segunda-feira, 23 de setembro de 2013


 

EXPERIENCIAS DE ILUMINAÇÃO

CAP.4 – Do livro – EM BUSCA DA VERDADE

DIVALDO FRANCO/JOANNA DE ÂNGELIS 

A existência terrena é uma experiência de aprendizagem valiosa, através da qual o Self, em sua essência superior, penetra nos arquivos grandiosos do inconsciente coletivo e individual, para bem o assimilar, ampliando a sua capacidade de discernimento e de conquistas libertadoras.

Desalgema-se, em consequência, das injunções do passado, porque as compreende, elucidando os enigmas que lhe permanecem em latência, não mais gerando conflitos psicológicos, e abre-se à Essência Divina, o Arquétipo primordial, logrando a plenitude do numinoso.

Nessa conquista, a individuação torna-se-lhe plena e enriquecedora, tornando-se um verdadeiro reino dos Céus, porque sem aflição nem qualquer inquietação.

Cada experiência no carreiro orgânico faculta-lhe conquistar mais conhecimentos e melhor capacidade para desenvolver os sentimentos, aumentando a habilidade para entender-se, para compreender as demais criaturas e amar-se, amando-as.

Não fossem tais oportunidades, e não haveria como compreender-se as diferenças psicológicas, intelectivas, morais, orgânicas, econômicas, de saúde, que caracterizam a mole humana.

Reduzindo-se o ser a uma única existência corporal, ei-lo fadado a carregar o peso do acaso feliz ou desventurado, impondo-lhe um destino que não tem direito nem recurso para modificar, submetendo-se, inerme, às injunções desgovenadoras da fátua ocorrência.  

Através das reencarnações, no entanto, o livre arbítrio faculta-lhe a eleição do bem ou do mal sofrer, da alegria ou da tristeza, da desgraça ou da ventura, porquanto a única fatalidade que existe, melhor dizendo o determinismo que se lhe impõe é a plenitude, que cada qual adquire conforme o empenho e a luta a que se consagre.

Assim sendo, a aprendizagem do bem-viver, do desfrutar da saúde integral é feita mediante erros e acertos, como tudo quanto diz respeito à existência em qualquer forma através da qual se expresse.

O equívoco de agora enseja-lhe reparação posterior, o acerto de um momento abri-lhe espaço para novas conquistas, impulsionando-o irremediavelmente para a harmonia consigo mesmo e com o Cosmo.

A viagem evolutiva, embora seja individual, impõe relacionamentos valiosos que contribuem para resultados amplos e benéficos, favorecendo toda a sociedade com os recursos para que vicejem condições gerais de equilíbrio entre todos, e, por consequência, de paz e de bem-estar.

Ninguém pode esperar por felicidade a sós, porquanto, a própria solidão constitui um transtorno grave de conduta, empurrando o indivíduo para a alienação.

A existência terrena tem uma finalidade primordial e impostergável, que é a unificação do ego com o inconsciente, onde se encontram adormecidos todos os valores jamais experienciados e capazes de produzir a individuação.

Integrar-se no Arquétipo primordial em a perda da própria consciência, da sua individualidade, é o objetivo da vida humana, após vencidas as diferentes etapas orgânicas e psicológicas da sua evolução.

A força geratriz para essa conquista é o Self totalmente libertado da sombra e dos conflitos contínuos entre a anima-us.

Os relacionamentos desenvolve a capacidade de crescimento e de compreensão do sentido existencial, assim como da necessidade de alcançar-se os objetivos anelados.

Nesse esforço, o ego escravizado às paixões vê-se compelido à libertação, à aliança com as demais pessoas, reconhecendo os próprios limites enquanto alcança outros níveis de entendimento e de conduta.

No início do tentame, quando escasseia a maturidade psicológica, antes da expulsão do paraíso, o ego toma todo o espaço do Self, como se estivessem ambos no Jardim do Éden, sem separação, sem diálogo, sem consciência.

À medida, porém, que vem a expulsão do paraíso, adquire-se o equilíbrio da consciência, quando o ego  se libera, embora ainda ocupando uma grande área do Self.

Por fim, ego e Self em um eixo de harmonia faz-se quase consciente, facultando a presença de Deus no imo, o retorno ao Arquétipo primordial.

Jesus sabia dessa ocorrência, e, por essa razão, misturou-se às massas desesperadas, imaturas psicologicamente, sofridas, compartilhou Suas lições com todos, envolveu-Se nos dramas do dia a dia, experienciou as dificuldades do trabalho manual, exemplificando que a luta é o clima de crescimento do ser humano, e os grandes inimigos estão no seu mundo interior e jamais no externo, convidando à saída do epicentro do Self para a aquisição da consciência.

Aqueles que se apresentam como adversários de fora nada podem fazer, realmente, de prejudicial, a quem é livre internamente, a quem venceu os impulsos e superou as tendências agressivas. No entanto, encontrando-se preso aos interesses mesquinhos da superficialidade, rivaliza com esses que se lhe tornam inimigos, porque facilmente se fazem também inimigos.

O máximo que pode realizar o adversário é criar embaraços na marcha do progresso da vítima, atentar contra os seus valores ou até mesmo contra a sua vida física. Não consegue ir além disso, porque não lhe atingirá a realidade de ser imortal que é, portanto, invencível, desde que não se deixe dominar pelas veleidades, pelas paixões do primarismo animal porque transitou.

A grande viagem iniciada com a expulsão do paraíso, vai ensejar o conhecimento das possibilidades de vitória nas renhidas lutas, novo Adão que é obrigado ao trabalho com suor, com renúncia e esforço, a fim de autodescobrir-se e conseguir o diálogo entre o ser que aparenta e o ser que é – Espírito indestrutível!

A criança que existe em todos inevitavelmente cresce e desenvolve a capacidade de entendimento, a necessidade de libertação, a busca do Si-mesmo, a aventura que lhe dá experiência, a fim de realizar mais tarde, a volta para casa.

Ocorre, então, a primeira mudança na psique coletiva, porque sucede a mudança individual, o crescimento do ser, a alteração do inconsciente, avançando para Deus, com a inevitável modificação das construções do mundo psíquico.

Nesse retorno, não existe a culpa, mas a consciência, pois que ambas surgiram ao mesmo tempo, desde que Adão e Eva foram expulsos do paraíso, saíram da ignorância de Si-mesmos, para os enfrentamentos.

Após o mito da desobediência, ambos dão-se conta das diferenças anatômicas e escondem-se, envergonhados, em face da libido que surge – a malícia – e fogem também de Deus, ocultando-se, mas do deus interno que os acompanhará em todos os transes e trânsitos, descobrindo os opostos, sentindo as necessidades. A criança, que neles existia, cede lugar aos adultos, aos seres formados para a procriação, para o desenvolvimento, não mais para a inocência, a ignorância permanente da sua realidade.

A psique amadurece, amplia o seu raio de entendimento e de ação, engrandece-se, faculta a fissão dos eus, de modo que o ego se espraie, que surjam a sombra, os ânima-os, que se conquistem  os espaços naturais, de maneira a criar o diálogo, a interação do eixo perfeito ente ele e o Self.

Essa viagem para a casa paterna já não tem retorno.

Final do item porém o cap. 4, EXPERENCIAS DE ILUMINAÇÂO continuará na próxima postagem.
Postagem do dia 23/09/2013.

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