ENCONTRO
E AUTOENCONTRO
3º capítulo do livro Em busca da verdade
Joanna de Ângelis,
psicografia de Divaldo Franco.Voltar para casa (continuação)
Pag.
62-63.
A sua mensagem é
libertadora, produzindo bem-estar e autorrealização, conferindo valores
existenciais que permaneciam adormecidos.
A fuga para a tristeza
produz infelicidade, porque as densas trevas de desinteresses pelo
desenvolvimento do Self tornam o ego mais castrador e impeditivo de
experimentar solidariedade e harmonia. Enquanto vicejem os conflitos defluentes
da melancolia, da insatisfação, da queixa, pode-se fugir para a autoanulação,
para a morbidez existencial.
Na parábola, as vestes
oferecidas ao Filho pródigo denotam
renovação e rejuvenescimento, recomeço e beleza. A sombra cede, imediatamente,
lugar ao entendimento, favorecendo sentimento de igualdade em relação às demais
pessoas, sem a presença de qualquer conflito perturbador.
Os andrajosos físicos também
quase sempre se encontram descuidados psicologicamente, atirados ao fosso do
descaso, da indiferença, desejando não ser notados, excluídos que se fazem por
conta própria do meio social. Morrendo,
desejam desaparecer, não deixar vestígio.O Pai misericordioso sabia que o seu filho necessitava de roupas novas, de identificação pessoal com as demais pessoas. Não era um réprobo de retorno, um fugitivo que estava sendo recebido, mas o filho que fora na busca de si mesmo e não conseguir o êxito. Tornava-se necessário que estivesse com a veste própria para a festa que logo mais se faria em sua homenagem, de maneira que se nõ sentisse inferiorizado.
A festa é sempre a maneira de celebrar-se o retorno dos triunfantes, mas, naquele caso todos celebrariam o valor do pai, a segurança do lar, a vitória do bom senso e da realidade da ilusão.
O amor é luz que se espraia
em todos os sentidos, a tudo envolvendo na mesma claridade, sem excesso no
epicentro nem diminuição a distancia.
Os dois filhos para o pai,
eram as estrelas da velhice assim como as aspirações de nobreza que todos devem
possuir e manter em desenvolvimento
contínuo rumando para o logro da individuação.
O Filho pródigo não apenas foi recebido, mas também abraçado pelo Pai.
Há muitas maneiras de receber-se
quem chega de viagem. Naquele caso, somente havia júbilo, porque há mais
alegria quando se encontra a ovelha
perdida, conforme acentuou Jesus.
Nas lutas de sublimação dos
valores egóicos, que se devem transformar em claridade no imo do ser, há um
abraço paternal da saúde real em relação aos múltiplos distúrbios da jornada
evolutiva.
Esse abraço expande-se, albergando,
também o outro filho, o insatisfeito, que pode ser também o eu demônio da fissão da psique.
Trabalhar pela desses antagônicos
eus constitui o desafio psicológico da
busca do estado numinoso , no qual
não há espaço para sombra alguma, suspeita injustificável, aceitação de
tormento ou de conflito.
O processo da volta para casa após a jornada pelo país longínquo é feito de experiências libertadoras
de crescimento e amadurecimento emocional,
de superação dos tormentos infantis que permanecem dominadores na personalidade,
de identificação com realidade desafiadora que deve ser vivida com entusiasmo.
O filho é uma experiência
juvenil, pois que avança para tornar-se pai, no processo natural da perpetuação
da espécie.
A longa experiência da
filiação irá oferecer-lhe madureza para a paternidade responsável, sem os
descaminhos das emoções exacerbadas.
O texto continua na próxima
postagem.
Postado em 09/09/2013.
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