CARL
GUSTAV JUNG E A PSICOLOGIA ESPÍRITA
Cap.6, A PSICOLOGIA
ANALÍTICA DE CARL GUSTAV JUNG, escrito por Iris Sinoti, do livro REFLETINDO A ALMA. p.152-154.
JUNG CITA EM SUA
AUTOBIOGRAFIA que durante toda a sua vida universitária era invadido por vários
estímulos no tocante ao problema religioso. Sua pai, apesar de pastor, não
conseguia responder às suas indagações, e aquela angústia era-lhe sempre
presente.
Durante os primeiros anos do
estudo universitário, o contato com as ciências naturais fez-lhe descobrir que
as mesmas veiculavam uma infinidade de conhecimentos, mas sem grandes
profundidades, e com as ciências filosóficas ele aprendeu que no fundo de tudo
havia a realidade da psique. Sem a alma não havia saber nem conhecimento
profundo. Mas a perplexidade de Jung era que ninguém falava da alma, ela sera
suposta, especulada, mas não existia uma precisão nas ideias até então
abordada.
No final do segundo
semestre, Jung fez uma descoberta: encontrou na biblioteca do pai de um
companheiro de estudos um livrinho de 1870 sobdre a aparição de espíritos. Era
um relato a respeito dos primórdios do Espiritismo, escrito por um teólogo.
Todas as suas dúvidas iniciais dissiparam rapidamente, aquelas histórias eram
semelhantes às que ele ouvia no campo, em sua infância. O material era
autêntico, Jung não tinha dúvida. Ele contatar que em todas as épocas e em
todos os lugares da terra as mesmas histórias eram contadas. Ele queria saber a
razão disso. A conclusão até aquele momento era: tratava-se então de algo
relacionado com o comportamento objetivo da alma humana, mas ele sentia nada
compreender a respeito da natureza da alma.
Nesta época, Jung leu todos
os livros sobre Espiritismo e impressionou-se com as obras de William Crookes e
Zoellner. Comentava o assunto com os amigos e percebia que os mesmos não
acreditavam, todos afirmavam com muita segurança que era impossível a
existência de fantasmas e das mesas giratórias. Para Jung, toda aquela
ansiedade em torno do tema gerava nele um enorme interesse, como ele disse
“embelezavam a minha existência”; para ele o mundo ganhara profundidade.
O ambiente tornou-se desencorajador,
pois Jung colidira com o aço do preconceito e a incapacidade efetiva de abrir
campo para possibilidade não convencionais. O seu campo de indtersse agora era
gerador de medo. Ele percebeu que o mundo da cidade, com todo o seu saber,
ignorava o mundo da natureza, do pensamento divino; ele compreendeu que aquele
mundo era espiritualmente limitado. O preço dessa compreensão foi a antipatia
de muitos, e ele não queria ser visto como um excêntrico, assim como Nietzsche,
não queria descobrir que era um ser à parte.
Ele entendeu que seria
inútil tentar mostrar o que ainda era difícil de ser compreendido. Percebeu que
uma ideia nova deveria ser afirmada pelos fatos; era como se dtivesse caído em
um vale de diamantes, sem conseguir convencer ninguém, nem a ele mesmo, que os
fragmentos de pedras que trouxera de lá eram algo mais que mero cascalhos.
Com o olhar amplo da
realidade espiritual, a mentora Joanna de Ângelis (Em busca da verdade) nos informa que a psicologia analítica não se
absteve da investigação honesta em torno do tema, diante das próprias
experiências vividas por Jung. Não pôde ele dedicar-se a esse campo porque a
ele cabia outra tarefa: dedicar toda a existência, para a abertura dos
horizontes da psique, para a construção da Psicologia analítica. Esse espaço
ficaria aberto para os seguidores e discípulos do valoroso mestre, abrindo
assim o estudo para a realidade esmagadora.
Com isso, muitos conceitos
junguiano, pela confirmação de alto significado neles encontrados, são
amplamente citados nas obras de Joanna de Ângelis, pois conforme afirmação da
própria mentora ( Em busca da verdade p.202-203),
estes conceitos estão “centrados na
realidade subjetiva..., pois a busca interior
não se pode deter na periferia da realidade física, mas penetrar no cerne do
ser e das suas faculdades...” . A benfeitora, no entanto, proporciona uma
ampliação, explorando-os do ponto de vista do Espirito imortal que somos, pois
embora Jung fosse espiritualista, no sentido amplo da palavra, não era
espirita.
Continua na próxima postagem.
Postado em 26-09-2013.
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