segunda-feira, 17 de março de 2014


A GRATIDÃO: META ESSENCIAL DA EXISTÊNCIA HUMANA

Visitado por transtornos emocionais de qualquer origem como ansiedade, anorexia, bulimia, medo, solidão, depressão, entre outros, o indivíduo inquieta-se em aflições íntimas sem a lucidez mental para escolher a melhor maneira de conduzir-se. Queixa e  reclamação são suas bengalas que lhe servem como apoio psicológico na  manutenção do estado mórbido, e assim de forma inconsciente reagindo ao possível refazimento e recuperação.
O sofrimento consequente leva-o ao desconforto do egotismo e da autocomiseração, tornando-o incapaz de adotar a conduta afetiva indispensável para viver a gratidão, o que lhe caracteriza o primarismo emocional.
Porém, trazendo o amadurecimento psicológico, mesmo que em situação penosa, percebe o esforço que lhe é necessário desenvolver, a fim de conquistar a harmonia, agora desorganizada.
O self lúcido, sofrendo a imposição da sombra, perturba-se, e o ego doente predomina, criando obstáculos para  recuperação da saúde emocional.
Graças ao desenvolvimento psicológico, o a disciplina moral e o cultivo de hábitos saudáveis conquista-se a vitória sobre os transtornos emocionais, evitando a presença da depressão trazendo toda a carga de prejuízos que lhe é decorrente.
Os estímulos decorrentes do hábito de pensar corretamente contribuem para a produção dos neurotransmissores do bem-estar e o self acaba superando as imposições malsãs, controlando o comportamento que restaura a saúde.
Nesse embate exitoso, o sentimento de gratidão exterioriza-se como significativas emoções de reconhecimento que facultam experiências psicológicas de plenitude.
Enganosamente, só se pensa em gratidão quando somente ocorrem acontecimentos  felizes, quando se recebem benefícios, trazendo-se a retribuição como forma ética do bem proceder.
Apesar de reconhecer a sua importância, depara-se aqui com a presença de sinais de egotismo, por significar reconhecimento pelo bem que ao ego foi oferecido, e não pelo prazer de ser-se agradecido.
A gratidão real e nobre vai além da retribuição gentil, afável e benéfica, manifestando-se também nas situações desagradáveis de dor, de sombra, de enfrentamentos agressivos.
Mesmo diante das tragédias mais graves, sempre existem razões para  manifestações gratulatórias.
Situações funestas que surpreende em clima de terror e de debilitação das forças morais podem ser enfrentadas com menos angústia se pensar-se que, se está vivo e por estar vivo, haverá sempre uma forma de diminuir as consequências perversas e cáusticas. Enquanto se pode lutar, apesar das circunstancias negativas, se tem possibilidade de encantamento e prazer, construindo novos fatores de alegria e de paz, superando a noite tempestuosa e encontrando o amanhecer benfazejo.
Situações aparentemente insuportáveis, como fenômenos sísmicos destrutivos,  terrorismo e outros crimes perversos, quem os sobrevive dispõe de recursos morais e emocionais para louvar e agradecer. Pois que, continuando a vida orgânica, dispõe-se de meios para serem diminuídos os danos e recomeçar as experiências evolutivas, tendo-se em vista que a verdadeira vida vai além dos limites somáticos...
Ademais, a filosofia das vidas sucessivas ensina que tudo quanto ocorre ao ser humano, especialmente no que se refere ao sofrimento, não provocado por ele n presente encarnação, tem origem no passado espiritual, sendo, portanto, para o seu próprio bem.
Quando Jesus afirmou que no mundo só se teriam tribulações, não trazia uma tese pessimista, mas realista, dado o processo evolutivo em que se encontram os Espíritos domiciliados no corpo físico. Completando o ensino, ele acrescentou: “[...] mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo 16:33), demonstrando que a vitória é natural e não se pode evitar se houver o empenho e a dedicação para consegui-lo.
E assim, ao invés do receio (medo) e da rebeldia diante dos insucessos, a benção da gratidão, porque a dor somente se expressa como investimento da vida em favor da plenitude do ser.
Não existe conquista sem a contribuição do esforço, da temperança, da constância, do sacrifício.
A inquietação de um momento, olhada com cuidado e bom direcionamento, é responsável pela paz de outro instante.
Nos livros sagrados de todas as religiões, que sempre tiveram importante papel psicológico no desenvolvimento das criaturas, são dispensados à gratidão  textos e páginas de conteúdo enriquecedor, envolvendo as emoções em encantamento de saúde resultante desse comportamento.
A Bíblia, por exemplo, oferece o testemunho do amadurecimento psicológico de alguém que ama a Deus e que, mesmo sob os momentos dolorosos, O exalta e agradece a miséria, a enfermidade e a perda dos filhos, dos rebanhos, dos escravos e dos servos... Tal conduta favorece-o com a restituição de tudo quanto se havia diluído durante o desafortunado período anterior...
Os Salmos cantam as glórias da vida e convidam a alegria permanente, em qualquer condição que se encontre o ser humano.
...E o evangelho de Jesus é uma sinfonia de gratidão cantada em todas as fases do seu ministério.
Quando Ele enunciou que nos trazia boas novas de alegria, propôs-nos a felicidade, e esta, imediatamente, endumenta-se de gratidão.
O desenvolvimento emocional amplia os horizontes mentais do ser humano, contribuindo para a sua autorrealização.
Nesse estágio experienciam-se conquistas íntimas importantes como: autoconsciência, tranquilidade, espirito de solidariedade, bem-estar e amor pleno.
Atingida essa faixa vibratória, pode-se viver no mundo sem as mesquinhezes do ego e suas deploráveis imposições como: o ciúme, a insegurança, a competição, o medo e seus semelhantes...
Nesse clima, o mal dos maus não faz nenhum mal, porque se lhe percebe o primarismo, a inferioridade, entendendo-o, desculpando-o e contribuindo para a sua erradicação.
A postura inevitável em tais circunstancias  não pode ser outra senão a de gratidão. 
Trabalho elaborado com base no livro Psicologia da Gratidão, escrito por Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis. Postado dia 17/03/2014.

Nenhum comentário: