terça-feira, 10 de setembro de 2013


Texto do CAP3 ENCONTRO E AUTOENCONTRO
Do livro Em Busca da Verdade - Voltar para Casa(continuação)
No inconsciente individual, quando alguém se recusa ao autoconhecimento, provavelmente está negando-se à futura paternidade/maternidade, que a vida impõe, seja sob o aspecto biológico ou afetivo.
Não apenas é genitor aquele que reproduz, mas também quem ensina, quem educa, quem se responsabiliza e guia, numa pater-maternidade espiritual de longo significado, que muitas vezes se torna mais representativa do que biológica. Essa última é automática, impositivo da união sexual, enquanto a outra é optativa, espontânea, idealista, libertadora.
Quem se isola na tristeza, negando-se a claridade da alegria e a música do júbilo, encarcera-se na soledade, sem reproduzir-se em afeto ou em dedicação, podendo ser considerado, conforme a parábola da figueira que secou, muito simbólica, em relação às vidas ressequidas, não produtivas, que se tornam inúteis, muitas vezes pesando na economia da sociedade, sem esforço para tornar-se contribuinte, optando por dependência, a doentia dependência infantil.
Cada período existencial apresenta-se como ensejo de alcançar-se a próxima etapa, mais amadurecido, mais lúcido.
É o que anela o Pai amoroso da parábola. Aqueles filhos seriam pais um dia e era necessário que compreendessem, desde cedo, que o afeto não tem limite, seja qual for a circunstancia que se apresente. Quando exige, toda vez que se impõe, torna-se capricho emocional ao invés de alimento da vida.
Esse crescimento na direção da paternidade/maternidade independe da cultura, da posição social, de recursos financeiros, por tratar-se de amadurecimento interior, de reflexões profundas que se derivam das experiências existenciais nas mais diferentes expressões da reencarnação.
A culpa do filho pródigo cedeu lugar à confiança do amor do pai, de tal forma que não teve pejo em desculpar-se, em expor-se, em apresentar-se desnutrido, descalçado, malvestido, em situação deplorável, porém, vivo e confiante.
Não ouviu do Pai generoso as expressões usuais do perdão, ao lado da repreensão, do acolhimento, mas também da queixa pelo tempo que foi malbaratado, ao lado da fortuna que foi desperdiçada. Encontrou abrigo e compreensão, oportunidade renovadora, como se nem sequer houvesse ido ao país longínquo, porque jamais se afastara do seu coração bondoso.
Esse é o mais elevado troféu do sentimento de paternidade, de dever humano e social, de construção da vida em todas as suas expressões.
Quando se deseja paz mediante lutas, alegria entre vexames e queixas, somente brumas e sombras surgem empanando o Sol da vida.
A volta para casa é inevitável, porque todos retornarão ao país longínquo-próximo da Espiritualidade de onde se veio para a experiência de crescimento e de desenvolvimento do deus interno.
Transgrida-se ou não o compromisso de respeitar os tesouros de que se dispõe, a volta é inevitável, porque essa é a finalidade existencial do processo imortalista.
O ser humano é construído para a plenitude do Self , após as inevitáveis experiências de ida e de volta para casa.
Final do texto Voltar para Casa do cap.3 ENCONTRO E AUTOENCONTRO do livro Em Busca da Verdade.

Postado em 10/09/2013

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