quinta-feira, 26 de setembro de 2013


CARL GUSTAV JUNG E A PSICOLOGIA ESPÍRITA

Cap.6, A PSICOLOGIA ANALÍTICA DE CARL GUSTAV JUNG, escrito por Iris Sinoti, do livro REFLETINDO A ALMA. p.152-154.

JUNG CITA EM SUA AUTOBIOGRAFIA que durante toda a sua vida universitária era invadido por vários estímulos no tocante ao problema religioso. Sua pai, apesar de pastor, não conseguia responder às suas indagações, e aquela angústia era-lhe sempre presente.
Durante os primeiros anos do estudo universitário, o contato com as ciências naturais fez-lhe descobrir que as mesmas veiculavam uma infinidade de conhecimentos, mas sem grandes profundidades, e com as ciências filosóficas ele aprendeu que no fundo de tudo havia a realidade da psique. Sem a alma não havia saber nem conhecimento profundo. Mas a perplexidade de Jung era que ninguém falava da alma, ela sera suposta, especulada, mas não existia uma precisão nas ideias até então abordada.
No final do segundo semestre, Jung fez uma descoberta: encontrou na biblioteca do pai de um companheiro de estudos um livrinho de 1870 sobdre a aparição de espíritos. Era um relato a respeito dos primórdios do Espiritismo, escrito por um teólogo. Todas as suas dúvidas iniciais dissiparam rapidamente, aquelas histórias eram semelhantes às que ele ouvia no campo, em sua infância. O material era autêntico, Jung não tinha dúvida. Ele contatar que em todas as épocas e em todos os lugares da terra as mesmas histórias eram contadas. Ele queria saber a razão disso. A conclusão até aquele momento era: tratava-se então de algo relacionado com o comportamento objetivo da alma humana, mas ele sentia nada compreender a respeito da natureza da alma.
Nesta época, Jung leu todos os livros sobre Espiritismo e impressionou-se com as obras de William Crookes e Zoellner. Comentava o assunto com os amigos e percebia que os mesmos não acreditavam, todos afirmavam com muita segurança que era impossível a existência de fantasmas e das mesas giratórias. Para Jung, toda aquela ansiedade em torno do tema gerava nele um enorme interesse, como ele disse “embelezavam a minha existência”; para ele o mundo ganhara profundidade.
O ambiente tornou-se desencorajador, pois Jung colidira com o aço do preconceito e a incapacidade efetiva de abrir campo para possibilidade não convencionais. O seu campo de indtersse agora era gerador de medo. Ele percebeu que o mundo da cidade, com todo o seu saber, ignorava o mundo da natureza, do pensamento divino; ele compreendeu que aquele mundo era espiritualmente limitado. O preço dessa compreensão foi a antipatia de muitos, e ele não queria ser visto como um excêntrico, assim como Nietzsche, não queria descobrir que era um ser à parte.
Ele entendeu que seria inútil tentar mostrar o que ainda era difícil de ser compreendido. Percebeu que uma ideia nova deveria ser afirmada pelos fatos; era como se dtivesse caído em um vale de diamantes, sem conseguir convencer ninguém, nem a ele mesmo, que os fragmentos de pedras que trouxera de lá eram algo mais que mero cascalhos.
Com o olhar amplo da realidade espiritual, a mentora Joanna de Ângelis (Em busca da verdade) nos informa que a psicologia analítica não se absteve da investigação honesta em torno do tema, diante das próprias experiências vividas por Jung. Não pôde ele dedicar-se a esse campo porque a ele cabia outra tarefa: dedicar toda a existência, para a abertura dos horizontes da psique, para a construção da Psicologia analítica. Esse espaço ficaria aberto para os seguidores e discípulos do valoroso mestre, abrindo assim o estudo para a realidade esmagadora.
Com isso, muitos conceitos junguiano, pela confirmação de alto significado neles encontrados, são amplamente citados nas obras de Joanna de Ângelis, pois conforme afirmação da própria mentora ( Em busca da verdade p.202-203), estes conceitos estão “centrados na realidade subjetiva..., pois a busca interior não se pode deter na periferia da realidade física, mas penetrar no cerne do ser e das suas faculdades...” . A benfeitora, no entanto, proporciona uma ampliação, explorando-os do ponto de vista do Espirito imortal que somos, pois embora Jung fosse espiritualista, no sentido amplo da palavra, não era espirita.
Continua na próxima postagem.
Postado em 26-09-2013.

 

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