INTERPRETAÇÃO
DOS SONHOS
Analisar e decifrar os
sonhos torna-se um grande desafio, pois a riqueza dos símbolos permite uma
série de interpretações variadas. A Psicologia desenvolveu ferramentas e
técnicas que muitas vezes se tornam úteis dentro do processo terapêutico. O que
não significa que esgotem as possiblidades existentes de se entender as ocorrências da
psique.
Joanna de Ângelis no livro Em Busca da Verdade p.52, avalia que “uma análise dos símbolos oníricos, as
associações e reflexões com o psicoterapeuta conseguem eliminar as fixações
morbosas e as reminiscências angustiantes que se expressam como tristeza,
insegurança, timidez, dificuldades de relacionamentos...” Ressalta, no
entanto, que não se trata de um processo mágico, no qual imediatamente todos os
conflitos e distúrbios serão superados, mas uma forma de proporcionar liberação
da energia retida nos conflitos, que a partir da sua identificação e
ressignificação pode ser melhor canalizada.
A análise dos sonhos, mesmo
sem esgotar sua riqueza simbólica, tem efeito terapêutico ao proporcionar um
olhar consciente sobre os símbolos do inconsciente. E quando isso ocorre na
prática terapêutica, percebe-se claramente que a atitude do paciente, quando se
torna mais atento aos sonhos, faz com que se intensifique esse processo, ou
pelo menos a recordação dele. Estando os símbolos mais “vivos” na consciência,
podem ser mais facilmente aceitos, integrados e elaborados pelo ego, o que
muitas vezes possibilita lidar melhor com os conflitos da psique.
Convém ressaltar que os
símbolos expressos nos sonhos não possuem significação única, e que não podem
ser catalogados de forma inequívoca, como se tivessem um único significado para
todas as pessoas. Imaginemos a situação de alguém que trabalha no zoológico, ou
que vive numa região habitada por animais selvagens, e que numa noite tem um
sonho com um leão. Seria improvável que esse sonho tivesse o mesmo significado se
fosse um morador de uma grande metrópole, sem nenhum tipo de vínculo com esse
animal.
Por isso a análise simbólica
varia de pessoa para pessoa, pois cada um tem experiências singulares no
processo evolutivo. Certamente que alguns símbolos, em especial aqueles presentes
nos mitos universais, assim como nas religiões e culturas ancestrais, muitas
vezes são representantes dos arquétipos, e por isso mesmo podem tomar uma forma
mais universal. Mesmo assim as experiências do “sonhador” ao longo de suas
reencarnações darão um colorido singular à expressão simbólica.
Texto escrito por Cláudio
Sinoti, no livro Refletindo a Alma.
Postado dia, 18/03/2014.
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