terça-feira, 18 de março de 2014


INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS

Analisar e decifrar os sonhos torna-se um grande desafio, pois a riqueza dos símbolos permite uma série de interpretações variadas. A Psicologia desenvolveu ferramentas e técnicas que muitas vezes se tornam úteis dentro do processo terapêutico. O que não significa que esgotem as possiblidades  existentes de se entender as ocorrências da psique.
Joanna de Ângelis no livro Em Busca da Verdade p.52, avalia que “uma análise dos símbolos oníricos, as associações e reflexões com o psicoterapeuta conseguem eliminar as fixações morbosas e as reminiscências angustiantes que se expressam como tristeza, insegurança, timidez, dificuldades de relacionamentos...” Ressalta, no entanto, que não se trata de um processo mágico, no qual imediatamente todos os conflitos e distúrbios serão superados, mas uma forma de proporcionar liberação da energia retida nos conflitos, que a partir da sua identificação e ressignificação pode ser melhor canalizada.
A análise dos sonhos, mesmo sem esgotar sua riqueza simbólica, tem efeito terapêutico ao proporcionar um olhar consciente sobre os símbolos do inconsciente. E quando isso ocorre na prática terapêutica, percebe-se claramente que a atitude do paciente, quando se torna mais atento aos sonhos, faz com que se intensifique esse processo, ou pelo menos a recordação dele. Estando os símbolos mais “vivos” na consciência, podem ser mais facilmente aceitos, integrados e elaborados pelo ego, o que muitas vezes possibilita lidar melhor com os conflitos da psique.
Convém ressaltar que os símbolos expressos nos sonhos não possuem significação única, e que não podem ser catalogados de forma inequívoca, como se tivessem um único significado para todas as pessoas. Imaginemos a situação de alguém que trabalha no zoológico, ou que vive numa região habitada por animais selvagens, e que numa noite tem um sonho com um leão. Seria improvável que esse sonho tivesse o mesmo significado se fosse um morador de uma grande metrópole, sem nenhum tipo de vínculo com esse animal.
Por isso a análise simbólica varia de pessoa para pessoa, pois cada um tem experiências singulares no processo evolutivo. Certamente que alguns símbolos, em especial aqueles presentes nos mitos universais, assim como nas religiões e culturas ancestrais, muitas vezes são representantes dos arquétipos, e por isso mesmo podem tomar uma forma mais universal. Mesmo assim as experiências do “sonhador” ao longo de suas reencarnações darão um colorido singular à expressão simbólica.
Texto escrito por Cláudio Sinoti, no livro Refletindo a Alma.
Postado dia, 18/03/2014.

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