A
conquista da plenitude pela gratidão
4º
Capítulo do livro PSICOLOGIA DA GRATIDÃO
Divaldo P. Franco pelo
espírito de Joanna de Ângelis
pag. 87.
A PSICOLOGIA DA GRATIDÃO, DE
MANEIRA ALGUMA pode ou deve eximir-se do estudo da transcendência do ser
humano.
A quase infinita
multiplicidade de caracteres e de identidades das criaturas fez surgir, a
partir do século XIX, as diferentes correntes da psicoterapia, todas valiosas,
enquanto não generalizem os seus postulados, estabelecendo conceitos e métodos
psicoterapêuticos rígidos para o atendimento aos seus pacientes. Afinal, o
grande êxito de qualquer recurso curativo está sempre vinculado ao esforço
pessoal do enfermo, ao seu interesse pela recuperação da saúde e do bem estar,
oferecendo a sua indispensável contribuição, sem a qual, os mais eficientes
processos de auxílio, se não resultam inócuos, são de efêmera duração...
Toda generalização peca por
produzir, quase sempre, fanatismo ou preconceito insano.
A psicologia clássica e as
que surgiram em diferentes escolas de experimentação clínica tem o dever de
considerar o ser humano além da dualidade corpo-mente, igualmente a condição de
espírito imortal. Mesmo não aceitando a possibilidade da sobrevivência à morte
orgânica, é compromisso científico o estudo de todas as variantes sem
preconceito quanto à legitimidade. Isso porque os pacientes procedem de todas
as camadas culturais e sociais, religiosas e positivistas, crentes e não
vinculadas a nenhum credo espiritualista...O resultado de tal procedimento será
sempre positivo no auxílio à clientela de ansiosos e transtornados.
As pesquisas do magnetismo,
por exemplo assim como do hipnotismo, inicialmente combatidos com veemência,
trouxeram, no último quartel do sec.XIX, em diferentes academias fixadas aos
padrões do materialismo vigente, valiosa contribuição para a descoberta e o
entendimento do subconsciente assim como, posteriormente, do
inconsciente...Adstritos aos preconceitos vigentes, foram rotulados de
imediatos todos os fenômenos dessa procedência e, mais tarde, também os
mediúnicos e anímicos como sendo psicopatologias: histeria, dissociação, epilepsia,
alucinações, personalidades múltiplas e outras designações que não correspondem
à realidade.
Em consequência, ante essa
conclusão, médiuns e sensitivos de diferentes qualidades, por mais
demonstrassem a interferência dos chamados mortos nas suas comunicações sob
rigoroso controle de notáveis cientistas, foram considerados portadores de
estados de consciência alterada, portanto psicopatas...
O dr. Pierre Janet, por
exemplo, com sua tese do automatismo
psicológico, reduziu todos os fenômenos a personificações parasitárias,
sendo recebida com aplauso por muitos dos seus pares.
De igual maneira, o dr.
Flournoy, estudando Hélène Smith e constatando a sua mediunidade, também
recorreu a explicações incapazes de enquadrar com segurança os múltiplos
fenômenos observados.
Federic Myers, por sua vez,
constatando a realidade da fenomenologia mediúnica, especialmente por meio da
sra. Newham, teve a coragem de afirmar que as comunicações não afetavam “o estado
normal” das pessoas.
William James, o grande
psicólogo pragmatista americano, havendo observado séria e longamente as
comunicações mediúnicas da sra. Piper, convenceu-se da sua realidade e
asseverou que, para se demonstrar que “nem todos os corvos são negros, basta
somente apresentar um corvo branco”, desanimando os exigentes incrédulos...
Com o advento da psicologia transpessoal , com Maslow,
Grof, Kubler-Ross, Pierrakos e toda uma elite de psicólogos, psiquiatras,
neurologistas e outros especialistas nos memoráveis seminários em Big Sur, na
Califórnia (EU A), apresentaram-se mais
amplas possibilidades de êxito na aplicação de psicoterapêuticas em pacientes
portadores de obsessões espirituais, de traumas e culpas de existências passadas,
abrindo espaço para procedimentos compatíveis com a psicogênese de cada
transtorno...
Cada ser humano é um cosmo específico,
cuja origem perde-se nos penetrais do infinito.
Transcendente, reflete as experiências
vividas e acumuladas no inconsciente pessoal profundo, assim como registradas
no inconsciente coletivo, produzindo os lamentáveis processos de alienação.
A sombra coletiva resultante
do preconceito acadêmico reinante domina a sociedade e um sentimento ressentido
gera culpa e animosidade, violência e frustração, medo e solidão, tornando
ingrato o cidadão que se deveria transformar em um archote de deslumbrante luz
alterando a paisagem social e moral da humanidade.
A perspectiva da
transcendência oferece ao ser humano um significado igualmente grandioso,
porque não encerra o seu ciclo evolutivo quando lhe sucede a morte.
Transferem-se as metas do
círculo estreito da injunção corporal para a amplitude cósmica, prolongando-se
indefinidamente.
O ego transitório nessa nova
percepção modifica o comportamento ante a fascinante compreensão da
imortalidade e libera o self da sua
constrição afligente.
Essa visão imortalista
igualmente produz o amadurecimento psicológico, enriquecendo o indivíduo de
segurança moral, de identificação com a vida, superando as crises existenciais
que já não o perturbam.
A ignorância a respeito do
ser integral responde por muitos conflitos, tais como o medo, a ansiedade, a
incerteza e a falta de objetivo existencial desde que, de um para outro
momento, a morte ceifando a vida, tudo reduziria ao nada...
A transcendência, por sua
vez, faculta o sentido de gratidão em todas as circunstâncias, proporcionando
comportamento saudável, relacionamentos edificantes e inefável alegria de viver
com os olhos postos no futuro promissor.
O homem e a mulher que se
identificam imortais tem perspectivas de alcançar a plenitude, em razão da
possibilidade inevitável de ressarcir erros, de reabilitar-se dos gravames
praticados, de recomeçar e conseguir êxito nos empreendimentos que foram
assinalados pelos fracassos.
Agradecer emocionalmente
ser-se transcendente é autopsicoterapia de otimismo que liberta o Narciso
interno da sua imagem irreal, diluindo a síndrome enganosa de Peter Pan, e
responsabiliza para a conquista da individuação, em defluência do
amadurecimento psicológico que resultará no estado numinoso.
Não mais doenças nem estados
doentes no indivíduo que se encontrou a si mesmo, que se descobriu imortal e
avança no rumo da sua plenitude.
Final do ítem,
Continuará o cap.4 na
próxima postagem.
Postagem do dia 16/09/2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário