sábado, 8 de março de 2014


Rejubilar-se

O Júbilo decorre da conquista superior da saúde psicológica, da harmonia que deve haver entre o físico, o emocional e o psíquico.
O Pai generoso rejubila-se com o filho que volta, não considerando o seu abandono, que é vista como uma leviandade da fase juvenil, exatamente daquele período de imaturidade e de incerteza, quando ainda existem as inseguranças da infância e as perspectivas da idade adulta, sem a definição da personalidade.
É natural que, nessa busca do herói, da identificação do eixo ego-self, aconteçam essas fases de insucesso, que levam à maturidade, de inquietação e de aprendizado, necessários ao processo de crescimento interior, desde que o conquistador encontre-se disposto para refazer caminhos, reconquistar-se, superando a sombra e não se permitindo fixar na culpa.
Toda viagem interior, como quando se viaja para fora, é uma aventura de alto significado, sendo que, as sucessivas camadas de experiências negativas que vitalizam o eu-inferior, demoníaco, geram dificuldades emocionais, abrindo espaço a conflitos de natureza infantil, como as fugas para a lamentação, as queixas, a necessidade do colo materno.
O Júbilo deve estar presente no coração de todos os indivíduos, ainda quando enfrentando situações embaraçosas ou difíceis, pois que proporciona claridade mental, enquanto a sisudez, a mágoa, o autodesprezo podem ser considerados revides do eu infeliz punindo o malsucedido.
Rejubilar-se na comunhão com as propostas da vida, na convivência com as pessoas e a Natureza, consigo mesmo, é dever psicológico vindo da harmonia que se consegue com esforço e autoidentificação de valores.
A postura do Pai misericordioso com relação ao filho arrependido deve ser uma lição viva de comportamento que todos os indivíduos devem conservar em relação àqueles que se encontram em dificuldades de qualquer ordem, auxiliando, sem exigências descabidas, sem arrogância de triunfador ante a queda do outro, de maneira edificante e estimuladora.
Quando se censura alguém pelo comportamento maléfico, consequentes das suas ações incorretas, deve-se considerar que o tombado espera ajuda e não somente repreensão, buscando-se corrigir-lhe o erro, quando possível, sem criar-lhe conflito de inferioridade que o podem empurrar para situações mais difíceis.
Entre muitos seres humanos existe uma tendência natural para a tristeza, que se transforma em melancolia e contribui para o desinteresse pela vida, para a falta de observância da beleza que existe em toda parte.
Esses pacientes conduzem alguma culpa de reencarnações anteriores, que foi transformada em autopunição, trabalhando para que não vivenciem alegria, inconscientemente por acharem que não a merecem. Predomina-lhes, então, no comportamento, a sombra com a sua carga de negativismo, de punição...
A vida humana é um hino grandioso que exalta a grandeza do Uno em toda parte, convidando ao desenvolvimento dos valores adormecidos, do deus interno em expectativa de despertamento.
Todos os seres humanos estão comprometidos com o Universo, marcados por um importante trabalho a executar em qualquer situação em que se encontre.
A harmonia resulta de muitos fatores, alguns vários  que se unem, formando um conjunto de equilíbrio.
O equilíbrio interior não significa paralisia, ausência das colisões, pelo contrário, são elas (as colisões) que possibilitam o encontro da situação ideal, após os choques inevitáveis dos processos em litígio.
Para alcançar-se a integridade, nesse aprendizado, é preciso acontecer o  entendimento do Self pela consciência, a identificação das polaridades que antes estavam em conflito e oposição, apesar das novas aparições que se transformam em materiais inusitados a integrar.
Durante toda a vida sempre se está crescendo, em cada fase conseguindo-se novos contributos para o enriquecimento da vida psicológica.
Somente assim é possível rejubilar-se consigo mesmo, quando cada qual descobre a riqueza interior que vai acumulando, a maneira como supera as crises que surgem e as situações desafiadoras.
Cada etapa da vida, portanto, tem as suas imagens arquetípicas, os seus comportamentos e as suas conquistas, trabalhando para a vitória naquele período que se vivenciam.
O Pai misericordioso rejubila-se com o retorno do filho, mas não esquece de atrair também o outro filho, o ciumento e vingativo, que se nega a entrar em casa, evitando participar da festa de alegria, significando o eu-demoníaco.
O amor, porém, do Pai, desmascara-o, enfrenta-lhe a persona doente, e demonstra que está contente por tê-lo e que se rejubila por conviver e beneficiar-se da sua presença.
Por isso, um cabrito que lhe desse para banquetear-se com os amigos não tinha qualquer sentido, para aquele que lhe dava tudo, porquanto assim informara: E tudo quanto é meu é teu...
A vida é um poema de júbilos.
Rejubilar-se com tudo e com todos é o passo feliz para a individuação.
Trabalho elaborado com base no livro Em Busca da Verdade, escrito por Divaldo Pereira Franco, Espírito Joanna de Ângelis.
Postado no dia 07/03/2014

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