sexta-feira, 27 de setembro de 2013


 

Rejubilar-se

Do cap.4, EXPERIENCIAS DE ILUMINAÇÃO

Do livro EM BUSCA DA VERDADE

Divaldo Franco/Joanna de Ângelis
 

O júbilo é defluente da conquista superior da saúde psicológica, por sua vez, da harmonia que deve viger ente o físico, o emocional e o psíquico.
O Pai generoso rejubila-se com o filho que volta, não considerando a sua defecção, que é tida como uma leviandade da fase juvenil, exatamente daquele período de imaturidade e de incerteza, quando ainda existem as inseguranças da infância e as perspectivas da idade adulta, sem a definição da personalidade.
É natural que, nessa busca do herói, da identificação do eixo ego-self, ocorram essas nuanças de insucesso, que levam à maturidade, de inquietação e de aprendizado, necessários ao processo de crescimento interior, desde que o conquistador esteja disposto a refazer caminhos, a reconquistar-se, superando a sombra e não se permitindo fixar na culpa.
Toda viagem interior, à semelhança daquilo que ocorre quando se viaja para fora, é uma aventura de alto significado, sendo que, as sucessivas camadas de experiências negativas que vitalizam o eu-inferior, demoníaco, geram impedimentos emocionais, dando largas a conflitos de natureza infantil, como as fugas para a lamentação, as queixas, a necessidade do colo materno.
O júbilo deve permanecer no coração de todos os indivíduos, mesmo quando enfrentando situações embaraçosas ou difíceis, pois que proporciona claridade mental, enquanto a sisudez, a mágoa, o autodesprezo podem ser considerados como revides do eu infeliz punindo o malsucedido.
Rejubilar-se na comunhão com as propostas da vida, na convivência com as pessoas e a Natureza, consigo mesmo, constitui dever psicológico derivado da harmonia que se consegue mediante esforço e autoidentificação de valores.
A atitude do Pai misericordioso em relação ao filho arrependido deve constituir uma lição viva de comportamento que todos os indivíduos devem manter em relação àqueles que se encontram em dificuldades de qualquer natureza, auxiliando, sem exigências descabidas, sem arrogância de triunfador em face da queda do outro, de maneira edificante e estimuladora.
Quando se reprocha outrem pelo comportamento malsão, em consequência das suas ações incorretas, deve ser levado em conta que o tombado espera ajuda e não somente repreensão, buscando-se corrigir-lhe o erro, quando seja possível, sem criar-lhe conflito de inferioridade que o podem empurrar para situações mais deploráveis.
Há uma tendência natural para a tristeza entre muitos seres humanos, que se transforma em melancolia e contribui para o desinteresse pela vida, para a falta de observância da beleza que existe em toda parte.
Esses pacientes trazem de reencarnações anteriores alguma culpa que se transformou em autopunição, trabalhando para que não experimentem alegria, inconscientemente por acreditarem que não a merecem,. Predomina-lhes, então, no comportamento, a sombra com a sua carga de negativismo, de punição...
A vida humana é um hino grandioso que exalta a grandeza do Uno em toda parte, convidando ao desenvolvimento dos valores adormecidos, do deus interno em expectativa de despertamento.
Todos os seres humanos estão comprometidos com o Universo, assinalados por um importante labor a desempenhar em qualquer situação em que se encontre.
A harmonia é resultado de muitos fatores, alguns diversos que se unem, formando um conjunto de equilíbrio.
O equilíbrio interior não significa paralisia, ausência das colisões antes, pelo contrário, são elas que favorecem o encontro da situação ideal, após os choques inevitáveis dos processos em litígio.
Para alcançar-se, nesse aprendizado, a integridade, é necessária que ocorra o perfeito entendimento do Self pela consciência, a identificação das polaridades antes em conflito e oposição, apesar das novas aparições que se transformam em materiais inusitados a integrar.
Sempre se está crescendo durante toda a existência, em cada fase conseguindo-se novos contributos para o enriquecimento da vida psicológica.
Somente assim é possível rejubilar-se consigo mesmo, quando cada qual descobre a riqueza interior que vai acumulando, a maneira como supera as crises que surgem e as situações desafiadoras.
Cada etapa da vida, portanto, tem as suas imagens arquetípicas, os seus comportamentos e as suas conquistas, trabalhando para a vitória sobre o respectivo período que se vivenciam.
O Pai misericordioso rejubila-se com o retorno do filho, mas não se esquece de atrair também o outro filho, o ciumento e vingativo, que se nega a entrar em casa, evitando participar da festa de alegria, significando o eu-demoníaco.
O amor, porém, do Pai, desmascara-o, enfrenta-lhe a persona doente, e demonstra que está contente por tê-lo e que se rejubila por conviver e beneficiar-se da sua presença.
Por isso, um cabrito que lhe desse para banquetear-se com os amigos não tinha qualquer sentido, para aquele que lhe dava tudo, porquanto assim informara: E tudo quanto é meu é teu...
A vida é um poema de júbilos.
Rejubilar-se com tudo e com todos é o passo feliz para a individuação.
Final do texto Rejubilar-se, final também do cap.4
Postado no dia 27/09/2013.

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