A
GRATIDÃO: META ESSENCIAL DA EXISTÊNCIA HUMANA
Visitado
por transtornos emocionais de qualquer origem como ansiedade, anorexia,
bulimia, medo, solidão, depressão, entre outros, o indivíduo inquieta-se em
aflições íntimas sem a lucidez mental para escolher a melhor maneira de conduzir-se.
Queixa e reclamação são suas bengalas que
lhe servem como apoio psicológico na manutenção
do estado mórbido, e assim de forma inconsciente reagindo ao possível
refazimento e recuperação.
O
sofrimento consequente leva-o ao desconforto do egotismo e da autocomiseração, tornando-o
incapaz de adotar a conduta afetiva indispensável para viver a gratidão, o que
lhe caracteriza o primarismo emocional.
Porém,
trazendo o amadurecimento psicológico, mesmo que em situação penosa, percebe o esforço
que lhe é necessário desenvolver, a fim de conquistar a harmonia, agora
desorganizada.
O self lúcido, sofrendo a imposição da
sombra, perturba-se, e o ego doente predomina, criando obstáculos para recuperação da saúde emocional.
Graças
ao desenvolvimento psicológico, o a disciplina moral e o cultivo de hábitos saudáveis conquista-se a vitória
sobre os transtornos emocionais, evitando a
presença da depressão trazendo toda a carga de prejuízos que lhe é decorrente.
Os
estímulos decorrentes do hábito de pensar corretamente contribuem para a produção
dos neurotransmissores do bem-estar e o self
acaba superando as imposições malsãs, controlando o comportamento que
restaura a saúde.
Nesse
embate exitoso, o sentimento de gratidão
exterioriza-se como significativas emoções de reconhecimento que facultam
experiências psicológicas de plenitude.
Enganosamente,
só se pensa em gratidão quando
somente ocorrem acontecimentos felizes,
quando se recebem benefícios, trazendo-se a retribuição como forma ética do bem
proceder.
Apesar
de reconhecer a sua importância, depara-se aqui com a presença de sinais de
egotismo, por significar reconhecimento pelo bem que ao ego foi oferecido, e
não pelo prazer de ser-se agradecido.
A gratidão real e
nobre vai além da retribuição gentil, afável e benéfica, manifestando-se também nas situações desagradáveis de dor, de sombra,
de enfrentamentos agressivos.
Mesmo
diante das tragédias mais graves, sempre existem razões para manifestações gratulatórias.
Situações
funestas que surpreende em clima de terror e de debilitação das forças morais
podem ser enfrentadas com menos angústia se pensar-se que, se está vivo e por
estar vivo, haverá sempre uma forma de diminuir as consequências perversas e
cáusticas. Enquanto se pode lutar, apesar das circunstancias negativas, se tem
possibilidade de encantamento e prazer, construindo novos fatores de alegria e
de paz, superando a noite tempestuosa e encontrando o amanhecer benfazejo.
Situações
aparentemente insuportáveis, como fenômenos sísmicos destrutivos, terrorismo e outros crimes perversos, quem os
sobrevive dispõe de recursos morais e emocionais para louvar e agradecer. Pois que,
continuando a vida orgânica, dispõe-se de meios para serem diminuídos os danos
e recomeçar as experiências evolutivas, tendo-se em vista que a verdadeira vida
vai além dos limites somáticos...
Ademais,
a filosofia das vidas sucessivas ensina que tudo quanto ocorre ao ser humano,
especialmente no que se refere ao sofrimento, não provocado por ele n presente
encarnação, tem origem no passado espiritual, sendo, portanto, para o seu
próprio bem.
Quando
Jesus afirmou que no mundo só se teriam tribulações, não trazia uma tese
pessimista, mas realista, dado o processo evolutivo em que se encontram os
Espíritos domiciliados no corpo físico. Completando o ensino, ele acrescentou:
“[...] mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo 16:33), demonstrando que a
vitória é natural e não se pode evitar se houver o empenho e a dedicação para
consegui-lo.
E assim,
ao invés do receio (medo) e da rebeldia diante dos insucessos, a benção da gratidão, porque a dor somente se
expressa como investimento da vida em favor da plenitude do ser.
Não existe
conquista sem a contribuição do esforço, da temperança, da constância, do
sacrifício.
A
inquietação de um momento, olhada com cuidado e bom direcionamento, é responsável
pela paz de outro instante.
Nos livros
sagrados de todas as religiões, que sempre tiveram importante papel psicológico
no desenvolvimento das criaturas, são dispensados à gratidão textos e páginas de conteúdo enriquecedor,
envolvendo as emoções em encantamento de saúde resultante desse comportamento.
A Bíblia, por exemplo, oferece o
testemunho do amadurecimento psicológico de alguém que ama a Deus e que, mesmo
sob os momentos dolorosos, O exalta e agradece a miséria, a enfermidade e a perda
dos filhos, dos rebanhos, dos escravos e dos servos... Tal conduta favorece-o
com a restituição de tudo quanto se havia diluído durante o desafortunado
período anterior...
Os Salmos cantam as glórias da vida e convidam
a alegria permanente, em qualquer condição que se encontre o ser humano.
...E
o evangelho de Jesus é uma sinfonia de gratidão
cantada em todas as fases do seu ministério.
Quando
Ele enunciou que nos trazia boas novas de
alegria, propôs-nos a felicidade, e esta, imediatamente, endumenta-se de gratidão.
O
desenvolvimento emocional amplia os horizontes mentais do ser humano,
contribuindo para a sua autorrealização.
Nesse
estágio experienciam-se conquistas íntimas importantes como: autoconsciência,
tranquilidade, espirito de solidariedade, bem-estar e amor pleno.
Atingida
essa faixa vibratória, pode-se viver no mundo sem as mesquinhezes do ego e suas
deploráveis imposições como: o ciúme, a insegurança, a competição, o medo e
seus semelhantes...
Nesse
clima, o mal dos maus não faz nenhum mal, porque se lhe percebe o primarismo, a
inferioridade, entendendo-o, desculpando-o e contribuindo para a sua
erradicação.
A
postura inevitável em tais circunstancias não pode ser outra senão a de gratidão.
Trabalho
elaborado com base no livro Psicologia
da Gratidão, escrito por Divaldo
Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis. Postado dia 17/03/2014.
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