Rejubilar-se
O Júbilo decorre da
conquista superior da saúde psicológica, da harmonia que deve haver entre o
físico, o emocional e o psíquico.
O Pai generoso rejubila-se com o filho que volta, não considerando o
seu abandono, que é vista como uma leviandade da fase juvenil, exatamente
daquele período de imaturidade e de incerteza, quando ainda existem as
inseguranças da infância e as perspectivas da idade adulta, sem a definição da
personalidade.
É natural que, nessa busca
do herói, da identificação do eixo ego-self, aconteçam essas fases de
insucesso, que levam à maturidade, de inquietação e de aprendizado, necessários
ao processo de crescimento interior, desde que o conquistador encontre-se
disposto para refazer caminhos, reconquistar-se, superando a sombra e não se permitindo fixar na
culpa.
Toda viagem interior, como quando
se viaja para fora, é uma aventura de alto significado, sendo que, as
sucessivas camadas de experiências negativas que vitalizam o eu-inferior, demoníaco, geram dificuldades
emocionais, abrindo espaço a conflitos de natureza infantil, como as fugas para
a lamentação, as queixas, a necessidade do colo
materno.
O Júbilo deve estar presente no coração de todos os indivíduos, ainda
quando enfrentando situações embaraçosas ou difíceis, pois que proporciona
claridade mental, enquanto a sisudez, a mágoa, o autodesprezo podem ser
considerados revides do eu infeliz punindo o malsucedido.
Rejubilar-se na comunhão com
as propostas da vida, na convivência com as pessoas e a Natureza, consigo
mesmo, é dever psicológico vindo da harmonia que se consegue com esforço e
autoidentificação de valores.
A postura do Pai misericordioso com relação ao filho
arrependido deve ser uma lição viva de comportamento que todos os indivíduos
devem conservar em relação àqueles que se encontram em dificuldades de qualquer
ordem, auxiliando, sem exigências descabidas, sem arrogância de triunfador ante
a queda do outro, de maneira edificante e estimuladora.
Quando se censura alguém pelo
comportamento maléfico, consequentes das suas ações incorretas, deve-se considerar
que o tombado espera ajuda e não somente repreensão, buscando-se corrigir-lhe o
erro, quando possível, sem criar-lhe conflito de inferioridade que o podem
empurrar para situações mais difíceis.
Entre muitos seres humanos
existe uma tendência natural para a tristeza, que se transforma em melancolia e
contribui para o desinteresse pela vida, para a falta de observância da beleza
que existe em toda parte.
Esses pacientes conduzem
alguma culpa de reencarnações anteriores, que foi transformada em autopunição,
trabalhando para que não vivenciem alegria, inconscientemente por acharem que
não a merecem. Predomina-lhes, então, no comportamento, a sombra com a sua carga de negativismo, de punição...
A vida humana é um hino
grandioso que exalta a grandeza do Uno em
toda parte, convidando ao desenvolvimento dos valores adormecidos, do deus interno em expectativa de
despertamento.
Todos os seres humanos estão
comprometidos com o Universo, marcados por um importante trabalho a executar em
qualquer situação em que se encontre.
A harmonia resulta de muitos
fatores, alguns vários que se unem,
formando um conjunto de equilíbrio.
O equilíbrio interior não
significa paralisia, ausência das colisões,
pelo contrário, são elas (as colisões) que possibilitam o encontro da situação ideal, após os
choques inevitáveis dos processos em litígio.
Para alcançar-se a integridade, nesse
aprendizado, é preciso
acontecer o entendimento do Self pela
consciência, a identificação das polaridades que antes estavam em conflito e
oposição, apesar das novas aparições que se transformam em materiais inusitados
a integrar.
Durante toda a vida sempre
se está crescendo, em cada fase conseguindo-se novos contributos para o
enriquecimento da vida psicológica.
Somente assim é possível rejubilar-se consigo mesmo, quando cada
qual descobre a riqueza interior que vai acumulando, a maneira como supera as
crises que surgem e as situações desafiadoras.
Cada etapa da vida,
portanto, tem as suas imagens arquetípicas, os seus comportamentos e as suas
conquistas, trabalhando para a vitória naquele período que se vivenciam.
O Pai misericordioso rejubila-se com o retorno do filho, mas não esquece
de atrair também o outro filho, o ciumento e vingativo, que se nega a entrar em casa, evitando participar da
festa de alegria, significando o eu-demoníaco.
O amor, porém, do Pai, desmascara-o, enfrenta-lhe a persona doente, e demonstra que está
contente por tê-lo e que se rejubila
por conviver e beneficiar-se da sua presença.
Por isso, um cabrito que lhe desse para banquetear-se
com os amigos não tinha qualquer sentido, para aquele que lhe dava tudo,
porquanto assim informara: E tudo quanto
é meu é teu...
A vida é um poema de júbilos.
Rejubilar-se com
tudo e com todos é o passo feliz para a individuação.
Trabalho elaborado com base
no livro Em Busca da Verdade,
escrito por Divaldo Pereira Franco, Espírito Joanna de Ângelis.
Postado no dia 07/03/2014
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