficando
adultos antes do tempo, integram tribos e grupos criminosos por desafiarem o status quo, permitindo-lhes transformar
os conflitos em sentimentos normais. A astúcia e a perversidade
instalam-se-lhes no comportamento, levando-os a se tornarem hackers, que se satisfazem por invadir a
intimidade dos outros, contaminar os computadores com vírus, formando gangues ameaçadoras e perigosas.
A
loucura assume papel de normalidade e o perigo ronda a vida.
Essa
alucinação torna o indivíduo soberbo, exigente, ingrato, bloqueando-lhe os
sentimentos de amor e de justiça e desenvolvendo-lhe os instintos agressivos
que deveriam ser disciplinados, odiando a sociedade, porque interiormente
detestam-se.
Desamados,
desde cedo, pelo desinteresse dos pais, com algumas exceções, vivem o abandono
a que são entregues nas mãos de funcionários remunerados, pouco interessados
pela sua harmonia psicológica e educação moral, e perdem o calor da afetividade
que não receberam, vendo, nos genitores, apenas responsáveis pelo fornecimento
dos recursos para a manutenção da vida, mas totalmente desligados dos seus
problemas, das suas reais necessidades...
Antecipadamente
iniciados nos prazeres do sexo sem compromisso, os vícios de imediato se lhes
instalam, começando pelos medicamentos para dormir, para despertar, para se
excitar e para se acalmar, transferindo-se logo depois para as drogas químicas
e alucinógenas.
O
desvio invade a sociedade que se equipa de recursos eletrônicos para se
defender, quando se deveria equilibrar com os sentimentos de amor e compaixão
para manter a saúde e a paz.
Apesar
dessas inconsequências do comportamento humano, existe no interior do ser a paz
e a saúde esperando oportunidade de expressar-se.
É Necessário
buscar o sentido existencial, o amadurecimento pessoal pela reflexão, pelas
ações de generosidade, para que se modifiquem as paisagens humanas da sociedade
aflita destes dias.
Esse
transtorno neurótico é resultado do que Jung chamou de “o sofrimento da alma
que não encontrou seu sentido.”
Esse
sentido não pode ser oferecido por
ninguém, nem o psicoterapeuta tem recursos para ofertá-lo, por ser de origem e
significado pessoal, propiciando o nascimento do sentido existencial que vai
sendo desdobrado pelos valores morais adquiridos durante as experiências da encarnação.
É preciso
que cada ser descubra a responsabilidade de ser ele mesmo, como pessoa humana condutora
de valores que precisam ser multiplicados e experienciados como paradigmas de
significação iluminativa. Para alcançar o estado numinoso, é indispensável tornar-se luz desde cedo ou quando
possível, permitindo que se faça ampliada com o combustível de estar consciente,
responsável pelos atos, sem receios nem ansiedades afligentes.
Conseguindo-se
compreender que se é responsável por tudo que se lhe refere, nele se instala o
significado existencial que lhe dá a noção do dever para tomar posições avaliadoras. Esse
dever representa saúde ética e moral, física e emocional, psíquica e
espiritual, trazendo desde já, o vir a
ser sem traumas nem culpas vindas do passado.
A
sombra que dominava o ego dilui-se no self
consciente da superação dos desafios.
Eis,
como encontrar o sentido da vida.
Texto
trabalhado com base no livro, PSICOLOGIA
DA GRATIDÃO, escrito por Divaldo Pereira Franco, ditado pelo Espírito
Joanna de Ângelis. Postado dia, 25/03/2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário