Rejubilar-se
Do cap.4, EXPERIENCIAS DE
ILUMINAÇÃO
Do livro EM BUSCA DA VERDADE
Divaldo Franco/Joanna de
Ângelis
O júbilo é defluente da
conquista superior da saúde psicológica, por sua vez, da harmonia que deve
viger ente o físico, o emocional e o psíquico.
O Pai generoso rejubila-se com o filho que volta, não considerando a
sua defecção, que é tida como uma leviandade da fase juvenil, exatamente
daquele período de imaturidade e de incerteza, quando ainda existem as inseguranças
da infância e as perspectivas da idade adulta, sem a definição da
personalidade.
É natural que, nessa busca
do herói, da identificação do eixo ego-self, ocorram essas nuanças de
insucesso, que levam à maturidade, de inquietação e de aprendizado, necessários
ao processo de crescimento interior, desde que o conquistador esteja disposto a
refazer caminhos, a reconquistar-se, superando a sombra e não se permitindo fixar na culpa.
Toda viagem interior, à
semelhança daquilo que ocorre quando se viaja para fora, é uma aventura de alto
significado, sendo que, as sucessivas camadas de experiências negativas que
vitalizam o eu-inferior, demoníaco,
geram impedimentos emocionais, dando largas a conflitos de natureza infantil,
como as fugas para a lamentação, as queixas, a necessidade do colo materno.
O júbilo deve permanecer no
coração de todos os indivíduos, mesmo quando enfrentando situações embaraçosas
ou difíceis, pois que proporciona claridade mental, enquanto a sisudez, a
mágoa, o autodesprezo podem ser considerados como revides do eu infeliz punindo
o malsucedido.
Rejubilar-se na comunhão com
as propostas da vida, na convivência com as pessoas e a Natureza, consigo
mesmo, constitui dever psicológico derivado da harmonia que se consegue
mediante esforço e autoidentificação de valores.
A atitude do Pai misericordioso em relação ao filho
arrependido deve constituir uma lição viva de comportamento que todos os
indivíduos devem manter em relação àqueles que se encontram em dificuldades de
qualquer natureza, auxiliando, sem exigências descabidas, sem arrogância de
triunfador em face da queda do outro, de maneira edificante e estimuladora.
Quando se reprocha outrem
pelo comportamento malsão, em consequência das suas ações incorretas, deve ser
levado em conta que o tombado espera ajuda e não somente repreensão,
buscando-se corrigir-lhe o erro, quando seja possível, sem criar-lhe conflito
de inferioridade que o podem empurrar para situações mais deploráveis.
Há uma tendência natural
para a tristeza entre muitos seres humanos, que se transforma em melancolia e
contribui para o desinteresse pela vida, para a falta de observância da beleza
que existe em toda parte.
Esses pacientes trazem de
reencarnações anteriores alguma culpa que se transformou em autopunição,
trabalhando para que não experimentem alegria, inconscientemente por
acreditarem que não a merecem,. Predomina-lhes, então, no comportamento, a sombra com a sua carga de negativismo,
de punição...
A vida humana é um hino grandioso
que exalta a grandeza do Uno em toda
parte, convidando ao desenvolvimento dos valores adormecidos, do deus interno em expectativa de
despertamento.
Todos os seres humanos estão
comprometidos com o Universo, assinalados por um importante labor a desempenhar
em qualquer situação em que se encontre.
A harmonia é resultado de
muitos fatores, alguns diversos que se unem, formando um conjunto de
equilíbrio.
O equilíbrio interior não
significa paralisia, ausência das colisões
antes, pelo contrário, são elas que favorecem o encontro da situação ideal,
após os choques inevitáveis dos processos em litígio.
Para alcançar-se, nesse
aprendizado, a integridade, é necessária
que ocorra o perfeito entendimento do Self pela consciência, a identificação
das polaridades antes em conflito e oposição, apesar das novas aparições que se
transformam em materiais inusitados a integrar.
Sempre se está crescendo
durante toda a existência, em cada fase conseguindo-se novos contributos para o
enriquecimento da vida psicológica.
Somente assim é possível
rejubilar-se consigo mesmo, quando cada qual descobre a riqueza interior que
vai acumulando, a maneira como supera as crises que surgem e as situações desafiadoras.
Cada etapa da vida,
portanto, tem as suas imagens arquetípicas, os seus comportamentos e as suas
conquistas, trabalhando para a vitória sobre o respectivo período que se
vivenciam.
O Pai misericordioso rejubila-se com o retorno do filho, mas não se
esquece de atrair também o outro filho, o ciumento e vingativo, que se nega a entrar em casa, evitando participar da
festa de alegria, significando o eu-demoníaco.
O amor, porém, do Pai, desmascara-o, enfrenta-lhe a persona doente, e demonstra que está
contente por tê-lo e que se rejubila por conviver e beneficiar-se da sua
presença.
Por isso, um cabrito que lhe desse para banquetear-se
com os amigos não tinha qualquer sentido, para aquele que lhe dava tudo, porquanto
assim informara: E tudo quanto é meu é
teu...
A vida é um poema de
júbilos.
Rejubilar-se com tudo e com
todos é o passo feliz para a individuação.
Final do texto Rejubilar-se, final também do cap.4
Postado no dia 27/09/2013.
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