segunda-feira, 16 de setembro de 2013


 

A conquista da plenitude pela gratidão

Capítulo do livro PSICOLOGIA DA GRATIDÃO
Divaldo P. Franco pelo espírito de Joanna de Ângelis
pag. 87.
A PSICOLOGIA DA GRATIDÃO, DE MANEIRA ALGUMA pode ou deve eximir-se do estudo da transcendência do ser humano.
A quase infinita multiplicidade de caracteres e de identidades das criaturas fez surgir, a partir do século XIX, as diferentes correntes da psicoterapia, todas valiosas, enquanto não generalizem os seus postulados, estabelecendo conceitos e métodos psicoterapêuticos rígidos para o atendimento aos seus pacientes. Afinal, o grande êxito de qualquer recurso curativo está sempre vinculado ao esforço pessoal do enfermo, ao seu interesse pela recuperação da saúde e do bem estar, oferecendo a sua indispensável contribuição, sem a qual, os mais eficientes processos de auxílio, se não resultam inócuos, são de efêmera duração...
Toda generalização peca por produzir, quase sempre, fanatismo ou preconceito insano.
A psicologia clássica e as que surgiram em diferentes escolas de experimentação clínica tem o dever de considerar o ser humano além da dualidade corpo-mente, igualmente a condição de espírito imortal. Mesmo não aceitando a possibilidade da sobrevivência à morte orgânica, é compromisso científico o estudo de todas as variantes sem preconceito quanto à legitimidade. Isso porque os pacientes procedem de todas as camadas culturais e sociais, religiosas e positivistas, crentes e não vinculadas a nenhum credo espiritualista...O resultado de tal procedimento será sempre positivo no auxílio à clientela de ansiosos e transtornados.
As pesquisas do magnetismo, por exemplo assim como do hipnotismo, inicialmente combatidos com veemência, trouxeram, no último quartel do sec.XIX, em diferentes academias fixadas aos padrões do materialismo vigente, valiosa contribuição para a descoberta e o entendimento do subconsciente assim como, posteriormente, do inconsciente...Adstritos aos preconceitos vigentes, foram rotulados de imediatos todos os fenômenos dessa procedência e, mais tarde, também os mediúnicos e anímicos como sendo psicopatologias: histeria, dissociação, epilepsia, alucinações, personalidades múltiplas e outras designações que não correspondem à realidade.
Em consequência, ante essa conclusão, médiuns e sensitivos de diferentes qualidades, por mais demonstrassem a interferência dos chamados mortos nas suas comunicações sob rigoroso controle de notáveis cientistas, foram considerados portadores de estados de consciência alterada, portanto psicopatas...
O dr. Pierre Janet, por exemplo, com sua tese do automatismo psicológico, reduziu todos os fenômenos a personificações parasitárias, sendo recebida com aplauso por muitos dos seus pares.
De igual maneira, o dr. Flournoy, estudando Hélène Smith e constatando a sua mediunidade, também recorreu a explicações incapazes de enquadrar com segurança os múltiplos fenômenos observados.
Federic Myers, por sua vez, constatando a realidade da fenomenologia mediúnica, especialmente por meio da sra. Newham, teve a coragem de afirmar que as comunicações não afetavam “o estado normal” das pessoas.
William James, o grande psicólogo pragmatista americano, havendo observado séria e longamente as comunicações mediúnicas da sra. Piper, convenceu-se da sua realidade e asseverou que, para se demonstrar que “nem todos os corvos são negros, basta somente apresentar um corvo branco”, desanimando os exigentes incrédulos...
Com o advento da psicologia transpessoal , com Maslow, Grof, Kubler-Ross, Pierrakos e toda uma elite de psicólogos, psiquiatras, neurologistas e outros especialistas nos memoráveis seminários em Big Sur, na Califórnia (EU A), apresentaram-se  mais amplas possibilidades de êxito na aplicação de psicoterapêuticas em pacientes portadores de obsessões espirituais, de traumas e culpas de existências passadas, abrindo espaço para procedimentos compatíveis com a psicogênese de cada transtorno...
Cada ser humano é um cosmo específico, cuja origem perde-se nos penetrais do infinito.
Transcendente, reflete as experiências vividas e acumuladas no inconsciente pessoal profundo, assim como registradas no inconsciente coletivo, produzindo os lamentáveis processos de alienação.
A sombra coletiva resultante do preconceito acadêmico reinante domina a sociedade e um sentimento ressentido gera culpa e animosidade, violência e frustração, medo e solidão, tornando ingrato o cidadão que se deveria transformar em um archote de deslumbrante luz alterando a paisagem social e moral da humanidade.
A perspectiva da transcendência oferece ao ser humano um significado igualmente grandioso, porque não encerra o seu ciclo evolutivo quando lhe sucede a morte.
Transferem-se as metas do círculo estreito da injunção corporal para a amplitude cósmica, prolongando-se indefinidamente.
O ego transitório nessa nova percepção modifica o comportamento ante a fascinante compreensão da imortalidade e libera o self da sua constrição afligente.
Essa visão imortalista igualmente produz o amadurecimento psicológico, enriquecendo o indivíduo de segurança moral, de identificação com a vida, superando as crises existenciais que já não o perturbam.
A ignorância a respeito do ser integral responde por muitos conflitos, tais como o medo, a ansiedade, a incerteza e a falta de objetivo existencial desde que, de um para outro momento, a morte ceifando a vida, tudo reduziria ao nada...
A transcendência, por sua vez, faculta o sentido de gratidão em todas as circunstâncias, proporcionando comportamento saudável, relacionamentos edificantes e inefável alegria de viver com os olhos postos no futuro promissor.
O homem e a mulher que se identificam imortais tem perspectivas de alcançar a plenitude, em razão da possibilidade inevitável de ressarcir erros, de reabilitar-se dos gravames praticados, de recomeçar e conseguir êxito nos empreendimentos que foram assinalados pelos fracassos.
Agradecer emocionalmente ser-se transcendente é autopsicoterapia de otimismo que liberta o Narciso interno da sua imagem irreal, diluindo a síndrome enganosa de Peter Pan, e responsabiliza para a conquista da individuação, em defluência do amadurecimento psicológico que resultará no estado numinoso.
Não mais doenças nem estados doentes no indivíduo que se encontrou a si mesmo, que se descobriu imortal e avança no rumo da sua plenitude.
Final do ítem,
Continuará o cap.4 na próxima postagem.
Postagem do dia 16/09/2013

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