segunda-feira, 3 de março de 2014


EXPERIENCIAS DE ILUMINAÇÃO

A vida na Terra é uma experiência de aprendizagem muito importante, através dessa experiência o Self, em sua essência superior, penetra nos arquivos do inconsciente coletivo e individual, para o assimilar, e assim ampliar a sua capacidade de discernimento e de conquistas libertadoras.
Como consequência liberta-se, das imposições do passado, porque as compreende, esclarecendo os enigmas que lhe estão presentes em latência, não mais criando ou mantendo conflitos psicológicos, e abre-se à Essência Divina, o Arquétipo primordial, conseguindo assim a plenitude do numinoso.
Nessa conquista, a individuação torna-se-lhe plena e enriquecedora, tornando-se um reino dos Céus, porque sem aflição nem qualquer inquietação.
Cada experiência no aparelho orgânico permite-lhe conquistar mais conhecimentos e melhor capacidade para desenvolver os sentimentos, aumentando a sua habilidade para entender-se, para compreender as demais criaturas e amar-se, amando-as.
Sem tais oportunidades, não teria como compreender as diferenças psicológicas, intelectivas, morais, orgânicas, econômicas, de saúde, que caracterizam a maioria da humanidade.
O ser reduzido a uma única existência corporal, é levado a carregar o peso do acaso feliz ou infeliz, impondo-lhe um destino que não pode ser modificado, submetendo-se, sem defesa, às imposições desgovenadoras da ocorrência. 
Pelas reencarnações, o livre arbítrio permite-lhe a escolha do bem ou mal sofrer, a alegria ou a tristeza, a desgraça ou da ventura, já que a única fatalidade que existe, ou o único determinismo que se lhe impõe é a plenitude, que cada qual conquista conforme a dedicação e a luta a que se dedique.
Sendo assim, aprender o bem-viver, usufruir de saúde integral, ocorre por meio da vivencia dos erros e acertos, como acontece com tudo o que se relaciona com a vida em qualquer forma que se expresse.
O engano de hoje propicia a reparação mais tarde, o acerto de um momento abre espaço para novas conquistas, conduzindo-o irremediavelmente para a harmonia consigo mesmo e com o Cosmo.
O processo evolutivo apesar de ser individual, determina relacionamentos importantes que contribuem para que haja resultados amplos e benéficos, favorecendo toda a sociedade com os recursos de forma que haja condições gerais de equilíbrio entre todos, e, como consequência, de paz e de bem-estar.
Ninguém pode aguardar a felicidade a sós, pois, a própria solidão já caracteriza grave transtorno de conduta, levando o indivíduo para a alienação.
A existência terrena tem uma finalidade primordial e inadiável, a unificação do ego com o inconsciente, onde se encontram latentes  adormecidos todos os valores não experienciados capazes de produzir a individuação.
Integrar-se no Arquétipo primordial com a perda da própria consciência, da sua individualidade, é o objetivo da vida humana, após vencer as etapas orgânicas e psicológicas da sua evolução.
A força geratriz dessa conquista é o Self totalmente libertado da sombra e dos conflitos contínuos entre a anima-us.
Os relacionamentos desenvolve a capacidade de crescimento e de compreensão do sentido existencial, e da necessidade de alcançar-se os objetivos buscados.
Nesse empenho, o ego escravizado às paixões sente-se conduzido à libertação, à aliança com as  pessoas, reconhecendo os seus limites as suas dificuldades, enquanto atinge outros patamares de entendimento e de conduta.
No começo da tentativa, quando falta-lhe  maturidade psicológica, antes da expulsão do paraíso, o ego ocupa todo o espaço do Self, como se estivessem ambos no Jardim do Éden, sem separação, sem diálogo, sem consciência.
Conforme, ocorre a expulsão do paraíso, conquista-se o equilíbrio da consciência, quando o ego se liberta, apesar de ainda ocupar uma grande área do Self.
Por fim, ego e Self em um eixo de harmonia faz-se quase consciente, permitindo a presença de Deus no imo, a volta ao Arquétipo primordial.
Jesus sabia dessa ocorrência, e, por isso, misturou-se à multidão desesperada, imatura psicologicamente, sofrida, compartilhou Suas lições com todos, envolveu-Se nos dramas do cotidiano, vivenciou as dificuldades do trabalho manual, mostrando que a luta é o clima de crescimento do ser humano, e os grandes inimigos estão no seu mundo interior e não no externo, convidando à saída do epicentro do Self para a conquista da consciência.
Os adversários de fora nada podem fazer de prejudicial, a quem é livre internamente, que venceu os impulsos e superou as tendências agressivas. Porém, se encontra-se preso aos interesses mesquinhos da superficialidade, rivaliza com esses que se lhe tornam inimigos, porque facilmente se fazem também inimigos.
O máximo que o adversário pode fazer é criar dificuldades na marcha do progresso da vítima, atentar contra os seus valores ou até contra a sua vida física. Mas não vai além disso, porque não atingirá a realidade de ser imortal que se é, portanto, invencível, desde que não se deixe dominar pelas fantasias, pelas paixões do primarismo animal por onde passou.
A grande viagem que começa com a expulsão do paraíso, vai favorecer com o conhecimento de como é possível a vitória nas grandes lutas, o novo Adão que é obrigado ao trabalho com suor, com renúncia e esforço, para autodescobrir-se e conseguir o diálogo entre o ser que aparenta e o que é – Espírito indestrutível!
A criança que existe em todos inevitavelmente cresce e desenvolve a capacidade de entendimento, a necessidade de libertação, a busca do Si-mesmo, a aventura que lhe dá experiência, para fazer mais tarde, a volta para casa.
Acontece, nesse momento, a primeira mudança na psique coletiva, porque acompanhou a mudança individual, o crescimento do ser, a alteração do inconsciente, avançando para Deus, com a inevitável modificação das construções do mundo psíquico.
Nessa volta, não existe a culpa, existe a consciência, pois ambas surgiram ao mesmo tempo, desde que Adão e Eva foram expulsos do paraíso, saíram da ignorância de Si-mesmos, para os enfrentamentos.
Após o mito da desobediência, ambos  percebem suas diferenças anatômicas e escondem-se, envergonhados, frente a libido que surge – a malícia – e fogem também de Deus, ocultando-se, mas nunca do deus interno que os acompanhará em todos os transes e trânsitos, descobrindo os opostos, sentindo as necessidades. A criança, que neles existia, cede lugar aos adultos, aos seres formados para a procriação, para o desenvolvimento, não mais para a inocência, a ignorância permanente da sua realidade.
A psique amadurece, amplia o seu raio de entendimento e de ação, engrandece-se, possibilita a fissão dos eus, para que o ego se espraie, que surjam a sombra, os ânima-os, que se conquistem os espaços naturais, de forma que crie o diálogo, a interação do eixo perfeito ente ele e o Self.
Essa viagem para a casa paterna já não tem retorno.

Trabalho executado do livro, EM BUSCA DA VERDADE, escrito por Divaldo Franco, Espírito Joanna de Ângelis.
Postagem do dia 03/03/2014. 

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