segunda-feira, 9 de setembro de 2013


ENCONTRO E AUTOENCONTRO

3º capítulo do livro Em busca da verdade
Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Franco.

Voltar para casa (continuação)

Pag. 62-63.

A sua mensagem é libertadora, produzindo bem-estar e autorrealização, conferindo valores existenciais que permaneciam adormecidos.
A fuga para a tristeza produz infelicidade, porque as densas trevas de desinteresses pelo desenvolvimento do Self tornam o ego mais castrador e impeditivo de experimentar solidariedade e harmonia. Enquanto vicejem os conflitos defluentes da melancolia, da insatisfação, da queixa, pode-se fugir para a autoanulação, para a morbidez existencial.

Na parábola, as vestes oferecidas ao Filho pródigo denotam renovação e rejuvenescimento, recomeço e beleza. A sombra cede, imediatamente, lugar ao entendimento, favorecendo sentimento de igualdade em relação às demais pessoas, sem a presença de qualquer conflito perturbador.
Os andrajosos físicos também quase sempre se encontram descuidados psicologicamente, atirados ao fosso do descaso, da indiferença, desejando não ser notados, excluídos que se fazem por conta própria do  meio social. Morrendo, desejam desaparecer, não deixar vestígio.

O Pai misericordioso sabia que o seu filho necessitava de roupas novas, de identificação pessoal com as demais pessoas. Não era um réprobo de retorno, um fugitivo que estava sendo recebido, mas o filho que fora na busca de si mesmo e não conseguir o êxito. Tornava-se necessário que estivesse com a veste própria para a festa que logo mais se faria em sua homenagem, de maneira que se nõ sentisse inferiorizado.
A festa é sempre a maneira de celebrar-se o retorno dos triunfantes, mas, naquele caso todos celebrariam o valor do pai, a segurança do lar, a vitória do bom senso e da realidade da ilusão.

O amor é luz que se espraia em todos os sentidos, a tudo envolvendo na mesma claridade, sem excesso no epicentro nem diminuição a distancia.
Os dois filhos para o pai, eram as estrelas da velhice assim como as aspirações de nobreza que todos devem possuir  e manter em desenvolvimento contínuo rumando para o logro da individuação.

O Filho pródigo não apenas foi recebido, mas também abraçado pelo Pai.
Há muitas maneiras de receber-se quem chega de viagem. Naquele caso, somente havia júbilo, porque há mais alegria quando se encontra a ovelha perdida, conforme acentuou Jesus.

Nas lutas de sublimação dos valores egóicos, que se devem transformar em claridade no imo do ser, há um abraço paternal da saúde real em relação aos múltiplos distúrbios da jornada evolutiva.
Esse abraço expande-se, albergando, também o outro filho, o insatisfeito, que pode ser também o eu demônio da fissão da psique.

Trabalhar pela desses antagônicos eus constitui o desafio psicológico da busca do estado numinoso , no qual não há espaço para sombra  alguma, suspeita injustificável, aceitação de tormento ou de conflito.
O processo da volta para casa após a jornada pelo país longínquo é feito de experiências libertadoras de crescimento e amadurecimento emocional, de superação dos tormentos infantis que permanecem dominadores na personalidade, de identificação com realidade desafiadora que deve ser vivida com entusiasmo.

O filho é uma experiência juvenil, pois que avança para tornar-se pai, no processo natural da perpetuação da espécie.
A longa experiência da filiação irá oferecer-lhe madureza para a paternidade responsável, sem os descaminhos das emoções exacerbadas.

O texto continua na próxima postagem.

Postado em 09/09/2013.

 

 

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