sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014


A VISÃO ESPÍRITA

 

Na visão Espírita, os sonhos representam, dentre outras possibilidades, o registro do Espírito durante o sono, porquanto “quando afrouxam-se os laços que o prendem ao corpo e, não precisando este então da sua presença, ele se lança pelo espaço e entra em relação mais direta com os outros Espíritos.” (KARDEC, 2003, Questão 401). Respondendo ao Codificador, Allan Kardec, os Espíritos estabelecem que o sonho “é amiúde uma recordação dos lugares e das coisas que viste ou que verás em outra existência ou em outra ocasião...”

Convém recordar que, à época da Codificação, a Psicologia ainda não era uma ciência autônoma, de formação acadêmica. Entretanto, a visão espírita não nega ou entra em conflitos com as descobertas da Psicologia. Pelo contrário, possibilita que esta, com o seu avanço, adentre-se na observação do Espírito imortal, como única forma de compreender a psique com maior profundidade.

Na questão 402, os Espíritos complementam suas observações a respeito dos sonhos:

 

O sonho é a lembrança do que o vosso Espírito viu durante o sono; mas observai que nem sempre sonhais, porque nem sempre vos lembrais daquilo que vistes, ou de tudo o que vistes. Isso porque não tendes a vossa alma em todo o seu desenvolvimento; frequentemente não vos resta mais do que a lembrança da perturbação que acompanha a vossa partida e a vossa volta, a que se junta a lembrança do que fizestes ou do que vos preocupa no estado de vigília. Sem isto, como explicaríeis esses sonhos absurdos, a que estão sujeitos tanto os mais sábios quanto os mais simples? Os maus Espíritos também se servem dos sonhos para atormentar as almas fracas e pusilânimes.” (KARDEC, 2003)

 

Normalmente os Espíritos não antecipam conhecimentos a Humanidade para os quais não se encontre preparada. Sem que a Psicologia estivesse desenvolvida, como falar em sonhos enquanto manifestações do inconsciente ou mesmo arquétipos, e descreve toda a gama de relacionamentos entre consciente/inconsciente que a Psicologia ainda viria a decifrar?

No entanto, percebemos, nas entrelinhas, possibilidades dessa manifestação inconsciente, como na resposta que dão à questão 308: “os sonhos da criança não tem o caráter dos de um adulto; seu objeto é quase sempre infantil, o que é um indício da natureza das preocupações do Espírito. Nesse aspecto, verificamos que as preocupações do Espírito se fazem presentes nos sonhos. Em outro ponto ressaltam que os sonhos “muitas vezes não têm relação com o que se passa na vida corporal”, o que não exclui a possibilidade de a vida corporal influenciar nos sonhos. Interessante notar que dizem serem “também uma lembrança”, e não exclusivamente isso.

Final do texto, porém o capitulo continuará na próxima postagem. Texto escrito por Cláudio Sinoti no livro Refletindo a Alma.

Postado dia 28/02/2014.

 

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