AMBIÇÕES
PSICOLÓGICAS E TRANSTORNOS DE CONDUTA
Infelizmente
o ser humano de hoje já renasce num contexto cultural imediatista,
utilitarista, em que os valores reais são colocados em segundo plano e é
exigida a ele conquistar os de efêmera
duração, por pertencerem ao contexto material.
A
formação cultural e educacional visa principalmente a meta de destaque dos
triunfos de fora, as conquistas de possibilidades que engrandecem o ego, que o
alienam, que entorpecem os melhores sentimentos de beleza e de amor, que são substituídos
pelo poder e pelo ter, através de tais significados acredita-se vitorioso e triunfador social, econômico, político
religioso e assim por diante... Raramente se pensa na construção saudável do
ser que (re) começa a caminhada carnal, incutindo-lhe as propostas nobres de
autorrealização pelo bem, pelo reto cumprimento do dever, pelas aspirações da
beleza, da harmonia e da imortalidade. Considerados de modesto significado, que
podem ser reservado para o momento da velhice ou para quando se instalarem as
doenças, tal filosofia da comodidade suplanta a busca do equilíbrio emocional e
moral, por se manterem nos padrões de valores sensoriais.
Diante
de tal comportamento, o egoísmo marca o caminho de preparação do ser jovem, desenhando-lhe
na mente a necessidade de destacar-se na comunidade a qualquer preço, o que o
perturba nesse período da formação da personalidade e da própria identidade,
tomando como modelo o que chama a atenção: os comportamentos exóticos,
alienantes, as paixões de imediatos efeitos, sem que os sentimentos educados
possam fixar-se nos painéis dos hábitos para a construção da conduta do futuro.
Ressurgem
as culpas que até então se encontravam adormecidas no inconsciente e as
qualidades negativas, que deveriam ser corrigidas, mas que encontram ali campo favorável
para se expressar por meio da irresponsabilidade oral e comportamental em uma sociedade
excessivamente tolerante, que tudo aceita, bastando encontrar-se nos padrões do
exibicionismo, da fama, da fortuna, da passageira juventude do corpo e da sua
estética...
Por
outro lado, surgem os vícios sociais como
participação dos grupos em que se encontra,
começando pelo tabaco, seguido pelo álcool, quando não se apresentam ao mesmo
tempo, abrindo espaço para as drogas alucinógenas e destrutivas dos neurônios, do discernimento,
da saúde orgânica, emocional e mental.
Nessa
conceituação, o importante é o prazer, e tudo se aceita como natural, normal,
alegre, ainda que à custa de substancias químicas devastadoras e de
comprometimentos sexuais desgastantes.
A
cultura encontra-se permissiva e cruel, em que a ética e a moral são consideradas
amolecimento do caráter, debilidade mental, conflito de inferioridade disfarçados
de pureza, em lamentável ironia contra os tesouros espirituais, únicos a oferecerem
saúde real e equilíbrio.
Aos poucos,
a exibição do crime que se torna legal estimula a desconsideração às leis da
vida, quando os multiplicadores de
opinião e pessoas consideradas famosas, mas pela exuberância do
desequilíbrio do que pela construção edificante, apresentam-se na mídia para
narrar as experiências dolorosas dos abortos praticados, das traições
conjugais, das mudanças de parceiros em adultérios chocantes ou relacionamentos
múltiplos e promíscuos, como novos padrões de conduta.
Marchando
para a decrepitude que não demora para se lhes instalar no organismo gasto, nas
futilidades e na corrupção, subitamente se apercebem de que se encontram no
exílio, ao abandono, no esquecimento, graças ao surgimento de outros biótipos
mais ousados e paranoicos, vivenciando remorso e desenvolvendo quadros
lamentáveis de depressão tardiamente...
Conforme
a velhice lhes consome a vitalidade orgânica e a morte se aproxima, quando os
não surpreende em bacanais, nas overdoses,
na luxuria e no despautério, desesperam-se e buscam novos escândalos para serem
notícias que desapareceram da mídia que os explorou e consumiu, logo se
apagando no silencio do anonimato ou sendo estigmatizados pelos novos deuses de
ocasião...
Nesse
momento, surgem os transtornos psicológicos, nas áreas da afetividade, da
conduta, das emoções.
Sem
as resistências morais necessárias para os enfrentamentos naturais que acontecem
a todos os viventes, apegam-se à negativa, posição cômoda para justificar a
falta de valor íntimo, deixando que a sombra lhes governe os sentimentos
angustiados.
Abre-se-lhes,
então, a comporta emocional para a fuga psicológica e a transferência de
responsabilidade para os outros, variando de algoz e sempre culminando no
governo, em Cristo ou até em Deus...
Essa
conduta mostra a necessidade de realizar a compensação interna, liberando-se do
autoenfrentamento para tornar-se vítima da família, da sociedade, da vida...
O
significado da existência encontra-se também no caminho em que se viaja na
direção da meta colocada como determinante para o bem-estar.
Portanto,
é preciso encontrar-se receptivo com relação aos dons do existir, tirando os
melhores resultados de cada momento, sem angústia nem projeção para o objetivo
pelo qual se luta.
Qualquer
pessoa que aspira o bem e o amor trabalha-se interiormente e busca os
relacionamentos afetivos ou não, vivenciando satisfação a cada momento, porque
a experiência de ambos os sentimentos transforma-se em alegria de viver pelos
conteúdos de que se revestem.
Há
muita coisa no mundo da ilusão que não são necessárias. Sabe-se que, o apego
egoico às quinquilharias, que se atribui valor, fazem sofrer o ser que as não
possui, deixando-o permanentemente inquieto para aumentar a posse, somando
coisas inúteis em prejuízo violento dos bens internos que enriquecem a vida.
A
preocupação de consumir é continua, sem valorizar as benções na saúde, na lucidez
mental, nos movimentos harmônicos, na afetividade compensadora.
Ideal
é que cada um que acorde para os bens imateriais possa dizer, sorrindo: “Quanta
coisa eu já não necessito! Agradeço, portanto, a Deus, a dádiva de haver
superado essa fase da minha existência.”
Vencendo
o conflito e o transtorno psicológico, a emoção
gratulatória assoma e a satisfação existencial toma sentido no construto pessoal.
Quando
surgem a presença ou mesmo os sinais da gratidão,
mesmo diante do considerado falta ou insucesso, percebe-se a conquista da
normalidade emocional e mental do indivíduo.
Anteriormente,
as cidades celebrizavam-se pela presença das suas catedrais, cada uma mais
suntuosa, demonstrando o poder e a grandeza da urbe. Hoje, tem sido
substituídos pelos shoppings centers e
motéis atraentes e perversos...
Houve,
de alguma forma, superação da beleza, da arte, e da fé religiosa, ainda que
arbitrária anteriormente, para o consumismo, o tormento das aquisições e o
relaxamento no prazer sexual de origem duvidosa e de efeitos perturbadores.
Por isso,
as crises, cada uma mais vigorosa, até o instante em que o indivíduo acorda
para a mudança interior agradecendo o que lhe constituiu desventura mas que o acordou
para a realidade.
Pessoas
que tiveram morte clínica e retornaram, que estiveram a uma passo da desencarnação
por acidentes, que foram vítimas de ocorrências danosas, de perdas
significativas, logo superado o período de aflição, mudam de conceituação a
respeito da vida e dos seus valores.
Tornando-se
agradecidas ao que lhes aconteceu.
Trabalho
elaborado com base no livro Psicologia
da Gratidão, escrito por Divaldo Franco, Espírito Joanna de Ângelis. Postado
dia 18/03//2014.
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